CAPITULO 3

- Vai mesmo morar com ela? – a preocupação carregava cada palavra.

 -Assim eu consigo ficar mais perto deles, saber se posso mesmo fazer isso.

- Você já fez isso inúmeras vezes mi rosa, o que tem de diferente agora?

- Eu não sei. – me sento sobre a sombra de uma arvore. – Você disse algo a ele?

- Nunca diria nada que colocasse a sua vida em perigo, mas ele está desconfiado, disse que você está demorando demais para terminar isso, vai mandar alguém atrás de você. - Marco parecia desesperado. – Não vale a pena se arriscar por essas pessoas Cami.

- Me mande as coisas que você descobriu, ai eu decido se acabo logo com isso ou não. – meu irmão fica em silencio.

- Ok. Mas se seus planos mudarem, eu preciso saber. Não vou conseguir te proteger se as coisas fugirem do meu controle, mi rosa.

- Eu sei hermano, eu sei. – respiro fundo.

- Preciso ir, não posso ficar muito tempo.

- Vou ficar esperando os arquivos.

- Tudo bem. Se cuida Cami. – a voz sai preocupada e temerosa.

- Você também Mac. – a linha fica muda.

O resto da semana passa lento e vagaroso. Todo tempo livre que tenho passo analisando os documentos que Marco havia me mandado. Vejo as fotos espalhadas pela pequena mesa de centro, na tela do computador as informações necessárias para que eu tomasse a minha decisão.

- Chegamos. – Melissa grita assim que passa pela porta do meu pequeno apartamento, apressada fecho o notebook e guardo as fotos em uma pasta. – Meu Deus amiga, que bagunça. – ela olha ao redor, as caixas empilhadas, as malas cheias de roupas. – Meninos, podem levar tudo para baixo. – ela ordena fazendo seus irmãos entrarem.

- Vou cobrar o frete. – Bartolomeu reclama assim que pega uma caixa, os músculos se flexionando com o peso.

- Vocês não precisavam ter vindo. – digo. – É pouca coisa, eu poderia ter descido.

- Até parece que ela ia deixar a gente em paz se isso acontecesse. – Ottavio revira os olhos e levanta uma caixa como se fosse uma folha de papel.

- Para que serve ter irmãos tão fortes assim se eu não puder usa-los. – Mel dá de ombros.

- Estou me sentindo um objeto assim. – Bart reclama.

- Menos conversa e mais trabalho. – a moça ordena.

- Não me sinto confortável com isso Mel. – observo os dois rapazes levarem minhas coisas escada a baixo.

- Se sinta grata por eles quererem ajudar. – ela cruza os braços. – Vamos mesmo morar juntas. – vejo o enorme sorriso iluminar o rosto dela.

- Vamos sim. – olho pelo canto do olho para as coisas em cima da mesinha. – Pode deixar que essas coisas eu levo. – digo assim que Bart indica que mexeria nelas. – Ainda não terminei de arrumar. – me explico.

- Ok, vou deixar essa com você. – ele sorri aliviado pelo trabalho ter terminado.

Apressada eu junto tudo e coloco de qualquer jeito dentro da mochila.

- Que a nossa nova vida comece. – Melissa anuncia animada.

Ficamos a tarde toda arrumando a nossa nova casa, Ottavio e Bartolomeu carregavam desanimados todas as coisas da irmã.

- Meu Deus Melissa, suas coisas não acabam nunca. – o menino mais novo reclama assim que coloca uma caixa no chão. – Isso aqui é o que, chumbo?- ele coloca as mãos nas costas para alongar a coluna.

- São apenas alguns dos meus sapatos. – ela cruza os braços como se não fosse nada demais.

- Boa sorte para arrumar tudo isso.

- Aonde você vai? – a mulher questiona o irmão.

- Você pediu ajuda com a mudança, a arrumação fica por conta de vocês. – ele passa pela porta fugindo do olhar severo da irmã.

- Bom, precisamos arrumar o máximo de coisas que conseguirmos. – olho as horas na tela do telefone. – E eu preciso trabalhar hoje a noite.

- Vai me deixar sozinha na nossa primeira noite na casa nova?

- Até parece que você vai ficar aqui, ainda mais em uma noite de sábado.

- Bom... pensei mesmo em dar uma saída pra relaxar um pouco. – ela se explica.

- Então vamos começar logo com isso. – indico as inúmeras caixas e malas espalhadas pela sala. – Se não você não vai achar uma calcinha nessa bagunça.

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