Início / Romance / A Secretária Grega do Turco / Ele é brilhante. Ozan pertence a isso tudo...
Ele é brilhante. Ozan pertence a isso tudo...

 

Duas semanas depois...

Ele é brilhante. Ozan pertence a isso tudo, está no seu ambiente, tudo que faz é com grande competência.

A maneira como ele administra tudo é espantoso. Ele é dinâmico, sensato, versátil e objetivo; sempre vai direto no coração de cada problema, sem enrolação ou complicações.

A cada dia a minha admiração cresce por esse homem.

É excitante trabalhar para ele. Tanto no sentido bom da palavra como no sentido literal.

Sim, ele é um pedaço de mal caminho.

Mas quem disse que a vida é fácil?

Não, não é e teremos que lidar com vários nãos pelo caminho.

Quando conheci Ozan eu não tinha ideia do que ia acontecer ao meu pobre coração. É espantoso como tenho que me esforçar o tempo todo para não babar por ele.

Ozan faz parte dos meus sonhos mais selvagens e eu nunca imaginei que um dia eu pudesse sentir essa tão grande atração por alguém.

Pensei que o tempo amenizaria o que sinto, mas isso não ocorreu.

Ergo meus olhos e o observo. Ele está com uma planta nas mãos e pelo seu semblante carregado, ele não gostou nada do projeto.

Com uma energia raivosa ele pega o telefone nas mãos e eu desvio meus olhos de sua majestosa figura e tento me concentrar no meu trabalho.

Estou fazendo cartões de congratulações para os clientes que fazem aniversário no mês que vem. Já estou deixando-os prontos para eles receberem por e-mail na data certa. Contudo, meus pensamentos insistem em Ozan e eu me lembro da cara que ele fez no dia que entrei no escritório com as roupas novas e bem maquiada.

Hah! Nesse dia literalmente seu queixo caiu, seus olhos beberam a minha imagem com admiração. Ele perdeu até as falas por um momento. Acho que ele não esperava que a mulher de aparência tão simples soubesse se vestir tão bem.

E eu?

Eu me senti muito bem com isso.

Muito mais confiante.

Contenho um sorriso bobo que ameaça surgir em meus lábios.

Ele não sabe, mas as roupas, a maquiagem bem aplicada, um dia fizeram parte da minha vida glamorosa.

Claro que não fui às lojas que eu costumava frequentar: como a Versace, Dolce & Gabbana, Swarovski, Gucci. E sim numa Outlet que vende roupas dessas grifes por menos da metade do preço.

Como fiz com a maquiagem?

Agora eu uso o retrovisor do carro. Carrego comigo todos os produtos novos que comprei numa nécessaire: Sombras, blush, batons; uma nova base, que combina mais com a cor da minha pele, a deixando com um aspecto natural e uniforme.

—O projeto parece um caixote e você ainda quer que eu me acalme? —Ozan esbraveja.

Às vezes, Ozan lida bem com as incompetências, outras vezes ele aflora sua raiva. Hoje pelo jeito é um dia clássico de mau humor.

Eu fecho os olhos e respiro fundo algumas vezes, tentando me concentrar no meu trabalho e não na conversa irritada dele ao telefone. Quando ele está desse jeito tenho vontade de me esconder debaixo da minha mesa pois às vezes sobra para mim e ele me dá palavras atravessadas.

Não sei por que, tenho sido impecável nas minhas tarefas.

Agora estou comendo escondido dele, estou com fome, hoje não consegui tomar café. Então passei na padaria e comprei mini salgadinhos de forno, sabor pizza. Enfio um na boca e o mastigo, aproveito que ele não está olhando e está entretido na conversa ao telefone.

—As pirâmides do Egito não teriam aquelas construções se os egípcios pensassem quadrado —ele rosna para um dos arquitetos. —Esse projeto que me apresentou está um lixo. Está bom para uma biblioteca, até um laboratório, um hospital, mas aqui estamos falando de um centro cultural que ficará em Copacabana, um dos cartões postais do Rio de Janeiro.

Há um minuto de silêncio e ele b**e com o punho fechado na mesa e eu pulo da cadeira.

—A acústica? Você tem um técnico trabalhando nesse projeto com você. Use-o! Queima os miolos dele e não me vem aqui com a mesmice! Você tem um trabalho a fazer, que os obstáculos não te limitem. Você tem até esse final de semana para me apresentar algo novo ou estará fora da minha equipe.

Ele b**e o telefone. Passa os dedos pelos cabelos várias vezes e então amassa o projeto e o lança no lixo. Eu me sinto aflita quando seus olhos voam para mim.

Engulo o resto do meu salgado.

Ele sorri.

Se levanta.

Eu me atemorizo com seu gesto.

Ele olha para mim, me analisa e então sorri. Avança e se aproxima da minha mesa. Sinto um misto de medo e excitação.

—Você acha que pode comer escondido sem que eu perceba?

—Como? —faço-me de desentendida.

Ele dá um sorriso atravessado.

—Você empesteou o escritório com esse cheiro. Deixe-me adivinhar o sabor...

Ele ergue o nariz e cheira o ar. Então olha para mim novamente. Eu engulo em seco.

—Salgado de presunto e queijo?

—Sabor pizza —digo, um tanto sem graça e lhe dou um pequeno sorriso.

—Você sabe que não pode comer aqui.

—Eu perdi a hora e não deu tempo de tomar café—justifico-me

— Acontece, senhorita Rodrigues que regras são regras. Elas existem para não serem quebradas e não importa o seu discurso. —Seu tom de voz continuava ríspido— E guarde esses belos olhos verdes inocentes para usar com outra pessoa, eles não me tocam — ele diz irritado. —Agora mesmo, receberei um cliente aqui e esse escritório está cheirando padaria.

E me ergo e rapidamente e vou até a grande janela de vidro.

—Vou abri-la.

—Não!

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App