Naquela noite, deitada em sua cama, ela tentava afastar Yanek de sua mente. Mas era impossível. Ele tinha desaparecido como se nada tivesse acontecido, e isso a incomodava profundamente. Talvez fosse um erro dela. Talvez ela não tivesse sido boa o suficiente. Tomada por essa dúvida, decidiu recriar aquela noite sozinha. Colocou uma luz baixa, música suave ao fundo, exatamente como estava naquele quarto de hotel. Deitou-se sobre os lençóis, deslizou as mãos pelo próprio corpo, tentando lembrar de como se sentiu. Fechou os olhos, fingindo que Yanek estava ali, olhando-a com aqueles olhos intensos, ordenando-a a continuar. Tentou reviver a excitação, o calor, o desejo avassalador que sentiu sob seu olhar atento. Mas algo estava errado. Ela tocava-se, movimentava os dedos da mesma forma que naquela noite, mas a sensação não era a mesma. A falta da presença dele, do controle que ele exercia sobre ela apenas com o olhar, tornava tudo… vazio. Mesmo assim, insistiu. Seu corpo
O homem com quem ela dançava percebeu a aproximação e se afastou sem protestar, apenas lançando um último olhar a ela antes de desaparecer na multidão. Yanek parou diante dela, ainda segurando a mão da outra mulher. — Venha comigo. Babi o olhou, o peito subindo e descendo com a respiração acelerada. Ela não gostava de vê-lo ali, de mãos dadas com outra mulher. Mas sabia qual era sua função ali. Sabia que Yanek queria vê-la se exibindo para os dois. Mesmo que não fosse exatamente o que ela desejava, sabia que, de alguma forma, aquilo ainda seria satisfatório. Respirando fundo, Babi assentiu e o seguiu. Yanek, a mulher e Babi saem da pista de dança. O som abafado da boate ainda vibra ao redor deles enquanto caminham em direção a uma área mais reservada. Babi segue atrás deles, sentindo seu coração bater mais rápido, sem saber exatamente o que esperar. Passam por um corredor estreito e logo chegam a uma porta onde um segurança alto e imponente os aguarda. Ele cumprimenta Ya
Ele se aproxima, ajeita uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e a observa por um instante. Seus olhos percorrem o rosto dela como se estivesse memorizando cada detalhe, e por um breve segundo, ela acha que ele vai beijá-la. Seu coração acelera, a respiração prende na garganta... Mas então ele se afasta.— Gabe já está esperando lá fora. Ele vai te levar pra casa.E é isso. Sem mais palavras, sem mais explicações.Babi sente um nó na garganta, mas não questiona. Apenas assente novamente e segue para a saída. Quando passa pelo segurança na porta, ele a observa com um olhar de quem já viu tudo aquilo acontecer antes. O olhar a incomoda, mas ela ergue o queixo e caminha com firmeza.A música alta da boate volta a invadi-la quando ela retorna ao salão principal. As luzes piscantes e os corpos dançando parecem estar em um universo paralelo ao que ela acabou de sair. Ela se sente um pouco deslocada, como se tivesse vivido algo secreto demais para ser compartilhado com o resto do mundo.Ao
Chegando ao hotel, percebeu que algo estava diferente. Yanek estava impaciente, inquieto. — O que foi? — perguntou, sentindo que algo estava errado. Ele passou a mão pelos cabelos, suspirando pesadamente. — A mulher que eu marquei para esta noite cancelou. Ela ergueu uma sobrancelha. — E por isso quer cancelar tudo? Ele olhou para ela, avaliando-a. — Isso faz parte do que combinamos, senhorita Llanos. _Me chame de Babi. Ele assentiu. Ela o observou por alguns segundos e então se aproximou, baixando um pouco a voz. — E se… tentássemos só nós dois, por uma vez? Yanek ficou visivelmente tenso. — Você sabe que não é assim que eu gosto de jogar. Ela deu um meio sorriso. — Você pode continuar na sua cadeira. Pode só me observar. E pode… brincar consigo mesmo enquanto eu faço o mesmo. O olhar dele mudou. Ele estava considerando a ideia. Um longo silêncio se passou antes que ele assentisse. — Certo. Ele entrou no banheiro, e Babi respirou fundo. Essa e
Babi pegou o celular no meio da madrugada e viu que Zoe ainda não tinha respondido. Hesitou por um momento antes de mandar outra mensagem, mas desistiu. Provavelmente, a amiga estava apenas se divertindo. No domingo à tarde, finalmente recebeu uma resposta. Zoe: "Oi. Tô bem." A mensagem curta e seca a fez franzir a testa. Zoe nunca respondia assim. Mas talvez estivesse apenas cansada da viagem. Babi tentou não pensar muito nisso e lembrou do possível pedido de noivado que Zoe imaginava receber. Talvez estivesse apenas absorvendo tudo isso. Seu celular vibrou novamente. Yanek: "Nos encontramos hoje à noite. Mesmo lugar." O coração dela disparou. Imediatamente, sua mente a levou de volta à última noite que passaram juntos. A maneira como ele olhou para ela, como ficou satisfeito com a surpresa do piercing. A intensidade do momento que compartilharam, mesmo sem contato físico. Desde então, ela havia feito uma promessa para si mesma. Nunca mais se tocaria sem ser na frente dele.
Na manhã de segunda-feira, Babi acordou com o toque insistente do celular. Ainda meio sonolenta, pegou o aparelho e viu uma mensagem de um número que não reconhecia. Tate: "Babi, sou o Tate, amigo da Zoe. Ela está internada, está muito mal. Você pode vir para o hospital?" O coração dela disparou. Em um instante, o sono desapareceu completamente. Ela pulou da cama, vestiu qualquer roupa e saiu de casa apressada, chamando um táxi enquanto respondia a mensagem, perguntando em qual hospital Zoe estava. A viagem até lá pareceu durar uma eternidade. Seu estômago estava embrulhado, e um medo irracional a tomou. O que teria acontecido com Zoe? Quando chegou ao hospital e encontrou Tate na recepção, ele estava pálido e nervoso, andando de um lado para o outro. — O que aconteceu? — Babi perguntou, sem fôlego. Ele passou a mão pelos cabelos, claramente abalado. — Ela apareceu no meu apartamento de madrugada… toda machucada, ensanguentada. Pediu ajuda e desmaiou na minha frente.
Uma pausa. O tempo pareceu se arrastar até que a resposta veio. Yanek: "Quero." O corpo dela arrepiou. Babi ligou a câmera, ajustou o ângulo e gravou um vídeo curto, os dedos deslizando provocativamente por sua pele, mostrando o quanto ele a deixava excitada. Quando o vídeo foi enviado, ela prendeu a respiração, esperando. Ele demorou um pouco para responder. Mas então… Yanek: "Você me deixou louco. Quer ver o que fez comigo?" Seu coração disparou. Ela não achava que ele fosse ceder. Mas ele cedeu. A foto que chegou em seguida foi o suficiente para deixá-la em puro êxtase. Yanek se tocando, os músculos tensos, o prazer evidente no rosto dele. Babi gemeu baixinho ao ver, completamente rendida ao desejo. Ela queria guardar aquele momento para sempre. Em resposta, enviou um vídeo seu, movendo-se lentamente, sentindo cada onda de prazer que ele causou nela e ela chegando ao ápice do prazer. Mas então… Nada. Nenhuma resposta. A conversa simplesmente p
Ela hesitou por um segundo, mas então se afastou para deixá-lo passar. Ele entrou no apartamento pequeno e aconchegante, os olhos percorrendo o espaço como se o analisasse. — Nada mal — comentou, deslizando os dedos por um dos móveis antes de virar-se para encará-la. — E essa mão? Babi olhou para o curativo em sua palma, lembrando-se do que aconteceu. — Cortei enquanto fazia o almoço — disse, dando de ombros. — Coisa boba, mas precisei levar pontos. Yanek se aproximou, segurando sua mão ferida com delicadeza. O toque dele era quente, cuidadoso, e por um instante Babi se esqueceu de respirar. Ele virou a mão dela para examinar melhor, o polegar roçando de leve em sua pele. — Uma coisa boba que precisou de pontos — ele repetiu, balançando a cabeça. — Você precisa ser mais cuidadosa. Ela riu, tentando aliviar a tensão. — Um médico já me deu um sermão por isso hoje. Os olhos de Yanek se estreitaram ligeiramente. — Que médico? Babi piscou, surpresa pela pergunta. — O