— Está muito tarde, não vou voltar para casa. — Disse Viviane com preguiça.— Você não está com medo, está? — Isabela soltou uma risada.Viviane respondeu com teimosia: — Tudo isso é falso, não há nada para temer... Antes que ela terminasse de falar, Janete se aproximou silenciosamente de seu ouvido e a assustou de propósito. Viviane deu um pulo de susto, fazendo as outras duas mulheres rirem.Viviane engoliu com resignação.— Vocês não sabem que assustar alguém pode matar?— Você não é corajosa? — Zombou Isabela. — Insistiu em assistir esse filme de terror. — Achei que éramos muitas, mas agora vejo que vocês duas são covardes. — Retrucou Viviane sem se intimidar.Algumas garrafas de cerveja foram esvaziadas e a mesa estava uma bagunça, com pratos e copos espalhados por toda parte.— Se a Vivi não vai embora, posso ficar também? — Perguntou Janete, com um tom de inquietação.Isabela hesitou antes de responder: — Eu só tenho uma cama aqui. — Não tem problema, eu não me importo de a
A mensagem de Jorge era curta e direta.[Três horas.]Isabela respondeu: [Ok, entendi.]Nos dias em que Jorge esteve ausente, ela não teve muito trabalho. Pela manhã, leu um pouco e, ao meio-dia, voltou para casa para arrumar algumas coisas. Como havia saído apressada para o trabalho, não havia tido tempo de limpar a casa com cuidado.Ao se curvar para jogar o lixo, ela sentiu uma fisgada na ferida na cintura, a fazendo franzir a testa de dor. Entrou no banheiro e, diante do espelho, examinou a ferida, aplicando iodo. Por ser inverno, a cicatrização estava mais lenta do que o normal.A casa estava impecável, com os lençóis lavados e cheirosos. Depois de arrumar tudo, ela partiu diretamente para o aeroporto.Chegou meia hora mais cedo e esperou. O voo parecia estar atrasado. Só uma hora depois, ela finalmente avistou Jorge.Jorge não estava de terno. Vestia um suéter preto com gola branca, calças casuais pretas que destacavam suas pernas longas, e um casaco pendurado casualmente no braç
Sandro conhecia bem o temperamento de Isabela. Para ferimentos pequenos, ela sempre foi do tipo que deixava para lá. Ele se lembrava de uma vez em que ela cortou o dedo enquanto estava cortando legumes. O sangue não parava, mas ela apenas colocou um curativo e deixou a ferida cicatrizar por conta própria, o que levou um bom tempo.— Já fui. — Respondeu Isabela com indiferença, sem querer se envolver em mais conversa com ele.Sandro não acreditou nela. — Eu sei que você não foi. Aqui estão os remédios: alguns são para tomar, como o antitetânico e o anti-inflamatório, porque a ferida pode estar um pouco profunda. Também tem pomada para passar. E evite molhar a ferida...— Você está sem o que fazer? — Isabela o interrompeu com frieza, sentindo um toque de ironia dentro de si. Afinal, ele também sabia se preocupar.No passado, quando ela se machucava, ele simplesmente dizia: “Por que não vai ao hospital?” E nunca tinha comprado remédios para ela, nem se importava se a ferida podia ou não
Clara estava completamente tomada pela paixão repentina, sem espaço para refletir profundamente. Seus olhos estavam fixos no homem sensualmente dominante à sua frente, e seu coração estava cheio de emoção e expectativa.Com uma voz doce e suave, ela sussurrou: — Eu não preciso que você se sinta responsável.Sandro a pegou nos braços e ambos caíram pesadamente na cama. Em um instante, seus beijos desceram como uma tempestade, sem qualquer delicadeza, quase brutais. Seus movimentos eram urgentes e intensos, como se ele precisasse desabafar toda a raiva acumulada, ou como se sua violência fosse uma mensagem direcionada a Isabela através de Clara.Clara se afundou nesse fogo incontrolável, seu corpo e alma foram completamente consumidos. Ela percebeu que amava ainda mais esse homem, gostando da sensação de ser dominada com tanta força. Seu corpo e sua mente estavam em um estado de excitação extrema, como se cada nervo estivesse vibrando.Se iniciando nesse mundo, Clara não tinha capacidad
Jorge estava do outro lado do carro, observando os movimentos de Isabela com um olhar profundo.— Machucou a cintura? — Perguntou ele, com um tom calmo, mas carregado de uma leve preocupação.— O quê? — Isabela ergueu os olhos, surpresa. — Ah, sim.— Como aconteceu? — Jorge continuou, sem desviar o olhar.Isabela fechou a porta do carro e evitou o contato visual.— Foi um prego.Jorge não insistiu. Como um advogado experiente, a dedução de casos era seu ponto forte. Embora não pudesse adivinhar exatamente como ela se machucou, seu instinto dizia que tinha algo a ver com as brigas com o ex-marido.— Ainda sente algo por ele? — Ele a encarou, com um olhar impenetrável.— Se sentisse, não teria pedido o divórcio. — Respondeu Isabela, com um sorriso discreto. — Não sou do tipo que fica em cima do muro.Ela já sabia da existência de Milena, mas não pediu o divórcio imediatamente. Só quando perdeu completamente a esperança em Sandro foi que decidiu partir.Jorge pareceu querer dizer algo, ma
No início, Caio achou que estava vendo coisas, mas, ao se aproximar, confirmou que era realmente sua filha.Ele não se intrometeu, nem chamou a atenção dos dois. Em vez disso, voltou rapidamente para a barraca e contou tudo para a esposa.— Você acha que a Isa está namorando? — Perguntou ele, sondando.Lara respondeu distraidamente:— Ela acabou de se divorciar, acho que não seria tão rápido assim.Na visão dela, a filha havia se dedicado profundamente a Sandro e, mesmo com o divórcio, não seria capaz de se desprender tão rapidamente de um relacionamento para entrar em outro. Além disso, encontrar alguém adequado já era difícil por si só.Ela até havia tentado ajudar a filha a conhecer novas pessoas, mas nunca encontrou alguém que considerasse ideal.— Mas eu vi ela com um homem, comendo churrasco. — Caio complementou.Lara de repente ficou alerta.— Sério?— Vi com meus próprios olhos. — Afirmou ele, com convicção.— E como ele era? — Perguntou Lara, curiosa.Caio balançou a cabeça.—
A figura de Isabela parecia ainda mais delicada sob a luz fraca, como uma porcelana que poderia quebrar ao menor toque.O sinal verde acendeu, e o tráfego começou a se mover lentamente. Jorge a levou de volta ao condomínio onde moravam. O carro parou em frente ao prédio, e cada um seguiu seu caminho, cruzando-se em silêncio.De volta ao apartamento, Isabela não seguiu sua rotina habitual. Em vez disso, foi direto para a cama e se deitou suavemente. Ela não estava exausta, apenas queria descansar. Seu olhar vagueou até o cabide, onde o casaco de Jorge estava pendurado, como um lembrete silencioso de algo.— Será que devo devolver? — Murmurou ela, ainda indecisa, quando ouviu uma batida suave na porta.“Deve ser a Viviane, reclamando de mais um encontro que não deu certo.”, imaginou Isabela, se levantando para atender. No entanto, quem estava na porta era Jorge, sua figura imponente se destacava sob a luz do corredor.— Dr. Jorge, o que... O que o traz aqui? — Perguntou ela, surpresa, co
Jorge se inclinou levemente para frente, fixando Isabela com um olhar profundo.— Você acha que estou mentindo?Isabela balançou a cabeça rapidamente, como um pião.— O senhor é uma pessoa de palavra, como eu poderia duvidar?Jorge riu com a reação dela, se levantou e foi até o escritório. Pouco depois, voltou com uma pasta de documentos e a entregou diretamente a Isabela.— O caso é bastante complexo. Leve para casa e estude com atenção.Isabela aceitou a pasta com respeito e acenou com a cabeça.— Obrigada, Dr. Jorge...— Não precisa agradecer. — Ele olhou para ela com um ar significativo. — Já combinamos que vou guardar os agradecimentos para algo maior no futuro.Isabela de repente sentiu que ele havia armado uma armadilha para ela, e um sinal de alerta soou em sua mente.— E se, no final, o que o senhor pedir for algo que eu não consigo dar? — Perguntou ela, sondando.Jorge se recostou no sofá, relaxado.— Aceito que você pague com você mesma.— O quê?! — Isabela soltou um grito d