EnricoEu estava exausto, mas não de cansaço de corpo e sim, daquela história toda. Eu sempre soube que meu pai tinha se utilizado da história dos inimigos nos atacando para me tirar a Patrizia, eu sempre soube que o sobrenome por trás da minha desgraça era Grecco, mas nunca quis falar isso em voz altaAcontece que, meu pai já tinha passado dos limites, nada justificava a sua atitude, aquela história de que tudo aconteceu para o meu bem só era compreensível dentro da sua mente insana. O Guilhermo queria falar comigo, fechar alguns pontos do novo carregamento, pelo o que ele me disse, meio que por alto, a casa Nostra estava reivindicando território que não eram deles, tentando colocar a soberania do nome acima de tudoNão, as coisas não aconteciam dessa forma, a Camorra conquistou aqueles territórios, conquistou aqueles portos e pontos de distribuição, o fato de estarmos tendo sucesso em tudo que a nossa mão tocava, não tinha nada a ver com a decadência dos negócios da outra casaMas c
GiuliaEu acordei com a claridade entrando pela janela, sem saber onde eu estava e muito menos, lembrando o que eu tinha feito. As imagens da noite anterior vinham em flash estão na minha mente, mas eu sabia que não era inocente Meu corpo ainda estava nu, apenas coberto com uma manta fina de microfibra, os meus pelos estavam arrepiados por conta da brisa fresca que vinha de algum lugar que eu não conseguia ver, acho que mesmo que eu estivesse em meu pleno juízo, não conseguia distinguir por qual fresta que ela entravaA minha cabeça latejava em dor, estava pesada, meus olhos ardiam, queriam ficar fechados. Eu me levantei e olhei ao redor, me situando onde eu estavaA imagem do Enrico tocando a minha pele, sugando o bico do meu seio, me beijando e me fodendo com força ficaram focadas e daí, eu tinha percebido a burrada que tinha feito na noite anterior“Giulia, como você é burra! Você não deveria ter bebido desse jeito, quem é o Victorio para te deixar tão mal, tão vulnerável!Eu não
Enrico Guilhermo – Não, espera um pouco, eu acho que não entendi direito. O que foi que você fez? Enrico – Você entendeu perfeitamente bem. Eu disse que passei a noite com a Giulia, disse que fodi ela e o pior de tudo, eu gostei muito Eu me culpava por aquilo, por permitir que a minha mente se deliciar com cada memória que insistia em aparecer SM minha mente. Os detalhes... eu sentia, mesmo não estando mais na presença da Giulia, a maciez da sua pele, o seu cheiro, o seu gosto Eu acordei bem cedo, às cinco da madrugada e, já sem o efeito da bebida, mesmo que pouca, senti o peso do arrependimento. A Giulia estava deitada no sofá não meu escritório, com os cabelos jogados em cima do rosto e os braços também. Linda... Não posso negar que me culpem, a Giulia não tinha culpa das minhas lutas com os meus próprios demônios, ela não merecia ser colocada no meio da minha podridão. Digo isso porque. Quando olhei ela naquele momento, ali, tão vulnerável. Tão a minha mercê, considerei transfo
Carlo-Esse menino não tem jeito mesmo, quem ele pensa que é? A minha palavra é lei, o fato de ele estar a frente da maioria dos negócios, agora, não diz nada, eu ainda sou o cabeça de tudoSim, eu já me apaixonei nessa minha vida, mas da mesma forma que a maioria dos Dons , descobri que esse sentimento não deve ser cultivado, ainda mais se a gente quiser ter uma morte tranquila, multiplicar fortunas e ter voz, ser respeitado onde quer que for.Eu fiz tudo pensando nisso, eu protegi o meu filho, não podia deixar que um rabo de saia acabasse com o nosso legado. Eu gostava da Patrizia, mas tenho a certeza de que ela entendeu, aquele último olhar me mostrou isso... contando que eu cuidasse do GiacomoCom ele não havia problema, na verdade, eu sempre gostei daquele bambino que, mesmo ainda pequeno, tem um futuro glorioso a frenteAcontece que agora a Máfia pede por uma mulher digna e o Enrico enfiou a cabeça na privada, só pode ser isso, não se importa com a sua imagem, não se importa co
Giulia O meu medo se tornou realidade. Quando o Andreas me perguntou há quanto tempo eu estava atrasada, senti um frio na barriga como que me avisando que sim, eu tinha feito merda Mas como que eu poderia imaginar que, uma noite sem compromisso nenhum, o de eu mais queria esquecer da vida do que lembrar, onde eu não estava em meu juízo perfeito, me traria uma consequência tão grave Sim, eu fiz o teste Me tranquei no meu humilde quarto enquanto o A dreas distraia o Giácomo. O teste veio por um motoqueiro, entregador da própria farmácia, que assim que me entregou o pacote, direcionou o olhar diretamente para mim Giulia - Algum problema Paulo - Não senhora, eu só estou olhando mesmo Estava estampado na sua cara que ele procurava uma barriga qualquer que nem tinha dado tempo de crescer que, lá no meu íntimo, eu torcia para que não aparecesse, para que fosse só mais uma ideia estúpida que passou na minha cabeça e na do Andreas Como eu disse, depois de pegar o teste me tranq
AlexanderNa minha vida não há espaço para perdão e eu aprendi essa verdade a duras perdas. Quem é Enrico? Quem ele realmente deveria ser? Por que aquele maldito simplesmente não quebra?Filho de um Zé ninguém, escória da máfia, sem direito a ter os benefícios que a família traz, sim, esse sou eu, um Grecco sim, mesmo que nem todos tenham o conhecimento Sou o primogênito da família, porém, fruto de uma das amantes do meu pai, sem direito a reconhecimento por parte dele. Eu cresci com essa dor, com essa ferida que, mesmo virando uma cicatriz, nunca parou de doer. Eu fui treinado pela visa e não pelo alto escalão da máfia, aquele que prepara perfeitamente o Don herdeiroSem comemoração de aniversário, sem festas de fim de ano, sem o direito de tirar uma foto e colocar em cima da lareira na sala de estar, eu cresci no anonimato, vendo a dor da minha mãe por não poder ser chamada de amor em público Por isso sorri quando aquela maldita morreu, a esposa legítima, era a chance da minha mãe
O herdeiroMeu nome é Enrico, sou o próximo Don da família Grecco, tenho 27 anos e essa é a história da minha vida, de como eu virei capo e como foi tudo até aqui. Na verdade, minha história não foi muito diferente dos outros herdeiros da máfia, mas eu sempre quis que fosse. Assim eu não ia experimentar esse sofrimento que carrego dentro do peito. Como um doce dado para uma criança e arrancado logo em seguida. Só que junto com o doce, tinha meu coração arrancado dentro do peito e vivia ou sobrevivia quebrado. Dizem que o sofrimento transforma as pessoas, faz com que elas deixem de acreditar nas coisas do alto e só olhem para o próprio umbigo, que elas deixem de ter esperança, de sonhar. Eu nunca almejei herdar o trono do meu pai, mas como primogênito, não teve outro jeito. Só se sai da máfia morto, e eu preferia viver fingindo que estava tudo bem e sem exercer meu verdadeiro propósito, além de conviver com o vazio do luto, do que perder a vida.Sempre invejei o meu irmão Giancarlo, e
GIULIAMeu nome é GIULIA, tenho vinte e um anos, morena da cor do pecado, com olhos castanhos claros e cabelos cheios com ondas e encaracolados. Muito abençoada pelo cara lá de cima e hoje eu vou contar como o meu conto de fadas virou meu pesadelo pessoal de um dia para o outro. Eu cresci achando que o mundo era meu, que eu podia fazer qualquer coisa que eu quisesse, e nem precisava me esforçar para isso. Meus pais sempre me deixaram viver assim, tendo tudo na minha mão, no topo do mundo, ainda mais sendo filha única e mais ainda fazendo parte de uma família importante da Itália.Meu pai sempre disse ser um empresário bem-sucedido e que eu não precisava me preocupar com nada a não ser comigo. Eu vivi nessa ilusão até acabar a minha faculdade, o curso que eu escolhi com tanto carinho e que achava mesmo que ia seguir na minha carreira, abrir meu próprio negócio. A minha vida era resumida em tecido e linha, analisar as mulheres, os panos que as cobriam e imaginar o quanto eu podia melh