Nora, em toda a sua vida, teve apenas um namorado antes de conhecer Andrew: Victor. Ele era um homem honesto e trabalhador, empregado como contador em uma empresa de médio porte. Apesar de não ganhar um grande salário, sempre foi íntegro e nunca tentou se aproveitar da fama ou da riqueza de Nora, tampouco da influência da família dela. No início, o relacionamento dos dois era encantador, um verdadeiro conto de fadas. Victor era atencioso, presente, e Nora sentia que tinha encontrado o parceiro ideal. Porém, com o passar dos anos, o brilho do relacionamento começou a se apagar. As rotinas ocupadas dos dois foram criando uma distância emocional. Nora, que até então era uma renomada escritora de ficção, decidiu mudar sua carreira para a escrita de biografias de figuras importantes, o que demandava constantes viagens e dedicação. Victor, por sua vez, estava cada vez mais consumido pelo trabalho. Nesse período de afastamento, Victor conheceu outra mulher. O que começou como uma distraç
"canalha! Eu estive a noite toda com Andrew! Como você tem coragem de falar uma coisa dessas?" Nora explodiu, a indignação evidente em sua voz. Ela estava revoltada, mal acreditando no que ouvia. Victor, com seu sorriso cínico, apenas balançou a cabeça Você pode dizer o que quiser, Nora, mas as imagens falam por si. "Acha que Andrew vai acreditar apenas na sua palavra? Ele já viu as fotos." Andrew respirava pesadamente, a raiva fervilhando sob a pele. Tudo o que ele conseguia pensar era em como Victor era ousado. A armação era óbvia, mas Victor agia com tanta confiança que até parecia acreditar em suas próprias mentiras. "Andrew, olha para mim!" Nora implorou, lágrimas brilhando nos olhos. "Não aconteceu nada entre mim e ele. Você me conhece. Eu jamais faria isso!" Andrew caminhou até ela, pegando suas roupas jogadas no chão e ajudando-a a se vestir. Nora estava confusa, assustada e completamente perdida. As lágrimas corriam livremente por seu rosto, refletindo a dor
A tarde estava silenciosa. Nora, cansada do dia agitado, estava deitada no sofá da sala com as mãos repousando sobre a barriga ligeiramente saliente. Andrew descansava no quarto, exausto após mais uma sessão de tratamento. De repente, o som da campainha rompeu a tranquilidade. Nora franziu a testa, levantando-se devagar. "Quem será a essa hora?" pensou, ajeitando os cabelos antes de abrir a porta. Ao girar a maçaneta, ficou surpresa ao encontrar os pais ali, com expressões emocionadas. "Filha!" exclamou sua mãe, os olhos marejados, enquanto a puxava para um abraço apertado. Nora ficou estática por um momento, absorvendo a inesperada demonstração de carinho. "Pai... Mãe... o que estão fazendo aqui?" perguntou, hesitante, mas sem afastar o abraço. "Viemos para pedir perdão, Nora," respondeu a mãe, afastando-se para olhar nos olhos da filha. "Nós sentimos tanto por tudo que aconteceu, por termos nos afastado. Estávamos errados. Você sempre foi nossa menina, e nunca deveríamos ter t
Não demorou muito para o médico de Andrew aparecer no quarto, sua expressão grave, mas tentando manter a serenidade. Nora, mesmo acostumada com os altos e baixos do tratamento, não conseguia evitar a ansiedade enquanto ouvia as palavras dele. "Andrew precisa permanecer no hospital por alguns dias," o médico explicou. "Ele está fraco, e sem conseguir se alimentar direito, precisaremos usar uma sonda para garantir que receba os nutrientes necessários. É essencial nesse momento." Nora assentiu, sentindo uma mistura de alívio e preocupação. "Eu entendo. Só quero que ele fique bem." Após algumas palavras de apoio, o médico saiu, deixando Nora sozinha com seus pensamentos. Minutos depois, ela convenceu seus pais a voltarem para casa e descansarem, mas sua mãe hesitou. "Filha, amanhã eu venho e fico com ele. Você precisa descansar, cuidar de si e do bebê," sua mãe insistiu, com olhos preocupados. Nora sorriu suavemente, mas sabia que não conseguiria sair do lado de Andrew naquela noite
Mais tarde, naquele mesmo dia, Nora empurrava Andrew pela longa ala do hospital, conduzindo a cadeira de rodas dele com cuidado. Andrew, embora ainda fraco, parecia curioso. Ele olhava para cima, tentando decifrar para onde Nora o levava. "Para onde estamos indo, Nora?" ele perguntou, tentando esconder a exaustão na voz. Ela sorriu para ele, mas não respondeu de imediato. "É uma surpresa," disse, com um brilho nos olhos que ele não via há algum tempo. Enquanto caminhavam, algumas pessoas no hospital olhavam para o casal com admiração. Nora, com a cabeça raspada, exibia um símbolo poderoso de amor e coragem. As enfermeiras cochichavam entre si sobre o quão inspiradora ela era, enquanto outros pacientes olhavam para Andrew e para o jeito que Nora o tratava com ternura, sentindo-se tocados por aquela demonstração de força e união. Nora tinha um plano em mente. Ela estava decidida a trazer um pouco de alegria àquela rotina difícil, a transformar um dia comum no hospital em uma m
Nora estava sentada na beira da cama de Andrew no hospital, o olhar perdido no chão, como se cada pensamento pesado a puxasse para baixo. Desde que ouvira a conversa dos pais, eles haviam desaparecido do hospital. Não mandaram mensagens, não procuraram por ela, e Nora sequer teve forças para ir atrás. O silêncio deles parecia confirmar tudo o que ouvira. Enquanto ela afundava em suas reflexões, o som da porta do quarto se abriu, e a enfermeira entrou empurrando Andrew em sua cadeira de rodas. Ele parecia cansado, mais pálido do que de costume, mas ainda assim sorriu ao vê-la. Nora se levantou apressadamente, ansiosa para ajudar. Mas a enfermeira sorriu gentilmente e disse: “Pode ficar sentada, senhora Haart. Eu cuido disso.” Aquela palavra, “Haart”, fez o coração de Nora acelerar. Mesmo sem estarem oficialmente casados, muitos no hospital já se referiam a ela assim, e isso a fazia sentir-se ainda mais conectada a Andrew. Ela se afastou para dar espaço à enfermeira, mas manteve o
Algumas semanas depois Os dias no hospital pareciam infinitos, mas naquele dia tudo parecia diferente. Nora e Andrew tinham recebido a visita do médico cedo, após uma bateria de exames que Andrew havia feito. Desde então, eles esperavam ansiosamente, torcendo por boas notícias. Andrew estava sentado na cama, já conseguindo se alimentar sozinho, algo que há algumas semanas parecia impossível. Nora, ao lado dele, segurava sua mão com força, como se quisesse transmitir todo o amor e a energia que tinha. A porta do quarto se abriu lentamente, e o médico entrou com um sorriso no rosto, segurando uma prancheta. Ele olhou para Andrew e Nora, que esperavam ansiosamente, e começou a falar. “Andrew, eu tenho boas notícias para vocês.” Nora sentiu o coração acelerar, e Andrew se inclinou um pouco para frente, os olhos fixos no médico. “Os exames que fizemos esta manhã mostram que o tumor não mudou de tamanho. Ele está estável, e você respondeu muito bem ao tratamento. Isso significa que v
Nora Lins observava a grandiosidade da Haartcorp através das amplas janelas de vidro que se erguiam até o teto. Paris parecia pequena vista dali, o topo do mundo corporativo, onde Andrew Haart reinava. Um homem que transformara uma simples empresa em um império, mas que, aos olhos dela, guardava algo mais do que poder e sucesso. Ela foi recebida por uma assistente que a levou até o último andar, onde o CEO bilionário a aguardava. O elevador, envidraçado e silencioso, revelou a magnitude da estrutura que Andrew havia construído, mas, ao mesmo tempo, tudo parecia frio e vazio. Ao sair, a porta dupla do escritório abriu-se lentamente, revelando um espaço moderno e minimalista. No centro, Andrew estava sentado em sua poltrona de couro, os olhos fixos nela, como se já soubesse que aquele encontro era mais do que apenas uma negociação de trabalho. "Nora Lins", ele disse, levantando-se e estendendo a mão. "Obrigada por aceitar este projeto." Ela apertou a mão dele, notando o toque fi