– Qual é o seu nome?– Scarlett Borges.– Qual é a sua matilha?– Bosque-Verde.O som de sua caneta escrevendo no caderno à sua frente não fez nada para acalmar meu medo. – Quantos anos você tem?– Quarenta e dois.Ao ouvir isso, ele levantou uma sobrancelha. Como se eu não estivesse mentindo para ele este tempo todo e só agora é que ele percebesse que eu estava mentindo. – Há alguma razão para você estar em meu território?Desviei meus olhos dos dele e observei em volta. Havia algo estranho que acontecia sempre que ele olhava para mim. Algo em meu estômago virou líquido e minha mente não conseguiu parar de trazer à tona imagens perturbadoras. Era vergonhoso. Se eu corasse, ia me dar um tapa aqui e agora. – Bem, em ...... estávamos dirigindo, e Maia disse que estava com fome, então fui até a lanchonete para comprar algo para ela comer. Eu não sabia que essa terra pertencia à matilha Garra-Férrea.O Alfa Romano riu e se levantou para poder sair de trás de sua mesa. – Agora que você
Ponto de vista de RomanoO que estava fazendo? Os olhos de Scarlett estavam arregalados de medo e ela se afastava de mim.Droga. – Eu te disse que você a machucaria. Rosnei e tirei a voz do meu lobo para fora da minha cabeça. Que diabos estava fazendo? A minha palavra era um comando que atravessava o ar e o detinha em seu caminho. Tinha que ser mais controlada do que isso. Precisava me controlar. Mas como poderia fazer isso quando ela estava bem na minha frente? Minha segunda companheira, totalmente alheia a esse fato porque não rompeu o vínculo com seu primeiro companheiro. Ela estava fugindo dele e, de alguma forma, conseguiu chegar até mim, e agora planejava fugir de mim também. Como poderia ver isso acontecer? – Está…se sentindo bem, Alfa Romano?Scarlett deu um passo para perto de mim e eu rosnei para ela enquanto dou um passo para trás para colocar algum espaço entre nós. Estava agindo como um lobo irritado que não via uma fêmea há anos. Quando ela disse que queria fu
Ponto de vista de ScarlettEsta casa era enorme. Essa foi a primeira coisa que notei nela. O Beta do Alfa Romano nos levou por corredores largos e por cômodos lindamente mobiliados. A luz do sol que entrava pelas janelas e o design óbvio de lobo incorporado em quase tudo me causou uma sensação de admiração. Puxei Maia para perto de mim e percebi que ela estava concentrada em outra coisa, ou melhor, em outra pessoa. O homem de cabelos loiros que Romano disse ser seu Beta caminhava à nossa frente, mas notei que ele se virava sempre para trás depois de alguns minutos para lançar um olhar tolo para Maia. Às vezes ele colocava a língua para fora, outras vezes fazia uma cara de bobo. O olhar da Maia era neutro e eu não sabia se ele estava tentando fazê-la rir ou descontrair um pouco. Tinha certeza de que a Maia estava mais atenta do que eu, e isso era assustador. — Aqui estão seus aposentos, princesa.Franzi a testa e abri a boca para corrigi-lo, dizendo que meu nome era Scarlett, e n
– Você pode vir até mim, Scarlett, não vou te machucar. A voz soava tão distante, mas parecia tão próxima. – Você é minha companheira, Scarlett. Eu nunca poderia machucar meu companheira. Meus olhos se abriram e eu percebia tudo de uma vez. Maia se sumiu! Eu me levantei e, um segundo depois, saí correndo pela porta. Eu iria matá-los! Iria matar todos os que tinham posto a mão na minha filha! – Maia? Maia, onde está?Uma senhora saiu de um dos quartos do grande corredor e eu corri até ela, agarrando-a pelos ombros. – Minha filha! Eles estão com minha filha! Para onde eles a levaram?O grito de Maia foi como um choque elétrico quando chegou aos meus ouvidos e eu me afastei da senhora desnorteada. Meus ouvidos seguiram o som dos gritos de Maia e minhas pernas me impulsionaram mais rápido do que nunca. Subi as escadas a quatro degraus de cada vez, escorregando mais de uma vez nos ladrilhos, mas correndo como se minha vida dependesse disso. – Não! As baratas são nojentas! Tirem el
Ponto de vista de Romano.Meu pai estava furioso. – O que significa tudo isso, Romano?Meus olhos se voltaram para os dele e pude ver a raiva que ele estava tentando controlar. Respondi com calma. – De tudo o quê?O restante do Conselho estava atrás dele e logo todos apareceram. Meu pai e seu Beta continuaram sendo os mais altos entre eles e, embora já tivessem todos envelhecidos, os conjuntos pretos e os ternos ajustados lhes davam uma aparência de perigo e poder potentes. Dirigi meu olhar de volta para meu pai e vi a raiva por trás de seus olhos azuis brilhantes. – Ouvi dizer que você trouxe uma proscrita para a matilha, Romano. Você está abrigando uma proscrita em nossa matilha!Recostei-me em meu assento e coloquei as mãos sobre a mesa:– A questão da lobisomem fêmea e da cria que agora estão morando na matilha será tratada adequadamente, mas essa não é a única coisa que temos para tratar hoje. E para que você não se esqueça, Sr. Caio, esta é agora a minha matilha. Eu sou o Al
Ponto de vista de HélderO som de gemidos enchia o ar. – Ah, me fode com mais força, Alfa!Um sorriso cruel iluminou meu rosto ao ouvir essas palavras. Havia três mulheres no quarto comigo e todas elas estavam completamente nuas. O cheiro de feromônios femininos estava forte no ar e cada aroma enviava uma nova dose de sangue para o meu pênis. Adorava essa sensação, de estar tão duro que meu pênis parecia uma pedra. A vadia que gemia estava me cavalgando. Esta foi a primeira vez que fiz sexo desde que aquela vadia fugiu. Esse foi o tipo de sexo que ela nunca conseguiria me dar. Essas prostitutas teriam filhos para mim. Filhos fortes que levariam meu nome para o futuro e colocariam um sorriso em meu rosto. Olhei para os olhos cheios de prazer da ruiva que estava me cavalgando e sorri ao puxar sua cabeça para baixo para me beijar. Uma batida veio da porta. – Alfa Hélder, Beta Nico está aqui para vê-lo.As palavras do guarda foram apressadas, mas Nico não esperou que ele terminas
Ponto de vista de ScarlettO que diabos estava fazendo agora? Tentei me mover e fui restringida mais uma vez porque o enorme braço ao redor da minha cintura não me deixou. Alfa Romano estava me segurando, e eu estava envergonhada com o quanto gostava disso. Diabos, por que estava agindo assim? Eu deveria estar surtando agora, tentando afastá-lo com medo e gritando para que ele me deixasse em paz. Hélder feriu uma parte do meu espírito e essa ferida ainda estava em carne viva, mas o homem em cujo corpo repousava não era o de Hélder, e meu espírito parecia estar totalmente ciente disso. Mas, ainda assim, isso não era apropriado. Pigarreei e tentei novamente. “Estou bom agora, Alfa Romano. Eu prometo. Meu peito não está mais doendo e consigo respirar direito.” Não recebi nenhuma resposta, mas tinha certeza de que ele me ouviu. – Alfa Romano?Sem resposta. – Alfa Romano?Desta vez, o medo frio me invadia e eu enguli em seco. Será que ele estava morto? – Romano?– Estou ouvindo v
Minhas mãos estavam tremendo e Maia continuava chorando. Ela se abraçava a mim e eu não conseguia pensar direito. – Maia, diga à mamãe o que aconteceu?Ela não disse nada. Ela continuou chorando e eu a deixei chorar, porque às vezes é isso que precisamos fazer. Algo a machucou. Algo ou alguém. Minha mente voou para vários possíveis suspeitos, mas não pensei em ninguém. O Beta de Alfa Romano veio buscá-la especialmente esta manhã e eu os segui até o auditório. A professora era uma senhora um pouco idosa e seu colega masculino a auxiliava. Flávio me garantiu que, por enquanto, eles só ensinavam o básico. Eram coisas como manter uma postura adequada. Treinamento muscular básico, como corrida e escalada, apenas coisas básicas. Maia foi a primeira a chegar lá esta manhã e ainda não se passaram nem três horas, mas ela já estava de volta assim. – Maia, alguém te machucou?Maia se acalmou, mas só um pouco para poder acenar com a cabeça. A fúria se infiltrou em meus ossos e eu alisei seu