Na manhã de segunda-feira, Babi acordou com o toque insistente do celular. Ainda meio sonolenta, pegou o aparelho e viu uma mensagem de um número que não reconhecia. Tate: "Babi, sou o Tate, amigo da Zoe. Ela está internada, está muito mal. Você pode vir para o hospital?" O coração dela disparou. Em um instante, o sono desapareceu completamente. Ela pulou da cama, vestiu qualquer roupa e saiu de casa apressada, chamando um táxi enquanto respondia a mensagem, perguntando em qual hospital Zoe estava. A viagem até lá pareceu durar uma eternidade. Seu estômago estava embrulhado, e um medo irracional a tomou. O que teria acontecido com Zoe? Quando chegou ao hospital e encontrou Tate na recepção, ele estava pálido e nervoso, andando de um lado para o outro. — O que aconteceu? — Babi perguntou, sem fôlego. Ele passou a mão pelos cabelos, claramente abalado. — Ela apareceu no meu apartamento de madrugada… toda machucada, ensanguentada. Pediu ajuda e desmaiou na minha frente.
Uma pausa. O tempo pareceu se arrastar até que a resposta veio. Yanek: "Quero." O corpo dela arrepiou. Babi ligou a câmera, ajustou o ângulo e gravou um vídeo curto, os dedos deslizando provocativamente por sua pele, mostrando o quanto ele a deixava excitada. Quando o vídeo foi enviado, ela prendeu a respiração, esperando. Ele demorou um pouco para responder. Mas então… Yanek: "Você me deixou louco. Quer ver o que fez comigo?" Seu coração disparou. Ela não achava que ele fosse ceder. Mas ele cedeu. A foto que chegou em seguida foi o suficiente para deixá-la em puro êxtase. Yanek se tocando, os músculos tensos, o prazer evidente no rosto dele. Babi gemeu baixinho ao ver, completamente rendida ao desejo. Ela queria guardar aquele momento para sempre. Em resposta, enviou um vídeo seu, movendo-se lentamente, sentindo cada onda de prazer que ele causou nela e ela chegando ao ápice do prazer. Mas então… Nada. Nenhuma resposta. A conversa simplesmente p
Ela hesitou por um segundo, mas então se afastou para deixá-lo passar. Ele entrou no apartamento pequeno e aconchegante, os olhos percorrendo o espaço como se o analisasse. — Nada mal — comentou, deslizando os dedos por um dos móveis antes de virar-se para encará-la. — E essa mão? Babi olhou para o curativo em sua palma, lembrando-se do que aconteceu. — Cortei enquanto fazia o almoço — disse, dando de ombros. — Coisa boba, mas precisei levar pontos. Yanek se aproximou, segurando sua mão ferida com delicadeza. O toque dele era quente, cuidadoso, e por um instante Babi se esqueceu de respirar. Ele virou a mão dela para examinar melhor, o polegar roçando de leve em sua pele. — Uma coisa boba que precisou de pontos — ele repetiu, balançando a cabeça. — Você precisa ser mais cuidadosa. Ela riu, tentando aliviar a tensão. — Um médico já me deu um sermão por isso hoje. Os olhos de Yanek se estreitaram ligeiramente. — Que médico? Babi piscou, surpresa pela pergunta. — O
Os olhos de Yanek brilharam com satisfação. Ele sabia. Ele percebeu que a resposta veio rápido demais. Babi notou o pequeno sorriso vitorioso que ele tentou esconder e desviou o olhar, disfarçando. — Hum… E o que você quer que eu faça por você hoje? Yanek observou-a por um instante, antes de negar com a cabeça. — Nada. Prefiro que você se recupere primeiro. Ela arqueou a sobrancelha. — Uau. Consideração inesperada. Ele apenas sorriu de canto. Babi sentiu que era um bom momento para perguntar algo que a curiosidade a consumia há tempos. — Posso te fazer uma pergunta? — Pode. — Qual a origem do seu sobrenome? Yanek não pareceu surpreso com a pergunta, mas ficou um pouco rígido antes de responder. — Meu pai era russo. Minha mãe, americana. — Então somos parecidos — ela comentou, se lembrando de suas próprias origens. Yanek assentiu, mas não desenvolveu o assunto. Babi percebeu que havia algo ali, uma tensão sutil ao mencionar o pai. — Ele ainda é vivo? —
Os dias passaram sem nenhuma mensagem de Yanek. Nenhum sinal de que ele sequer se lembrava dela. Babi tentava ignorar isso, mas toda vez que pegava o celular, seu olhar deslizava para a tela, esperando por uma notificação que nunca chegava. Na quarta-feira, foi até o hospital retirar os pontos da mão. O corte já estava bem melhor, mas a sensação de vazio dentro dela parecia só aumentar. Enquanto esperava sua vez, pegou o celular e rolou a tela sem realmente prestar atenção em nada. Desde aquela noite em que viu Yanek na TV com aquelas duas mulheres, sentia um aperto estranho no peito. Ele podia fazer o que quisesse, claro. Mas era impossível ignorar a forma como isso a afetava. Ele não está me devendo nada. Ainda assim, o pensamento dele com aquelas mulheres a incomodava de um jeito que não conseguia explicar. Era irracional, mas real. — Pronto, está livre dos pontos. Mas tente não se cortar de novo — o médico brincou, puxando-a de seus devaneios. Babi sorriu de leve, ainda
Tentou afastar os pensamentos e foi para o quarto, mas dormir foi impossível. O corpo ainda estava em alerta, ainda queimava com a lembrança do toque dele. A cada vez que fechava os olhos, revivia o momento: a forma como ele a puxou para perto, o calor de seus lábios contra os dela, a forma como ele segurou sua nuca, exigente e possessivo. Ela se revirou na cama, bufando de frustração. Por que ele veio até aqui se não queria isso? Será que foi só a bebida falando? Ou será que ele queria mais, mas algo o impediu? Depois de horas encarando o teto, o sono finalmente venceu. --- Quando acordou na manhã seguinte, estranhamente não se sentia mal. Pelo contrário… havia uma sensação de felicidade inexplicável dentro dela. Ele a quis. Independente do que tenha acontecido depois, do jeito que ele fugiu, por alguns minutos, ele a quis. E por algum motivo, isso a fazia sentir-se especial. Mesmo sem entender o que se passava na cabeça de Yanek, mesmo sem saber o que viria a seg
Babi saiu do restaurante sentindo um misto de emoções. A conversa com Yanek ainda girava em sua cabeça. Ele se desculpando, deixando claro que o que aconteceu entre eles não poderia se repetir. A ideia deveria incomodá-la, mas, de alguma forma, ela também gostava disso. Havia algo ali. Algo que ele não queria admitir. Ela entrou no carro de Gabe e suspirou, olhando o próprio reflexo no espelho retrovisor. Talvez fosse hora de mudar alguma coisa. --- O salão de beleza era luxuoso, com um atendimento impecável. — Quero algo diferente. — disse ao cabeleireiro, passando os dedos pelos fios médios escuros que caíam até o meio das costas. Ele observou seu rosto com olhos experientes e sorriu. — Se você quer realçar sua beleza natural e parecer ainda mais sexy, eu sei exatamente o que fazer. Babi confiou nele. Quando o corte terminou, seu cabelo estava acima dos ombros, em um estilo moderno e sofisticado que acentuava seus traços. — Uau. — Ela passou a mão pelos fios mais c
Babi ainda sentia a água quente escorrendo pelo corpo quando desligou o chuveiro e pegou a toalha. Dessa vez, algo estava diferente. Normalmente, quando saía do banho, Yanek já tinha ido embora. Mas quando abriu a porta do banheiro, encontrou-o ali, sentado na poltrona, vestindo apenas o roupão do hotel, os olhos fixos nela. Ela parou, surpresa. — Você ainda está aqui? Yanek inclinou a cabeça para o lado, avaliando-a. — Sim. — Sua voz era calma, mas carregava um tom de inquietação. — O que está acontecendo com você? Babi franziu a testa. — Como assim? — Por que você não goza mais? Ela desviou o olhar, sentindo o rosto esquentar. — Isso não é importante. O que importa é que você chegue lá. Yanek se ajeitou na poltrona, parecendo ainda mais confuso. — Isso é para os dois. Sempre foi. Ela riu sem humor. — Não. — Encarou-o, sentindo a garganta apertar. — Você nunca me toca. Você me beijou uma única vez e disse que nunca faria de novo. Como espera que eu me sinta