Gostar ou não?

Megan estava tão nervosa que suas mãos soavam. Na verdade, ela estava transpirando, se abanando, pois parecia fora do controle.

Os dois conversavam na sala e tudo o que ela podia imaginar é que Thomas não gostou nada da escolha de Caroline, para ser sua nova assistente. Na verdade, a função de Megan era mais de uma babá. Ela cuidaria da comida, roupas, eventos, não deixar ele se ralar, então era quase a mesma coisa que cuidar de um bebê. Porém, aquela "criança" tinha uma bela barba bem-feita, um cabelo loiro escuro, liso, bem cortado, e o corpo de um Deus grego que a fazia babar na tela do seu celular, quando foi se aprofundar mais no seu novo chefe afinal, ela tinha que saber onde estava se metendo. Contudo, aquele em questão estava bem perto dela.

— Não pira, Megan. — Respirou fundo e tentou se acalmar. — Lembra que isso é seu trabalho. Você tem que fazer tudo certo. Nada de se atrapalhar. Não pode dar motivos para que eles te demitam. Essa é a oportunidade de crescer, e de quebra, ficar perto do homem mais gato, na minha opinião, de Los Angeles.

Pensando assim, ela tratou de investigar a cozinha. Ela tinha que saber de tudo. Onde ficava as coisas e o que estava disponível na geladeira.

Na noite passada, Caroline mandou o arquivo com os inúmeros pratos que ele gostava de comer. Contudo, a forma de cozinhar era bem particular.

Por sorte sua mãe lhe ensinou a cozinhar muito bem. Claro, nada comparado aos pratos exigidos por ThomasThompson, contudo, já era alguma coisa.

— Então, vamos ao trabalho. Thom foi tomar um banho.

Megan admirava a beleza da mulher, e sua elegância. Ela observava tudo, esperava não fazer besteira.

— Vamos tratar, depois, das suas roupas.

— O que tem as minhas roupas? — Megan olhou para si, buscando algum defeito. Um buraco. Um fiapo, mas nada tinha.

— Desculpe, querida, contratei você sabendo que seu estilo não atrai o Thomas, mas será como uma sombra dele, deve se vestir a caráter.

Megan deu um sorriso amarelo. Aquele era o vestido mais bonito que tinha. Ela pouco usava. Pensou que estava apresentável.

— Se está dizendo para usar roupas de grife, tenho que informar que não tenho, muito menos dinheiro.

Foi um grande desafio falar tudo isso. Geralmente a mulher não gostava de contradizer seus superiores.

— Faremos o seguinte. — Caroline chegou mais perto e quase sussurrou. — Vou preparar algumas roupas para você. — Megan ficou surpresa. — Você tem que durar mais do que duas semanas. É básico. Confio em você. Assim que passar no teste, eu mesma compro tudo novo.

Tímida, Megan coçou a nuca.

— Não precisa de tanto. Assim que eu receber, prometo que compro roupas novas.

— Querida, desculpa, mas seu salário custeia as minhas meias.

A garota arregalou os olhos.

— Tenho que me vestir tão caro assim?

— Megan, olhe ao redor. — A boba fez o que ela disse, mesma que fosse no sentido figurado. — Vai trabalhar ao lado de ThomasThompson, um empresário do alto escalão de Los Angeles, ele vive rodeado de pessoas importantes, sai em matérias, tem que se vestir a caráter. A menina engoliu em seco.

— Certo.

— Não se preocupe, vou cuidar de tudo. Agora, faça o café dele, eu tenho um compromisso.

E assim ela saiu da cozinha, deixando Megan desesperada.

Como ela ficaria naquela casa, com ThomasThompson?

***

Os ovos mexidos e o banco estavam agradáveis ao cheiro. Cris passou pela porta, com os cabelos molhados, do banho, com uma roupa leve. Mesmo que naquele dia não houvesse compromisso, depois dessa surpresa, ele precisava de uma conversa com um amigo.

Ele observou, parando no meio do caminho, a menina baixinha, de óculos de grau e uma franja bonita, que deixava seu rosto fofo.

Claro que ele estava acostumado com uma supermodelo gostosa, mas quem sabe, se essa durar, ele fique longe dos desmandos de Caroline.

— Megan. — Seu nome saiu pela boca dele com tanto entusiasmo que a deixou vermelha. Ela nem tinha percebido a sua presença. — Devo confessar que não era quem eu estava esperando.

A menina, parecia paralisada. Olhou para seu chefe como se ele fosse uma alma penada. Megan tinha que abandonar a garota tímida. Ela não sobreviveria a aquele trabalho.

"Respira. Não aja como uma idiota. Você é assistente.

Espera, o que ele disse?

Como vou responder?

Cadê a minha língua?

Não! Não surta. Finja que está em um papel. Atue como a assistente determinada e nenhum pouco tímida. Ou será comida pelo lobro.”

— É, eu até sei como queria que eu fosse.

O sarcasmo vinha de uma Megan escondida debaixo de uma timidez estrema. Isso já a prejudicou muito.

Thom ficou surpreso com a resposta bem-humorada. Ele não esperava. Abriu um sorriso e pensou que nem tudo estava perdido.

— Sabe? — Franziu o cenho, se aproximando e sentando na cadeira, em frente a bancada de mármore. A cozinha era linda, em mármore branco. Tudo ali era bonito, igual ao dono. — Então, me diga mais.

Era isso. Pensar que aquele Thom era seu amigo imaginário, que fez companhia a ela todo esse tempo, era a chave para desbloquear a timidez.

— Bem, a cor do cabelo não importa, nem da pele — As caras e bocas e a forma como ela dizia, o fez rir. — Mas a cintura é fina, pernas enormes, peito e bunda grande e...

— Eu já entendi. — Parou por aí.

— Desculpa ser uma decepção.

— Na verdade, eu até gostei. — Escorou o braço no mármore e pôs o rosto, para ficar mais próximo dela, que notou. Então, o encarou e ficou gelada. — Nenhuma outra já conversou assim comigo.

"Lembre-se, isso é uma ilusão da sua cabeça."

— O que me falta em beleza, Deus me deu em cérebro.

— Está dizendo que as outras não tinha cérebro?

— Não foi o que eu disse, mas vamos ter que concordar, que cair na sua lábia não foi nada inteligente.

Thomas deu uma gargalhada alta que até o fez esquecer da dor de cabeça.

— Da onde você veio?

— Leste, lugar mais humilde.

— Gostei de você, menina.

O rosto dela, pálido, ficou vermelho.

"Não caia nessa."

— Desculpe, senhor Thompson, mas não vai rolar. É uma das regras.

Thom não entendeu o que a menina disse, mas senhor?

— Primeiro, não me chama de senhor, isso é demais, e... O que quer dizer com: é uma das regras?

— Eu sei que está brincando, então eu respondi brincando.

— Claro, uma piada.

— A Caroline me dá medo. Ela se parece com a minha mãe, quando me encara. Ela disse que havia muitas observações, e uma delas, apesar de eu saber que é absurdo, é: Não durma com ele. — Megan riu de si mesma. — Um absurdo.

— Ela disse isso? — Ele Franziu o cenho.

— Sim.

— Então foi por isso que contratou você?

Ele sabia que sim.

— É, no início, achei que era uma ofensa, mas agora entendo. — Ele continuou observando a garota, que não o olhava nos olhos, estava cortando algumas frutas. — Eu era a mais esquisita do grupo. Todas eram lindas, altas, o seu estilo. Mas assim que Caroline botou os olhos em mim, sabia que era inofensiva.

— Você é bonita. — Ela quase cortou o dedo, assim que ouviu isso. Megan finalmente olhou no seu rosto e o viu dar aquele sorriso de canto que o deixava sexy. — Mas ela tem razão, você não é meu tipo.

— Mesmo se fosse, não ia rolar. Você é encrenca.

— Sou?

— Não é?

A resposta foi um sorriso.

Quando ele a viu, lá na sala, não sabia que iria gostar dela.

— Vou sair com um amigo, então não precisa ficar.

— Sair com um amigo? — Franziu o cenho, tentando lembrar agenda. — Não está programado.

— É um amigo, não precisa agendar.

— Certo, vou terminar aqui.

— Você não vem comigo.

Ele achou isso um exagero, só que ele não sabe dos "porém".

— Sabe a Caroline? — Ele já sabia que vinha surpresa. — Ela me contratou para ser a sua babá. Não posso deixar você sozinho. Não posso deixar que se enfie em polêmicas.

— É um amigo.

— Desculpa, mas eu o pesquisei, então, sei que não é só um amigo.

— Garota, eu estava comendo a gostar de você.

— É, eu sei, mas tenho medo dela.

— Caroline não vai saber. — Tentou argumentar.

— Não vai rolar, eu não vou deixar você sozinho.

— É seu primeiro dia, já quer ser demitida?

— Thom — Pegou em sua mão, que estava sobre a mesa. — Não vai rolar.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo