Me segue aí!
Abro os olhos lentamente. Fito o teto e por um segundo tento me lembrar onde estou. Uma brisa gélida junta-se com o ar condicionado, trazendo um cheiro antes desconhecido, agora se tornou um dos meus preferidos.Movimento o rosto procurando a dona. Iara está linda toda despenteada. ressonoa baixinho com os lábios levemente abertos. Ergo o polegar querendo toca-los, esfrego o cantinho de sua boca fazendo uma carícia leve, quanta vontade de beija-los.Dessa vez, eu que resolvo fazer o café da manhã. De cueca, ando pelo quarto, afim de achar minha calça, acabo não encontrando e saio assim mesmo. Resolvo fazer uma omelete básica, acrescento bacon e pimentão, acho que sempre fica melhor desse jeito, um gosto diferente.Enquanto ainda não fica pronto, ligo a cafeteira.Olho em volta, me espantando com a destruição que fizemos, quanta bagunça, não lembrava que Iara e eu acarretamos em tanto estrago. Deveria arrumar isso, tenho problema com desordem, vou limpar depois do café.Por sua porta d
Iara NarrandoAssopro a xícara de café, me sentindo tranquila e bastante leve. Ontem foi muito bom. Viemos para cá um pouco altos, eu estava muito alegre, mais do que o normal, e já fui tirando as roupas. Joaquim trancava a casa, e de propósito, fui deixando rastros de minha perversidade pelo ambiente. Comecei pelos sapatos, o vestido, o sutiã, menos a calcinha que ele fez questão de tirar.Me joguei na cama com um sorriso idiota na cara. Nunca havia passado uma noite tão agradável, fazendo o que há muito tempo não me atrevia, sambar descalça, correr pelas ruas sem me preocupar com os fleches, e como a imprenssa iria julgar-me. Fui somente eu, sem precisar de máscaras, ou ser forte por algo. Foi somente a mulher jovem, divertida e alto astral de tantos anos atrás, um encontro com meu outro eu adormecido.Joaquim chegou esbarrando na porta. Gargalhada, era só isso que se ouvia no quarto. Ele foi tirando as roupas tentando sensualizar, devagarinho, numa lentidão desnecessária. O que foi
Um calor sobe ao meu ventre quando encosta as mãos em minha cintura. Quer ficar como minutos atrás, meu corpo sentando em cima do seu, "entristeço" ao mudar seus planos. Com cara de poucos amigos, me desvencilio dando uma sutil cotovelada em seu peito e levanto para outra cadeira.-Nos conhecemos numa noite dessas, não faz muito tempo.Junta as mãos por cima da mesa, não tirando a atenção de mim nem por um momento.-Conte mais por favor.Deus! Como minha mãe é chata e insistente. Rezo por dentro para que ele não fale a situação deplorável que me encontrou. Não sabe a vergonha que sinto até agora, foi constrangimento demais, uma noite para se esquecer. As únicas pessoas que sabem da tentativa do abuso são o Joca e o Bernardo. Se minha mãe souber... Apoio o cotovelo a mesa, e esfrego a palma da mão na testa. Será a maior decepção de sua vida.-Nos conhecemos em uma balada chamada Love mix.-Conheço, da amiga de Iara, Amanda.-Isso.Solto um ar que nem ao menos sabia que prendia. Por um
Mentir é a única solução, não quero que se envergonhe mais, se eu falar que estou novamente com um homem casado é capaz de nunca mais falar comigo, o pior, passar mal por minha culpa, definitivamente isso não pode acontecer. Eu não aguentaria se algo de ruim atingisse minha mãe.Seu olhar brilha como luzes de boate, torceu a vida inteira para eu encontrar uma pessoa que cuidasse de mim. Pertuba-me com a história, que antes de morrer quer ter certeza que alguém estará ao meu lado e não me deixará cair. Sofro por não poder ser verdade, eu não consigo ser assim.-Joaquim! Eu não acredito que encontrou o seu amor filha, eu te disse que uma hora chegaria.Reprimo os lábios por dentro, suprimindo a vontade de desmentir, principalmente pedir perdão pela filha que sou. Engulo o choro. Perdão por estar te enganando mãe, eu nunca vou poder construir uma família e lhe dar os netos que sempre sonhou.-Estou muito feliz querida, eu sabia que um dia isso iria acontecer. Parabéns por tê-lo encontrado
Ah! Cidade maravilhosa. Não, hoje. O calor está exclusivamente insuportável, 41ºc com a sensação de 45ºc. Juro, que se meu carro não tivesse ar condicionado, eu já teria virado mousse antes de ir para a geladeira.Joaquim alugou duas cadeiras e um guarda-sol, e agora foi em busca do vendedor de água. Espreguiço-me endireitando no assento. Ajeito meus óculos escuros enquanto me perco no emaranhado de pessoas passando.Queria ir para uma praia reservada, não gosto de muita gente junta, mas meu amante preferiu o Leme.Com o shorts já guardado a bolsa, subo a regata de renda a alça, e com muita facilidade a tiro expondo meu biquíni azul estilo marinheiro.-Loira gostosa.Sorrio sutil para o moreno de músculos fortes que acabara de me enviar uma piscada.Abaixo meus óculos sorrateiramente, quando vejo uma mulher baixinha, dar um tapão em sua cabeça. Grita furiosa parecendo o castigar por algo. Por muitas vezes presenciei cenas realmente vergonhosas, senhora Castillo está de prova, era uma
Vira as costas e entendo que não me deixará nadar sozinha. Enrrolo um braço por seu pescoço, o outro deixo pressionada em sua pele, e as pernas enganchadas em sua cintura. Espero pensativa enquanto saímos juntos da água. Uma lágrima escorrida, causa danos irreparáveis. Meu peito está comprimido com a variedade de propriedades que esse homem pode ser. Me sinto tocada. Foi visível seu desespero por mim, o pior que soou verdadeiro. Não sei o que pensar, somente descanso a face em suas costas e por um momento estou protegida.-O que foi aquilo! Vocês são tão fofinhos.-Agora não, Marco.Surpreendo-me com a voz autoritária de Joaquim, como se tivesse dando ordem ao batalhão no quartel. Um calor gostoso sobe por meu corpo e de repente o ar se põe mais quente.-Está bem amiga? Que machucado é esse?Fito Amanda com seu biquíni preto de babadinho.-Arranhei na areia com a onda forte que deu. Ponho a mão a ferida novamente. -Mal percebi.-Vou levá-la pra casa.Reclamamos juntos.-Joaquim, eu tô
Não compreendo até tirar sua blusa preta, estende e eu a coloco em meu cabelo. Rio alto quando corre para meu quarto e volta com um salto, agulha em mãos. Os coloco, jogo os cabelos de blusa para o lado e endireito meu vestido preto. Mudo para a música vendo Joaquim com uma blusa de botões amarrado em um nó, quase choro de tão engraçado que está.The way you make me feel começa a tocar. Ele está do outro lado da sala e eu fazendo igual a moça do clipe deslocando o quadril esperando a minha hora.Com a mão na cintura remexo os quadris como se não estivesse ligando para o homem que anda pela sala meio duro e bem desengonçado. Prendo os lábios para não rir, ele está tão bonitinho. Meus olhos brilham ao vê-lo vir em minha direção. Como quem não quer nada, chuta o chão de leve fitando-me da cabeça aos pés, e minha hora na música chega. Ignora-lo totalmente.Com uma mão ao seu peito, o empurro como se desfilasse. Põe a mão ao meu pulso e segue dando os passos para trás, sem tirarmos a conexã
Recolho ao canto do sofá, realmente irritadiça, tento pensar ao máximo no início dessa conversa, o porque dele estar tão mal humorado. Uma cena passa em minha mente, eu segurando um bebezinho meu, era um sonho que eu tinha na adolescência, abstraio o pensamento, já passou, Rick não seria um bom pai, ao contrário de Joaquim, percebe-se pelo seu jeito, fala com vigor e uma pitada de amor, o que me corrói dúvida, vem a minha mente o nome de Gabriela Trevor, mesmo sobrenome, devem existir muitos Trevor por aí, tenho certeza que tivesse filhos teria me contado, é a pessoa mais transparente que conheço. Relaxo segura.-Seria meu filho também Iara, eu teria que ter o direito da escolha, não ia poder fazer sem meu consentimento.-Seu? Arqueio uma sobrancelha. -Poderia ser de qualquer um.Saio antes de vê sua cara de espanto. Sim, eu tenho um passado e sim, ainda terei depois que essa semana passar. Minhas decisões devem ser respeitadas, não somente a minha, também de todas as mulheres, menos d