Klaus estava exausto após o dia tumultuado naquele quarto de hotel. Havia entrado num sono pesado e profundo. Acabou encontrando velhos rostos conhecidos.
- Lúcia?- Oi, Klaus. Há quanto tempo? Venha! Quero lhe apresentar uma amiga.Klaus caminhou até um quarto onde encontrou uma garota da mesma idade de Lúcia, usando uma camisola fina que mostrava parte do seu corpo.- Esta é Eva. Ela gostou muito das coisas que falei sobre você.- O que você falou, Lúcia?- De como você gosta de nos fazer gozar e nos levar a loucura. Vou deixar vocês a sós.Eva ficou de pé e se aproximou dele, tirando a roupa rapidamente. Ela gostava dele. Grande e forte. Não se importava com a idade que tinha e se ajoelhou para chupá-lo por algum tempo. Ele mal conseguia ficar de pé e ela o jogou na cama onde terminou o serviço. Klaus sorria satisfeito.Depois a garota subiu em cima dele fazendo movimentos estranhos. Ele a penetrou e elaO segundo dia no hotel parecia uma lua de mel esquecida no tempo. Era bom sentir novamente aquela ligação entre eles, mas Klaus parecia tenso depois do café da manhã. Algo o incomodava, mas Clarice se deteve a observá-lo com toda calma possível. - Sentindo falta de algo ou de alguém? - Queria recomeçar a nossa vida. Voltar no tempo e...- Qual é o problema, Klaus? O que está o perturbando? Eu sei que tem algo errado.- Clarice, o caso com a outra garota foi mais sério do que eu disse.- Pensou em me deixar por causa dela?- Não. Se ela nao tivesse sumido, eu tentaria de tudo para ficar com vocês duas.- Eu não sei o que dizer. O que está tentando me contar?- Que às vezes eu não estava com a Lúcia, mas estava com Eva. Eu estava praticamente colocando a Lúcia de lado quando descobriu tudo.- Está tentando me culpar pelo desaparecimento da sua segunda amante?- Não. - Para mim chega,
Klaus ficou deitado em sua cama onde o criado mudo exibia uma fotografia tirada no dia do casamento com Clarice. Olhava para o teto branco e não sabia o que fazer da sua vida. Havia um silêncio ensurdecedor que o deprimia."Chegamos bem e já estamos em casa.""Ótimo! Resolva os seus problemas."Dormiu e no seu sonho viu Eva se aproximando de seu carro estacionado na garagem de um prédio. Ele sorriu ao vê-la naquele vestido branco. Clarice tinha um parecido. Deram um beijo rápido e ele passou as mãos nos peitos dela a fazendo soltar um gemido baixo.- No lugar de sempre?- Sim.Ele dirigiu até um prédio numa área mais isolada do Recreio, estacionou o carro e foram para um apartamento no sexto andar. Era um apartamento pequeno de um quarto só, mas muito bem decorado.- Quer que eu abra as janelas para correr ar?- Não! Quero que tire a roupa e ligue o ar condicionado do quarto enquanto bebo uma dose de whisky.
Clarice estava diferente na chamada de vídeo. Havia cortado o cabelo de modo que o ar comportado havia sido deixafo de lado para dar lugar a "femele fatale" que chamava atenção de todos por onde passava. Estava maquiada apenas por um delineador que chamava mais ênfase aos seus olhos verdes de gata, contrastando por um batom nude que lhe dava o ar elegante e feroz. Klaus ficou excitado ao vê-la assim. O vestido preto sem decotes, mas com uma fenda lateral que mostrava bem a sua perna.- Gostosa!- É o que tem para me dizer?- Clarice, eu estou enlouquecendo só de olhar para você mexendo o chá. Eu lhe comeria agora em cima da mesa de jantar.- O que descobriu?- Ela ainda não foi encontrada nem no Rio e nem em São Paulo. - Tem certeza de que Eva é o nome dela? - Soube por uma antiga vizinha do prédio em que morava com os tios em Porto Alegre que o nome dela é Judith.- Judia?- Não. Brasileira mesmo. So
O encontro foi marcado dentro do estacionamento de uma igreja antiga na Penha. Era afastada de sua casa, mas ainda assim teria tempo para pegar a filha na escola caso aquilo se arrastasse mais tempo do que previa.Ela não usava muita maquiagem como ele se lembrava. Tinha os cabelos amarrados numa trança longa e usava um vestido de manga japonesa bem discreto de botões na frente.Ela entrou dentro do carro após dois toques no vidro. Klaus sorriu e deu partida no carro assim que ela colocou o cinto de segurança. Ficar parado num ponto durante o dia chamava muita atenção. - Não posso demorar muito. Minha filha está na escola e o meu marido trabalhando.- Então agora é uma mulher bem comportada estilo mamãezinha? - Não tenho mais vinte anos, Klaus.- E você tinha mesmo vinte anos quando a conheci?- Não! Tinha dezoito e você foi a única loucura que fiz em toda a minha vida.- Sente falta?- Às vezes. Quan
Clarice estava deslumbrante quando passou pelo portão de desembarque num vestido preto, botas longas, casaco no braço e escuros escuros sendo confundida com alguma estrela de cinema internacional ao receber alguns cliques de alguns fotógrafos caminhando por ali, respondendo algumas perguntas num inglês perfeito.- Por quê o Rio de Janeiro?- Porque eu nasci e moro aqui. Meus filhos tem que voltar a estudar. Todos eles.- Ah...- Eu não sei quem você peensa que eu sou, mas eu sou brasileira e casada com um médico cirurgião cardíaco. Meus filhos.- Caramba! Que genética maravilhosa!- Obrigada. Estamos atrasadas.- Deveria ser atriz.- Eu fui modelo quando adolescente em Londres. Eu não gostei muito dos holofotes.- Maravilhosa!- Obrigada, querido. Quando quiser me visitar para bater papo, meu cartão. - Vou ligar mesmo, gatona.- Gatona?- Eu não vi que já estava aí.
Klaus estava calado, sentado na sala olhando para os resultados do exame enquanto Rebecca dormia no quarto e Paulo ajeitava o café da manhã para Sophia e Samuel que já haviam acordados.- Algum problema com exames de Rebecca?- Mais ou menos.- O que foi, Klaus?- Bem... Além de uma anemia leve, a família vai ficar um pouco maior. Deu positivo.- Grávida?- Fazer o quê, Rebecca? Parece que não se cuidou tão bem assim, não é? Agora deve se cuidar melhor.- Calma, Rebecca! Fique calma!- Eu estou calma. Eu só não sei o que eu vou fazer.- Vamos marcar a data do casamento. O apartamento está pronto. Catarina e Cecília, junto com a sua mãe, podem lhe ajudar. Vamos marcar a data, Rebecca.- Eu preciso descansar.
Rebecca foi caminhando lentamente até a rede na varanda onde se deitou. Paulo a seguiu e ela pediu o travesseiro e o lençol. Estava com um pouco de frio e Klaus acreditou ser por causa da falta de alimentação lhe proporcionando uma espécie de fraqueza.Clarice ainda parecia em choque. A filha não tinha mais dezoito anos, mas ainda parecia jovem demais para subir ao altar.- O que foi, Clarice?- Ela é tão jovem...- Eu também acho. Ela poderia continuar aqui em casa com o bebê.- Ei! Não se metam nisso! Ela precisa sabe o que quer. Ela estava noiva dele antes do bebê, não estava?- Sim, mas eles terminaram e retomaram o namoro. Não o noivado.- Pai, não se mete! Você tem dificultado as coisas para Rebecca. Paulo fica tentando apaziguar as coisas e eles acabam brigando.- Mas, Guilherme, eu só não quero que o meu bebê...- Ela não é o seu bebê. Ela está grávida. Não se meta!Guilherme se aproxim
Rebecca finalmente havia parado de vomitar e começava a se alimentar seguindo a dieta diária das grávidas da família Cohen. Paulo a enchia de carinho e Klaus ainda se assustava ao encontrá-lo no quarto da filha ou de madrugada na cozinha sem camisa.Clarice achava graça. As caminhadas pelo calçadão no final da tarde com Cecília a animava bastante. Mas a barriga ainda não podia ser observada. O que deixava Rebecca, de certa maneira, feliz. Podia ser namorada por um pouco mais de tempo.Quando Paulo chegou no apartamento trazendo uma bolsa com algumas coisas quando Clarice se preparava para sair com gêmeos para dar uma volta, ele encontrou Rebecca distraída tomando banho.Um sorriso travesso invadiu o seu rosto e o músico tratou de fechar a porta para não serem pegos de surpresa.- Paulo? Chegou cedo.- Cheguei no horário que combinei com a sua mãe. Você fica linda assim. Nua e debaixo do chuveiro. - Nem começa.