Nuvens espessas e cinzas encobriram o céu e de repente e logo, começou a chuviscar. Emma olhou para o pavimento molhado em frente à mansão enquanto pensava sobre tudo o que Brandon lhe falou na manhã anterior. A briga pela guarda do filho seria uma batalha intensa, já que Emma também não abriria mão da guarda do menino. A bolsa com roupinhas e fraldas do bebê estava sobre a poltrona, e o menino descansava placidamente no berço. Ela pretendia aproveitar para sair daquela casa enquanto Brandon estava no escritório no edifício da corporação Zucconi. Mantendo o braço cruzado na altura do suéter que cobria os peitos, ela continuava pensando sobre as brigas e como toda a energia negativa de seus problemas com Brandon afetaria o seu filho. “Ele não vai desconfiar se eu for para a casa da minha mãe.” Seus olhos se voltaram para as gotas da chuva batendo no vidro da janela enquanto os pensamentos vagavam.— É isso! — falou Emma, decidida. — Vou visitar a minha mãe.Após pegar poucas peças de
— Eu já disse que não preciso de guarda-costas me seguindo, e certamente não preciso de você me acompanhando — Emma respondeu, tentando esconder a tremedeira na voz.— Emma, não estou aqui para discutir. Você sabe muito bem que a sua segurança e a do nosso filho é importante. — Ele se inclinou um pouco, ficando mais próximo da janela ao seu lado. — Tenho que protegê-los. — Virou o rosto para olhar o bebê que continuava dormindo serenamente.Emma respirou fundo, sabendo que discutir com Brandon ali, na frente do bebê, não levaria a nada. Ela precisava encontrar uma maneira de sair daquela situação sem causar mais discussões.— Tudo bem, — ela disse finalmente, com uma voz mais suave. — Mas não pense que isso vai se tornar um hábito. Vou sozinha na próxima vez.Brandon sorriu, satisfeito com a aparente rendição de Emma. — Antes de sair, esclareça uma coisa, — Brandon ergueu o tronco, endireitando os ombros em seguida. — Por que está mentindo?— Eu não compreendo! — As pupilas de Emma d
Brandon sentia o toque macio dos lábios de Emma contra os seus, um calor crescente invadindo seu corpo enquanto buscava reacender a chama da paixão que os envolveu nos últimos meses. Seus dedos acariciavam suavemente a nuca dela, tentando puxá-la para mais perto ao passo que a língua continuava deslizando para dentro de sua boca. Subitamente, Emma o afastou com as mãos. — Nunca mais chegue perto de mim! — A voz tremia de raiva. — Admita que você me quer, Emma Prado Zucconi! — Brandon insistiu, ajeitando a lapela do blazer e endireitando o ombro, tentando manter a compostura. Por alguns segundos, os lábios dela se mexiam sem emitir nenhuma palavra. Um calor se espalhava por seu peito, mas ela só conseguia lembrar do que Brandon fez na noite em que a levou para casa. — Tenho nojo de você! — As palavras dela ecoaram no vazio do ambiente, cada sílaba atingindo Brandon como um golpe. Aquelas palavras o destruíram por dentro, endurecendo seu coração como uma pedra fria. — Assine logo
Era irônico vê-la exigir explicações e Brandon reagir com desprezo. De repente, ele parou de sorrir. O canto da boca estava comprimido e elevado e os olhos azuis direcionados para a imagem exibida na tela do celular de Emma.— Não esperava isso de você. — Os olhos de Emma brilhavam de lágrimas contidas e a sua voz titubeava em meio à indignação. — Você está falando sério? — Brandon olhou do celular para Emma, um sorriso desprezível nos lábios…— Acha isso engraçado? — Ela baixou o iPhone, mas seus olhos continuaram concentrados em Brandon.— A mulher que passou os últimos meses pedindo o divórcio, agora está reclamando por me ver com outra pessoa! Isso é hilário.Emma sentiu o sangue borbulhar em suas veias. O tom de desdém de Brandon estava atingindo-a como se fossem golpes dolorosos de facadas.— Eu pedi o divórcio, sim! — Ela gritou, sua voz ecoando pelo corredor. — Isso não significa que eu mereça ser humilhada dessa forma.Brandon deu um passo à frente, seu sorriso desaparecendo
Nervosa, Emma fitou a mobília de mogno escuro e as prateleiras repletas de livros. Era inegável que ela estava com saudades de seu trabalho e se tudo desse certo, logo, ela ganharia a sua liberdade para procurar emprego em outra livraria sem ter o ex-marido como o seu chefe.— Podemos começar! — Brandon falou com os advogados.Com uma expressão impassível, o senhor Zucconi voltou os olhos para a papelada sobre a mesa.Do outro lado, a mão de Emma estava tremendo enquanto segurava a caneta.— Doutor Santoro, a minha cliente exige apenas a guarda total do filho e uma pensão alimentícia do gestor. — Aurora começou a falar num tom firme e profissional.O advogado Cesare Santoro ajustou os óculos e assentiu calmamente. Ele era um homem de meia-idade, com uma postura que exalava confiança.— Entendo, Dra. Caruso — disse ele, com uma voz tão serena quanto a expressão em seu rosto. — Vamos discutir essas demandas de forma justa e objetiva. Acredito que todos aqui desejamos o melhor para o meni
O rosto estava queimando com o furor que sentia quando começou a assinar cada uma das folhas sobre a mesa.— Agradeço pela sua colaboração, doutora Caruso, — disse Cesare, levantando-se e estendendo a mão.Aurora apertou a mão dele, assentindo.Era isso, tudo estava acabado. Emma sentiu um pequeno desconforto em seu estômago, não estava tão exultante como imaginava que ficaria. Ela olhou para Brandon, que, apesar de tudo, parecia manter uma postura firme.Quando os advogados se foram, Brandon foi direto para o quarto do pequeno Lucca e tirou o dia de folga para brincar com o filho.Inesperadamente, Emma entrou no quarto do filho e viu Brandon conversando de um jeito bobo com o bebê enquanto o filho ria.Ao notar que era observado, Brandon ficou sem graça. Com o pequeno Lucca no colo, ele foi até a janela e mexeu para ter certeza de que estava trancada.Uma pontada de culpa começou afetá-la, mas Ela balançou a cabeça, livrando-se desse sentimento. Emma deixou a mamadeira sobre a cômoda
O coração batia num ritmo acelerado, enquanto o arrepio percorria o seu corpo. As palavras que ouviu de sua mãe a chocavam profundamente, e ela sentia a dor e a aflição tomando conta de seu corpo ao lembrar da notícia de que Brandon estava entre os passageiros da aeronave que sumiu do radar. Emma olhou para o filho, que ainda estava adormecido, parecia alheio a toda aquela miríade de emoções que a devastou. Um remorso a acometia quando pensou que o menino não teria mais o pai por perto. De repente, ela começou a soluçar, o corpo tremia incontrolavelmente. Amparada pela mãe, Emma se debulhou em lágrimas, sentindo o desespero tomando conta de seu ser. — Ele não tinha o direito de sumir assim… — disse Emma em meio ao desespero, a voz embargada por toda dor e tristeza que aflorava de sua alma. — Calma, minha filha! — Noemi tentou acalentar, puxando-a para um abraço, embora sentisse a própria angústia crescendo em seu peito. Contudo, Emma chorava por lembrar das duras palavras que
Estava difícil lidar com a ideia de que não o veria mais nos fins de semanas que Brandon ia visitar o filho.Embora estivessem numa luxuosa casa de veraneio em Capri, numa ilha no Golfo de Nápoles, Emma mal não sentiu vontade de sair para conhecer as belas paisagens acidentadas ou até mesmo de ir ao centro de compras.Por vezes, ela só ficava ao lado do filho e sempre estava atenta aos sites de notícias.Havia uma bolsa em torno de seus olhos inchados. Na maioria dos dias, ela não queria comer, apenas chorava.Certa manhã, Emma se sentou na poltrona ao lado do berço.Os olhos azuis do bebê se concentravam nos coloridos bichinhos do mobile giratório.— Você precisa descansar, minha filha! — Noemi a advertiu no momento que lhe entregou uma xícara com chá de camomila — Há dias que você não dorme.Emma continuou calada. Sempre que pegava no sono, ela sonhava com Brandon. Enquanto dormia, o subconsciente tratava de evocar as recordações dos eventos que antecederam o divórcio.Ela devia esta