A nova assistente

Thomas amanheceu com dor de cabeça. Ele passou dos limites, na noite passada. Dessa vez ele estava sozinho, em casa.

No fundo, Thom não era um homem ruim. Entendia seu problema, mas ao olhar sua casa, enorme, silenciosa e fria, sem ânimo para viver, ficava tão deprimido que a única coisa que pensava em fazer era beber, pensando que assim esqueceria dos problemas.

Caroline bateu em sua porta cedo. Ele nem quis falar com ela. Estava furioso, pois a irmã o tratava como uma criança. Mas o pior era que ele agia como uma, então, era consequência dos seus atos.

Naquela manhã ele exagerou no treino. Bateu tanto naquele saco que se cansou. Sua mão doeu e sua cabeça não passou. Era ressaca e se sua irmã notasse isso, ele teria ainda mais dor.

— Thom, sua nova assistente já está chegando. – Ela apareceu na porta. Ofegante, Thomas parou o que fazia, sem olhar para ela, encostou a cabeça no saco e tentou se acalmar. – Tenho muito o que dizer antes disso.

— Caroline, posso dizer uma coisa?

— O que?

— Me deixa em paz, só hoje?

A mulher queria ter filhos, mas suportar o mau humor do seu irmão mais velho era uma experiência negativa.

— Muito educado.

— Espero que ela seja gostosa.

— Vai se surpreender. – Riu.

— Por que? – Se interessou, desconfiado. – Está alegre. - Notou.

— Vamos às regras. – Desceu os poucos degraus, fazendo o som ecoar pela sala. – Nada de importunar a menina. Não vai levá-la para cama. Ela vai cuidar da sua alimentação, treino, pessoal, agenda, e de quebra, te livrar de problemas.

— Caroline – Ele a encarou, tentando ser amigável. – Estou farto disso. Não sou uma criança.

— Você age como uma, como quer que eu aja diferente?

— Onde está a mulher?

— Está chegando.

— Por que vejo você tão feliz? – Cerrou os olhos. Tirando as fitas que enrolava seus punhos, ele se aproximou dela. – O que você aprontou.

Antes que a mulher pudesse responder, a campainha tocou.

— Eu diria para você colocar uma camisa, mas acho que não vai me obedecer.

— Não. – Riu.

— Então suba, vamos conhecer sua nova assistente.

— Vai na frente. – Deu as costas.

Por dentro, Caroline estava gostando da surpresa. Megan não era nada do que ele esperava.

Ela voltou à sala, passou por ela e abriu a porta para a mulher de olhos entrar.

Caroline a olhou dos pés à cabeça. Naquele dia, Megan estava com um vestido de bolinha, muito bonito, cabelos soltos, a clássica bota preta e uma bolsa comum. Seu olhar e sorriso angelical agradavam a mulher, que buscou por uma pessoa como aquela, como agulha no palheiro.

— Me atrasei? – Se preocupou.

— Um pouco. – Assumiu.

— Desculpa, é que o trânsito... o taxista...

— Relaxa, é seu primeiro dia, sei que vai se adaptar.

A mulher olhou ao redor em busca daquele que tirou o seu sono durante a noite. Seu coração estava na boca. Suas mãos suavam como um mar furioso. Ela não conseguia se segurar. Nem podia acreditar que aquilo estava acontecendo.

— Onde está o senhor Thompson?

Caroline sabia que qualquer mulher que entrasse ali estaria ansiosa para ver seu irmão. Querendo ou não, ela era mulher, mas tinha confiança de que aquela duraria, e que não faria nada que não fosse permitido.

— Ele já vem, mas aqui, agora, vou relembrá-la. – Megan a encarou, prestando atenção. – Thomas será teimoso, um verdadeiro menino de quinze anos rebelde. – A baixinha balançou a cabeça. – Tem que ser firme. Nada de passar dos limites. Se ele a provocar, resista.

— Isso vai ser difícil. Sério. Se ThomThompson me der uma cantada, vou derreter na frente dele como uma manteiga. – Não o deixe beber, fumar e nem que fique a sós com uma desconhecida.

— Certo.

— Na verdade, estou providenciando uma namorada para ele.

— O quê! – Arregalou os olhos. – Quero dizer, está?

— Isso não vem ao caso. – Ao levantar o olhar, atrás da baixinha, ela viu Thom aparecendo. Estava sem camisa, suado, com uma calça de moletom, que gostava de usar nos treinos e uma toalha, na qual ele enxugava o suor. – Thomas, essa é Megan, sua nova assistente.

Com muita agilidade a menina girou nos calcanhares e recebeu um choque no qual ela não estava preparada.

Olhá-lo assim, tão de perto, a deixou de pernas bambas. Não tinha como não gostar dele. Pelo menos pelo físico.

Deus, me ajuda. Eu não vou suportar. Ele... é lindo.

Sei que não devo cobiçar meu chefe. Que não posso ficar de calcinha molhada ao vê-lo todo suado, com aquele tanquinho à mostra, mas é mais forte que eu.

— Isso não é nada bom. – Ela murmurou.

Enquanto Thom a olhava com espanto. Ele sabia que Caroline estava aprontando. Ela não gostou nada dele ter dormido com as outras três, mas... não imaginava que dessa vez ela fosse tão radical.

Claro, a olhando assim, ainda conseguia ver bons atributos que o atraíam. Contudo, ela não estava usando um vestido justo que valorizava suas curvas, os seios eram até grandes, mas estavam cobertos. O óculos até era fofo, contudo, aquela menina não chamava a sua atenção.

Isso não era ruim. Ele não julgaria seu trabalho apenas pela aparência.

— Megan. – Ele deu um sorriso e se aproximou. Mesmo com uma dor de cabeça que o tirava do sério, ele tentaria ser simpático. – Muito prazer.

O homem se aproximou, com um sorriso, estendendo a mão para ela, que estava hipnotizada pelo homem. Ela demorou a retribuir o aperto de mão e quando fez isso, simplesmente, molhou a calça que usava.

— Senhor Thompson – quase gaguejou. Deus, me ajude. Por favor. Não quero pecar. Não quero perder esse emprego. Me dê forças para continuar. – É bom o conhecer.

Thom olhou para Caroline, depois de se afastar, quase a matando.

— Megan, vou lhe mostrar tudo. E passo o cardápio, enquanto o Thomas toma um banho.

— Claro.

— Vá na frente, querida. – Ele pediu, ainda simpático. – É só seguir o corredor.

Megan gostava de ouvir a sua voz. Ele a chamou de querida. Provavelmente vai sonhar com ele em uma... Ela nem queria pensar em algo sexual, contudo, como resistir a isso?

Ela seguiu em frente, assim como Thomas pediu, o deixando a sós com sua irmã. Assim que a menina desapareceu da sala, ele voltou a ser o homem de sempre.

— Bela escolha. – Foi irônico.

— Não é. – Sorriu orgulhosa. – Dessa vez, não vai me testar. Não vai dormir com nenhuma assistente.

— Acha que por que a menina não é... uma super modelo gostosa eu não possa dar um jeito.

— Você sabe que não vai fazer nada, mesmo que tente muito.

— Ela é bonita.

— Não faz seu estilo.

— Existe um estilo para uma transa casual.

— Cristian! – Ela até parecia uma mãe. – Essa veio com um bônus desagradável para você.

— Há é? – Levantou uma das sobrancelhas.

— É virgem. – Ele não acreditou. Deu um sorriso debochado. – Acha que é brincadeira.

— Ela é. – Ele revirou os olhos. – Sei que isso é um detalhe que o desagrada. Você sabe que elas grudam.

— Para!

— E, a tarefa dela é controlar você, então, vai ser bem desagradável.

— Aposto que não dura uma semana.

— Estou confiante.

— Você sempre é, mas esqueceu que eu sempre sou bom em surpreender.

— Nem tente.

— Vamos tornar as coisas mais interessantes. – Ele andou pela sala, olhou para os objetos e pensou. – Se ela conseguir me suportar e me controlar por duas semanas, aceito ir nesse seu retiro. – Ela tinha proposto isso a uns dias. O retiro o deixaria longe até que a mídia esquecesse o que ele aprontou da última vez. Só que viver por um tempo em um lugar longe da cidade, sem internet e interagindo com desconhecidos, não o agradava em nada. – Caso contrário, você me deixa em paz.

— Fico muito feliz com isso.

— Sinceramente, você me enche o saco, então, esse é o acordo.

Vendo que ele não estava brincando, Caroline ficou com um pé atrás. Um pouco furiosa, mas o faria pagar pela raiva.

— Combinado. A garota vai durar muito e você vai se tornar um homem comportado.

— Que comece o jogo. – Ele estendeu a mão para que ela apertasse.

Caroline sabia que Thom atazanaria a vida da menina, então ela teria que dar um jeito de fazê-la durar. Por fim, também apertou a sua mão.

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