Brandon olhava para Emma com uma preocupação evidente em seus olhos. Ele sentia o sangue pulsar quente e rápido por suas veias, fazendo seu coração sacudir com força diante do confronto.— Eu pretendia te deixar em casa e sair de lá. — O tom ficou mais grave quando Brandon tentou se justificar.— Por que não fez isso? — Ela aumentou a voz e, em seguida, trincou os dentes após mais uma contração.— Foi você quem insistiu para que eu ficasse. — Replicou conforme a sua mente evocava a voz sensual de Emma naquela noite e a maneira como ela se abria, pedindo para entrar em seu corpo. — Você me puxou pela gravata e pediu para eu ficar, — ele murmurou.— Eu estava completamente bêbada, — respondeu ela, sentindo uma dor que atravessava suas costas e barriga, dilacerando-a por dentro.Emma se inclinou, apoiando a mão na enorme mesa do seu marido enquanto puxava e soltava o ar com dificuldade.Preocupado, Brandon saiu de sua confortável cadeira para acudi-la, mas foi interrompido pelo grito exas
— Parece que você cuidou de tudo, — disse ele, averiguando a papelada. — Já tem um advogado?— Advogada! — Emma o corrigiu.Nos dias em que Brandon teve reuniões em outras cidades, Emma contactou uma antiga sócia de seu ex-noivo para agilizar os trâmites do divórcio.Brandon pegou a caneta e girou por entre os dedos, pensativo. Ela não correspondia ao seu amor e desde que descobriu a verdade, Emma estava mais hostil.Do outro lado da mesa, ela continuou em pé enquanto observava a feição inescrutável do senhor Zucconi. A mágoa estava enraizada em seu coração, compelindo Emma a fazer escolhas precipitadas.— Temos que discutir alguns pontos, — ele rompeu finalmente a quietude do escritório.— Não quero o seu dinheiro e nada que venha da sua família.— Meu filho é um Zucconi, Emma! — Socou a mesa com o punho cerrado. — Querendo ou não, ele é o meu único herdeiro.Brandon admitia perdê-la, mas ele jamais abdicaria de seu filho.— Marque uma reunião com a sua advogada, — proferiu Brandon nu
Nuvens espessas e cinzas encobriram o céu e de repente e logo, começou a chuviscar. Emma olhou para o pavimento molhado em frente à mansão enquanto pensava sobre tudo o que Brandon lhe falou na manhã anterior. A briga pela guarda do filho seria uma batalha intensa, já que Emma também não abriria mão da guarda do menino. A bolsa com roupinhas e fraldas do bebê estava sobre a poltrona, e o menino descansava placidamente no berço. Ela pretendia aproveitar para sair daquela casa enquanto Brandon estava no escritório no edifício da corporação Zucconi. Mantendo o braço cruzado na altura do suéter que cobria os peitos, ela continuava pensando sobre as brigas e como toda a energia negativa de seus problemas com Brandon afetaria o seu filho. “Ele não vai desconfiar se eu for para a casa da minha mãe.” Seus olhos se voltaram para as gotas da chuva batendo no vidro da janela enquanto os pensamentos vagavam.— É isso! — falou Emma, decidida. — Vou visitar a minha mãe.Após pegar poucas peças de
— Eu já disse que não preciso de guarda-costas me seguindo, e certamente não preciso de você me acompanhando — Emma respondeu, tentando esconder a tremedeira na voz.— Emma, não estou aqui para discutir. Você sabe muito bem que a sua segurança e a do nosso filho é importante. — Ele se inclinou um pouco, ficando mais próximo da janela ao seu lado. — Tenho que protegê-los. — Virou o rosto para olhar o bebê que continuava dormindo serenamente.Emma respirou fundo, sabendo que discutir com Brandon ali, na frente do bebê, não levaria a nada. Ela precisava encontrar uma maneira de sair daquela situação sem causar mais discussões.— Tudo bem, — ela disse finalmente, com uma voz mais suave. — Mas não pense que isso vai se tornar um hábito. Vou sozinha na próxima vez.Brandon sorriu, satisfeito com a aparente rendição de Emma. — Antes de sair, esclareça uma coisa, — Brandon ergueu o tronco, endireitando os ombros em seguida. — Por que está mentindo?— Eu não compreendo! — As pupilas de Emma d
Brandon sentia o toque macio dos lábios de Emma contra os seus, um calor crescente invadindo seu corpo enquanto buscava reacender a chama da paixão que os envolveu nos últimos meses. Seus dedos acariciavam suavemente a nuca dela, tentando puxá-la para mais perto ao passo que a língua continuava deslizando para dentro de sua boca. Subitamente, Emma o afastou com as mãos. — Nunca mais chegue perto de mim! — A voz tremia de raiva. — Admita que você me quer, Emma Prado Zucconi! — Brandon insistiu, ajeitando a lapela do blazer e endireitando o ombro, tentando manter a compostura. Por alguns segundos, os lábios dela se mexiam sem emitir nenhuma palavra. Um calor se espalhava por seu peito, mas ela só conseguia lembrar do que Brandon fez na noite em que a levou para casa. — Tenho nojo de você! — As palavras dela ecoaram no vazio do ambiente, cada sílaba atingindo Brandon como um golpe. Aquelas palavras o destruíram por dentro, endurecendo seu coração como uma pedra fria. — Assine logo
Era irônico vê-la exigir explicações e Brandon reagir com desprezo. De repente, ele parou de sorrir. O canto da boca estava comprimido e elevado e os olhos azuis direcionados para a imagem exibida na tela do celular de Emma.— Não esperava isso de você. — Os olhos de Emma brilhavam de lágrimas contidas e a sua voz titubeava em meio à indignação. — Você está falando sério? — Brandon olhou do celular para Emma, um sorriso desprezível nos lábios…— Acha isso engraçado? — Ela baixou o iPhone, mas seus olhos continuaram concentrados em Brandon.— A mulher que passou os últimos meses pedindo o divórcio, agora está reclamando por me ver com outra pessoa! Isso é hilário.Emma sentiu o sangue borbulhar em suas veias. O tom de desdém de Brandon estava atingindo-a como se fossem golpes dolorosos de facadas.— Eu pedi o divórcio, sim! — Ela gritou, sua voz ecoando pelo corredor. — Isso não significa que eu mereça ser humilhada dessa forma.Brandon deu um passo à frente, seu sorriso desaparecendo
Nervosa, Emma fitou a mobília de mogno escuro e as prateleiras repletas de livros. Era inegável que ela estava com saudades de seu trabalho e se tudo desse certo, logo, ela ganharia a sua liberdade para procurar emprego em outra livraria sem ter o ex-marido como o seu chefe.— Podemos começar! — Brandon falou com os advogados.Com uma expressão impassível, o senhor Zucconi voltou os olhos para a papelada sobre a mesa.Do outro lado, a mão de Emma estava tremendo enquanto segurava a caneta.— Doutor Santoro, a minha cliente exige apenas a guarda total do filho e uma pensão alimentícia do gestor. — Aurora começou a falar num tom firme e profissional.O advogado Cesare Santoro ajustou os óculos e assentiu calmamente. Ele era um homem de meia-idade, com uma postura que exalava confiança.— Entendo, Dra. Caruso — disse ele, com uma voz tão serena quanto a expressão em seu rosto. — Vamos discutir essas demandas de forma justa e objetiva. Acredito que todos aqui desejamos o melhor para o meni
O rosto estava queimando com o furor que sentia quando começou a assinar cada uma das folhas sobre a mesa.— Agradeço pela sua colaboração, doutora Caruso, — disse Cesare, levantando-se e estendendo a mão.Aurora apertou a mão dele, assentindo.Era isso, tudo estava acabado. Emma sentiu um pequeno desconforto em seu estômago, não estava tão exultante como imaginava que ficaria. Ela olhou para Brandon, que, apesar de tudo, parecia manter uma postura firme.Quando os advogados se foram, Brandon foi direto para o quarto do pequeno Lucca e tirou o dia de folga para brincar com o filho.Inesperadamente, Emma entrou no quarto do filho e viu Brandon conversando de um jeito bobo com o bebê enquanto o filho ria.Ao notar que era observado, Brandon ficou sem graça. Com o pequeno Lucca no colo, ele foi até a janela e mexeu para ter certeza de que estava trancada.Uma pontada de culpa começou afetá-la, mas Ela balançou a cabeça, livrando-se desse sentimento. Emma deixou a mamadeira sobre a cômoda