A história das sombras de Sowen era quase uma lenda em Artémise. Nossos pais contavam quando desobedeciamos, e se fazíamos malcriação, um adulto dizia: "Cuidado que a sombra vai te pegar."
Alguns dos mais velhos criaram suas próprias versões, com direito a cantigas de ninar assustadoras. Gostavam de dizer que Yuna ainda vagava perdida pela floresta assombrada, e que se uma criança desobediente se atrevesse a entrar lá, daria de cara com ela.
Era muito estranho saber que os monstros da sua infância estavam bem ali, lá fora, prontos para te matar.
Estávamos os quatro quietos naquele estábulo frio, apenas escondidos e sem saber o que esperar. Os velhos começaram a ficar realmente assustados, a
Inicialmente, imaginei que Perséfone tomasse o rumo da loja. Mas mesmo ela sabia que as sombras eram perigosas, e não pretendia usar sua magia novamente. Seguiu para o lugar seguro mais próximo, minha casa.Entramos completamente encharcadas, os vestidos pingando e tremendo até os ossos. Possivelmente um resfriado ia nos prejudicar. Sentamos no chão e fechei a porta com chave. Nos entreolhamos sem dizer uma só palavra, meu desejo era oferecer um cobertor ou um chá às duas, mas aquilo certamente não se tratava de uma visita comum.Apenas acendi uma vela para melhorar a iluminação, e esperei que alguém tomasse a palavra primeiro.— Você usou magia. — Amália falou, por fim.
Em dois dias a situação das sombras de Sowen foi resolvida, Aberdeen mandou reforços e Sowen se responsabilizou pelos danos causados pelas sombras no vilarejo, enviando recursos financeiros para a ajuda dos que foram prejudicados. O clima foi melhorando e as pessoas tiveram coragem de sair de casa. O comércio voltou, embora alguns guardas fizessem a ronda da rua o tempo todo a fim de tranquilizar a população.Em todo o reino só aconteceu uma morte, de um rapaz chamado Ralf, amigo de Justin, que lutou bravamente para conter as sombras. No total, foram 5 pessoas tocadas e transformadas em sobras, contando as vítimas do reino de Sowen, isso significava que a quantidade de sombras aumentara consideravelmente, e uma convocação foi feita para que todos aqueles com direito de usar magia se reunissem em busca de uma solu&ccedi
Nesse sonho eu me situava em um lugar escuro, em que nada podia ser visto. Não sabia onde era, me sentia perdida e o medo inundava minha mente. Meu único desejo era fugir, mas não conseguia andar. Passos leves e regulares se aproximavam.Uma luz fraca e esbranquiçada tomou minha visão, como um pontinho brilhando em meio ao breu, encarei até que aquela forma fantasmagórica se transformou em uma silhueta humana e por fim em um rosto quase desconhecido.— Eu disse que nos veríamos novamente.— Fada?Minha amiga estava muito diferente desde que a vi no castelo, lá ela sofria, vestia trapos. Agora, era uma garota linda, bem-tratada. Sua pele, antes pálida, agora era corada, reluzia, não parecia mai
Justin andou decidido em direção a casa de Perséfone, eu não sabia para onde ele a levaria, mas daria um jeito de ir junto. Como a falsa amiga, eu fingiria em todos os momentos que era seu apoio, que estava do seu lado. Há cada segundo uma tortura, mas eu seria incapaz de ir a outro lugar que não fosse ao seu encontro.Me escondi atrás de uma árvore, Justin encontrou Perséfone saindo. Era próximo do meio-dia, e supus que a mesma pretendia ir em direção à clareira.A missão Branca de Neve para matar Amália seria posta em prática.Seu rosto permanecia calmo, frio, como se o piquenique com Amália fosse um passeio comum e não um assassinato. Rapidamente, Justin se e
Meu desejo era ficar longe de todo o drama, principalmente do de Aylet. Mas precisava estar atenta a hora em que a família fosse chamada.Fui até a loja do senhor Ernie, que estava fechada. Passei o resto do dia, e também a manhã do dia seguinte, aparecendo de soslaio em frente à casa de Perséfone, e, cheguei a ver, em uma das vezes, guardas carregando livros, poções e cadernos para fora enquanto Aylet chorava.A situação não era favorável para ninguém, mas parecia pior para Ernie, que era completamente inocente. Não me atrevi a chegar perto para ver as reações dos dois, entretanto sabia que o desespero de Aylet era cínico. Poderia sim, estar conturbada, por ter perdido seu plano de vingança e pela possibilidade
Solução. Eu precisava encontrar uma solução imediatamente para alterar, ou pelo menos diminuir um pouco o sofrimento. Pensei em me jogar aos pés do conselheiro, mas era provável que o mesmo me chutasse para longe por lhe passar germes. Pensei em acusar Justin de mentir sobre uma pena branda, mas não era culpa dele; não sabia sobre a rixa entre Perséfone e a rainha.Pensei até mesmo em matar Evelyne e tomar a coroa, e isso pareceu a solução mais simples.O conselheiro se retirou com urgência, enfatizando que o horário de visitas tinha acabado para Ernie e Aylet saírem. Os dois gritavam com ele, revoltados, e Justin se apressou em levar Perséfone de volta a cela, que não ofereceu resistência encarava os pais co
Perséfone mexia os dedos e o pulso com um sorriso sádico estampado no rosto, aproveitando o prazer de ser livre para usar magia novamente. Deu alguns passos para frente, cambaleando, mas logo recuperou a postura.O que ela pretendia fazer? Se machucasse alguém, eu perderia completamente a razão de tê-la ajudado.Olhei preocupada para os corredores e inúmeras celas por perto. O guarda baixinho apareceu, estupefato ao ver Perséfone solta. Ele apenas estendeu a mão à frente do corpo e murmurou para que ficássemos paradas.Perséfone o empurrou com um simples gesto da mão, como se braços fortes e invisíveis tivessem ido ao encontro do homem que se encontrava a metros de distância. Seu corp
Os cavaleiros da rainha finalmente chegaram para combater o temível ataque mágico de Perséfone. Eles primeiro atiraram para depois perguntar o que exatamente aconteceu. Não os culpo, tendo em vista que tiveram que resgatar duas garotas quase mortas e conter um incêndio que podia muito bem se espalhar e alastrar o vilarejo.Um dos homens me puxou para o mais longe possível, apenas o suficiente para que nada na batalha que se seguiria me atingisse, e minhas narinas encontrarem um pouco de ar puro.Puxei o ar com força pela boca e tive uma crise de tosses antes de recuperar totalmente o fôlego, e quem sabe um pouco da consciência. Minha única preocupação era respirar, e só depois de conseguir fazer aquilo voltei meu olhar para Perséfone.