Danilo tentou se erguer da cama, suas pernas pesadas como chumbo enquanto lutava para escapar daquele quarto.Percebendo seu esforço inútil, a mulher lançou um olhar carregado de desprezo a ele.— O remédio que coloquei na sua bebida derrubaria um boi adulto. Não adianta tentar fugir. Danilo engoliu em seco, enquanto o medo se espalhava por suas veias.— Quem é você? — Ele gaguejou, os olhos arregalados de pavor. — Por que está armando para mim?— Sou apenas alguém que recebe para fazer um serviço. — Murmurou ela.Seus dedos inquietos deslizaram pelo colarinho da camisa de Danilo, explorando a pele quente do peito masculino com movimentos calculados. Um suspiro de admiração escapou de seus lábios.— É a primeira vez que faço algo assim... — Ela confessou. — Um trabalho que me dá prazer e ainda me paga bem.— Você não se atreva! — Vociferou Danilo, as veias do pescoço saltando com o esforço.A mulher jogou a cabeça para trás e riu.— Meu querido, você está completamente na palma da min
Gabriel lançou um olhar discreto para a expressão de Sandro. Pensou consigo mesmo: "Por quem será que você está tão irritado?"Fabiano também observou Sandro pelo retrovisor.— Acelera um pouco. — Insistiu Sandro, sem paciência.— Estamos na área central, não tenho asas. — Resmungou Fabiano, já irritado. Estava dirigindo a uns 70 ou 80 km/h, o que mais esse homem queria?Depois de um longo percurso, finalmente chegaram ao Hotel Hilton.Assim que o carro parou, Sandro saiu em disparada e entrou no hotel a passos decididos. Sua postura tensa e o maxilar cerrado indicavam que o encontro com Danilo não seria nada amigável.Gabriel o seguiu apressadamente, tentando alcançá-lo.— Sandro, você ainda está machucado, não aja por impulso quando encontrar ele. — Ele advertiu, segurando levemente o braço do amigo.— Ele cobiça e ama secretamente a minha mulher, tenta me derrubar e ainda quer conquistar ela com meios sujos. — Cuspiu Sandro entredentes. — Como posso engolir essa afronta? Se eu deixa
— Foi você. Foi você que me incriminou e que, por trás das cortinas, movimentou a minha família Gomes, não é mesmo? Sandro, eu vou te matar! — Disparou Danilo, agarrando o pescoço de Sandro. Com um ferimento no braço, Sandro mal conseguia se defender.Mas o efeito do remédio que Danilo havia tomado já havia passado, e ele se encontrava exausto. Por isso, o aperto em volta do pescoço de Sandro não estava tão forte.Gabriel e Fabiano ficaram atordoados. O movimento de Danilo havia sido absolutamente inesperado. Contudo, em frações de segundo, os dois reagiram. Eles avançaram e conseguiram, lado a lado, afastar as mãos de Danilo que apertavam o pescoço de Sandro, segurando com firmeza os seus braços e o separando dele.— Sandro, você está bem? — Perguntou Fabiano.Quando foi derrubado, Sandro bateu a cabeça e ficou com a mente turva. Ainda assim, balançou a cabeça e, ao olhar para o braço protegido por um gesso, parecia não haver grandes danos. Com apoio da mão que não estava ferida, se
— Quem foi o responsável pelo crime? — Perguntou o policial.A mulher apontou para Danilo sem hesitar.Com os olhos cheio de raiva e cansaço, Danilo encarava a todos à sua frente.— Vocês... — Disparou ele, enquanto seu olhar avermelhado percorria Sandro e os outros presentes.Fabiano soltou uma risada seca, como quem dizia: "você mesmo se colocou nessa encrenca." No fim das contas, tinha sido por culpa própria que tudo tinha virado aquela bagunça.Enquanto o policial algemava Danilo com as algemas prateadas, orientou a mulher, que ainda mantinha as roupas propositalmente desarrumadas para fingir violência, a se vestir adequadamente. Sem alternativa, ela obedeceu.O silêncio tomou conta do quarto.Gabriel quebrou a tensão:— Galera, está na hora da gente ir embora, né?Sandro se virou para Fabiano:— Vai lá e pergunta para Viviane qual é o endereço completo da Isabela. Só sei que ela mora naquele condomínio, mas não faço ideia do prédio ou apartamento.Fabiano respondeu:— Gabriel, le
Isabela acenou com a cabeça.Jorge deu um passo à frente.Isabela o seguiu com dificuldade, arrastando os passos. Notando seu desconforto, Jorge diminuiu o ritmo para esperá-la.— Dr. Jorge, talvez seja melhor o senhor ir na frente? — Disse Isabela, envergonhada.Jorge olhou ao redor, não havia nenhum veículo por perto que pudesse facilitar o trajeto. Além disso, o haras era enorme e, para chegar ao outro lado, teriam que andar bastante.— Me desculpe, fui descuidado. — Comentou ele, apertando os lábios. — Sendo sua primeira vez montando, deve estar sentindo bastante desconforto. Quer que eu te carregue?Isabela hesitou por um momento e, em seguida, rapidamente fez um gesto de recusa.— Não, não precisa! — Depois de uma leve tosse, ela acrescentou. — Sério, estou bem. Consigo andar sozinha.Jorge baixou os olhos e, com um olhar que percorreu as pernas dela, perguntou:— Tem certeza?Isabela acenou várias vezes.— Tenho certeza. — Ela respondeu, decidida.Ela preferia aguentar o desconf
— Se eu vier, daqui para frente, não pago mais nada? — Brincou Isabela com um sorriso maroto.Jorge se virou para ela e respondeu com gentileza:— Exatamente, é de graça. E as portas estarão sempre abertas para você. Pode aparecer quando quiser.— Obrigada. —Agradeceu Isabela.Cavalgar proporcionava uma sensação única de liberdade e tranquilidade. Ela adorava essa experiência, principalmente porque, no dia a dia da advocacia, a pressão do trabalho não dava trégua. Montar a cavalo tinha se tornado sua forma de escape perfeita para aliviar o estresse.Quando entraram na cidade, Jorge de repente encostou o carro no acostamento. Isabela ficou quieta, imaginando que ele precisava resolver algo rápido. Não fez perguntas. Contudo, ao retornar, Jorge trazia consigo algumas caixas de remédios que entregou a ela. Só então Isabela notou que havia uma farmácia bem ali perto.— Dr. Jorge, isso é... — Gaguejou ela, sem jeito.— É um medicamento que melhora a circulação, diminui os hematomas e alivia
Viviane não suportava Sandro e desconfiava muito do caráter dele, mas na questão de como ele lidou com a situação do Danilo, ela reconheceu que ele demonstrou um pingo de consciência. Pelo menos quando insultaram Isabela, ele agiu em defesa da honra dela.— Nessa história, ele se portou como homem de verdade. Estou te contando só para você agradecer e não ficar devendo favor. Só isso mesmo. — Explicou Viviane, sem a menor intenção de promover qualquer reconciliação entre os dois.Apesar de ser mente aberta e não ver problema em curtir a vida antes de casar, Viviane acreditava piamente na fidelidade depois do casamento.Afinal, o que era casamento? Não era basicamente assumir responsabilidades? Responsabilidade cosigo mesma, com o parceiro, com a família. Se tivesse filhos, com eles também. Se era para trair depois de casamento, magoando o companheiro e desestabilizando a família, qual o sentido de casar? Melhor ficar solteira e aproveitar à vontade, sem machucar ninguém.Isabela captou
Na verdade, eles não estavam exatamente mentindo. O plano deles era mesmo lidar com Danilo.Isabela ergueu o copo de vinho e declarou: — Vocês já sabem que não sou boa com bebidas. Vou tomar só esta taça. É um brinde a vocês, como agradecimento. Quanto ao assunto com Danilo, imagino que já perceberam que não consigo lidar com ele sozinha. Embora os métodos de vocês não sejam muito convencionais, não será uma injustiça para ele. Então, bebo a esta taça e fiquem à vontade.Com um só gole, Isabela esvaziou o copo! O álcool desceu rasgando sua garganta, queimando. Ela desprezava homens que não respeitavam mulheres, especialmente como Danilo, que recorria à força bruta.Recentemente, um caso de abuso em outro país havia chocado o mundo. Uma jovem médica, linda como uma flor, foi brutalizada até a morte por dezenas de pessoas. As mulheres, por mais que lutassem, ainda eram frequentemente vistas como o elo mais fraco.— Nós também vamos beber. — Disse Gabriel, levantando seu copo.Fabiano se