Era irônico vê-la exigir explicações e Brandon reagir com desprezo. De repente, ele parou de sorrir. O canto da boca estava comprimido e elevado e os olhos azuis direcionados para a imagem exibida na tela do celular de Emma.— Não esperava isso de você. — Os olhos de Emma brilhavam de lágrimas contidas e a sua voz titubeava em meio à indignação. — Você está falando sério? — Brandon olhou do celular para Emma, um sorriso desprezível nos lábios…— Acha isso engraçado? — Ela baixou o iPhone, mas seus olhos continuaram concentrados em Brandon.— A mulher que passou os últimos meses pedindo o divórcio, agora está reclamando por me ver com outra pessoa! Isso é hilário.Emma sentiu o sangue borbulhar em suas veias. O tom de desdém de Brandon estava atingindo-a como se fossem golpes dolorosos de facadas.— Eu pedi o divórcio, sim! — Ela gritou, sua voz ecoando pelo corredor. — Isso não significa que eu mereça ser humilhada dessa forma.Brandon deu um passo à frente, seu sorriso desaparecendo
Nervosa, Emma fitou a mobília de mogno escuro e as prateleiras repletas de livros. Era inegável que ela estava com saudades de seu trabalho e se tudo desse certo, logo, ela ganharia a sua liberdade para procurar emprego em outra livraria sem ter o ex-marido como o seu chefe.— Podemos começar! — Brandon falou com os advogados.Com uma expressão impassível, o senhor Zucconi voltou os olhos para a papelada sobre a mesa.Do outro lado, a mão de Emma estava tremendo enquanto segurava a caneta.— Doutor Santoro, a minha cliente exige apenas a guarda total do filho e uma pensão alimentícia do gestor. — Aurora começou a falar num tom firme e profissional.O advogado Cesare Santoro ajustou os óculos e assentiu calmamente. Ele era um homem de meia-idade, com uma postura que exalava confiança.— Entendo, Dra. Caruso — disse ele, com uma voz tão serena quanto a expressão em seu rosto. — Vamos discutir essas demandas de forma justa e objetiva. Acredito que todos aqui desejamos o melhor para o meni
O rosto estava queimando com o furor que sentia quando começou a assinar cada uma das folhas sobre a mesa.— Agradeço pela sua colaboração, doutora Caruso, — disse Cesare, levantando-se e estendendo a mão.Aurora apertou a mão dele, assentindo.Era isso, tudo estava acabado. Emma sentiu um pequeno desconforto em seu estômago, não estava tão exultante como imaginava que ficaria. Ela olhou para Brandon, que, apesar de tudo, parecia manter uma postura firme.Quando os advogados se foram, Brandon foi direto para o quarto do pequeno Lucca e tirou o dia de folga para brincar com o filho.Inesperadamente, Emma entrou no quarto do filho e viu Brandon conversando de um jeito bobo com o bebê enquanto o filho ria.Ao notar que era observado, Brandon ficou sem graça. Com o pequeno Lucca no colo, ele foi até a janela e mexeu para ter certeza de que estava trancada.Uma pontada de culpa começou afetá-la, mas Ela balançou a cabeça, livrando-se desse sentimento. Emma deixou a mamadeira sobre a cômoda
O coração batia num ritmo acelerado, enquanto o arrepio percorria o seu corpo. As palavras que ouviu de sua mãe a chocavam profundamente, e ela sentia a dor e a aflição tomando conta de seu corpo ao lembrar da notícia de que Brandon estava entre os passageiros da aeronave que sumiu do radar. Emma olhou para o filho, que ainda estava adormecido, parecia alheio a toda aquela miríade de emoções que a devastou. Um remorso a acometia quando pensou que o menino não teria mais o pai por perto. De repente, ela começou a soluçar, o corpo tremia incontrolavelmente. Amparada pela mãe, Emma se debulhou em lágrimas, sentindo o desespero tomando conta de seu ser. — Ele não tinha o direito de sumir assim… — disse Emma em meio ao desespero, a voz embargada por toda dor e tristeza que aflorava de sua alma. — Calma, minha filha! — Noemi tentou acalentar, puxando-a para um abraço, embora sentisse a própria angústia crescendo em seu peito. Contudo, Emma chorava por lembrar das duras palavras que
Estava difícil lidar com a ideia de que não o veria mais nos fins de semanas que Brandon ia visitar o filho.Embora estivessem numa luxuosa casa de veraneio em Capri, numa ilha no Golfo de Nápoles, Emma mal não sentiu vontade de sair para conhecer as belas paisagens acidentadas ou até mesmo de ir ao centro de compras.Por vezes, ela só ficava ao lado do filho e sempre estava atenta aos sites de notícias.Havia uma bolsa em torno de seus olhos inchados. Na maioria dos dias, ela não queria comer, apenas chorava.Certa manhã, Emma se sentou na poltrona ao lado do berço.Os olhos azuis do bebê se concentravam nos coloridos bichinhos do mobile giratório.— Você precisa descansar, minha filha! — Noemi a advertiu no momento que lhe entregou uma xícara com chá de camomila — Há dias que você não dorme.Emma continuou calada. Sempre que pegava no sono, ela sonhava com Brandon. Enquanto dormia, o subconsciente tratava de evocar as recordações dos eventos que antecederam o divórcio.Ela devia esta
— O Brandon vai querer ver a Emma… — Isabella falou ao pegar a bolsa. — O meu filho continua magoado com aquela mulher. — Celine assegurou. — E se Emma for procurar por ele? — Eu já avisei para não passarem nenhuma informação para ela. Isabella respirou aliviada, mas continuava com receio de que Brandon se irritasse quando visse a notícia sobre o noivado na mídia. — Vamos, logo! O piloto já está nos aguardando no hangar. — Espere um minuto, preciso usar o toalete. — Não demore! — Impaciente, Celine retrucou. Assim que trancou a porta do lavabo, Isabella tirou o celular da bolsa e ligou para a sua fiel assistente. — Envie o contato da sua prima que trabalha naquele hospital de Miami onde o meu noivo está internado. — Sussurrou Isabella. — Sim, preciso de mais notícias sobre o Brandon. Batidas na porta apressaram-na. Isabella encerrou a chamada e jogou o iPhone na bolsa. — Vamos! — Celine falou do outro lado. — Estou pronta, — esboçando um sorriso, Isabella saiu
Emma continuou chutando e socando o ar no banco carona do carro, enquanto o homem tapava a sua boca com firmeza. — Acalme-se, querida! — pediu em um tom sereno. Emma reconheceu a voz antes mesmo de ver o rosto da mulher. Ela fitou a elegante mulher. — Solte ela! — ordenou Gustava quando o carro começou a andar. O homem liberou Emma, que se ajeitou no banco, o coração ainda batia acelerado e a sua respiração continuava entrecortada. Seus olhos vasculharam em volta para entender a situação. De um lado, havia um brutamontes e de outro, a sócia de Brandon. — Pare esse carro agora! — Emma gritou, mas o motorista do carro apenas olhou pelo retrovisor para Gustava, que negou com a cabeça e então, ele continuou a dirigir. — Quero te ajudar! — disse Gustava. Em questão de segundos, recordou-se daquela mulher e da sua relação com o seu ex-marido. — Você sempre foi contra o nosso casamento e insistia para que ele me demitisse da livraria. Por que você quer me ajudar agora? — As coisas m
O hospital Jackson Memorial era o único centro de traumatologia adulto e pediátrico em Miami. Celine conversava com a médica que cuidava de Brandon e ouvia sobre o estado de saúde de seu filho. Em uma cafeteria longe do hospital, Isabella estava sentada combinando tudo com a enfermeira que estava no setor de trauma adulto onde estava internado. — A sua prima falou bem de você! — Isabella esboçou um sorriso refreado. — Ela recomendou bastante o seu trabalho e no momento, quero que você continue cuidando do meu noivo. — Claro, — respondeu em meio ao sorriso. — Como está o meu noivo? — O senhor Zucconi despertou, mas tivemos que aplicar um calmante — informou a enfermeira Karen. — Ele estava chamando o nome de uma tal de Emma, — teceu o comentário antes de bebericar um gole do café. Um nó no estômago se formou quando Isabella sentiu um ligeiro desconforto. — Karen, preciso que você continue dando a mesma medicação ao meu noivo, — disse Isabella com secura. Pondo o enve