- Obrigada por me trazer até aqui, Vivian. – Megan deu um grande abraço em sua amiga ainda no carro. Ela estava tão empolgada que estava prestes a explodir de tanta felicidade. Claro, ela sabia que havia uma competição acirrada para esse trabalho e que possivelmente ela ficaria em último lugar na escolha para esse cargo, mas só por participar já era um grande passo.
Megan não era muito confiante, então sempre pensava no pior. - Amiga, não quero te desanimar – Megan já estava preparada para o que vinha depois dessa frase. – Mas... olha a fila. – A morena, com óculos e franja, virou e olhou para a porta do prédio. Muitas mulheres bonitas, de todos os tipos, aguardavam a entrada. – Sei que é bem... problemático, mas é óbvio que vão escolher uma daquelas supermodelos para ser a assistente de ThomasThompson. E olha, eu não quero dizer que você é feia e tudo mais, mas... - Relaxa, Vivian, eu sei o que você quer dizer. – Por fora, ela agiu supernormal, contudo, por dentro, esse fato a desanimava. A morena tinha uma autoestima negativa, e competir injustamente com as top models da porta a deixava ainda mais deprimida. Contudo, aquilo era a oportunidade da sua vida. Megan era jovem, inteligente e uma das coisas que ela mais ama na vida é usar calça de moletom no frio, com uma pipoca e N*****x, e seu sonho de ser uma assistente administrativa estava a um passo de se tornar real. Claro que ela conhecia a má fama do seu possível chefe, mas não se importava, pois ela tinha convicção de que com ela, ele não teria problemas. – Não custa tentar. - Boa sorte. – Vivian não queria deixar a amiga triste, mas se preocupava. Afinal, às vezes, a amiga se lamentava e entrava em um discurso pessoal do quanto ela não era bonita e que nunca conseguiria nada se não fosse, no mínimo, arrumada. O patriarcado era seu verdadeiro inimigo. – Quando terminar, pode me ligar que venho te buscar. Vivian trabalhava em um fastfood e fazia de tudo pela sua melhor amiga. Megan entendia o seu medo e preocupação, mas jurava que era forte o bastante para aceitar a recusa. - Não precisa se preocupar. Eu não quero que saia do seu trabalho por minha causa. - Faria qualquer coisa por você. - Eu sei. As duas riram e Megan saiu, respirando fundo e pensando positivo. Ela não pensou no que faria depois do resultado, só no caso de um não. No caso: ficaria chateada e decepcionada, mas aceitaria. Então, se olharia no espelho e odiaria seu reflexo, pois o mundo era injusto e não lhe dava oportunidade por ela não ser bonita, e que, mesmo com seu currículo e recomendações, se você não tem belas pernas, cintura fina e peitos grandes o suficiente para seduzir seu chefe, não conseguia chegar a lugar nenhum. - Megan, você é melhor do que isso. Não precisa ficar nervosa. – Falou a si mesma. Com um sorriso no rosto, ela foi até a fila de mulheres lindas, com cabelos lisos e enormes, vestidas com roupas justas e de salto alto, muito diferente dela, que tinha cabelos ondulados, presos em um rabo de cavalo, uma calça jeans básica, uma blusa branca com um casaco por cima, e uma bota preta de salto médio. Além dos óculos. As mulheres olharam para a pequena com tanto desdém que algumas riram. Isso quebrou a mínima confiança de Megan, mas ela não baixou a cabeça. Pensou em não se importar com as concorrentes e fazer o seu melhor na entrevista. O prédio era enorme, uma entrada imponente que a deixava tonta. Provavelmente elas seriam levadas para dentro, para alguma sala onde fariam a entrevista. Assim que o carro de Caroline parou em sua vaga, todas se animaram. Megan sentiu seu coração na mão. Não tinha como voltar atrás. Por um momento, olhou em volta e quis se enfiar em um buraco. Então, todas assistiram, ansiosas, a mulher descer e se dirigir à entrada. Com classe e agindo como superior, usando um óculos escuro e sua bolsa branca de grife, ela não quis olhar para nenhuma, mas como estava com os óculos, pôde avaliar, de primeira, recebendo um spoiler de como será seu dia. Ela já passou por aquilo antes. Um monte de mulheres entregando seu currículo para dormir com seu irmão. Obviamente, se ela escolher uma daquelas, não dará dois dias para que ele a coloque na sua cama. Então, a surpreendendo, uma entre elas chamou sua atenção. De cabeça baixa, a morena de óculos a olhava com olhos arregalados. Ela arrumou a jaqueta e espremeu a pasta em seus braços. Caroline a olhou dos pés à cabeça. Seu rosto pálido, com uma coloração avermelhada no momento em que ela passou, a fez rir. Na cabecinha de Megan, era um deboche. Obviamente que ela só entraria, gaguejaria e seria mandada embora, mas já que estava ali, não sairia correndo. Seria muito humilhante. Assumir a derrota. Já Caroline, estava certa de que, boa ou não, aquela era sua escolhida. - Você deveria correr, antes que passe mais vergonha. – Uma loira disse, rindo de Megan, a deixando ainda mais tímida. – Não vê que ela não vai escolher uma desajeitada como você? Megan ficou furiosa. Ela queria dizer muitas coisas à desaforada, como: - Claro, sua perua, porque uma peituda que se veste como uma prostituta será a escolhida. Acha mesmo que vão escolher você ou outra, que se veste tão vulgar, para estar ao lado de Thomas Thompson? Aposto que não sabe nada dele a não ser que é um pegador. Aposto que ficará menos de uma semana, até ele a levar para cama e você perder o emprego, pois vai criar expectativa de que, daquela vez, ele irá namorar com você.Mas sua timidez a impedia de bater de frente. Porém, quem estava ali? Caroline, e como já tinha decidido não perder seu dia de trabalho entrevistando mulheres vulgares, para no fim ouvir a nerd tímida, ela tomou uma atitude antes de entrar no prédio. A mulher parou, virou e baixou um pouco o óculos, se aproximando lentamente. Quando a loira notou isso, se calou, se encolhendo no canto e engolindo a língua. Caroline, astuta, observou todas. Algumas riam, achando que isso era um pré-requisito, outras estavam nervosas, arrumando o cabelo liso, e depois, para Megan. Seu rosto era lindo, olhos claros, uma confiança, embora escondida, transmitia uma boa impressão. A menina não sabia se seria mandada embora ali mesmo. Seria muito humilhante. - Você – Caroline apontou para a baixinha, que ficou gelada. – Venha comigo. As outras, tenham um bom dia. Podem ir embora. O choque foi coletivo. As mulheres olharam para Megan como se ela fosse um monstro. Pensando que seria morta, ela correu atrás de Caroline, para dentro do prédio. Seu coração estava na boca. Não entendia se foi um sonho, erro ou alguma outra brincadeira, mas ali, ela não questionaria.Ela parecia um pato assustado e curioso, foi o que Caroline pensou. Megan estava impressionada, ainda sem acreditar. Olhava todos os setores daquele lugar. Haviam muitas pessoas trabalhando. Uma enorme empresa de tecnologia.Ela mal podia acreditar. Queria dar pulinhos de alegria, mas achava que seria recusada por parecer uma boba.Merda! O que faço agora? Não cheguei a pensar no sim. Claro que já trabalhei antes, mas nunca nesse cargo. É o meu sonho e posso estragar tudo com a minha timidez. E sou um desastre ambulante. Tropeço, sou tagarela, quando ganho intimidade, e me visto como uma velha de oitenta anos.Obviamente que Thomas vai rir na minha cara. Vai me olhar como se eu fosse um pato feio na sua frente, tremendo como vara verde.Será que vou passar a odiar o meu chefe? Deus, que isso não aconteça. Sei que tem uma grande possibilidade de eu me decepcionar. Vou ser a assistente daquele cafajeste bonitão?Meu Deus, vou surtar. Quem diria?Claro, eu disse a mim mesma que não ia ex
Megan saiu daquela empresa com um sorriso enorme no rosto. Ela estava vivendo um sonho, sem saber que isso seria mais complicado do que ela imaginava. Ser desajeitada foi uma característica que lhe deu vantagem, mesmo que algumas pessoas da sua família dissessem que seria bem difícil de conseguir algum namorado. Não que ela estava ali, sendo contratada, para seduzir o chefe. Agora ela tinha um problema a ser solucionado. Olhando de fora, ela mais parecia uma adolescente do colegial. Sua personalidade submissa seria um problema, pois seu dever era meio que ser a babá de um homem que tem o dobro da sua idade, um charme fora do comum e seu maior medo era cair nas graças do safado. Pensar nisso a deixou envergonhada.Será que ele é muito teimoso? Vai rir na minha cara se eu for dar uma “ordem” e me achar uma idiota boba que quer controlar um homem de quarenta anos? Bem, na verdade, eu sou a pessoa mais responsável. Ele até parece um adolescente rebelde que só pensa em sexo.- Ai meu Deu
Thomas amanheceu com dor de cabeça. Ele passou dos limites, na noite passada. Dessa vez ele estava sozinho, em casa.No fundo, Thom não era um homem ruim. Entendia seu problema, mas ao olhar sua casa, enorme, silenciosa e fria, sem ânimo para viver, ficava tão deprimido que a única coisa que pensava em fazer era beber, pensando que assim esqueceria dos problemas.Caroline bateu em sua porta cedo. Ele nem quis falar com ela. Estava furioso, pois a irmã o tratava como uma criança. Mas o pior era que ele agia como uma, então, era consequência dos seus atos.Naquela manhã ele exagerou no treino. Bateu tanto naquele saco que se cansou. Sua mão doeu e sua cabeça não passou. Era ressaca e se sua irmã notasse isso, ele teria ainda mais dor.— Thom, sua nova assistente já está chegando. – Ela apareceu na porta. Ofegante, Thomas parou o que fazia, sem olhar para ela, encostou a cabeça no saco e tentou se acalmar. – Tenho muito o que dizer antes disso.— Caroline, posso dizer uma coisa?— O que?
Megan estava tão nervosa que suas mãos soavam. Na verdade, ela estava transpirando, se abanando, pois parecia fora do controle. Os dois conversavam na sala e tudo o que ela podia imaginar é que Thomas não gostou nada da escolha de Caroline, para ser sua nova assistente. Na verdade, a função de Megan era mais de uma babá. Ela cuidaria da comida, roupas, eventos, não deixar ele se ralar, então era quase a mesma coisa que cuidar de um bebê. Porém, aquela "criança" tinha uma bela barba bem-feita, um cabelo loiro escuro, liso, bem cortado, e o corpo de um Deus grego que a fazia babar na tela do seu celular, quando foi se aprofundar mais no seu novo chefe afinal, ela tinha que saber onde estava se metendo. Contudo, aquele em questão estava bem perto dela.— Não pira, Megan. — Respirou fundo e tentou se acalmar. — Lembra que isso é seu trabalho. Você tem que fazer tudo certo. Nada de se atrapalhar. Não pode dar motivos para que eles te demitam. Essa é a oportunidade de crescer, e de quebra,
Thom olhava para Megan com certa raiva da mulher que ele nem conhecia direto. Tudo por causa da ideia maluca da sua irmã, de colocar uma menina boba como babá dele.Ele e seu amigo, Trevor, estavam sentados em uma mesa, do lado de fora de um restaurante bem conhecido. Eles conversavam sobre a situação atual do Playboy. Que não era uma das melhores.A garota ficou perto do bar, dizendo o que pode ou não, ser servido ao Thomas.Ele estava a ponto de ir lá e manda-la embora, mesmo que a culpa não fosse dela.— Tenho que arrumar uma forma de me livrar dela. — Disse, ainda encarando a mulher, que se distraia com algo em seu telefone. Assim que sentiu a energia negativa e olhou em sua direção, Megan ficou paralisada, mais vermelha do que um tomate.— Dorme ligo com ela. — Trevor estava gostando de brigar sobre o caso. — Afinal, é uma das regras.Thom riu amargamente.— Minha irmã, dessa vez, jogou sujo.— Há é? — O amigo não fazia ideia do que ele estava falando.— Megan é uma virgem.— Vi
O dia estava nublado, refletindo perfeitamente o clima interno de Thomas. Seus dedos apertavam o volante com força enquanto ele dirigia seu carro pela movimentada cidade até a empresa de Tecnologia de Thom. O trânsito parecia se arrastar lentamente, a irritação aumentando a cada segundo.Megan, sentada ao lado dele no banco do passageiro, mal se atrevia a olhar para o chefe. Ela podia sentir a tensão emanando dele, e mesmo que não fosse diretamente culpa dela, sabia que suas ações recentes o haviam ferido profundamente. Ela só queria ajudar, mas agora se via como a causa de mais problemas.Finalmente, chegaram ao prédio da empresa. Thomas estacionou o carro com uma parada brusca, deixando Megan surpresa com a força do movimento. O coração dela batia acelerado, sentindo-se assustada e envergonhada por estar praticamente correndo atrás dele enquanto seus novos colegas de trabalho observavam a cena.Silenciosamente, eles seguiram para o elevador. O ambiente era tenso, e nenhum dos dois s
- Qual o seu verdadeiro plano, irmã? – Thom pôs as mãos na cintura e andou de um lado a outro, nervoso, em dúvida e irritado o bastante para jogar algo no chão. Ao olhar para o lado de fora, Megan estava conversando com alguém ao telefone. Ela era seu maior problema, atualmente. Tudo por culpa da sua irmã. – Me enlouquecer, com aquela garota?- Thomas, pare de agir como um menino mimado. – Caroline estava sentada na cadeira enfrente a mesa do presidente. Ela sabia que seu irmão iria espernear, se fazer de difícil e ficar muito irritado, como um viciado em abstinência. – Ela é sua nova assistente...- Não, ela é a minha babá. – Concluiu. – Acha mesmo que vou aceitar isso?- Thom, isso não é uma punição. Tudo o que essa menina está fazendo é cumprir com as minhas ordens.- Exato, como se fosse uma mãe. Sendo que sou eu o mais velho.- Não, você pode ter nascido primeiro, mas não é responsável, é um menino que não tem responsabilidades e que nem se importa com os outros, comigo. – Ela se
Megan ainda estava perturbada com o que aconteceu antes do café. Thomas entendia seus limites, era apenas provocação com a garota virgem que babava todas as vezes que ele aparecia sem camisa. Era engraçado ver a tagarela perdendo as palavras ou ficando aérea todas as vezes que ele aparecia.- Megan? – Ele a chamou, percebendo que havia um silencio aterrorizante no carro que ele dirigia em direção a um evento que reuniria grandes empresários. – Você está bem? – Ele franziu o cenho, tentando prestar atenção no caminho e nela. – Está em silencio por muito tempo.Megan ficou tímida depois do que aconteceu, pois naquele momento a mulher se sentiu atiçada. Nenhum homem já conseguiu deixa-la muda ou tão excitada.Seu defeito era a timidez. Ninguém nunca se aproximava dela com tais intenções, pois ela nunca era aberta a conversar com estranhos, e quando alguém, por milagre, parecia se interessar e chegar perto dela, a mulher não entendia e saia de perto.Então, seu novo chefe aparece. Ele é