As crianças brincavam com peças de madeira montando pequenas construções no tapete da sala sendo observadas por Pedro que parecia triste. Todos viram que Anna estava um pouco distante dele. Era algo visível, mas ninguem ousava dizer algo. Ele, por fim, se sentou ao lado do pai para conversar e algo o deixou pior a ponto dele ir deitar no quarto de hóspedes. - O que houve com o Pedro, mãe?- Aniversário do Daniel, seu irmão. - Eu havia me esquecido. Acha que ele vai ficar bem sozinho?- Poderia ir vê-lo? - Tudo bem.Catarina foi até o quarto e Felipe aguardava ouvir gritos, mas os gritos não vieram. Isso o deixou ainda mais preocupado. O que quer que estivesse acontecendo era algo que ele deveria ter atenção.Ele caminhou até o quarto, abriu a porta com cuidado e os viu deitados na cama. Catarina dormia ao lado do pai parecendo exausta. Pedro, de olhos fechados, acariciava os seus cabelos.- Ela está cansada, Felipe. Ter uma filha de dezoito e
Clarice gostava muito de dançar com os filhos mais velhos na antiga casa, mas desde que se mudaram para o apartamento (e este já era o segundo) não havia dançado. Os gêmeos nunca a tinha visto dançar e quando ela acabou encontrando alguns antigos CDs, acabou dançando descalça sobre o tapete fazendo-os rir junto com a babá. Catarina iria apenas deixar Rebecca na portaria do prédio quando recebeu o convite para subir e se juntar a ela e aos gêmeos que haviam desistido de irem para escola naquela sexta-feira.- Sua mãe está aprontando algo.- Pode acreditar que sim.O som alto impediu Clarice de ouvir a campainha, mas a porta estava aberta e elas entraram. Riram ao ver que até a babá estava na pista de dança enquanto Norma apenas batia palmas.- Temos uma boate diurna agora?- Eles nunca me viram dançar, Catarina.- Temos que corrigir isso, mas eu estou com fome.- Então vamos comer.Clarice sorriu. A mesa já estava pronta e a comida também.
Paulo e Rebecca viviam como cão e gato. Uma hora estavam bem com ele lhe dando apelidos ridículos e outra em pé de guerra porque ela havia se negado a ser alguém tão servil. E com as apresentações escolares se aproximando, Paulo não queria que Rebecca se apresentasse.- Eu passei a minha vida escolar me apresentando na escola, Paulo. Eu não vou simplesmente desaparecer por causa da sua insegurança. - Não é insegurança. É cuidado!- Ninguém vai meter a mão em mim. - Mas vai imaginar metendo.- Eu não posso fazer nada. As suas amiguinhas sabem que tem namorada e têm o descaramento em querer lhe beijar. "É só um estalinho, querida."- Ciumenta!- Quer que eu saia cumprimentando meus amigos com estalinho?- É coisa de artista!- Vou tentar a carreira de atriz. O que acha?- Não! De jeito nenhum!- Não é você que escolhe, artista. Se pode sair por aí beijando qualquer uma, eu posso fazer o mesmo. Principalmente quando está viajando.
O dia da apresentação começou às cinco da manhã com Cecília e Rebecca estressadas e sem conseguir dormir. Tanto Klaus como Felipe iriam para o hospital pela manhã e voltariam na hora do almoço se não tivessem alguma emergência. A concentração seria no apartamento de Catarina e Paulo ficaria responsável em levar Rodrigo e os gêmeos na escola enquanto as meninas descansavam ou preparavam o figurino.Uma coisa engraçada para se comentar era que Klaus odiava aquela proximidade entre Paulo e a filha. Mas, do mesmo jeito que conseguiu burlar a atenção dos pais de Clarice, acreditava que o Paulo faria o mesmo. O engraçado nisso tudo é que Paulo não fazia nem a metade do que Klaus havia aprontado com Clarice.- Onde está Rebecca? - No quarto. Paulo está fazendo massagem nas meninas. Até a sua mãe está na fila.- Está brincando?- Seu pai está dormindo no quarto de hóspedes todo relaxado. Ele foi o primeiro.- Não iriam deixar gente na casa de Anna e P
Quando todo mundo já se encontrava no apartamento de Catarina e alguns já se serviam do jantar oferecido por um buffet contratado, Rebecca puxou a mãe para o quarto de Cecília onde poderian conversar enquanto Levy falava com o pai até um lugar onde pudesse lhe contar o que houve. Não demorou muito para Klaus aparecer diante de Clarice apavorado.- Eu não fiz nada, Clarice! Eu juro!- Eu acredito em você. - Acredita mesmo?- Acredito. Ela quer dinheiro, Klaus. Se o filho fosse realmente seu ela já teria feito um escândalo. Ela está vendo o que pode fazer.- Por um momento achei que teria acreditado nela.- Podem ir, crianças! Quero falar a sós com o seu pai.- O que foi, Clarice?- Eu achei que ela fosse mais bonita.- Ela está meio acabadinha. Era melhorzinha.- Você é tão machista nos seus comentários, Klaus.- Mas é verdade! Sexo, bebida e noites sem dormir acabam com a pessoa drasticamente se em exagero.- Meu Deus! O que
Com a Marla na cidade os encontros das mulheres da família ganhavam outra proporção. O cházinho da tarde tomavam outra proporção e a vítima daquele ano era Rebecca.- Então vocês não transaram ainda?- Mamãe! - Não faça essa cara, Anna! Você usou uma discussão com o seu pai para passar a noite com o Pedro. Aposto que transaram a noite toda.- Não foi a noite toda, mãe. Foi a minha primeira vez. Estava dolorida e envergonhada.- Cara de pau!- Você se casou virgem com o papai?- Casei. Frederick era o capeta em pessoa, mas eu o enrolei até o casamento. Em compensação eu levei dois meses para conseguir sair daquele quarto de hotel.- Hotel?- Exatamente. Seu pai me tirou do país para que ninguém pudesse me salvar. Voltei grávida da Isabel.- Que vovô levado!- Então Cecília... Conseguiu driblar o Felipe?- Vó, não ria, mas o problema não é o meu pai.- Qual é o problema? - É grande.- O quê? - É grande demais. Aqu
Lá pelas três Clarice ligou para casa. O celular havia descarregado e ela teve que ir ao shopping comprar algumas coisas. Encontrou os seus pais, almoçaram juntos, bebeu um pouco e decidiu caminhar um pouco na praia. Estava um dia lindo e ela queria saber se Klaus não queria encontrá-la com os gêmeos e o Levy.- Me diga o que eu tenho que levar.- Maiô, sunga, saída de praia, camisa e short. Uma muda de roupa de cada um. Duas toalhas e dois roupões de banho. Chinelos, chapeus e protetores solar. Traga os baldinhos. Eu estou na direção do prédio de Catarina. Ela já está vindo com as meninas e com o Rodrigo. Não demore!Klaus sorriu. As crianças riram e saíram correndo para pegar as suas coisas. Samuel pegou a sunga e correu para o banheiro. Sophia foi acordar o irmão Levy com beijinhos e cosquinhas. Levy riu e a abraçou. - Vamos para praia, Levy. Mamãe ligou.- Sério? - Tia Catarina, Rebecca, Cecília e Rodrigo já foram. Vamos, meu menino. Quem vai me pr
Rebecca e Levy não teriam aula e Clarice os colocou para cuidar dos gêmeos que queriam ajuda para fazer as atividades da escola.A mãe acordou preguiçosa com um olhar de quem iria aprontar algo. Saiu por algum tempo para ir à manicure e ao cabelereiro, voltando a tempo de preparar alguma surpresa para Klaus que naquela hora estava no centro cirúrgico do hospital.- Vai com calma, Dona Clarice! Vai matar o pai.- Levy, meu filho amado, se eu matasse o seu pai seria para atender o pedido dele. Provavelmente aquele maníaco seria enterrado com um enorme sorriso no rosto. - Clarice Cohen, você é uma devassa! - Espero que tenha a sorte de encontrar uma mulher parecida comigo, Levy. Aí, vai ser muito feliz.- Humilde...- Realista.Quando Clarice saiu de casa usando um modelo requintado estilo Jackie Kennedy, não imaginavam o tipo de lingerie que vestia por baixo do vestido. O taxista deu um pequeno sorriso ao vê-la entrar em seu carro, imaginando se