Dei uma desculpa qualquer para Liandra, disse ter compromissos com amigos do trabalho, não desconfiou, na verdade, nem ligou.Deixei um abraço bem apertado em minha filha, e a pus para dormir. Estou pensando em leva-la para um psicólogo, está doendo demais, não poder ouvir sua vozinha. Não conversa com os amigos, e recentemente reparei alguns hematomas pelo corpo.A perguntei, não quis responder como sempre, mas Liandra diz ter caído e se machucado. Vou acreditar nela.Chego ao restaurante e logo avisto Iara. Está gata com um vestido branco colado com metais verticais. Com certeza faz um movimento bacana ao andar.Está com os cabelos um pouco mais curtos jogados para trás, como se estivesse passado uma espécie de gel, ou laque não conheço essas porras. Está linda e perfeita.Um tanto ansiosa chacoalha a perna sobreposta a outra, juntamente com seus saltos cintilantes. Será que espera por mim, tanto como eu por ela?Seu olhar se iluminada ao me ver parado a sua frente.-Que roupa linda
Começo a comer os camarões, logo depois ela inicia sua refeição. De vez em quando nos olhamos. Tento parecer indiferente com sua novidade, só que não consigo. Me embrulha o estômago quando penso que a pessoa que está me fazendo sentir vivo vai escapar de mim assim, tão rápido, sem nem ao menos ter me contado primeiro. Sou seu segundo plano.-O que você tem?-Nós mal aproveitamos.Digo sem fita-la. Ouço seu suspiro.-Eu sei, mas você sabe que nosso envolvemento não iria durar muito.-Eu estou gostando de você Iara.Confesso calmo. Subo minha face para ver sua reação. Não expressa nada.-Eu também acho você legal.-Não é isso.-Shiu. Pede calmamente. -Como eu disse, tenho uma proposta.Morde o lábio inferior. Está ansiosa e nervosa por algo. Milhões de propostas passam por minha mente, nenhuma decente. Ela amarrada no dossel da cama, forrada de lençóis macios. Ou então, invadirmos o quartel e fazermos amor em cima da mesa onde trabalho. Hum, isso seria imprudente, e extremamente quente.
Abro os olhos lentamente. Fito o teto e por um segundo tento me lembrar onde estou. Uma brisa gélida junta-se com o ar condicionado, trazendo um cheiro antes desconhecido, agora se tornou um dos meus preferidos.Movimento o rosto procurando a dona. Iara está linda toda despenteada. ressonoa baixinho com os lábios levemente abertos. Ergo o polegar querendo toca-los, esfrego o cantinho de sua boca fazendo uma carícia leve, quanta vontade de beija-los.Dessa vez, eu que resolvo fazer o café da manhã. De cueca, ando pelo quarto, afim de achar minha calça, acabo não encontrando e saio assim mesmo. Resolvo fazer uma omelete básica, acrescento bacon e pimentão, acho que sempre fica melhor desse jeito, um gosto diferente.Enquanto ainda não fica pronto, ligo a cafeteira.Olho em volta, me espantando com a destruição que fizemos, quanta bagunça, não lembrava que Iara e eu acarretamos em tanto estrago. Deveria arrumar isso, tenho problema com desordem, vou limpar depois do café.Por sua porta d
Iara NarrandoAssopro a xícara de café, me sentindo tranquila e bastante leve. Ontem foi muito bom. Viemos para cá um pouco altos, eu estava muito alegre, mais do que o normal, e já fui tirando as roupas. Joaquim trancava a casa, e de propósito, fui deixando rastros de minha perversidade pelo ambiente. Comecei pelos sapatos, o vestido, o sutiã, menos a calcinha que ele fez questão de tirar.Me joguei na cama com um sorriso idiota na cara. Nunca havia passado uma noite tão agradável, fazendo o que há muito tempo não me atrevia, sambar descalça, correr pelas ruas sem me preocupar com os fleches, e como a imprenssa iria julgar-me. Fui somente eu, sem precisar de máscaras, ou ser forte por algo. Foi somente a mulher jovem, divertida e alto astral de tantos anos atrás, um encontro com meu outro eu adormecido.Joaquim chegou esbarrando na porta. Gargalhada, era só isso que se ouvia no quarto. Ele foi tirando as roupas tentando sensualizar, devagarinho, numa lentidão desnecessária. O que foi
Um calor sobe ao meu ventre quando encosta as mãos em minha cintura. Quer ficar como minutos atrás, meu corpo sentando em cima do seu, "entristeço" ao mudar seus planos. Com cara de poucos amigos, me desvencilio dando uma sutil cotovelada em seu peito e levanto para outra cadeira.-Nos conhecemos numa noite dessas, não faz muito tempo.Junta as mãos por cima da mesa, não tirando a atenção de mim nem por um momento.-Conte mais por favor.Deus! Como minha mãe é chata e insistente. Rezo por dentro para que ele não fale a situação deplorável que me encontrou. Não sabe a vergonha que sinto até agora, foi constrangimento demais, uma noite para se esquecer. As únicas pessoas que sabem da tentativa do abuso são o Joca e o Bernardo. Se minha mãe souber... Apoio o cotovelo a mesa, e esfrego a palma da mão na testa. Será a maior decepção de sua vida.-Nos conhecemos em uma balada chamada Love mix.-Conheço, da amiga de Iara, Amanda.-Isso.Solto um ar que nem ao menos sabia que prendia. Por um
Mentir é a única solução, não quero que se envergonhe mais, se eu falar que estou novamente com um homem casado é capaz de nunca mais falar comigo, o pior, passar mal por minha culpa, definitivamente isso não pode acontecer. Eu não aguentaria se algo de ruim atingisse minha mãe.Seu olhar brilha como luzes de boate, torceu a vida inteira para eu encontrar uma pessoa que cuidasse de mim. Pertuba-me com a história, que antes de morrer quer ter certeza que alguém estará ao meu lado e não me deixará cair. Sofro por não poder ser verdade, eu não consigo ser assim.-Joaquim! Eu não acredito que encontrou o seu amor filha, eu te disse que uma hora chegaria.Reprimo os lábios por dentro, suprimindo a vontade de desmentir, principalmente pedir perdão pela filha que sou. Engulo o choro. Perdão por estar te enganando mãe, eu nunca vou poder construir uma família e lhe dar os netos que sempre sonhou.-Estou muito feliz querida, eu sabia que um dia isso iria acontecer. Parabéns por tê-lo encontrado
Ah! Cidade maravilhosa. Não, hoje. O calor está exclusivamente insuportável, 41ºc com a sensação de 45ºc. Juro, que se meu carro não tivesse ar condicionado, eu já teria virado mousse antes de ir para a geladeira.Joaquim alugou duas cadeiras e um guarda-sol, e agora foi em busca do vendedor de água. Espreguiço-me endireitando no assento. Ajeito meus óculos escuros enquanto me perco no emaranhado de pessoas passando.Queria ir para uma praia reservada, não gosto de muita gente junta, mas meu amante preferiu o Leme.Com o shorts já guardado a bolsa, subo a regata de renda a alça, e com muita facilidade a tiro expondo meu biquíni azul estilo marinheiro.-Loira gostosa.Sorrio sutil para o moreno de músculos fortes que acabara de me enviar uma piscada.Abaixo meus óculos sorrateiramente, quando vejo uma mulher baixinha, dar um tapão em sua cabeça. Grita furiosa parecendo o castigar por algo. Por muitas vezes presenciei cenas realmente vergonhosas, senhora Castillo está de prova, era uma
Vira as costas e entendo que não me deixará nadar sozinha. Enrrolo um braço por seu pescoço, o outro deixo pressionada em sua pele, e as pernas enganchadas em sua cintura. Espero pensativa enquanto saímos juntos da água. Uma lágrima escorrida, causa danos irreparáveis. Meu peito está comprimido com a variedade de propriedades que esse homem pode ser. Me sinto tocada. Foi visível seu desespero por mim, o pior que soou verdadeiro. Não sei o que pensar, somente descanso a face em suas costas e por um momento estou protegida.-O que foi aquilo! Vocês são tão fofinhos.-Agora não, Marco.Surpreendo-me com a voz autoritária de Joaquim, como se tivesse dando ordem ao batalhão no quartel. Um calor gostoso sobe por meu corpo e de repente o ar se põe mais quente.-Está bem amiga? Que machucado é esse?Fito Amanda com seu biquíni preto de babadinho.-Arranhei na areia com a onda forte que deu. Ponho a mão a ferida novamente. -Mal percebi.-Vou levá-la pra casa.Reclamamos juntos.-Joaquim, eu tô