Laura Lopes Aos poucos eu acordo, ao abrir os meus olhos reparo que não estou na cama confortável da mansão, e sim sentada em um lugar escuro. Olho ao redor e reparo que o quarto em que estou está escuro e abafado. Não há janelas, consigo ver apenas alguns furos na parede, o que faz entrar um pouco de ar e fios de claridade. Olhando para minhas mãos desesperada, começo a senti-las doer. As cordas nos meus pulsos estão muito apertadas, e eu mal consigo sentir os meus dedos. Meu coração começa a acelerar, de medo. Eu não sei o que está acontecendo. Tento me soltar, mas as cordas não cedem. O desespero começa a crescer. — Socorro! — grito apavorada, olhando ao redor — Alguém me ajude! Ninguém responde. Só silêncio! Só consigo ouvir minha própria respiração, pesada. Grito mais algumas vezes, até que a porta se abre com um rangido. A luz do corredor entra no quarto. Vejo um homem alto, e um sorriso em seus lábios. Eu não sei quem ele é, nunca o vi na vida. Meu coração d
Miguel RodriguesMeus olhos se abrem e vejo a claridade em meu quarto, parece ser cedo agora. Ao piscar meus olhos me sinto atordoado e com uma forte dor de cabeça.Minha mente está confusa, aperto meus olhos para tentar lembrar dos acontecimentos da noite anterior.Sento-me na beirada da cama, esfrego os olhos com força, tentando afastar a sensação de zonzeira.Me levanto com dificuldade, cada movimento um esforço, e saio do quarto, seguindo pelo corredor até o quarto de Laura. Ao abrir a porta, meu coração acelera ao ver a cama vazia.— Laura? — a chamo, com a voz rouca e fraca.Nenhuma resposta. Silencio! Olho ao redor e realmente ela não está ali, e isso faz com que minha mente pense no pior.Olho para o corredor e me vou ao quarto de meu filho, Hugo.O pânico começa a se instalar quando também encontro o quarto vazio.— Ele já acordou? Está tomando café da manhã? — me questiono, colocando a mão em minha cabeça, que lateja.Nesse momento, começo a sentir um frio na espinha, uma se
Miguel Rodrigues Enquanto Rita vai até a cozinha pegar o remédio e fazer o café, decidi voltar para o corredor, a caminho da sala de segurança, onde encontro Mateus ainda examinando as imagens. Sua expressão é grave, e ele me olha com uma mistura de frustração e impotência. — Senhor Miguel, verifiquei as câmeras de segurança. — diz ele, a voz ainda tensa. — Infelizmente, os suspeitos estavam usando máscaras e capuzes. — ele me mostra a imagem e pausa, e realmente eles estão bem cobertos, e está muito escuro. — Eles conseguiram tampar algumas câmeras, então não conseguimos identificar quem são. Pelo que consegui ver, pela altura e porte físico, parecem ser dois homens. — ele me mostra outra imagem em que aparecem duas pessoas, indo até os seguranças. Eles são realmente grandes, não se parece com uma mulher. Não deve ser Cármen então. Sinto um aperto no peito ao ouvir isso. A raiva e a preocupação se misturam em minha mente, me sinto mais confuso, me perguntando quem são ele
Miguel Rodrigues Enquanto Afonso faz as ligações, eu e Mateo discutimos a estratégia para rastrear o veículo. Mateo é o CEO de uma empresa de segurança, tem uma equipe altamente qualificada e tecnologia bem avançada. Tenho sorte de ter um amigo como ele, está me ajudando muito. Em questão de minutos, seus homens estão instalando equipamentos no quarto vago do primeiro andar, transformando-o em uma base de operações. — Senhor Miguel, temos aqui imagens das câmeras de segurança externas — diz um dos homens de Mateo, ajustando a tela do laptop. — Olhe, dá para ver os sequestradores saindo pelos portões da mansão. — ele aponta para as pessoas, consigo ver três, duas delas são homens, mas não tenho certeza da outra pessoa. Minha visão fica turva por um momento ao assistir às imagens. Laura e Hugo sendo levados, indefesos. “ Porra, esses filhos da mãe... vão ter o que merecem." Cada fibra do meu ser deseja correr para salvá-los, mas preciso manter a calma e seguir o plano. — A
MIGUEL RODRIGUES Continuamos avançando em silêncio, a escuridão da noite nos envolvendo. Cada passo parece mais pesado, mas a minha determinação me impulsiona. Chegamos à cerca alta que circunda a fazenda e, com a ajuda dos meus homens, conseguimos entrar sem chamar a atenção. No terreno, avançamos em formação, os seguranças à frente, protegendo o caminho. A adrenalina corre em minhas veias, e cada sombra parece uma ameaça possível.A poucos metros da casa principal, um dos homens de Mateo sinaliza para parar.— Miguel, temos movimento na frente — sussurra ele.Olho em seus olhos assentindo levemente com a cabeça. Eu me abaixo e olho para onde ele aponta. Um homem armado patrulha a área. Sinalizo para os seguranças avançarem com cuidado. Em poucos segundos, eles estão sobre ele.A luta é intensa e rápida.O homem se defende bem, desferindo golpes fortes, ele tenta pegar a arma para atirar, mas meus seguranças são treinados e determinados.Um deles consegue acertar um golpe certeiro n
MIGUEL RODRIGUES — Carmen, por favor — tento mais uma vez, minha voz baixa e conciliadora. — Eu farei o que você quiser, só, por favor, solte Laura. Ela precisa de cuidados médicos. Vamos resolver isso juntos, certo?Ela olha para mim, não acreditando de primeira. Meus olhos vão até meu filho, que começa a chorar, desesperado. Ele começa a soluçar e sua voz rouca surge:— Não quelo mais a mamãe. Quelo o papai e a Laula! — Quando ele diz isso, percebo que a fúria nos olhos e no rosto dela se intensifica. Ela grita com Hugo:— Você nunca mais vai ver a Laura de novo, me entendeu? — Ela diz balançando meu filho, fazendo meu coração se apertar.''Preciso tirar meu filho dos braços dessa louca... AGORA...''O choro de Hugo se intensifica, partindo meu coração. Preciso ganhar tempo.— Carmen, por favor — digo, a voz cheia de desespero. — Vamos ficar juntos. Eu, você e Hugo. Mas deixe Laura sair ilesa. Meus seguranças podem levá-la para o carro. Por favor. Eu vou ficar aqui com você e Hugo.
MIGUEL RODRIGUES Quando finalmente chegamos ao hospital, a urgência toma conta de mim. Laura está nos meus braços, desacordada, e Hugo está no colo do meu segurança Mateus.Ao chegar na entrada, grito euforicamente por ajuda.— Alguém por favor! — olho para os lados, apavorado.Olho para Laura que está fria, a respiração lenta, com uma mão passo meus dedos em seus cabelos e deixo uma lágrima cair em meu rosto.— Por favor Laura, acorde, por favor. — imploro, com a voz vacilando.Escuto passos vindo em minha direção e sigo meu olhar até alguns médicos que nos olham preocupados. — Ela está desacordada há muito tempo — explico, minha voz trêmula de preocupação. — Precisamos de ajuda imediata.Os médicos acenam com a cabeça, eles pegam uma maca que estava no corredor e pedem para que eu coloque ela, assim eu faço, bem devagar, sentindo meu coração doer mais.Eles me olham e começam a fazer perguntas sobre o que aconteceu enquanto observam Laura, o pulso dela e a temperatura.Explico que
MIGUEL RODRIGUES UM TEMPO DEPOIS... Estou aguardando agora a médica de Hugo me chamar, mas parece que ainda vai demorar. Mateo pega dessa vez um chá para mim, para me ajudar a me acalmar.— Relaxa amigo, vai dar certo. — ele levanta uma de suas sobrancelhas e assinto pegando o copo de chá, o levando a boca. Quando olho para a entrada do hospital, vejo Elena entrando no hospital. Seu semblante é sério e preocupado. Ela olha para os lados, procurando por alguém. Me levanto e mostro a policial ao meu amigo.— Ela está nos procurando? — pergunto a Mateo que concorda com a cabeça. — Provavelmente, e espero que com boas notícias. — ele comenta. Ela me vê e acena, chamando por mim e Mateo.Nos levantamos e caminhamos até ela, apressados. — Miguel, Mateo, preciso falar com vocês — disse ela, sua voz firme. — Claro, pode falar. — respondo a ela, mas percebo que seu semblante muda. Ela respira fundo, tentando se acalmar. Suas mãos parecem agitadas. Seus olhos começaram a lacrimejar e