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Estaciono na Burgão. A maior e melhor lanchonete que já vi, é bem pé de chinelo, tem lugares mais chiques, só que para a falar a verdade. Aqui é bem mais gostoso.-Come desgrama, se entope de gordura.Ri com os dentes sujos de gema de ovo.Fico com meu pão árabe com recheio de frango e cenoura ralada.-Muto ruim tia.-Tem como a senhorita não me chamar de tia?Faz bico ainda mastigando.-Pode me chamar de Iara.Pede um minuto enquanto engole.-Bela.-Bela? Repito.-A senhola é bela.-Então tá. Pode me chamar de bela.-Tia bela. Sorri sapeca.Tento manter meu olhar duro mas acabo rindo.-Você adora me irritar.Don't Stop The Music começa a tocar, sei que é meu amigo Bernardo para confirmar nossa noite de filmes.-Fala moço.-Iae gostosa. Abafo o som. -Vai ter mesmo a nossa noite de brincadeiras?-Noite de brincadeiras eu não sei, só conheço a noite de filmes...Olho para Jasmine que está absorta em seu sanduíche.-Ainda nem sei o que vamos assistir, tem alguma ideia?-Crepúsculo.-Num b
Joaquim TrevorMarco acabou me pegando desprevenido. Agradeço que foi ele, por um momento tive medo que tivesse sido Liandra, Deus me livre o escândalo que teria feito.Pus a mão rapidamente tapando o celular e o guardei ao bolso.-Uma mulher.-Uma mulher? Se inclina pondo uma mão em minha poltrona e a outra apoiando a mesa. -Uma baita gostosa de uma mulher.Prendo o lábio inferior na tentativa de me controlar, me irrita tanto quando se referem dela assim.-É só uma amiga Marco, esquece.-Sei.Coça o ouvido. Dá a volta e senta na cadeira a frente.-Engraçado você falar isso, dessa amiga...-O nome dela é Iara.-Iara. Pois é. Engraçado que eu a vi ontem dançando. Pausa gesticulando. -Não tenho o que dizer, estava linda.Cerro os punhos.-E sabe uma coisa que me chamou atenção, além dela é claro.Nego o vendo pôr o indicador ao queixo.-Um homem a beijando.Fecho os olhos com o frio na barriga subindo ao estômago. Se ele pode ter me visto, outros também podem. Fui imprudente, deveria te
Com alguns botões abertos, toco a campanhia de sua porta um tanto esperançoso em vê seus olhos novamente.Iara me causa uma série de sensações, tudo em meu peito está bagunçado. Eu a quero mas tenho medo, medo de me perder, medo de me apegar demais. Não sei o que será de nós. Ela não vai se machucar, mas e eu?-Opa. Uma parte de mim desfalece, o homem reconhece quem sou e abre um sorriso pequeno. -Oi Joaquim, lembra de mim? Eu sou o Bernardo.Olho para sua mão estendida.-O que está fazendo aqui?É a única coisa que consigo pensar.-Noite de filmes com Iara. Abaixa a mão sem graça. -Cara, ela é só mi...Não deixo terminar a frase e lhe meto um soco potente no rosto. Seu corpo cai batendo forte ao piso. Desmaia na hora.Jogo a caixa de doce e o bilhete ao chão. Balanço a mão aliviando a dor. Dessa vez, está doendo até meus dedos.Está na cara, que não são só amigos, quem quer enganar, sinto cheiro de sexo no ar.-Bê!Só vejo o vulto de Iara se agachar ao chão. Controlo minha vontade de
-Joaquim.-Sim. Olho para Liandra. Pesco um pouco de requeijão e passo na torrada, um pouco murcha.Definitivamente ela não sabe fazer isso.-Você não está bem.Quero novidades.-Joaquim é serio.Paro de mastigar.-Está com olheiras, os olhos vermelhos, parece que não dormiu direito. Põe a mão ao peito. -De verdade, não gosto de te ver assim. Pausa por um instante. -Me diz o que está acontecendo.Enrrugo a cara, tentando parecer indiferente. Eu estou péssimo. Minha cabeça só aparece a imagem dela, seu sorriso, sapeca do jeito que é. Sua alegria, seu corpo colado ao meu. Não há manhã pior que essa, eu a quero comigo e isso é foda. Não poder, é foda.-Nada.-Impossível. Amor...Sinto minha mão ser deslocada para o lado e vejo Liandra querendo sentar ao meu colo. A recordação de Lauren vem a minha mente. Ela ao meu colo logo ao amanhecer, com meu café da manha pronto e cuidando de mim. Sorrindo. Um sorriso despreocupado e sincero. Não sinto a mesma coisa agora. O que está acontecendo?-O
Dei uma desculpa qualquer para Liandra, disse ter compromissos com amigos do trabalho, não desconfiou, na verdade, nem ligou.Deixei um abraço bem apertado em minha filha, e a pus para dormir. Estou pensando em leva-la para um psicólogo, está doendo demais, não poder ouvir sua vozinha. Não conversa com os amigos, e recentemente reparei alguns hematomas pelo corpo.A perguntei, não quis responder como sempre, mas Liandra diz ter caído e se machucado. Vou acreditar nela.Chego ao restaurante e logo avisto Iara. Está gata com um vestido branco colado com metais verticais. Com certeza faz um movimento bacana ao andar.Está com os cabelos um pouco mais curtos jogados para trás, como se estivesse passado uma espécie de gel, ou laque não conheço essas porras. Está linda e perfeita.Um tanto ansiosa chacoalha a perna sobreposta a outra, juntamente com seus saltos cintilantes. Será que espera por mim, tanto como eu por ela?Seu olhar se iluminada ao me ver parado a sua frente.-Que roupa linda
Começo a comer os camarões, logo depois ela inicia sua refeição. De vez em quando nos olhamos. Tento parecer indiferente com sua novidade, só que não consigo. Me embrulha o estômago quando penso que a pessoa que está me fazendo sentir vivo vai escapar de mim assim, tão rápido, sem nem ao menos ter me contado primeiro. Sou seu segundo plano.-O que você tem?-Nós mal aproveitamos.Digo sem fita-la. Ouço seu suspiro.-Eu sei, mas você sabe que nosso envolvemento não iria durar muito.-Eu estou gostando de você Iara.Confesso calmo. Subo minha face para ver sua reação. Não expressa nada.-Eu também acho você legal.-Não é isso.-Shiu. Pede calmamente. -Como eu disse, tenho uma proposta.Morde o lábio inferior. Está ansiosa e nervosa por algo. Milhões de propostas passam por minha mente, nenhuma decente. Ela amarrada no dossel da cama, forrada de lençóis macios. Ou então, invadirmos o quartel e fazermos amor em cima da mesa onde trabalho. Hum, isso seria imprudente, e extremamente quente.
Abro os olhos lentamente. Fito o teto e por um segundo tento me lembrar onde estou. Uma brisa gélida junta-se com o ar condicionado, trazendo um cheiro antes desconhecido, agora se tornou um dos meus preferidos.Movimento o rosto procurando a dona. Iara está linda toda despenteada. ressonoa baixinho com os lábios levemente abertos. Ergo o polegar querendo toca-los, esfrego o cantinho de sua boca fazendo uma carícia leve, quanta vontade de beija-los.Dessa vez, eu que resolvo fazer o café da manhã. De cueca, ando pelo quarto, afim de achar minha calça, acabo não encontrando e saio assim mesmo. Resolvo fazer uma omelete básica, acrescento bacon e pimentão, acho que sempre fica melhor desse jeito, um gosto diferente.Enquanto ainda não fica pronto, ligo a cafeteira.Olho em volta, me espantando com a destruição que fizemos, quanta bagunça, não lembrava que Iara e eu acarretamos em tanto estrago. Deveria arrumar isso, tenho problema com desordem, vou limpar depois do café.Por sua porta d
Iara NarrandoAssopro a xícara de café, me sentindo tranquila e bastante leve. Ontem foi muito bom. Viemos para cá um pouco altos, eu estava muito alegre, mais do que o normal, e já fui tirando as roupas. Joaquim trancava a casa, e de propósito, fui deixando rastros de minha perversidade pelo ambiente. Comecei pelos sapatos, o vestido, o sutiã, menos a calcinha que ele fez questão de tirar.Me joguei na cama com um sorriso idiota na cara. Nunca havia passado uma noite tão agradável, fazendo o que há muito tempo não me atrevia, sambar descalça, correr pelas ruas sem me preocupar com os fleches, e como a imprenssa iria julgar-me. Fui somente eu, sem precisar de máscaras, ou ser forte por algo. Foi somente a mulher jovem, divertida e alto astral de tantos anos atrás, um encontro com meu outro eu adormecido.Joaquim chegou esbarrando na porta. Gargalhada, era só isso que se ouvia no quarto. Ele foi tirando as roupas tentando sensualizar, devagarinho, numa lentidão desnecessária. O que foi