Chegando ao hotel, percebeu que algo estava diferente. Yanek estava impaciente, inquieto. — O que foi? — perguntou, sentindo que algo estava errado. Ele passou a mão pelos cabelos, suspirando pesadamente. — A mulher que eu marquei para esta noite cancelou. Ela ergueu uma sobrancelha. — E por isso quer cancelar tudo? Ele olhou para ela, avaliando-a. — Isso faz parte do que combinamos, senhorita Llanos. _Me chame de Babi. Ele assentiu. Ela o observou por alguns segundos e então se aproximou, baixando um pouco a voz. — E se… tentássemos só nós dois, por uma vez? Yanek ficou visivelmente tenso. — Você sabe que não é assim que eu gosto de jogar. Ela deu um meio sorriso. — Você pode continuar na sua cadeira. Pode só me observar. E pode… brincar consigo mesmo enquanto eu faço o mesmo. O olhar dele mudou. Ele estava considerando a ideia. Um longo silêncio se passou antes que ele assentisse. — Certo. Ele entrou no banheiro, e Babi respirou fundo. Essa e
Babi pegou o celular no meio da madrugada e viu que Zoe ainda não tinha respondido. Hesitou por um momento antes de mandar outra mensagem, mas desistiu. Provavelmente, a amiga estava apenas se divertindo. No domingo à tarde, finalmente recebeu uma resposta. Zoe: "Oi. Tô bem." A mensagem curta e seca a fez franzir a testa. Zoe nunca respondia assim. Mas talvez estivesse apenas cansada da viagem. Babi tentou não pensar muito nisso e lembrou do possível pedido de noivado que Zoe imaginava receber. Talvez estivesse apenas absorvendo tudo isso. Seu celular vibrou novamente. Yanek: "Nos encontramos hoje à noite. Mesmo lugar." O coração dela disparou. Imediatamente, sua mente a levou de volta à última noite que passaram juntos. A maneira como ele olhou para ela, como ficou satisfeito com a surpresa do piercing. A intensidade do momento que compartilharam, mesmo sem contato físico. Desde então, ela havia feito uma promessa para si mesma. Nunca mais se tocaria sem ser na frente dele.
Na manhã de segunda-feira, Babi acordou com o toque insistente do celular. Ainda meio sonolenta, pegou o aparelho e viu uma mensagem de um número que não reconhecia. Tate: "Babi, sou o Tate, amigo da Zoe. Ela está internada, está muito mal. Você pode vir para o hospital?" O coração dela disparou. Em um instante, o sono desapareceu completamente. Ela pulou da cama, vestiu qualquer roupa e saiu de casa apressada, chamando um táxi enquanto respondia a mensagem, perguntando em qual hospital Zoe estava. A viagem até lá pareceu durar uma eternidade. Seu estômago estava embrulhado, e um medo irracional a tomou. O que teria acontecido com Zoe? Quando chegou ao hospital e encontrou Tate na recepção, ele estava pálido e nervoso, andando de um lado para o outro. — O que aconteceu? — Babi perguntou, sem fôlego. Ele passou a mão pelos cabelos, claramente abalado. — Ela apareceu no meu apartamento de madrugada… toda machucada, ensanguentada. Pediu ajuda e desmaiou na minha frente.
Uma pausa. O tempo pareceu se arrastar até que a resposta veio. Yanek: "Quero." O corpo dela arrepiou. Babi ligou a câmera, ajustou o ângulo e gravou um vídeo curto, os dedos deslizando provocativamente por sua pele, mostrando o quanto ele a deixava excitada. Quando o vídeo foi enviado, ela prendeu a respiração, esperando. Ele demorou um pouco para responder. Mas então… Yanek: "Você me deixou louco. Quer ver o que fez comigo?" Seu coração disparou. Ela não achava que ele fosse ceder. Mas ele cedeu. A foto que chegou em seguida foi o suficiente para deixá-la em puro êxtase. Yanek se tocando, os músculos tensos, o prazer evidente no rosto dele. Babi gemeu baixinho ao ver, completamente rendida ao desejo. Ela queria guardar aquele momento para sempre. Em resposta, enviou um vídeo seu, movendo-se lentamente, sentindo cada onda de prazer que ele causou nela e ela chegando ao ápice do prazer. Mas então… Nada. Nenhuma resposta. A conversa simplesmente p
Ela hesitou por um segundo, mas então se afastou para deixá-lo passar. Ele entrou no apartamento pequeno e aconchegante, os olhos percorrendo o espaço como se o analisasse. — Nada mal — comentou, deslizando os dedos por um dos móveis antes de virar-se para encará-la. — E essa mão? Babi olhou para o curativo em sua palma, lembrando-se do que aconteceu. — Cortei enquanto fazia o almoço — disse, dando de ombros. — Coisa boba, mas precisei levar pontos. Yanek se aproximou, segurando sua mão ferida com delicadeza. O toque dele era quente, cuidadoso, e por um instante Babi se esqueceu de respirar. Ele virou a mão dela para examinar melhor, o polegar roçando de leve em sua pele. — Uma coisa boba que precisou de pontos — ele repetiu, balançando a cabeça. — Você precisa ser mais cuidadosa. Ela riu, tentando aliviar a tensão. — Um médico já me deu um sermão por isso hoje. Os olhos de Yanek se estreitaram ligeiramente. — Que médico? Babi piscou, surpresa pela pergunta. — O
Os olhos de Yanek brilharam com satisfação. Ele sabia. Ele percebeu que a resposta veio rápido demais. Babi notou o pequeno sorriso vitorioso que ele tentou esconder e desviou o olhar, disfarçando. — Hum… E o que você quer que eu faça por você hoje? Yanek observou-a por um instante, antes de negar com a cabeça. — Nada. Prefiro que você se recupere primeiro. Ela arqueou a sobrancelha. — Uau. Consideração inesperada. Ele apenas sorriu de canto. Babi sentiu que era um bom momento para perguntar algo que a curiosidade a consumia há tempos. — Posso te fazer uma pergunta? — Pode. — Qual a origem do seu sobrenome? Yanek não pareceu surpreso com a pergunta, mas ficou um pouco rígido antes de responder. — Meu pai era russo. Minha mãe, americana. — Então somos parecidos — ela comentou, se lembrando de suas próprias origens. Yanek assentiu, mas não desenvolveu o assunto. Babi percebeu que havia algo ali, uma tensão sutil ao mencionar o pai. — Ele ainda é vivo? —
Os dias passaram sem nenhuma mensagem de Yanek. Nenhum sinal de que ele sequer se lembrava dela. Babi tentava ignorar isso, mas toda vez que pegava o celular, seu olhar deslizava para a tela, esperando por uma notificação que nunca chegava. Na quarta-feira, foi até o hospital retirar os pontos da mão. O corte já estava bem melhor, mas a sensação de vazio dentro dela parecia só aumentar. Enquanto esperava sua vez, pegou o celular e rolou a tela sem realmente prestar atenção em nada. Desde aquela noite em que viu Yanek na TV com aquelas duas mulheres, sentia um aperto estranho no peito. Ele podia fazer o que quisesse, claro. Mas era impossível ignorar a forma como isso a afetava. Ele não está me devendo nada. Ainda assim, o pensamento dele com aquelas mulheres a incomodava de um jeito que não conseguia explicar. Era irracional, mas real. — Pronto, está livre dos pontos. Mas tente não se cortar de novo — o médico brincou, puxando-a de seus devaneios. Babi sorriu de leve, ainda
Tentou afastar os pensamentos e foi para o quarto, mas dormir foi impossível. O corpo ainda estava em alerta, ainda queimava com a lembrança do toque dele. A cada vez que fechava os olhos, revivia o momento: a forma como ele a puxou para perto, o calor de seus lábios contra os dela, a forma como ele segurou sua nuca, exigente e possessivo. Ela se revirou na cama, bufando de frustração. Por que ele veio até aqui se não queria isso? Será que foi só a bebida falando? Ou será que ele queria mais, mas algo o impediu? Depois de horas encarando o teto, o sono finalmente venceu. --- Quando acordou na manhã seguinte, estranhamente não se sentia mal. Pelo contrário… havia uma sensação de felicidade inexplicável dentro dela. Ele a quis. Independente do que tenha acontecido depois, do jeito que ele fugiu, por alguns minutos, ele a quis. E por algum motivo, isso a fazia sentir-se especial. Mesmo sem entender o que se passava na cabeça de Yanek, mesmo sem saber o que viria a seg