Ouço os pneus cantarem no cascalho a frente da minha casa, salto do carro deixando o motor ligado, abro a porta de trás e com cuidado tiro Camille de la.- Mi vida, não me deixe. – imploro em um sussurro. O sangue ainda jorrava de seu corpo agora pálido e frio. – Onde está o médico? – pergunto assim que passo pela porta da frente.- Esta chegando, mas. - Ottavio congela com a visão a sua frente.Precisa leva-la para cima, agora. – meu irmão abre espaço para que eu suba. – Coloque-a aqui. – ele abre uma porta e eu entro, o quarto era claro, os lençóis brancos cobrindo a grande cama. – Precisamos achar o ferimento. Pegue uma toalha molhada, tem muito sangue. – assim que eu a coloco na cama, Ottavio começa a retirar a roupa de Camille. No automático eu sigo as ordens do meu irmão mais novo, corro para o banheiro, pego uma toalha pequena e coloco em baixo da torneira ligada, deixo o tecido macio se ensopar com a agua.- Aqui. – entrego a toalha molhada para Otto que com as mãos ágeis come
Minha cabeça latejava incessantemente, aperto os olhos e pisco inúmeras vezes para adaptar minha visão a luz forte. - Ele vai morrer também? – ouço a voz distante de Melissa chegar arrastada aos meus ouvidos. - Ele está se recuperando. – era possível ouvir os gestos cansados de Ottavio ao andar devagar pelo quarto. - Já tem quase um dia que ele não acorda. – a preocupação carrega as palavras de Bartolomeu. - Ele perdeu muito sangue, mas vai ficar bem. – o segundo irmão estava cansado, mas preocupado demais para se permitir dormir. - Ainda não chegou o dia que vocês vão se livrar de mim. – minha garganta se fechar e queima com cada palavra. - Puta merda, Andrea. – Otto passa a mão pelo rosto derrotado. - Preciso de um pouco de água. – me forço para sentar na cama, sinto os músculos se contorcerem com os movimentos. – Sinto que um trator passou por cima de mim, e mais umas cinco vezes só para garantir. – uma risada seca sai por meus lábios. - Aqui. – Mel se senta ao meu lado na c
- Muitas famílias morreram assim, gerações inteiras foram dizimadas, exterminadas. Famílias poderosas, tanto quanto a nossa. – as informações ditas por Ottavio torna as situações mais difíceis.- Eles nunca ousaram pisar aqui. – sinto minha cabeça doer com a pressão na mandíbula.- Mas agora parecem serem audaciosos de mais para isso. – o olhar de Otto demonstrava a mesma preocupação que eu sentia.- Os Rivera estão ficando audaciosos. – olho por cima do ombro e encaro o rapaz deitado na cama, os cachos castanhos ficando grandes, os olhos fechados, a cabeça deitada sobre um dos braços e o outro com a mão apoiada preguiçosamente sobre a bariga. – Ouvi boatos de que Lorenzo quer dominar toda a América do Sul. Todos os territórios, sem exceção. – o ar fica cada vez mais pesado. – Todos sabemos que a única pessoa que carrega o título de anjo da morte trabalha para ele, o único ser humano no mundo frio e vil o suficiente para matar sem piedade, o assassino mais bem treinado que já ouvimos
Sinto a água quente esquentar minha pele enquanto desce pelo meu corpo, apoio a cabeça na parede e deixo a constância rítmica do chuveiro relaxar meus músculos. Começo a fazer lentamente uma lista do que sabíamos desde aquela noite.1. Os Rivera estão querem tomar o poder de todos os territórios;2. Eles têm um assassino frio e cruel que não se importa com quem vai morrer;3. Nós somos os alvos;Minha cabeça doí com todos os pensamentos que rondam, os Rivera eram aliados do meu pai enquanto ele ainda estava vivo, mas desfiz essa relação quando assumi o posto de capo. Eles são poderosos e vis, nos últimos anos ganharam territórios com muito derramamento de sangue, eu também consegui impor meu poder sobre o meu território durante os 13 anos que estive na liderança, mas nunca fiz o que eles fazem.As imagens dos corpos nos relatórios de Bart preenchem minha mente, meu peito doí, famílias inteiras mortas, pais, filhos, irmãos, primos, crianças, a foto de um bebê morto em seu berço me da n
Minhas pálpebras pesavam a medida que tentava abri-las, minha garganta queimava, todo meu corpo se contrai com a dor que se espalha.- Mel? – a voz sai arranhada e baixa, um sussurro. A mulher parada perto da janela se vira surpresa na minha direção.- Cami. – ela corre e se ajoelha ao lado da cama. – Meu Deus Cami. – Melissa segura minha mão, os olhos cor de âmbar brilhando com as lagrimas que descem pesadas por seu rosto. – Tivemos tanto medo. – as palavras saem cortadas entre os soluços.- O que...? – tento me levantar, mas minha cabeça gira e meus músculos grita de dor.- Não se esforce. – ela pede se levantando. – Vou chamar o Otto, ele vai ver como você esta. – secando as lagrimas e com um enorme sorriso minha amiga sai do quarto me deixando sozinha.Meus olhos correm pelo comodo, a luz forte do sol entrando pela janela grande, o ar era leve e limpo, na mesa ao lado da cabeceira havia um jarro com flores roxas dentro, o bip baixo chama minha a tenção para as máquinas do outro la
Encaro a parede ao fundo por alguns segundos que duram uma eternidade.“Um mês”Obrigo meus pulmões a se encherem de ar, o peito doendo pelo esforço.- Como ainda estou viva? – meu olhar caminha pelo quarto, rosto por rosto, todos apreensivos, com medo. – Eu deveria estar morta.- Ottavio é um ótimo médico, e tivemos a ajuda de um amigo da família. – Andrea quebra o silêncio, a voz grossa e baixa, os olhos focados em mim, em cada movimento, gesto, demonstração de dor.- Como vim parar aqui? – me forço a sentar na cama novamente.- Por favor, fique sentada. – seu rosto se contrai como se cada movimento meu lhe causasse dor. – Você ainda não esta cem por cento, precisa descansar. – o homem pede com carinho, sinto meu rosto esquentar com o excesso de atenção.- And está certo. – encaro Ottavio e dou um sorriso discreto ao ouvir o apelido que os irmãos deram ao capo. – Você precisa descansar, se hidratar e se alimentar também. – ele levanta e retira a bolsa de soro quase vazia. – Seu corp
Sinto o ar refrescante da geladeira assim que a abro, meus olhos correm pelos itens organizados nas prateleiras, verduras, frutas, legumes, e bebida.- Vou querer uma. – vejo os dedos finos e delicados de Melissa passarem por mim e agarrarem uma garrafa escura. – Precisamos fazer de tudo para ela ficar aqui. – o tom de voz preocupado refletia o amor que sentia pela amiga. – Foi nossa culpa o que aconteceu com ela. – a menina se encosta na ilha localizada no centro da cozinha, os irmãos curvados sobre a mesma.- Já estamos cuidando disso, Mel. – pego o que preciso e fecho a geladeira.- Ela está mesmo segura? – os olhos ambar perdidos se focam em mim.- Eu prometo que todos aqui vão dar a vida para mante-la segura. – retiro uma faca d suporte, a lamina brilhando, a luz que inundava o lugar.- Bom, agora já chega dessa conversa melancólica. – Bartolomeu ergue o corpo, a ergia ao seu redor mudando. – Camille deve estar morrendo de fome. – ele pega um tomate e observa. – Quer ajuda?– sua
Sinto o ar refrescante da geladeira assim que a abro, meus olhos correm pelos itens organizados nas prateleiras, verduras, frutas, legumes, e bebida. - Vou querer uma. – vejo os dedos finos e delicados de Melissa passarem por mim e agarrarem uma garrafa escura. – Precisamos fazer de tudo para ela ficar aqui. – o tom de voz preocupado refletia o amor que sentia pela amiga. – Foi nossa culpa o que aconteceu com ela. – a menina se encosta na ilha localizada no centro da cozinha, os irmãos curvados sobre a mesma. - Já estamos cuidando disso, Mel. – pego o que preciso e fecho a geladeira. - Ela está mesmo segura? – os olhos ambar perdidos se focam em mim. - Eu prometo que todos aqui vão dar a vida para mante-lá segura. – retiro uma faca do suporte, a lamina brilhando à luz que inundava o lugar. - Bom, agora já chega dessa conversa melancólica. – Bartolomeu ergue o corpo, a ergia ao seu redor mudando. – Camille deve estar morrendo de fome. – ele pega um tomate e observa. – Quer ajuda?