Não demorou muito para o médico de Andrew aparecer no quarto, sua expressão grave, mas tentando manter a serenidade. Nora, mesmo acostumada com os altos e baixos do tratamento, não conseguia evitar a ansiedade enquanto ouvia as palavras dele. "Andrew precisa permanecer no hospital por alguns dias," o médico explicou. "Ele está fraco, e sem conseguir se alimentar direito, precisaremos usar uma sonda para garantir que receba os nutrientes necessários. É essencial nesse momento." Nora assentiu, sentindo uma mistura de alívio e preocupação. "Eu entendo. Só quero que ele fique bem." Após algumas palavras de apoio, o médico saiu, deixando Nora sozinha com seus pensamentos. Minutos depois, ela convenceu seus pais a voltarem para casa e descansarem, mas sua mãe hesitou. "Filha, amanhã eu venho e fico com ele. Você precisa descansar, cuidar de si e do bebê," sua mãe insistiu, com olhos preocupados. Nora sorriu suavemente, mas sabia que não conseguiria sair do lado de Andrew naquela noite
Mais tarde, naquele mesmo dia, Nora empurrava Andrew pela longa ala do hospital, conduzindo a cadeira de rodas dele com cuidado. Andrew, embora ainda fraco, parecia curioso. Ele olhava para cima, tentando decifrar para onde Nora o levava. "Para onde estamos indo, Nora?" ele perguntou, tentando esconder a exaustão na voz. Ela sorriu para ele, mas não respondeu de imediato. "É uma surpresa," disse, com um brilho nos olhos que ele não via há algum tempo. Enquanto caminhavam, algumas pessoas no hospital olhavam para o casal com admiração. Nora, com a cabeça raspada, exibia um símbolo poderoso de amor e coragem. As enfermeiras cochichavam entre si sobre o quão inspiradora ela era, enquanto outros pacientes olhavam para Andrew e para o jeito que Nora o tratava com ternura, sentindo-se tocados por aquela demonstração de força e união. Nora tinha um plano em mente. Ela estava decidida a trazer um pouco de alegria àquela rotina difícil, a transformar um dia comum no hospital em uma m
Nora estava sentada na beira da cama de Andrew no hospital, o olhar perdido no chão, como se cada pensamento pesado a puxasse para baixo. Desde que ouvira a conversa dos pais, eles haviam desaparecido do hospital. Não mandaram mensagens, não procuraram por ela, e Nora sequer teve forças para ir atrás. O silêncio deles parecia confirmar tudo o que ouvira. Enquanto ela afundava em suas reflexões, o som da porta do quarto se abriu, e a enfermeira entrou empurrando Andrew em sua cadeira de rodas. Ele parecia cansado, mais pálido do que de costume, mas ainda assim sorriu ao vê-la. Nora se levantou apressadamente, ansiosa para ajudar. Mas a enfermeira sorriu gentilmente e disse: “Pode ficar sentada, senhora Haart. Eu cuido disso.” Aquela palavra, “Haart”, fez o coração de Nora acelerar. Mesmo sem estarem oficialmente casados, muitos no hospital já se referiam a ela assim, e isso a fazia sentir-se ainda mais conectada a Andrew. Ela se afastou para dar espaço à enfermeira, mas manteve o
Algumas semanas depois Os dias no hospital pareciam infinitos, mas naquele dia tudo parecia diferente. Nora e Andrew tinham recebido a visita do médico cedo, após uma bateria de exames que Andrew havia feito. Desde então, eles esperavam ansiosamente, torcendo por boas notícias. Andrew estava sentado na cama, já conseguindo se alimentar sozinho, algo que há algumas semanas parecia impossível. Nora, ao lado dele, segurava sua mão com força, como se quisesse transmitir todo o amor e a energia que tinha. A porta do quarto se abriu lentamente, e o médico entrou com um sorriso no rosto, segurando uma prancheta. Ele olhou para Andrew e Nora, que esperavam ansiosamente, e começou a falar. “Andrew, eu tenho boas notícias para vocês.” Nora sentiu o coração acelerar, e Andrew se inclinou um pouco para frente, os olhos fixos no médico. “Os exames que fizemos esta manhã mostram que o tumor não mudou de tamanho. Ele está estável, e você respondeu muito bem ao tratamento. Isso significa que v
Nora Lins observava a grandiosidade da Haartcorp através das amplas janelas de vidro que se erguiam até o teto. Paris parecia pequena vista dali, o topo do mundo corporativo, onde Andrew Haart reinava. Um homem que transformara uma simples empresa em um império, mas que, aos olhos dela, guardava algo mais do que poder e sucesso. Ela foi recebida por uma assistente que a levou até o último andar, onde o CEO bilionário a aguardava. O elevador, envidraçado e silencioso, revelou a magnitude da estrutura que Andrew havia construído, mas, ao mesmo tempo, tudo parecia frio e vazio. Ao sair, a porta dupla do escritório abriu-se lentamente, revelando um espaço moderno e minimalista. No centro, Andrew estava sentado em sua poltrona de couro, os olhos fixos nela, como se já soubesse que aquele encontro era mais do que apenas uma negociação de trabalho. "Nora Lins", ele disse, levantando-se e estendendo a mão. "Obrigada por aceitar este projeto." Ela apertou a mão dele, notando o toque fi
Andrew abriu a porta do carro para Nora com um gesto suave, mas calculado. Seus olhos cruzaram por um breve segundo, e ele fez questão de manter a compostura, ainda que algo dentro dele estivesse em constante alerta desde o momento em que haviam começado a trabalhar juntos. "Obrigada pela gentileza", Nora disse, sorrindo enquanto entrava no carro com a mesma elegância discreta que ele havia notado desde o início. Andrew deu um leve aceno de cabeça, fechando a porta atrás dela antes de dar a volta e entrar no lado oposto. O motorista já os aguardava, e assim que ambos se acomodaram, o carro começou a seguir em direção ao restaurante. Durante o trajeto, o silêncio se instalou entre eles, mas não era um silêncio desconfortável, pelo menos não para Andrew. Enquanto o carro deslizava pelas ruas de Paris, ele não conseguia evitar o olhar que lançava de forma sutil para Nora. A postura ereta dela, a maneira como os cabelos caíam suavemente sobre os ombros, a delicadeza de suas expressõ
A água quente caía sobre o corpo de Andrew, escorrendo pelos músculos tensos, mas sua mente estava em outro lugar. As gotas quentes não conseguiam afastar os pensamentos insistentes que voltavam para Nora. Ele fechou os olhos e a imagem dela surgiu nítida em sua mente. Ele imaginou os dois ali, no banheiro, juntos, a água misturando-se com seus corpos entrelaçados, o calor aumentando. Sentiu o desejo pulsar, crescendo a cada detalhe que sua mente criava, e, por um instante, quase pôde tocá-la. Mas de repente, uma forte tontura o tomou de assalto. Andrew segurou-se na parede do chuveiro, respirando fundo enquanto a visão se tornava embaçada. O coração acelerou, e ele soube que não era apenas cansaço. Com esforço, ele desligou a água e saiu do chuveiro, pegando a toalha às pressas. Ainda com a cabeça girando, vestiu-se rapidamente e pegou o celular. O médico precisava vir. --- "Dr. Ramos? Sou eu, Andrew. Eu preciso que venha me ver. Agora." Do outro lado da linha, o médico resp
Nora se sentou em um banco próximo à piscina, tentando se concentrar no trabalho, mas a presença de Andrew a deixava inquieta. Ele deu um mergulho, a água fazendo pequenos círculos na superfície antes de ele emergir, aproximando-se da borda. Seu abdômen estava exposto, molhado pelas gotas de água que escorriam lentamente por sua pele. Nora, sem querer, sentiu-se tensa. Havia algo hipnotizante em vê-lo tão à vontade, vulnerável, mas ainda assim, cheio de uma energia que ela não conseguia ignorar. Andrew, percebendo a distração dela, que ainda estava com o notebook em mãos, falou casualmente: "Então, você pode escrever aí..." Ele deu uma pausa, deixando que ela se preparasse, e começou a contar mais de sua história. "Minha família me expulsou de casa assim que completei meus dezoito anos. Eu não tinha feito nada de errado... Mas eles não se importaram, queriam se livrar de mim." Sua voz ficou um pouco mais grave, como se relembrar aquilo ainda trouxesse dor. "Acabei morando na rua por