Klaus estava sentado perto da janela quando Clarice acordou. Parecia que todos aqueles acontecimentos haviam sido suportados por tempo demais e agora ela não conseguia se levantar da cama, fazendo os gêmeos e Guilherme a cercarem de cuidados.
- Como se sente, amor?- Cansada. Ver Páris na companhia de Rebecca me deu um descanso, Klaus. Achei que ela fosse morrer. Deu uma pena enorme. Um sentimento de fracasso.- Ela vai ficar bem. Eu vi todos os exames e ela está bem. O lado psicológico vai demorar um pouco, mas ela está reagindo.- Percebi.- Clarice, tem mais alguma coisa lhe aborrecendo? Eu nunca vi você arrasada assim.- Talvez porque você não estava presente quando eu perdi o bebê. Estava com a vagabunda. Só isso.- Eu sinto muito. Eu vou passar o resto da minha vida pedindo desculpas.- Fazer o que?- Quer que eu traga o seu café da manhã agora?- Quero. Eu não quero sair hoje do quarto.Clarice respirou fundo e virou-se na cama. Um filme era passado em sua cabeça e ela teve vontade de gritar. Era um absurdo! Como ela havia perdoado aquele homem ao seu lado.- Clarice, achei que já tivéssemos passado desta fase.- Diz isso que é muito fácil para você. Eu perdi um filho enquanto você estava com a sua amante. Se eu tivesse vergonha na cara, nunca teria voltado para você. - Clarice, meu amor, eu realmente sinto muito por tudo o que lhe fiz sofrer. Por todo sofrimento mesmo. Mas eu a amo, Clarice. Ver você assim, tão triste, acaba comigo. Se eu tivesse coragem sumia, mas eu te amo, Clarice. A ideia de ficar sem você acaba comigo e...Alguém bateu na porta e Clarice se ajeitou para que o marido abrisse a porta.- Mamãezinha, viemos trazer o seu café da manhã. Sophia apareceu toda arrumadinha antes que Guilherme surgisse carregando uma bandeja recheada de coisas que a mãe gostava de comer, sendo seguido pelos filhos
Dizem que a pior hora do dia é quando todas as tarefas estão prontas e temos tempo para pensar. Clarice tomou café, conversou com a filha e ficou analisando a sua trajetória até ali e, apesar das coisas terem saldo positivo, as ações de Klaus haviam deixado marcas profundas que assombravam a advogada.Quando Klaus chegou do passeio com os filhos estava abatido. Os olhos denunciavam que ele havia chorado e o medo que ele sentia era dela o deixar.- Onde está Clarice?- No quarto. Ela ainda não saiu de lá. Acho que ela está dormindo.- Vou falar com ela.- Pai, ela está muito sensível. Pega leve!Klaus sorriu meio sem jeito enquanto Rebecca levava os gêmeos para tomar um bom banho.- Acordada?- Sim.- Você vai me deixar?- Eu acho que não. Estou muito triste. Muito mesmo.- Clarice, se você me deixar eu vou morrer.- Duvido muito. Duvido muito mesmo. Aposto que encontraria rapi
Klaus estava em completo silêncio quando chegaram a um hotel nao muito distante da casa de sua avó. Eles desceram do carro e caminharam até o hotel. Fizeram o check-in e foram para o quarto onde tinha uma bela vista da praça. - O que houve?- O irmão de vocês faria aniversário hoje. Ela fica revoltada nessa época. Ela lembra das mentiras, das brigas, de todas as mudanças. Clarice era tão doce e suave...- Ainda gosta dela?- Eu a amo. Eu sempre a amei, mas eu a magoei demais. Talvez seja melhor eu ir embora.- Tem certeza disso?- Claro que não! Eu passaria a minha vida beijando os pés de sua mãe e fazendo amor com ela. - Qual é o problema com os pés da mamãe? - São perfeitos! Lindos!- Talvez o problema de vocês seja esse. Você a adora demais. Ela não é uma santa! Talvez ela queira que você só faça sexo. Com a amante você colocava para quebrar e com ela é essa mosca morta...- Eu não posso.
Clarice estava com o rosto vermelho e suado assim como o resto de seu corpo, com a respiração tensa, olhando para o médico que estava exausto ao seu lado.- Está se sentindo bem?- Sim. Você é um safado!- Eu sei. Acha que pode suportar outra rodada?- Agora?- Não! Nem eu aguento mais nada agora.- Talvez. Você pegou leve comigo ou é sempre assim?- Sempre assim. - Hum... Um tempo atrás acreditei que gostava de ser comandado, mas agora...- Eu gosto, Clarice. Eu fico louco quando você manda. Só que você criou histórias na sua cabeça de que com ela era melhor.- Você gosta de se exibir?- Ela gostava. Confesso que é muito excitante, mas isso não significa que quero fazer o mesmo com você. - Não? - Você é só minha, Clarice. Eu não suportaria ver as pessoas lhe observando.- Você não mudou muito nestes últimos anos. Continua o mesmo safado de sempre.
Klaus não conseguiu dormir enquanto olhava para a mulher ao seu lado dormindo profundamente.O que ela queria dizer com querer transar com dois dele? Alguém como ele ou alguém exatamente igual a ele? Aquilo lhe perturbava e ele não conseguia parar de pensar em Clarice numa orgia.Era tão machista...Ele podia realizar as suas fantasias mais sensuais, mas Clarice, que julgava ser apenas dele, não podia.Que tipo de fantasia Clarice tinha em sua cabeça? Sabemos que Clarice gostava de mandar e se comportava emnalgumas circunstâncias como dominatrix, mas desde que ficou grávida dos gêmeos havia voltado ao modo mãe novamente.Por muito tempo se sentiu entediada fazendo aquele sexo básico que queria imaginar ser fantástico quando não era. Queria enganar a quem?No fundo Klaus também sabia que o sexo pós gêmeos estava uma porcaria, mas não sabia como sugerir novas mudanças quando eles já lhe tomavam tanto tempo e ela
Klaus estava exausto após o dia tumultuado naquele quarto de hotel. Havia entrado num sono pesado e profundo. Acabou encontrando velhos rostos conhecidos.- Lúcia? - Oi, Klaus. Há quanto tempo? Venha! Quero lhe apresentar uma amiga.Klaus caminhou até um quarto onde encontrou uma garota da mesma idade de Lúcia, usando uma camisola fina que mostrava parte do seu corpo.- Esta é Eva. Ela gostou muito das coisas que falei sobre você. - O que você falou, Lúcia? - De como você gosta de nos fazer gozar e nos levar a loucura. Vou deixar vocês a sós. Eva ficou de pé e se aproximou dele, tirando a roupa rapidamente. Ela gostava dele. Grande e forte. Não se importava com a idade que tinha e se ajoelhou para chupá-lo por algum tempo. Ele mal conseguia ficar de pé e ela o jogou na cama onde terminou o serviço. Klaus sorria satisfeito.Depois a garota subiu em cima dele fazendo movimentos estranhos. Ele a penetrou e ela
O segundo dia no hotel parecia uma lua de mel esquecida no tempo. Era bom sentir novamente aquela ligação entre eles, mas Klaus parecia tenso depois do café da manhã. Algo o incomodava, mas Clarice se deteve a observá-lo com toda calma possível. - Sentindo falta de algo ou de alguém? - Queria recomeçar a nossa vida. Voltar no tempo e...- Qual é o problema, Klaus? O que está o perturbando? Eu sei que tem algo errado.- Clarice, o caso com a outra garota foi mais sério do que eu disse.- Pensou em me deixar por causa dela?- Não. Se ela nao tivesse sumido, eu tentaria de tudo para ficar com vocês duas.- Eu não sei o que dizer. O que está tentando me contar?- Que às vezes eu não estava com a Lúcia, mas estava com Eva. Eu estava praticamente colocando a Lúcia de lado quando descobriu tudo.- Está tentando me culpar pelo desaparecimento da sua segunda amante?- Não. - Para mim chega,
Klaus ficou deitado em sua cama onde o criado mudo exibia uma fotografia tirada no dia do casamento com Clarice. Olhava para o teto branco e não sabia o que fazer da sua vida. Havia um silêncio ensurdecedor que o deprimia."Chegamos bem e já estamos em casa.""Ótimo! Resolva os seus problemas."Dormiu e no seu sonho viu Eva se aproximando de seu carro estacionado na garagem de um prédio. Ele sorriu ao vê-la naquele vestido branco. Clarice tinha um parecido. Deram um beijo rápido e ele passou as mãos nos peitos dela a fazendo soltar um gemido baixo.- No lugar de sempre?- Sim.Ele dirigiu até um prédio numa área mais isolada do Recreio, estacionou o carro e foram para um apartamento no sexto andar. Era um apartamento pequeno de um quarto só, mas muito bem decorado.- Quer que eu abra as janelas para correr ar?- Não! Quero que tire a roupa e ligue o ar condicionado do quarto enquanto bebo uma dose de whisky.