Como imaginei que seria, talvez até pior, a festa de aniversário de um ano da Amanda está parecendo um festival. Tem até repórteres na entrada! Não sei por que ainda me assusto com isso. Não consigo me acostumar com a vida de artista da minha melhor amiga.
Agora que voltou para as telas, me relembrei de como ela passa por sufoco às vezes. É estranho demais ter paparazzi colado na gente quando estamos indo a um simples jantar, por exemplo.
Gosto da minha vida de low-profile. Sou adepta apenas de fuxicar a vida dos famosos na internet, mas é raro que eu publique algo sobre a minha. Para mim, a única vantagem de Nat ser famosa são as festas que me leva quando é obrigada a ir devido ao trabalho. Sempre conheço gente famosa, como e bebo do bom e do melhor, mas depois que teve Amanda, não teve umãzinha para a gente se divertir. Vou precisar rever a amizade com aquela traíra.
Aceno para ela depois que entro no local da festa, que está cheio de unicórnios de pelúcia, ba
— Oi, meninas. O que estamos fazendo? — ela pergunta, toda bonita com os cabelos pretos e lisos presos em um rabo de cavalo longo no topo da cabeça, e um vestido azul que molda todo seu corpo esbelto.— Natasha está acabando com os docinhos da festa. Eu estou querendo dizer algo — digo, aproveitando o momento oportuno, porque sei que não vão ter tempo de perguntar demais, para soltar a notícia que não contei para elas até hoje. Como sei que não vai se repetir, aproveito para pôr um ponto final em tudo e contar o segredo de uma vez. — Dei para o meu chefe!Pronto. Band-aid retirado com sucesso.Natasha começa a tossir, quase colocando para fora o segundo docinho que roubou da mesa, e Maya bate nas suas costas. Prendo um riso, porque sabia que iam ficar surpresas.— Como isso? Não se odiavam? — Maya me encara com o mais puro choque. At&eacut
Vou entrar em surto com o estresse, estou pressentindo. É uma merda estar a ponto de explodir a qualquer momento, e é pior quando não externo isso. Então, preciso assumir que estou agindo feito um tirano ainda maior nas últimas semanas. Assumo que sou exigente, que tenho um temperamento difícil quando se trata do trabalho e costumo ser inflexível, mas estou pior. Tudo culpa da minha secretária!Mentira, não posso culpá-la porque fui eu quem a beijei da primeira vez. Eu quem a desejei desde o primeiro segundo em que coloquei meus olhos nela. Nicole não tem culpa de ter cedido ao tesão e transado comigo.Ela avisou, não posso culpá-la por não querer continuar o que começamos. Ela disse que era casual, disse que era só na viagem. Achei que ia aceitar melhor do que estou aceitando, mas não a ter após tê-la está sendo fodido demai
— Aqui. Toma.Ela se livra do objeto apenas para aceitar o remédio. Assim que o engole, volta para a mesma posição. Deixo o copo em cima da mesinha de cabeceira e vou até as persianas para deixar mais escuro. Ainda entra um pouco de luz, mas está melhor do que antes.Volto para perto dela e tiro os saltos dos seus pés, ajeitando seu corpo direito na cama, porque as pernas estavam de fora. Nicole não fala nada, nem parece que a movi.Saio do quarto e encosto a porta, voltando para a sala. Aproveito para investigar o apartamento, que é como pensei que seria. Ela conseguiu colocar a sua personalidade até aqui.Após ver os porta-retratos na sala e os quadros na parede, volto para a pilha de roupa suja abandonada de qualquer jeito na entrada e a recolho, procurando pela lavanderia, torcendo para ela ter uma máquina de lavar roupas. Quando a encontro, fico apenas de cueca, que &e
Faz alguns dias desde que passei mal de forma vergonhosa na frente de Valentin. Minha enxaqueca um dia ainda me mata. Fingi que aquele dia não existiu, mas parece ter mexido com algo em Valentin, porque o gênio do demônio que ele tem está controlado. Pelo menos por enquanto. Não sei se é dó ou se foi algo que aconteceu para que ficasse mais leve. Talvez ele tenha trepado, não sei.Enquanto penso no humor do meu chefe, uma mulher elegante para na minha frente.— Bom dia, querida. Pode avisar ao Valentin que estou aqui, por favor? — ela pergunta simpática, com um sotaque diferente.— Bom dia. Tem hora marcada?— Ah, não, diga que é a Beverly que ele vai me receber.— Olha, ele está em um dia cheio, não acho que vá ter tempo — respondo abrindo um sorriso que sai forçado. Hoje é meu humor que não est&a
Engulo em seco, desviando meus olhos dos dele porque me sinto intimidada. Odeio ficar sem palavras. Estou acostumado a lidar com homens que não são nada como Valentin.— Foi o que pensei — diz com uma risada convencida, sem humor.Valentin começa a se afastar, e eu o seguro, no impulso, sem querer que se afaste. Ele olha para a mão no seu braço, sem entender. Aproximo-me e dou um selinho na sua boca, porque eu quero. Que merda!Quero repetir tudo de novo, não aguento mais a tensão que sinto só de chegar perto dele, de sentir seu cheiro!Valentin não reage, fica apenas me olhando. Fico na ponta dos pés e o beijo de novo, encarando seus olhos. Espero que reaja, que entenda que quero isso.— O que é isso, Nicole?— Eu quero.— O que exatamente você quer?— Você. Sou uma bagunça e ainda não quer
A mansão de Valentin é de outro mundo. Tento não parecer deslumbrada, fingindo costume para o luxo do lugar. Meu chefe me segue enquanto analiso seu ambiente super organizado. É bem impessoal, parecido com o seu escritório.— Por que não me surpreendo com a sua casa? É a sua cara. Por que um lugar tão grande para apenas uma pessoa?— Porque eu posso — ele fala, dando de ombros, e sorrio pela arrogância.Aliso um piano que tem no meio da sala, e Valentin me segue de perto, espreitando. Deixo que se aproxime de mim e logo sinto seu corpo nas minhas costas. Ele tira meu cabelo do pescoço e dá um beijo longo ali. Fecho os olhos e me apoio no piano, enquanto sinto o nariz deslizar pela minha pele.— Adoro seu cheiro.Não respondo nada, apenas estremeço com o contato. Não vou negar que pensei na promessa feita por Valentin mais cedo. T
— O que houve? Estava estragado? — Ele se ajoelha ao meu lado no chão e alisa meu rosto.— Não sei. Acho que não. Fiquei um pouco enjoada com o cheiro também.— Nicole… — Valentin fala meu nome como um alerta, e olho para ele, sem entender. — Depois que a gente transou na viagem, sua menstruação desceu?— O que isso tem… O quê? Não, eu não estou grávida! Não seja bobo.— Como me garante?— Eu tomo remédio, te falei! — Levanto-me do chão, estressada apenas com essa invenção maluca dele.Ele abre a boca para falar, mas o interrompo, sem querer ouvir um absurdo desses. — Já sei que nada é cem por cento eficaz, já sei.— Se não está, não se importa se a gente fizer um teste, então.— N&atild
Acordo com a sensação estranha de que está faltando algo e, quando acordo direito, noto que é porque Nicole não está na cama. Escuto um barulho vindo do banheiro e me levanto depressa ao ver que está vomitando de novo. Bato na porta para que não se assuste e entro, posicionando-me ao seu lado no chão.Ela não fala nada porque vomita de novo, parecendo cansada. Seus olhos estão inchados e vermelhos pelo choro, os cabelos estão bagunçados, cheios de volume.— Não precisa ficar aqui para ver isso. Já atingiu sua cota de me ver vomitando.— Quero estar. Marquei o exame e uma consulta para você.Nicole apenas concorda e encosta a testa na mão, apoiando-se no vaso sanitário. Fico ali também, alisando as suas costas, esperando seu tempo para conversar, para gritar, para chorar de novo.— Esse filho é