Todo final de ano o hospital dos pais de Klaus fazia duas festas em datas diferentes para comemorar o encerramento do ano.Era comum que Clarice ajudasse a sogra na decoração embora houvesse sempre uma equipe contratada para decoração além do buffet.O fato é que naquele ano um novo médico havia sido inserido na equipe e ele não sabia do relacionamento de Klaus com Clarice quando a abordou no refeitório dos médicos semanas antes.- Eu nunca vi isso em hospital nenhum por onde passei.- O que?- Uma mulher belíssima arrumando uma mesa de lanche para os médicos. - Ah... Mas é uma equipe muito querida. Ando muito ocupada e hoje os meus bebês estão me dando descanso. Então eu venho e arrumo tudo para receber os médicos e enfermeiros pós cirurgia.- Uma mulher tão linda deve ter cachorrinhos bem pequenos chamados de bebês.- Não, Dr. Cristovan. Digamos que o bebê maior tem quase um metro e noventa de altura.- Doutor Klein.- Doutor Cristovan. Vejo que conheceu a Sra. Klein.Ela realmente
Era bonitinho vê-los de mãos dadas, passeando com os filhos num shopping entre risos e beijinhos. Levy olhava tudo com atenção enquanto o irmão parecia mais preocupado em encontrar um urso de pelúcia bem grande para Cecília. Rebecca, por sua vez, procurava por algo que pudesse combinar com a sua blusa nova. Poderia ser qualquer coisa. Short ou saia. Ficou feliz quando encontrou um short em sarja da mesma cor de sua blusinha.Eles iriam lanchar na praça de alimentação, mas se lembraram de que Cecília os aguardava em casa para o cafe da tarde. Riram. Clarice nao queria chegar de mãos abandanando e compraram vários croissant e pastéis de nata.Felipe ligou quando eles ja estavam no estacionamento e riu quando soube que estavam indo para o seu apartamento. Ele também estava a caminho.No apartamento de Catarina e Felipe foi uma gritaria sem tamanho quando Guilherme entregou para Cecília um grande urso ruivo. Ela pulou em cima dele para agradecer, salpicando beijos
Ao chegarem em seu apartamento, cada filho foi para o seu quarto enquanto Klaus ficou um pouco na varanda observando a rua com Clarice. Era uma noite fresca de primavera e o vento vindo do mar refrescava seus corpos suavemenete.O silêncio evidenciava que os filhos estavam dormindo e Klaus foi acometido de uma grande curiosidade.- Quando foi que eles se beijaram? Perguntou surpreso enquanto Clarice sorria.- Foi logo depois do aniversário de Ceci. Disse baixinho.- Mas como? Ainda demonstrou surpresa.- Ceci estava passeando com o bebê e a babá no calçadão e viu Guilherme com a tal garota se pegando. Ele viu que ela viu, mas ficou na dele. Isso não era segredo. Mas quando ele a chamou para caminhar no calçadão, ela o rejeitou. Ela foi direta. Não. Guilherme insistiu e ela disse que não iria mais dair com ele sozinha. Não fica bem. "Se você tem uma namorada, saia com ela." Contou calmamente.- Ela é toda comportadinha, mas é pau... Disse sorrindo ao abra
O dia amanheceu nublado e chuvoso, trazendo uma melancolia para Clarice que não a desejava. Klaus a viu chorando e escondendo o rosto. Odiava quando ela ficava assim. Chorosa e apagada.Talvez fosse o ciclo se aproximando...Klaus se levantou, a puxou lentamente para perto dele e a abraçou. Clarice soltou um soluço doloroso.- Eu sinto muito, Clarice. Eu sinto muito.- Eu não quero ver ninguém. Cuide deles!Klaus se levantou da cama, tomou um banho, vestiu-se, foi acordar os filhos e preparar o café. Antes de sair para levá-los à escola, foi ate o quarto ver Clarice. Ela dormia profundamente.Ele a beijou e saiu com os filhos.- O que a mamãe tem?- Faz dois anos que Clarice descobriu que o bebê que esperava estava morto em seu útero. Ela teve uma hemorragia e isso acabou a esterilizando. O pior foi que eu não estava lá. Eu menti para ela. Eu não tive coragem para falar com ela que iria ficar mais tempo em São Paulo e mandei a secretária ligar e dizer.- Você estava com aquela mulher.
Clarice saiu do Fórum às quatro da tarde e pouco tempo depois entrava no táxi para encontrar a amiga Catarina e os filhos num shopping na Barra da Tijuca. O táxi parou na porta de entrada, ela pagou e ainda na entrada percebeu que alguém começava a segui-la. Respirou fundo. A audiência havia demorado tempo demais e ela estava cansada e sem paciência. Na frente de uma loja, quando ela parou para ver um vestido que lhe chamou atenção, que percebeu que sua perseguidora era ex-amante do marido.O que ela queria? Clarice pagou a compra e atendeu o celular.- Oi, querido. Enfatizou exibindo um sorriso. - Tudo bem? Estou um pouco cansada. No shopping. Disse parando em frente de uma loja de sapatos para saber se a maluca ainda a seguia. - Não. O cara é um grande filho da puta, mas ele está certo. Disse, sentindo o seu sangue subir. - Não. Catarina está me esperando naquele restaurante de sempre. Não! Disse o fazendo entender do outro lado da linha que havia algo errado. - Adivinha! Ele se l
Clarice saiu do Fórum às quatro da tarde e pouco tempo depois entrava no táxi para encontrar a amiga Catarina e os filhos num shopping na Barra da Tijuca. O táxi parou na porta de entrada, ela pagou e ainda na entrada percebeu que alguém começava a segui-la. Respirou fundo. A audiência havia demorado tempo demais e ela estava cansada e sem paciência. Na frente de uma loja, quando ela parou para ver um vestido que lhe chamou atenção, que percebeu que sua perseguidora era ex-amante do marido.O que ela queria? Clarice pagou a compra e atendeu o celular.- Oi, querido. Enfatizou exibindo um sorriso. - Tudo bem? Estou um pouco cansada. No shopping. Disse parando em frente de uma loja de sapatos para saber se a maluca ainda a seguia. - Não. O cara é um grande filho da puta, mas ele está certo. Disse, sentindo o seu sangue subir. - Não. Catarina está me esperando naquele restaurante de sempre. Não! Disse o fazendo entender do outro lado da linha que havia algo errado. - Adivinha! Ele se l
Mais um Natal estava chegando e, apesar deles não comemorarem a data, haviam comprado presentes e arrumado todos embaixo da bela árvore de Natal que eles montaram num canto da sala.Os filhos estavam fazendo as provas finais e o trabalho de Clarice estava prestes a fazer uma pausa pelo recesso antes das festas de fim de ano.Klaus trabalhava diariamente seguindo os planos de sono e alimentação saudável da mulher e retornava à praia duas vezes na semana para jogar voleibol com os amigos que havia feito na época da separação. Nem sempre Clarice o acompanhava, mas quando o fazia, Klaus podia perceber que ela atraía olhares de seus "amigos".- Então fez as pazes com a patroa?- Você está me culpando?- De jeito nenhum, meu amigo. Eu só não sei se estaria na praia se fosse o marido dela.- Os exercícios físicos são propostos por ela, meu amigo.- Todos?- A maioria. - Cara de sorte! Acha que ela poderia conversar um pouco com a minha?-
Clarice arrumou a mesa para o jantar. Klaus já deveria estar chegando do hospital, mas não chegou. Todos jantaram e foram para os seus quartos. Ela ficou ali na sala o esperando. Nada. Ligou para o hospital, mas ninguém sabia onde ele estava. A secretária já havia ido embora e ninguém estava na sala de seu pai ou no consultório. Ela agradeceu.Lá pelas onze ela ligou de novo. Nada.Ligou às duas. Nadinha.Apareceu no hospital às oito a fim de matá-lo. Entrou no Centro cirúrgico e viu cada sala, nada. Foi no consultório, cantina, sala dos médicos, escritório do seu sogro. Nada. Ligou para o celular dele e ninguém atendeu.- Filho da puta! O que esse filho da puta está aprontando? Klaus, Klaus... Não me faça dar um tiro nas suas bolas...Chegou em casa, tomou banho, vestiu uma roupa confortável e ficou olhando para o teto imaginando-se viúva. - Duvido que ele esteja morto. Celular sem bateria, carro batido... Delegacia por briga na rua? Vamos ver que horas eu vou saber notícias suas, Dr