Clarice havia tomado banho e estava enrolada na toalha quando Klaus abriu a porta do quarto e a encontrou penteando os cabelos em frente ao espelho. Ele olhou rápido e desviou o olhar.
- Posso pegar o meu estojo? Eu preciso fazer a barba.- Não vai usar aqui por quê?- Você está no banheiro.- Estou terminando. Algum problema com isso?- Eu não quero incomodar.- Não incomoda. Eu já terminei. Vou me vestir.- Vai sair?- Não. Só acordei um pouco enjoada. Cansada. Guilherme já foi trabalhar, Rebecca está com o Paulo, os gêmeos estão dormindo, vou procurar algo para me distrair.- Hoje eu não tenho consulta na parte da manhã. Quer dar uma volta?- Onde?- Ir à praia ou ao clube?- Não. Estou sentindo o corpo meio mole. Uma dorzinha de cabeça.- Fez o exame?- Eu não estou grávida. Pare com isso!- Você está se senti do mal desde que retornou de LondrKlaus saiu do quarto deixando Clarice ainda deitada na cama. Os cabelos sobre o travesseiro e o corpo coberto por um vestido leve e longo de uma malha fria azul claro. Estava linda apesar do rosto preocupado e pálido. Ele viu os filhos dormindo tranquilamente e sorriu. Os gêmeos não davam a metade do trabalho que o Levy, sozinho, havia dado. Ele lembrou de alguns eventos e sorriu. Sentia saudade do filho que estava longe embora se falassem todos os dias quando a família estava reunida a noite.A gravidez de Rebecca foi bem recebida por todos e ela estava feliz após o susto. A barriga estava crescendo e já chamava atenção de todos. Paulo a cercava de cuidados e a enchia de carinho com beijinhos salpicados pelo rosto e mordidinhas nos ombros e no pescoço. Não discutiam mais e isso o deixava mais tranquilo. Às vezes dormiam no apartamento que Paulo havia comprado para eles, mas ela nunca ficava sozinha lá ou em qualquer outro lugar.De volta ao quarto, Clari
Catarina havia preparado uma bela mesa para o café da tarde e os seus pais foram os primeiros a aparecerem, transparecendo algum constrangimento quando Clarice perguntou sobre a filha.- Ah... Está com o Paulo.- Ele já chegou? Achei que só voltaria amanhã. - Como dizer...- O Paulo não viajou, Cat.- Não? - Ele nem conseguiu sair do quarto. Eu tive que bater na porta e deixar comida para eles.- Eles brigaram?- Só se foi para saber quem fica por cima...- Pedro!- O que foi? Paulo estava super preocupado em encostar nela, mas depois da última consulta a coisa mudou e eles estão maratonando o Kama Sutra. - Jesus!- Dá para ouvir os dois da sala.- Meu Deus! Coitada da Rebecca.Clarice abaixou a cabeça e riu sem poder se conter. Lembrou dela e de Klaus se pegando pela casa dos sogros após chegarem da lua de mel, deixando a sua sogra apavorada com os uivos
A conversa estava bem agitada quando Klaus e Felipe chegaram do hospital cheios de fome. Klaus estava com um grande urso nos braços para Sophia e ela correu bem animadaem sua direção. Ela estava com a boneca que havia ganho de presente de Rodrigo que se parecia muito com ela e o médico sorriu.- Rodrigo disse que eu pareço com uma boneca então preciso ter uma bonca que se pareça comigo.- Ela já tem nome?- Eu a chamo de Camila. O que acha?- É um belo nome. Onde está a sua irmã? - De romance. Eu ouvi tudo. Ela só quer ficar namorando o Paulo. Muito safadinha. Só beijinho.- Tudo bem, Sophia.Klaus olhou para Clarice e sorriu. Ela o serviu e ele foi comer com Felipe que ria do pequeno resumo enquanto ele recebia o filho de brinde em seu colo.-
O bebê no colo de Felipe já havia crescido bem e completaria um ano em breve. Catarina se envontrava cansada demais e a vida amorosa entre ela e o marido estava um pouco abalada. Ela não estava conseguido boltar a trabalhar no estúdio de música e Cecília, além da faculdade se dividia cuidando do lugar. Estava sobrecarregada sem dizer nada. Rodrigo era um menino calmo e crescido e procurava ajudar a mae no qie precisava, mas estava difícil. Ele era uma criança e a mãe era uma adulta exausta.- O que está acontecendo entre vocês? - Comprei um presente para ela e ela me acertou com a caixa do presente.- Catarina fez isso?- Ela não quer uma babá, mas se encontra cansada demais. Ela não me deixa tocá-la. - Sei bem como é isso.- Fora que ela já me culpava por tantas outras coisas... Ah, deixa para lá. - Se você ficar empurrando os problemas para debaixo do tapete os problemas não irão se resolver.- Mas é muito
Era estranho chegar a uma certa idade e se descobrir grávida pela quarta vez. Catarina estava deprimida e com medo. A gravidez de Rafael não foi fácil e o parto exaustivo e complicado. Ela precisou ficar alguns dias em observação no hospital e Felipe havia prometido sem mais filhos.O que havia acontecido foi acidente. O problema é que Felipe tinha uma mania besta de irritar Catarina ao mencionar que queria outro filho. O que era algo infantil, principalmente porque causava pânico em Catarina.- Se eu morrer a culpa será sua.- Você não vai morrer, Catarina. Vai ficar tudo bem.- Claro que vai. Eu morta e você casado com uma piranha de vinte e cinco que vai maltratar os meus filhos.- Pelo amor de Deus, Catarina. Eu nunca me casaria com ela.- Filho da puta!- Olha a boca! Rennè não vai aprovar o insulto. Olhe para mim, meu amor. Vou parar com as brincadeiras idiotas. Caramba, Catarina! Todo mundo sabe que eu sou louco p
Sophia se levantou esfregando os olhos, confusa, ao ouvir o pai cantando aquela música que sempre tocava no carro quando o pai queria dizer algo para a Ruiva e ela parecia não se importar.Rebecca nem se deu ao trabalho de se levantar da cama. Ajeitou-se ao lado de Paulo na cama e voltou a dormir. Mas Sophia era curiosa e foi caminhando na ponta dos pés até onde o pai estava, acabando por ver a cena mais engraçada de sua vidinha.Os pais dançavam na sala como um casal apaixonado, descalços e sorrindo. Ela sorriu orgulhosa. Sophia esfregou os olhos enquanto mantinha o sorriso em seu rosto. A mãe, a mulher que ela considerava ser a mais bela de todo mundo, dançando descalça, vestindo a camisa do pijama do pai, parecendo ser a mais feliz do mundo de um modo que ela nunca havia visto.Sophia achou engraçado a mãe passar as mãos entre os cabelos negros de seu pai. Ele também parecia feliz. Não tinha aqueles olhos tristes e opacos de quando ela chegou de viagem
Clarice só faltou bater em Guilherme após saber das novidades. Sophia ficou assustada ao ver a mãe puxar a orelha do seu irmãozão enquanto o pai gritava com ele.- Guiguizinho, o que você fez?- Menti.- Vai para o quarto, Sophia!- Eu não vou, papaizinho. Olha para mim, Guiguizinho! Você está namorando outra garota?- Não, Sophia. Mas eu sou muito burro para cair na conversa daquela mulher. Droga! Eu sou muito burro. Eu não sou dono daquela porra. Que inferno!- Eu vou lhe mandar para fora do país. Aí você vai se formar como alguém normal. Já era para ter ido. Eu fui muito mole com você. - Eu não vou para lugar nenhum sem antes conversar com a Cecília. Aquela vaca se fingiu de estava aprontando alguma quando me pediu para dormir no meu carro e tirou as coisas do lugar. Burro! Burro! Burro!- Nunca transou com ela? - Eu nunca pus as mãos nela.- O que você quer fazer, Guiguizinho?
Guilherme acordou cedo e foi correr na praia com os olhos inchados de chorar sem saber como Cecília havia acordado. Fez exercícios, nadou e voltou para o apartamento caminhando sem ligar para as garotas que olhavam para ele. Chegou no apartamento mudo. Tomou banho, vestiu-se e ficou com os irmãos pequenos vendo televisão deitado na sala.- Vai ao hospital hoje?- Não. Estou de luto.- Já resolveu com o seu pai o que vai fazer?- Eu não vou largar a minha família porque Cecília está magoada. Sophia e Samuel não vão se livrar de mim tão fácil assim. - Ok. O que vai fazer então? - Meu avô me deu uma semana de folga. Depois vou voltar ao normal o ajudando na administração também. - Ótimo! Quer almoçar o que?- Macarrão instantâneo.- Credo, Guiguizinho. Mãe, faz uma comidinha gostosa?- O que você quer, Sophia?- Comidinha de vó. - Ok.De uma certa maneira Clarice se