Me siga !
Marco e Amanda me consolaram toda a tarde. Ofereceram-me hospedagem, para pelo menos não voltar para casa e sentir a presença de Joaquim ali, nem de minha filha. Não quero esquecer da minha bebê. É muita maldade separar um filho de uma mãe, mesmo não sendo biológica, dei meu máximo para ser uma mãe boa para Gabriela. Tentei, fiz o que eu pudi, e de verdade não sei como vou viver sem ela.Saí da casa onde Marco e Amanda moram. Isso mesmo. Eles estão juntos pra valer, compraram uma charmosa residência, e logo mais irão se casar, fico imensamente feliz por eles. Queria que tudo tivesse acabado bem assim comigo, não foi possível.—Filha... Te esperei por um bom tempo. Como você está?Péssima.—Ótima. —a abraço. —Por favor, vá fazer seus afazeres, não se prenda a mim mamãe, estou bem.—Não está, dá para ver sua cara de choro. —Iara... Não irei lhe deixar sozinha nessa casa enorme, precisa de amparo, venha e não discuta comigo.Graças a Deus eu tenho minha mãe. A única coisa boa que sobrou e
Fecho os olhos a sentir uma pontada em minha cabeça. Meu corpo dói, eu sei porque. Passei a noite toda com Rickson, primeiro ao sofá, depois aos corredores, e ao final nós paramos em minha cama.Olho para o lado. Elevo a mão a boca quando o vejo dormindo sereno, nu ao meu lado. Ele realmente está aqui. Estive com meu noivo de anos atrás, voltei a ser o que eu era, ou o que nunca deixei de ser segundo Joaquim Trevor. Apenas uma amante.Tiro os lençóis de meu corpo. Ando até ao banheiro. Como estou nua, vou direto para o box, deixo a água rolar por meu corpo.Lavo os cabelos. Estou pensativa. Eu sei que não deveria ter feito o que fiz, traído aquela mulher que foi tão sincera e que me recebeu com a maior boa vontade. Fiz porque eu queria, não vou ser puritana, não me arrependi, somente fico mal por ter sido com Melissa, ela é uma mulher boa.Confesso que quase gastei toda a água do planeta. Demorei quase uma hora creio eu. Enxugo, e enrrolo a toalha. Volto ao quarto, Rickson está do mes
—Fui pega de surpresa.—Eu vi a grande surpresa. —abre os braços em questionamento. —Agora que ele saiu, nós podemos conversar. Que desgosto minha filha... —Mãe...—Não tem mãe, nem meio mãe. Isso foi errado. Essa não foi a criação a qual eu te eduquei, tentei pelo menos. Eu sinto pena... Desgosto da mulher que se tornou. Eu vi vocês duas conversando naquele dia. Iara! Não tem nem ao menos vergonha na cara. Abraçou aquela mulher, jogou conversa fora a tarde toda, e ao longo do dia também. Terminaram como se fossem amigas. Tem a noção de como isso é horroroso?—Mamãe...—Vergonha da minha própria filha. Isso que estou a sentir. —fungo o nariz a ouvindo com tristeza. Não vou retrucar, ela está certa. —Eu sonhei tantas coisas boas pra você filha, uma vida decente, com um marido bom, filhos.—Eu também. —susurro sem emitir som. —Preferiu agir errado. Se Joaquim não foi homem suficiente, o problema foi dele, arcaria com os problemas dali para frente. Agora querer retribuir o que fez deit
Bip Bip BipEm mais um respirar, o pulmão se expande, acumula um considerável estoque de ar, e relaxa no segundo momento.Vozes distantes chegam e somem a toda hora. Em algumas passagens de tempo sinto um bem estar tamanho, um formigamento bom ao peito, sorrio por dentro.A cada vez que minhas mãos eram apertadas, uma energia vibrava de fora para dentro. Era acariciada de um modo tão suave, eu sentia, era de emocionar. Palavras amenas atravessavam aos ouvidos, não podia responder, contudo absorvia a cada sussurro.Letargia, o meu estado atual. Movi os dedos das mãos, eles responderam. Apertei os olhos. A boca seca suplicava ao menos poucas gotas d'guas. Suspiros jogados ao ar, minha fala não saía.—Ela acordou!Uma comoção grande e inssurrecedora é ouvida ao quarto. A cabeça dói perante a isso, alguém percebe, escuto um chiado, como se pedissem para abaixar o tom.—A... água... —a saliva rasga a garganta.—Chamem o médico, por favor! —reconheço a voz, é minha mãe gritando, nem um pouc
Pisco algumas vezes. Eu estava grávida. De três meses... Não percebi em nenhum momento.—Pelo visto não sabia. Sua mãe confirmou essa informação. Olha se precisar temos um grande programa de ajuda a casos como esses. Psicólogos de alto nível dispostos a ajudar, temos um quadro de acompanhamento residencial. Na maioria das vezes o especialista passa mais vezes na casa do paciente do que sua propria.Sorri. Somente ouço sua risada querendo me trazer de alguma forma. Não o olho, sim para o cantinho da parede lateral.—Olha, eu sei que é horrível isso tudo. Vira e mexe infelizmente tenho que passar por momentos como esses. Não é fácil, agora o seu caso não se trata somente de um aborto. Eu não sei seus motivos, não quero lhe julgar, mesmo assim, lhe garanto que não são suficientes para cometer tal ato semelhante. Sua mãe disse que você tinha um relacionamento conturbado. Se foi por isso Iara. Por ele. Esquece.. Sua vida vale bem mais. É linda, cheia de vida, e com muito respeito, que ningu
-Como está o jogo?-Muito bom, senta aqui loira.Marco abre um espaço para mim, mal consegue nos olhar de tanto que presta atenção ao jogo. Nunca fui de torcer para clube algum, acho que torço sempre para o mais forte.-Vasco... Que droga.Amanda b**e as mãos na coxa desanimada. Marco a olha sério. Ela não curti futebol como eu, porém ela é ao contrário, torce sempre para o time que está perdendo.-Nem vem torcer para esse time!-Eu torço para quem quiser Marco!-Não o Vasco!-E você pode torcer para o Flamengo? -posiciona a mão ao queixo. -Isso me lembra uma coisa. Nossa filha, ou filho será Vasco da Gama.Ela quer o tirar do sério. Sempre acontece uma dessas. Amanda ama tirar um sarro de Marco, ele nunca perder e cai na jogada.-Só por cima do meu cadáver! Não vai fazer meu filho sofrer. Tadinha da criança, mal nasceu e a mãe quer que ele seja um perdedor na vida!-Ah. -detém um beicinho pequeno. -Você nunca deixa que eu escolha nada.-Claro, só tem ideias que me matam do coração.-C
Almoçamos, Marco foi embora, ele cuidará de Jasmine. Amanda ficará aqui comigo, pelo menos por hoje. Eu disse estar bem, podia ir para casa, mas insistiu em ficar. Ela é assim, quando põe algo na cabeça difícil de ser tirado.-O que está fazendo com isso?Estou com uma tesoura em mãos. Sentada no chão do banheiro, pus o espelho em minha frente. Meu rosto está inchado, o nariz vermelho como uma bola. Penteei meus cabelos que estão abaixo do busto, todo para frente.-Fique tranquila. -sorrio. -Não irei tentar algo contra mim novamente, aprendi a lição. -balanço a tesoura entre os dedos.-O que vai fazer então?-Cortar os cabelos. Eu não quero nada que me lembre ao que eu era antes de saber toda a verdade hoje. Quero deixar para trás essa Iara que me refiz para agradar Joaquim, deixando ser quem eu era por dentro, uma garotinha ainda. Deixei ela aparecer quando meus cabelos resolveram crescer dando o lugar aos fios escuros. -posiciono a tesoura em meus cabelos. Começo a corta-los. -Isso
Boa leitura 🍒//Três meses depois.Hoje é um grande dia para mim. Estou nervosa, muito mais que ansiosa.Esfrego as mãos uma a outra. Em meu camarim ando toda a hora sobre meus saltos negros, de lá pra cá, daqui pra lá. Não cosigo parar quieta, é muita aflição, e tensão saber que meu ex namorado e sua mulher estão ao ponto oposto a cortina, sentados com seus familiares, felizes em comemoração a mais um ano de casamento.Assopro um ar. Se eu não estivesse tão decidida, não iria até o final com esse espetáculo, não sei de meu estômago suportaria vê-los juntos.—Sua hora está chegando amiga.—Como está lá? —sento-me para finalizar a maquiagem. Ela tem muito brilho, olhos marcados, bochechas avermelhadas, boca do mesmo tom. —Muita gente?—Sim. Por incrível que pareça essa mulher tem conhecimento. Creio que não estão só seus parentes, também a alta classe da sociedade, no caso seus amigos também. Muita gente conhecida Iara.—Isso é maravilhoso.Sorrio. Espalho o blush circulando toda a ár