Thomas pegou o copo de uísque e o bebeu de uma só vez, encarando mais uma mulher que logo estaria em sua cama. Ele sabia que estava com a corda no pescoço. Sua irmã, chata, vivia no seu pé. Ele entendia que estar em mais uma polêmica o prejudicaria na empresa e com os investidores, contudo, era mais forte que ele. Simplesmente não conseguia resistir.
Nem sempre Thomas foi um verdadeiro babaca. Desde muito cedo ele foi ensinado a ser um homem de negócios; assim que seu pai morreu, ele ficou responsável pelas mulheres da família, contudo, ao perder sua mãe alguns anos atrás, tudo em sua vida mudou. Parecia não fazer mais sentido. O cafajeste ainda tinha a sua irmã. Ele a amava muito, a protegia, porém, parecia estar sempre sozinho e nada do que fazia era o certo, então ele acabou preenchendo essa grande parte em sua vida com álcool e mulheres. Então, suas polêmicas começaram a surtir efeito nele. Mesmo sendo bom no trabalho, ele começou a estampar capas de fofocas e sites que o descreviam como cretino, safado e cafajeste. Muitas vezes foi parado pela polícia, por estar dirigindo bêbado, ou recebeu processos de mulheres que achou ter lesado ou simplesmente foram magoadas por ele. Isso o afetava mais do que demonstrava. O tornava um homem amargo e infeliz. Em Los Angeles, a cidade dos anjos, quase tudo era uma farsa, inclusive a felicidade das pessoas que viviam lá. O homem entendia que precisava mudar. Álcool e mulheres estavam o afundando. Ele precisava de uma saída, uma mudança total, e era isso que a sua irmã queria, pois estava começando a prejudicar a empresa da família, pela qual seu pai se dedicou por anos. Caroline, sua irmã dois anos mais nova, estava desesperada. Ela precisava dar um jeito nesse cafajeste, nem que tivesse que o prender em uma coleira. A solução que ela encontrou desagradava Thom. Ele tinha que casar. Só assim passaria uma imagem de confiança e seriedade, como todos queriam. Um relacionamento estável, sem álcool, ou outros tipos de substância que o deixava fora de si. - Nem pensar. – Ela chegou, ficando em sua frente, o impedindo de continuar fitando a loira que já participava de suas fantasias pervertidas. - Qual é, você vai me perseguir agora? – Ele se enfureceu, falando entre os dentes e baixo, pois não queria ser ouvido. Uma das coisas que o homem mais odiava era ser rude e arrogante com sua irmã, contudo, sua raiva aumentava gradativamente, com todos, até mesmo no trabalho. Seria humilhante um homem de quarenta e um anos ser colocado de castigo. E pensar que outras pessoas estão os observando, o deixava em uma péssima posição, pois haviam conhecidos ali. - Thomas, você tem que parar com isso. Com os vícios ou vai acabar estragando tudo para nós. Ele a encarou com muita raiva. O homem já tinha tomado algumas doses, e como não estava dormindo direito, ele transformava tudo o que sentia em fúria e destilava em todos ao seu redor. - Sinceramente, isso me cansa. Eu não tenho paz, e você assumindo o papel de minha babá não está facilitando as coisas. Ele sentou-se novamente no banco do bar e pediu outro drink. - Não, ele não vai tomar mais nada. O olhar assassino que ele a lançou nem fez cócegas na sua consciência. - Vai se fuder, Caroline. Ela deu um sorriso amargo. - Quer se afundar? – Ela bateu no vidro onde as bebidas eram servidas, tentando chamar atenção dele, porém, corria o risco de outros saberem. – Pode se afundar. Se aposentar cedo, tem muita grana, mas não vai me levar junto, nem a empresa. Thom encarou a irmã, sabendo que passou dos limites. Não conseguia pensar antes de agir. - Me desculpe. – Baixou a cabeça, se sentindo mal. – Mas sabe que me tira do sério quando finge ser minha mãe. Carol sabia o porquê dele fazer tudo isso. Também a afetava. Sua mãe era a pessoa mais doce e engraçada que ela já conheceu. E Thomas era apegado a ela de uma forma única. - Me importo com você, irmão. – Pegou em sua mão. – Amo muito. Mas às vezes, tenho que ser dura. Acha que gosto de fazer isso? – Thom respirou fundo, fechando os olhos, sentindo o peso da culpa cair sobre seus ombros. – Tenho medo do que pode acontecer com você. A empresa também corre sérios riscos, acho que deve se afastar. - O que? – Ficou chocado. – Quer me jogar para fora. Ele a encarou com surpresa misturada com raiva. - Vai tirar férias. – Corrigiu. – Para você descansar. Eu nunca poderia te demitir. - Férias? – Deu um sorriso. – Achei que isso era impossível. - Vai se recuperar. Voltará como um homem responsável. - O que fará para isso acontecer? – Desceu do banco, e riu em sua cara. Puro deboche. Ele já nem se importava mais. Mesmo tentando ser a irmã compreensiva, ela odiava quando ele agia como uma adolescente displicente. Ela entendia que seu estado mental, depois de tudo, foi bastante afetado. Os vícios eram só mais um sintoma de que nada estava bem. - Ainda vou pensar, mas preciso achar uma nova assistente. - Disso eu gostei. – Debochou. – Dessa vez quero uma ruiva. - Vou arranjar alguém que nunca vai cair na sua, Thomas. A gargalhada foi ouvida por todos ao seu redor. - Vai contratar uma senhora? – O pouco álcool que bebeu já fazia efeito no seu comportamento. – Vou logo dizer que ela tem que ter peitos bonitos. Belas pernas. - Estou falando sério, Thom, você vai tomar jeito. – Ela se encostou no vidro, tentando pensar. – Tem que arranjar uma namorada. Noiva. Filhos. - Não vai rolar. - Veremos. - Caroline, acha que por algum milagre vou me apaixonar e decidirei, em algum momento, me casar e ter filhos? – Ele não acreditava que isso pudesse acontecer. Na verdade, não achava que nenhuma mulher o levaria a sério. Não encontraria um amor e se casar. Ele já tinha perdido esse desejo. Talvez fosse sua cabeça sem esperança. Seus olhos que não enxergavam que, talvez, isso poderia acontecer. – Ou pensa em contratar alguém? Por que, se for o caso, acho melhor você me matar. Não quero que alguém fique comigo por conta de um acordo. Seria humilhante. - Olha, pelo menos você não disse que não queria. - Essa era a última parte que deixei de fora. - Thomas – ela tocou em seu ombro, carinhosamente. – Você é meu irmão mais velho. O conheço e sei o porquê faz tudo isso. – Ele evitou olhar para a agente. – Mas não justifica. - O que? – Franziu o cenho. – Não justifica eu estragar a minha vida e a reputação da empresa? - Sim. - Não quero seus conselhos, Caroline. – Se irritou. - É durão e teimoso, mas no fundo, se importa com tudo o que conquistou. Por isso vai aceitar a minha ajuda. - Quero sair desse lugar. – Deu passos para longe dela. - Certo, mas eu deixo você em casa. - Não preciso que faça isso. - Não, porém é uma forma de garantia de que você vai chegar lá, sem dirigir bêbado ou com alguma mulher. - Não me diga que você é meu novo cinto de castidade? - Vou ser a pessoa que vai cuidar melhor de você. - Sério, se você fosse uma funcionária qualquer, e não a minha irmã que tem quase a metade das ações da empresa, eu te demitiria. - Vai me agradecer.- Obrigada por me trazer até aqui, Vivian. – Megan deu um grande abraço em sua amiga ainda no carro. Ela estava tão empolgada que estava prestes a explodir de tanta felicidade. Claro, ela sabia que havia uma competição acirrada para esse trabalho e que possivelmente ela ficaria em último lugar na escolha para esse cargo, mas só por participar já era um grande passo.Megan não era muito confiante, então sempre pensava no pior.- Amiga, não quero te desanimar – Megan já estava preparada para o que vinha depois dessa frase. – Mas... olha a fila. – A morena, com óculos e franja, virou e olhou para a porta do prédio. Muitas mulheres bonitas, de todos os tipos, aguardavam a entrada. – Sei que é bem... problemático, mas é óbvio que vão escolher uma daquelas supermodelos para ser a assistente de ThomasThompson. E olha, eu não quero dizer que você é feia e tudo mais, mas...- Relaxa, Vivian, eu sei o que você quer dizer. – Por fora, ela agiu supernormal, contudo, por dentro, esse fato a desani
Ela parecia um pato assustado e curioso, foi o que Caroline pensou. Megan estava impressionada, ainda sem acreditar. Olhava todos os setores daquele lugar. Haviam muitas pessoas trabalhando. Uma enorme empresa de tecnologia.Ela mal podia acreditar. Queria dar pulinhos de alegria, mas achava que seria recusada por parecer uma boba.Merda! O que faço agora? Não cheguei a pensar no sim. Claro que já trabalhei antes, mas nunca nesse cargo. É o meu sonho e posso estragar tudo com a minha timidez. E sou um desastre ambulante. Tropeço, sou tagarela, quando ganho intimidade, e me visto como uma velha de oitenta anos.Obviamente que Thomas vai rir na minha cara. Vai me olhar como se eu fosse um pato feio na sua frente, tremendo como vara verde.Será que vou passar a odiar o meu chefe? Deus, que isso não aconteça. Sei que tem uma grande possibilidade de eu me decepcionar. Vou ser a assistente daquele cafajeste bonitão?Meu Deus, vou surtar. Quem diria?Claro, eu disse a mim mesma que não ia ex
Megan saiu daquela empresa com um sorriso enorme no rosto. Ela estava vivendo um sonho, sem saber que isso seria mais complicado do que ela imaginava. Ser desajeitada foi uma característica que lhe deu vantagem, mesmo que algumas pessoas da sua família dissessem que seria bem difícil de conseguir algum namorado. Não que ela estava ali, sendo contratada, para seduzir o chefe. Agora ela tinha um problema a ser solucionado. Olhando de fora, ela mais parecia uma adolescente do colegial. Sua personalidade submissa seria um problema, pois seu dever era meio que ser a babá de um homem que tem o dobro da sua idade, um charme fora do comum e seu maior medo era cair nas graças do safado. Pensar nisso a deixou envergonhada.Será que ele é muito teimoso? Vai rir na minha cara se eu for dar uma “ordem” e me achar uma idiota boba que quer controlar um homem de quarenta anos? Bem, na verdade, eu sou a pessoa mais responsável. Ele até parece um adolescente rebelde que só pensa em sexo.- Ai meu Deu
Thomas amanheceu com dor de cabeça. Ele passou dos limites, na noite passada. Dessa vez ele estava sozinho, em casa.No fundo, Thom não era um homem ruim. Entendia seu problema, mas ao olhar sua casa, enorme, silenciosa e fria, sem ânimo para viver, ficava tão deprimido que a única coisa que pensava em fazer era beber, pensando que assim esqueceria dos problemas.Caroline bateu em sua porta cedo. Ele nem quis falar com ela. Estava furioso, pois a irmã o tratava como uma criança. Mas o pior era que ele agia como uma, então, era consequência dos seus atos.Naquela manhã ele exagerou no treino. Bateu tanto naquele saco que se cansou. Sua mão doeu e sua cabeça não passou. Era ressaca e se sua irmã notasse isso, ele teria ainda mais dor.— Thom, sua nova assistente já está chegando. – Ela apareceu na porta. Ofegante, Thomas parou o que fazia, sem olhar para ela, encostou a cabeça no saco e tentou se acalmar. – Tenho muito o que dizer antes disso.— Caroline, posso dizer uma coisa?— O que?
Megan estava tão nervosa que suas mãos soavam. Na verdade, ela estava transpirando, se abanando, pois parecia fora do controle. Os dois conversavam na sala e tudo o que ela podia imaginar é que Thomas não gostou nada da escolha de Caroline, para ser sua nova assistente. Na verdade, a função de Megan era mais de uma babá. Ela cuidaria da comida, roupas, eventos, não deixar ele se ralar, então era quase a mesma coisa que cuidar de um bebê. Porém, aquela "criança" tinha uma bela barba bem-feita, um cabelo loiro escuro, liso, bem cortado, e o corpo de um Deus grego que a fazia babar na tela do seu celular, quando foi se aprofundar mais no seu novo chefe afinal, ela tinha que saber onde estava se metendo. Contudo, aquele em questão estava bem perto dela.— Não pira, Megan. — Respirou fundo e tentou se acalmar. — Lembra que isso é seu trabalho. Você tem que fazer tudo certo. Nada de se atrapalhar. Não pode dar motivos para que eles te demitam. Essa é a oportunidade de crescer, e de quebra,
Thom olhava para Megan com certa raiva da mulher que ele nem conhecia direto. Tudo por causa da ideia maluca da sua irmã, de colocar uma menina boba como babá dele.Ele e seu amigo, Trevor, estavam sentados em uma mesa, do lado de fora de um restaurante bem conhecido. Eles conversavam sobre a situação atual do Playboy. Que não era uma das melhores.A garota ficou perto do bar, dizendo o que pode ou não, ser servido ao Thomas.Ele estava a ponto de ir lá e manda-la embora, mesmo que a culpa não fosse dela.— Tenho que arrumar uma forma de me livrar dela. — Disse, ainda encarando a mulher, que se distraia com algo em seu telefone. Assim que sentiu a energia negativa e olhou em sua direção, Megan ficou paralisada, mais vermelha do que um tomate.— Dorme ligo com ela. — Trevor estava gostando de brigar sobre o caso. — Afinal, é uma das regras.Thom riu amargamente.— Minha irmã, dessa vez, jogou sujo.— Há é? — O amigo não fazia ideia do que ele estava falando.— Megan é uma virgem.— Vi
O dia estava nublado, refletindo perfeitamente o clima interno de Thomas. Seus dedos apertavam o volante com força enquanto ele dirigia seu carro pela movimentada cidade até a empresa de Tecnologia de Thom. O trânsito parecia se arrastar lentamente, a irritação aumentando a cada segundo.Megan, sentada ao lado dele no banco do passageiro, mal se atrevia a olhar para o chefe. Ela podia sentir a tensão emanando dele, e mesmo que não fosse diretamente culpa dela, sabia que suas ações recentes o haviam ferido profundamente. Ela só queria ajudar, mas agora se via como a causa de mais problemas.Finalmente, chegaram ao prédio da empresa. Thomas estacionou o carro com uma parada brusca, deixando Megan surpresa com a força do movimento. O coração dela batia acelerado, sentindo-se assustada e envergonhada por estar praticamente correndo atrás dele enquanto seus novos colegas de trabalho observavam a cena.Silenciosamente, eles seguiram para o elevador. O ambiente era tenso, e nenhum dos dois s
- Qual o seu verdadeiro plano, irmã? – Thom pôs as mãos na cintura e andou de um lado a outro, nervoso, em dúvida e irritado o bastante para jogar algo no chão. Ao olhar para o lado de fora, Megan estava conversando com alguém ao telefone. Ela era seu maior problema, atualmente. Tudo por culpa da sua irmã. – Me enlouquecer, com aquela garota?- Thomas, pare de agir como um menino mimado. – Caroline estava sentada na cadeira enfrente a mesa do presidente. Ela sabia que seu irmão iria espernear, se fazer de difícil e ficar muito irritado, como um viciado em abstinência. – Ela é sua nova assistente...- Não, ela é a minha babá. – Concluiu. – Acha mesmo que vou aceitar isso?- Thom, isso não é uma punição. Tudo o que essa menina está fazendo é cumprir com as minhas ordens.- Exato, como se fosse uma mãe. Sendo que sou eu o mais velho.- Não, você pode ter nascido primeiro, mas não é responsável, é um menino que não tem responsabilidades e que nem se importa com os outros, comigo. – Ela se