Quando a advogada descobriu que o seu marido pulava a cerca, escreveu em uma página de sua agenda uma pequena lista de vingança. Ela havia feito as pazes com ele. Haviam renovado os votos, trocado de aliança, voltado a morar junto, mas sempre tinha uma vozinha em seu ouvido lhe dizendo que ela havia sido boa demais e que só ela havia sofrido nesta história toda. Então, quando releu a lista depois de todos aqueles meses, pensou em muitas coisas.Klaus tinha que sentir um pouco da dor que ela sentiu. Toda humilhação, raiva, ciúme, indiferença, tudo.Mas, ao mesmo tempo que desejava se vingar, queria seguir com a sua vida. Precisava pensar. Então, depois de deixar os filhos na escola, foi ao clube para nadar um pouco.- Bom dia, Clarice. Vai nadar um pouco?- Sim. Preciso pensar.- O instrutor está na piscina. Bom dia.No hospital Klaus saía da sala de cirurgia exausto. A cirurgia tinha sido maior do que o planejado e queria falar com a Clarice.- Eu qu
Clarice havia passado a semana de mal humor, deixando o Doutor navegando solitário num mar de fantasia e fracassos.Enquanto descansava em seu consultório, varias imagens femininas flutuavam em sua imaginação. Uma delas era de Natasha, uma americana de descendência russa que conheceu quando estudava nos Estados Unidos e que Clarice nem desconfiava de sua existência. Natasha era branca, mais alta do que Clarice, pernas longas e que fumava como uma estrela de Hollywood da década de 1950.Seios grandes que quase saltavam para fora das blusas muito justas que usava. E um prazer exarcebado em usar calcinhas fio dental.Klaus tentou se manter distante dela por algum tempo, mas acabou cedendo depois de uma festa num fim de semana.Eles acabaram transando dentro de um carro no estacionamento de um shopping e no banheiro de um bar semanas depois. Por sorte, ninguém os pegou num quarto de descanso ou na escada do prédio onde ela morava.O fato é que sempre que ele se sentia sozinho demais cham
Todo final de ano o hospital dos pais de Klaus fazia duas festas em datas diferentes para comemorar o encerramento do ano.Era comum que Clarice ajudasse a sogra na decoração embora houvesse sempre uma equipe contratada para decoração além do buffet.O fato é que naquele ano um novo médico havia sido inserido na equipe e ele não sabia do relacionamento de Klaus com Clarice quando a abordou no refeitório dos médicos semanas antes.- Eu nunca vi isso em hospital nenhum por onde passei.- O que?- Uma mulher belíssima arrumando uma mesa de lanche para os médicos. - Ah... Mas é uma equipe muito querida. Ando muito ocupada e hoje os meus bebês estão me dando descanso. Então eu venho e arrumo tudo para receber os médicos e enfermeiros pós cirurgia.- Uma mulher tão linda deve ter cachorrinhos bem pequenos chamados de bebês.- Não, Dr. Cristovan. Digamos que o bebê maior tem quase um metro e noventa de altura.- Doutor Klein.- Doutor Cristovan. Vejo que conheceu a Sra. Klein.Ela realmente
Era bonitinho vê-los de mãos dadas, passeando com os filhos num shopping entre risos e beijinhos. Levy olhava tudo com atenção enquanto o irmão parecia mais preocupado em encontrar um urso de pelúcia bem grande para Cecília. Rebecca, por sua vez, procurava por algo que pudesse combinar com a sua blusa nova. Poderia ser qualquer coisa. Short ou saia. Ficou feliz quando encontrou um short em sarja da mesma cor de sua blusinha.Eles iriam lanchar na praça de alimentação, mas se lembraram de que Cecília os aguardava em casa para o cafe da tarde. Riram. Clarice nao queria chegar de mãos abandanando e compraram vários croissant e pastéis de nata.Felipe ligou quando eles ja estavam no estacionamento e riu quando soube que estavam indo para o seu apartamento. Ele também estava a caminho.No apartamento de Catarina e Felipe foi uma gritaria sem tamanho quando Guilherme entregou para Cecília um grande urso ruivo. Ela pulou em cima dele para agradecer, salpicando beijos
Ao chegarem em seu apartamento, cada filho foi para o seu quarto enquanto Klaus ficou um pouco na varanda observando a rua com Clarice. Era uma noite fresca de primavera e o vento vindo do mar refrescava seus corpos suavemenete.O silêncio evidenciava que os filhos estavam dormindo e Klaus foi acometido de uma grande curiosidade.- Quando foi que eles se beijaram? Perguntou surpreso enquanto Clarice sorria.- Foi logo depois do aniversário de Ceci. Disse baixinho.- Mas como? Ainda demonstrou surpresa.- Ceci estava passeando com o bebê e a babá no calçadão e viu Guilherme com a tal garota se pegando. Ele viu que ela viu, mas ficou na dele. Isso não era segredo. Mas quando ele a chamou para caminhar no calçadão, ela o rejeitou. Ela foi direta. Não. Guilherme insistiu e ela disse que não iria mais dair com ele sozinha. Não fica bem. "Se você tem uma namorada, saia com ela." Contou calmamente.- Ela é toda comportadinha, mas é pau... Disse sorrindo ao abra
O dia amanheceu nublado e chuvoso, trazendo uma melancolia para Clarice que não a desejava. Klaus a viu chorando e escondendo o rosto. Odiava quando ela ficava assim. Chorosa e apagada.Talvez fosse o ciclo se aproximando...Klaus se levantou, a puxou lentamente para perto dele e a abraçou. Clarice soltou um soluço doloroso.- Eu sinto muito, Clarice. Eu sinto muito.- Eu não quero ver ninguém. Cuide deles!Klaus se levantou da cama, tomou um banho, vestiu-se, foi acordar os filhos e preparar o café. Antes de sair para levá-los à escola, foi ate o quarto ver Clarice. Ela dormia profundamente.Ele a beijou e saiu com os filhos.- O que a mamãe tem?- Faz dois anos que Clarice descobriu que o bebê que esperava estava morto em seu útero. Ela teve uma hemorragia e isso acabou a esterilizando. O pior foi que eu não estava lá. Eu menti para ela. Eu não tive coragem para falar com ela que iria ficar mais tempo em São Paulo e mandei a secretária ligar e dizer.- Você estava com aquela mulher.
Clarice saiu do Fórum às quatro da tarde e pouco tempo depois entrava no táxi para encontrar a amiga Catarina e os filhos num shopping na Barra da Tijuca. O táxi parou na porta de entrada, ela pagou e ainda na entrada percebeu que alguém começava a segui-la. Respirou fundo. A audiência havia demorado tempo demais e ela estava cansada e sem paciência. Na frente de uma loja, quando ela parou para ver um vestido que lhe chamou atenção, que percebeu que sua perseguidora era ex-amante do marido.O que ela queria? Clarice pagou a compra e atendeu o celular.- Oi, querido. Enfatizou exibindo um sorriso. - Tudo bem? Estou um pouco cansada. No shopping. Disse parando em frente de uma loja de sapatos para saber se a maluca ainda a seguia. - Não. O cara é um grande filho da puta, mas ele está certo. Disse, sentindo o seu sangue subir. - Não. Catarina está me esperando naquele restaurante de sempre. Não! Disse o fazendo entender do outro lado da linha que havia algo errado. - Adivinha! Ele se l
Clarice saiu do Fórum às quatro da tarde e pouco tempo depois entrava no táxi para encontrar a amiga Catarina e os filhos num shopping na Barra da Tijuca. O táxi parou na porta de entrada, ela pagou e ainda na entrada percebeu que alguém começava a segui-la. Respirou fundo. A audiência havia demorado tempo demais e ela estava cansada e sem paciência. Na frente de uma loja, quando ela parou para ver um vestido que lhe chamou atenção, que percebeu que sua perseguidora era ex-amante do marido.O que ela queria? Clarice pagou a compra e atendeu o celular.- Oi, querido. Enfatizou exibindo um sorriso. - Tudo bem? Estou um pouco cansada. No shopping. Disse parando em frente de uma loja de sapatos para saber se a maluca ainda a seguia. - Não. O cara é um grande filho da puta, mas ele está certo. Disse, sentindo o seu sangue subir. - Não. Catarina está me esperando naquele restaurante de sempre. Não! Disse o fazendo entender do outro lado da linha que havia algo errado. - Adivinha! Ele se l