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Sou filha de Filipe Masalis Katsaros, banqueiro, consultor de investimentos, milionário.

Não pai, não irei me casar. Hoje estou emocionalmente seguro disso e emocionalmente impenetrável. Eu me tornei uma fortaleza. Hoje me sinto autossuficiente. Não quero mais que um relacionamento abale esse mundo que construí.

Hoje em dia está muito difícil encontrar a pessoa ideal. Hoje enxergo o casamento como uma instituição falida. Cara, inútil e que só dá dor de cabeça.

Sofia

Preciso melhorar meu guarda-roupa, penso quando pego um conjunto cinza nas mãos. As coisas poderiam ter sido mais fáceis para mim se eu não tivesse saído de casa com minha última mesada e minha roupa do corpo.

Sou filha de Filipe Masalis Katsaros, banqueiro, consultor de investimentos, milionário.

Sim, "saí de casa". Delicio-me com essa frase, ao mesmo tempo que sinto um certo peso no coração por ter sido tão radical. Mas eu não aguentava ser a filhinha de papai e o pior, como um hitlerzinho ele começou a ditar toda a minha vida.

Se eu fechar os olhos vejo até aquele bigodinho.

Hurg!

Desde que minha mãe morreu fui criada por uma empregada da família. Na ocasião, Sueli tinha cinquenta anos. Ela se dedicou inteiramente à tarefa de me fazer uma mulher linda e bem comportada.

Coitada! Aquela sofreu. Pois eu sempre fui uma criança difícil, adorava uma molecagem.

Sempre detestei saltos e ter que me vestir com roupas incômodas.

Até a adolescência eu não me esforcei para ser o que meu pai queria de mim. Eu fui muito rebelde e muito podada também.

Meu pai é grego e já viu. Na sua cabeça arcaica ele acredita que fui criada apenas para me casar bem.

Foram muitos livros lidos. Aprendi a arte da decoração. Como organizar jantares importantes. E distribuir tarefas aos empregados. Graças a Deus ele permitiu que eu estudasse. Eu me formei em administração com louvor.

Diploma na mão, chegou o dia que eu disse que ia arrumar emprego.

Pronto! Pra quê? Ele ficou uma fera e como um ditador, pediu para eu me esquecer do assunto, que a filha de Filipe Masalis Katsaros não precisava trabalhar.

Resumindo, ele me deu apenas uma pequena corda para depois puxar.

Dominador e machista, ele veio com um papo de arrumar um homem de uma alguma família importante, entre seus conhecidos, para eu me casar. Para não irritá-lo eu aceitei conhecê-los. Quem sabe o cupido do amor me acertaria.

Ele me apresentou três rapazes, de seus conhecidos. Não preciso dizer que eles não me atraíram nem um pouco.

O primeiro era muito branquelo e embora fosse apenas cinco anos mais velho que eu, já estava ficando careca.

O segundo era viúvo, tinha uma barriguinha saliente, bem mais velho e já tinha um filho adolescente.

O terceiro não foi muito diferente, um desastre total no quesito atração, apenas bom papo.

Depois de um tempo ele se animou dizendo que me arrumaria uma quarta pessoa, eu me revoltei e as coisas entre nós se desestruturaram de vez.

Eu ergui minha voz dizendo que não queria essa forçada de situação. Que eu não namoraria cara nenhum imposto por ele. E que se acontecesse de eu querer me casar, seria com a pessoa que meu coração escolhesse.

Ah, isso o enervou. E como um fera, começou a me dizer que jamais permitiria que eu me envolvesse com um caça-dotes qualquer.

Brigamos feio, então veio as palavras que me levaram a ter uma atitude: A porta da rua é serventia da casa, se não está satisfeita, saia, mas não levará nada, apenas a roupa do corpo.”

Grego arrogante!

Meu pai achou que eu ficaria assustada e me sujeitaria a vida que ele queria impor para mim, mas para seu espanto, foi o que fiz. Eu saí de casa e fui atrás da minha independência.

Confesso que quase desisti. No começo não foi fácil. O dinheiro da mesada dava apenas para pagar três meses de aluguel desse “apartamento” e algumas roupas que eu precisava. Isso explica meu guarda-roupa.

Ainda bem que esse lugar era mobiliado, então não precisei gastar com móveis e outras coisas.

O que ajudou também foi que, em dois meses, encontrei um emprego. Fiquei um ano nele. Estava tudo bem, até que tive o infortúnio de tropeçar no tapete e cair com bule e tudo no colo do cliente.

Dou uma risada ao me recordar do ocorrido. O cliente pulava tanto que eu comecei a rir da cena, mas foi de puro nervoso, claro que ele não interpretou assim, nem meu chefe.

Hoje vivo longe fisicamente do meu pai, mas eu sei que tenho um de seus homens o tempo todo na minha cola. O senhorzinho de cinquenta anos me segue o tempo todo e com certeza no final do dia levará o relatório para o meu pai. Ele então avaliará se ainda posso continuar com minha independência.

Minha vida é bem pacata. Com certeza por isso meu pai não me procurou ainda. Ele está na dele. Acredito que esperando que eu desista dessa minha vida difícil.

Admito que de vez em quando dá vontade de jogar tudo para o alto e voltar para casa. Mas isso é o mesmo que aceitar as condições de meu pai. E eu me recuso a ser uma marionete nas mãos dele.

Duvido que Filipe Masalis Katsaros estaria passivo se no seu relatório eu estivesse saindo com algum homem. Com certeza minha liberdade teria sido tirada e eu seria levada cativa para casa.

Tento não pensar muito nisso para não me angustiar antes da hora. Mas só quero ver quando eu me apaixonar por alguém....

Contudo, não estou muito preocupada com isso hoje. Acredito porque me apaixonei por ninguém ainda.

Suspiro pensando na minha vida solitária.

Meu pai proibiu todos os meus primos, primas, meus parentes de se aproximarem de mim.

E o que meu pai fala é lei!

Filipe Masalis Katsaros parece um mafioso. Do tipo que manipula as pessoas de um jeito que todos acabam devendo algum favor para ele. Mas graças a Deus eu não me estou totalmente sozinha. Desde que me mudei para esse velho apartamento sem elevador, conheci um anjo. Ivone, uma senhorinha de sessenta e cinco anos, muito mãezona e que lembra muito Alice, minha falecida babá.

Que Deus a tenha! Aquela mulher era uma santa por ter contornado minhas travessuras e enfrentado o mau humor do meu pai.

Mudo a direção dos meus pensamentos e penso no meu chefe, o belo turco.

Segundo a revista Gente, ele é um tubarão nos negócios. Uma máquina de fazer dinheiro. Tão logo assumiu a empresa do seu pai, a cresceu a tornando uma multinacional. No seu campo de atuação não há ninguém como ele.

Nas suas mãos a Building Design cresceu e engoliu muita gente.

Seu império cresceu por seu brilhantismo, sua total dedicação e por estar sempre à frente do seu tempo com projetos futurísticos. Isso manteve seus concorrentes um passo atrás, num mercado onde não há misericórdia para os perdedores.

Quanto sua vida pessoal, Ozan já fora casado, sua esposa sofreu um acidente terrível de carro e morreu. Mas graças a Deus, seu filho, que na época tinha apenas um ano sobreviveu.

Ozan deveria gostar muito dela, pois até hoje não foi visto com mulher nenhuma. Uma fixa, é claro.

Bem, se bem que o ocorrido tem apenas dois anos e pode-se dizer que é muito recente para ele se amarrar em alguém.

 

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