Christopher ÁvilaEntro na minha escola pela primeira vez de alma lavada, vendo todos os meus colegas com cara de Amélia, me olhando entrar de mãos dadas com a Sorvetinho. O fato é que eu estudo aqui nessa escola desde que me entendo por gente e nunca trouxe a minha mãe e nem o meu pai aqui. Também não participo das festas e homenagens porque o meu pai nunca teve alguma participação na minha vida – até a Sorvetinho aparecer nela, claro. E eu não tinha uma mãe também. Acontece que esse ano eles resolveram pegar no meu pé e perguntavam o tempo todo onde ela estava e por algum motivo eu quis ficar por baixo e menti dizendo que ela era uma pessoa muito ocupada assim como o meu pai, e por isso eles nunca vinham me trazer ou me buscar na escola. A verdade, é que a maioria dos meus amigos vêm para a escola com suas mães, com exceção do Júlio que tem dois pais ao invés de um pai e uma mãe. Os garotos caçoam de dele o tempo todo. Eu não ligo muito com isso, o que importa é que ele é muito feli
IsabellyO som sai tão baixinho que quase chego a duvidar o que acabei de escutar, Cris me chamou de mamãe... isso mexeu com meus sentimentos, me fez sentir algo diferente do que sentia por ele até poucos minutos atrás, o via como um amiguinho, uma criança carente de atenção, de carinho e, no entanto, sou tomada por um instinto materno. Respiro fundo e caminho para o quarto de hóspedes, encontro Daniel nu da cintura pra cima, a calça e cinto desabotoada e descalço, ele me olha com um lindo sorriso e beija a minha testa, ajeita os meus cabelos atrás da orelha.— Tudo bem? — inquire procurando os meus olhos.— Tá.— Tem certeza?— Tenho.— Preciso de um banho, você vem? — Sorrio.— Eu não sei. Sabe como é, não tenho roupas aqui então...— Precisamos resolver isso — ralha e me beija.— Pois é. — Outro beijo, depois suas mãos vão para a minha cintura, me aperta, me puxa e aprofunda o beijo. Não sei, mas acho que Daniel não precisa saber que o filho me ver como uma mãe, se me pegou de surp
Daniel.Felicidade, essa é a única palavra consegue descrever tudo o que estou sentindo por dentro agora. Penso quando lembro que deixei a minha namorada deitada seminua na minha cama e sorrindo pra mim. Isabelly tem um jeito que me enfeitiça, que me faz querer mais e juro que cheguei a protelar faltar a essa consulta apenas para ficar lá, deitado ao seu lado, sentindo o seu cheiro que aprendi a amar, apreciando o seu calor que sempre me mantém aquecido, mas fui obrigado a sair daquela cama espaçosa e macia para estar aqui, do outro lado da minha vida, na linha tênue entre o meu presente e o passado, para desintoxicar a minha alma e o coração do veneno que eu mesmo criei.— Quando pretende cortar o último fio que liga você ao seu passado, Daniel? — Desperto com a voz tranquila da doutora Lilian e imediatamente eu ergo o meu olhar, encontrando o seu, que nesse instante me avaliam profissionalmente. Decido desviar os meus olhos para fitar as paredes brancas atrás dela, depois a mesa ret
Daniel— Oi meu, amor! — Retribuo as palavras carinhosas.— Já saiu do consultório?— Sim e já estou na empresa.— E como foi? — O que posso dizer, que Lilian me obrigou a entrar no meu próprio inferno para ir buscar a chave do meu coração que ficou esquecida lá dentro?— A noite eu te conto. Só liguei porque queria ouvir a sua voz e ter um dia mais leve. — Ela sorri do outro lado da linha e esse som faz o meu coração acelerar.— Nos vemos a noite, então. — Ela diz, porém, suspira, parece cansada.— Está tudo bem? — Isa fica em silêncio.— Não. — Sua voz falha. — As coisas com a minha mãe não estão nada fáceis, Dani. — Ouvir esse apelido sair da sua boca faz o meu coração estremecer por dentro. Chego a me sentir quente e droga, eu deveria me concentrar no seu desabafo!— Como estão as coisas?— Eu não entendi bem, mas parece que o filho de ex associado que ela advogou está tentando se vingar. Estão dizendo que ele teve acesso a nossa casa ou algo do tipo e que pegou alguns documentos
Isabelly.O carro para em frente ao meu prédio e dentro de mim já começo a reclamar a saudade que sentirei dele o dia todo. Você já se sentiu assim alguma vez com alguém? Eu não. Quer dizer, eu sentia falta do meu ex, mas ele vivia tão distante que era impossível não sentir a sua falta. Entretanto, com Daniel é diferente. Vivemos praticamente colados no horário do almoço e a noite toda, porém, na hora de dizer até mais tarde é sempre uma penitência. Sua mão se embrenha entre os meus cabelos, segura na minha nuca e logo os nossos lábios se tocam. Como sempre o seu beijo é libidinoso, envolvente, malicioso e gostoso, muito gostoso, tão gostoso que tenho vontade de montá-lo aqui mesmo em plena avenida para mim, mas aí, ele para o beijo e leva a minha sanidade junto.— É melhor você ir. — Ele diz. Agora me diz se pode, depois de um beijo desse eu ter que ir? Em resposta solto um resmungo manhoso. — Por que o final de semana demora tanto? — Ele rir na minha cara. — Amanhã já é sexta, sab
Isabelly— E então? — ignoro o seu comentário e insisto na pergunta. ele respira fundo e toma mais um gole da sua bebida, depositando o copo vazio no tampo da mesa.— É o seguinte, Isabelly, eu quero você de volta. — Isso é uma piada? Porque eu não achei graça nenhuma.— Desculpa, eu não entendi!— Eu quero você comigo, como minha namorada de novo. Eu sei que parece loucura, mas a verdade é que esses três anos que vivemos eu realmente me apaixonei por você e não consigo tirá-la da minha cabeça, princesa.— Não me chame de princesa, você não tem esse direito! — rosno entre dentes, mas ele simplesmente ri.— Então, como eu estava dizendo, eu quero que volte pra mim.— Não dá, Francis, estou com outra pessoa e...— Eu sei! — Ele me interrompe. — Você está com o maluco do Daniel Ávila. Sabe que ele ainda ama a esposa morta, não é, e que ele nunca a deixará por você. Foi assim durante esses seis anos. Daniel sai com algumas garotas e as coitadinhas se iludem com ele, mas depois ele as desc
Daniel.No centro do quarto bem iluminado aprecio a brisa fresca que entra pela janela. Então olhos nos seus olhos e abro a toalha que envolve o seu corpo. Isa parece tão frágil e delicada agora. O pano cai aos seus pés e os meus olhos passeiam imediatamente pelo corpo nu, parando nos seus seios firmes que sobem e descem acompanhando a sua respiração. Levo as minhas mãos aos botões da minha camisa e sem parar de olhá-la abro e deixo a peça deslizar por meus braços. Como sempre ela assiste cada movimento meu, porém, seus lindos olhos não escondem a luxúria que brilha intensamente. Lentamente desafivelo o cinto e meu coração estremece quando ela morde o lábio inferior, reprimindo um gemido involuntário. O zíper desliza para baixo e a calça social faz o mesmo se arrastando por minhas pernas, até me livrar dela. Aproximo-me da minha namora. Perto o suficiente para tocá-la, para sentir a sua pele, que se arrepia apenas com o meu toque. Suspiro baixinho e inclino um pouco a minha cabeça par
Daniel — Precisamos de um banho — falo, mas ela geme algo que não consigo entender, fazendo-me rir. Levanto-me com ela nos meus braços e vamos para o banheiro. — Espere aqui, querida — peço, afastando-me para encher a banheira com água morna. Ponho alguns sais perfumados, a e a ajudo a entrar na água, me posicionando atrás dela no mesmo instante. Seguro uma esponja macia e rosada que está em uma pequena bandeja prateada e calmamente começo a lavar o seu corpo. Isa está com os olhos fechados, provavelmente apreciando os meus cuidados. Saber que Isabelly me ama assim como eu a amo é tudo pra mim. É o apoio que eu precisava para fazer o que já devia ter feito há dias. Libertar-me de uma vez por todas as grades da minha prisão, quebrar o que resta das correntes e me entregar sem reservas a esse amor. Após o banho a ajudo a se secar e vamos para cama. A faço deitar-se completamente nua, sobre o toque dos meus beijos e a abraço aconchegando-me ao seu corpo. Por fim, puxo um lençol e envolv