Isabela não se perturbou, apenas perguntou com calma: — Isso aqui tem algum sentido?— Não tem? Antes você adorava fazer amor comigo. Aliás, nunca fizemos num ambiente assim... — Sandro a empurrou contra uma pilha de tábuas, arrancando suas roupas com violência, tentando reavivar suas memórias daquela forma.Isabela o encarou com frieza, declarando com um tom de desdém:— Sandro, você só está tornando tudo ainda mais patético.— Eu não ligo, só quero você de volta. — Murmurou ele, com uma voz abafada, afundando o rosto em seu peito. — Você esqueceu? Foi nesse apartamento que você me deu sua virgindade. Naquela noite você chorou tanto...Ele também havia ficado com o coração apertado, com medo de machucá-la.Isabela fechou os olhos, se recusando a reviver aquelas lembranças, muito menos a olhar para o rosto dele.Quando ele tentou tirar seu suéter e lhe ergueu a cintura, ela se contorceu para se livrar, mas algo pontiagudo perfurou sua pele. — Ah... — Ela soltou um gemido de dor.— O
Isabela puxou os cantos da boca num sorriso tênue.Mandou a mensagem quase que por impulso: [Quando você volta?] Imediatamente se arrependeu. Não cabia a ela questionar sobre os deslocamentos do chefe, e o questionário parecia ultrapassar limites. Tentou apagar a mensagem, mas já havia passado um minuto. Era impossível deletar.Envergonhada, estava prestes a deixar o celular de lado quando recebeu um áudio. Ao abrir, ouviu uma voz grave e rouca, como se tivesse acabado de acordar ou estivesse embriagada: [Amanhã.]Isabela respondeu quase por reflexo: [Vou te buscar no aeroporto.]A resposta veio rápida: [Ok.]Mal colocou o aparelho na mesa, o toque voltou a soar. Atendeu e ouviu Danilo:— Sandro te importunou?— Não. — Respondeu laconicamente.— Onde você está? Vou aí. — A voz dele transbordava preocupação.Isabela estava exausta físicamente e mentalmente, sem forças para lidar com mais ninguém. Então ela recusou:— Já voltei para casa. Estou cansada, não quero sair.— E amanhã? Podem
— Onde? Onde? — Janete, ao ouvir Viviane, pensou que Isabela realmente tivesse escondido um homem em casa e começou a olhar em volta, tentando encontrar qualquer sinal masculino. — No armário? — Ela brincou com um sorriso. — Não estará sem roupa, né?Isabela suspirou, colocando a mão na testa, enquanto Viviane a encarava com um olhar interessante. — Fala aí.— Eu não escondi nenhum homem aqui. — Respondeu Isabela com naturalidade. — A roupa é do meu chefe, ele esqueceu aqui.— Do Jorge? — Perguntou Viviane, arqueando uma sobrancelha.Isabela acenou com a cabeça. — Sim, quem mais seria? Você sabe que ele é meu chefe.Janete, que estava toda animada, ficou decepcionada ao descobrir que era só uma roupa. — Ah, só uma roupa? — Ela suspirou, mas logo ficou curiosa novamente. — É aquele homem alto e bonito que eu vi da última vez? Aquele que eu te falei para você dar em cima?— É ele. — Respondeu Isabela com indiferença.Viviane não deixou barato, indagando com um tom de interrogatório:—
— Está muito tarde, não vou voltar para casa. — Disse Viviane com preguiça.— Você não está com medo, está? — Isabela soltou uma risada.Viviane respondeu com teimosia: — Tudo isso é falso, não há nada para temer... Antes que ela terminasse de falar, Janete se aproximou silenciosamente de seu ouvido e a assustou de propósito. Viviane deu um pulo de susto, fazendo as outras duas mulheres rirem.Viviane engoliu com resignação.— Vocês não sabem que assustar alguém pode matar?— Você não é corajosa? — Zombou Isabela. — Insistiu em assistir esse filme de terror. — Achei que éramos muitas, mas agora vejo que vocês duas são covardes. — Retrucou Viviane sem se intimidar.Algumas garrafas de cerveja foram esvaziadas e a mesa estava uma bagunça, com pratos e copos espalhados por toda parte.— Se a Vivi não vai embora, posso ficar também? — Perguntou Janete, com um tom de inquietação.Isabela hesitou antes de responder: — Eu só tenho uma cama aqui. — Não tem problema, eu não me importo de a
A mensagem de Jorge era curta e direta.[Três horas.]Isabela respondeu: [Ok, entendi.]Nos dias em que Jorge esteve ausente, ela não teve muito trabalho. Pela manhã, leu um pouco e, ao meio-dia, voltou para casa para arrumar algumas coisas. Como havia saído apressada para o trabalho, não havia tido tempo de limpar a casa com cuidado.Ao se curvar para jogar o lixo, ela sentiu uma fisgada na ferida na cintura, a fazendo franzir a testa de dor. Entrou no banheiro e, diante do espelho, examinou a ferida, aplicando iodo. Por ser inverno, a cicatrização estava mais lenta do que o normal.A casa estava impecável, com os lençóis lavados e cheirosos. Depois de arrumar tudo, ela partiu diretamente para o aeroporto.Chegou meia hora mais cedo e esperou. O voo parecia estar atrasado. Só uma hora depois, ela finalmente avistou Jorge.Jorge não estava de terno. Vestia um suéter preto com gola branca, calças casuais pretas que destacavam suas pernas longas, e um casaco pendurado casualmente no braç
Sandro conhecia bem o temperamento de Isabela. Para ferimentos pequenos, ela sempre foi do tipo que deixava para lá. Ele se lembrava de uma vez em que ela cortou o dedo enquanto estava cortando legumes. O sangue não parava, mas ela apenas colocou um curativo e deixou a ferida cicatrizar por conta própria, o que levou um bom tempo.— Já fui. — Respondeu Isabela com indiferença, sem querer se envolver em mais conversa com ele.Sandro não acreditou nela. — Eu sei que você não foi. Aqui estão os remédios: alguns são para tomar, como o antitetânico e o anti-inflamatório, porque a ferida pode estar um pouco profunda. Também tem pomada para passar. E evite molhar a ferida...— Você está sem o que fazer? — Isabela o interrompeu com frieza, sentindo um toque de ironia dentro de si. Afinal, ele também sabia se preocupar.No passado, quando ela se machucava, ele simplesmente dizia: “Por que não vai ao hospital?” E nunca tinha comprado remédios para ela, nem se importava se a ferida podia ou não
Clara estava completamente tomada pela paixão repentina, sem espaço para refletir profundamente. Seus olhos estavam fixos no homem sensualmente dominante à sua frente, e seu coração estava cheio de emoção e expectativa.Com uma voz doce e suave, ela sussurrou: — Eu não preciso que você se sinta responsável.Sandro a pegou nos braços e ambos caíram pesadamente na cama. Em um instante, seus beijos desceram como uma tempestade, sem qualquer delicadeza, quase brutais. Seus movimentos eram urgentes e intensos, como se ele precisasse desabafar toda a raiva acumulada, ou como se sua violência fosse uma mensagem direcionada a Isabela através de Clara.Clara se afundou nesse fogo incontrolável, seu corpo e alma foram completamente consumidos. Ela percebeu que amava ainda mais esse homem, gostando da sensação de ser dominada com tanta força. Seu corpo e sua mente estavam em um estado de excitação extrema, como se cada nervo estivesse vibrando.Se iniciando nesse mundo, Clara não tinha capacidad
Jorge estava do outro lado do carro, observando os movimentos de Isabela com um olhar profundo.— Machucou a cintura? — Perguntou ele, com um tom calmo, mas carregado de uma leve preocupação.— O quê? — Isabela ergueu os olhos, surpresa. — Ah, sim.— Como aconteceu? — Jorge continuou, sem desviar o olhar.Isabela fechou a porta do carro e evitou o contato visual.— Foi um prego.Jorge não insistiu. Como um advogado experiente, a dedução de casos era seu ponto forte. Embora não pudesse adivinhar exatamente como ela se machucou, seu instinto dizia que tinha algo a ver com as brigas com o ex-marido.— Ainda sente algo por ele? — Ele a encarou, com um olhar impenetrável.— Se sentisse, não teria pedido o divórcio. — Respondeu Isabela, com um sorriso discreto. — Não sou do tipo que fica em cima do muro.Ela já sabia da existência de Milena, mas não pediu o divórcio imediatamente. Só quando perdeu completamente a esperança em Sandro foi que decidiu partir.Jorge pareceu querer dizer algo, ma