Daniel.— Não posso viver sem você — confidencio finalmente e Isa ergue a cabeça que até então estava apoiada no meu peito.— O que disse? — Agora olhando sua imensidão azul, vejo que ela também chorou. Isabelly sentiu todo o meu impacto sobre o seu corpo e alma.— Não posso viver sem você — repito.— Também não posso. Nós vamos resolver tudo isso juntos, Dani. Você é o meu leão feroz, que não se abala com nada e tem a força de todas as feras. Vai conseguir vencer, eu sei que vai.— Não me sinto forte agora, Isa. Você é a minha força e mesmo assim estou me sentindo fraco e abalado.— Daniel, olhe pra mim. — Ela pede, e ergo os meus olhos para os dela. — Nós vamos conseguir.— Como tem tanta certeza? — Ela me lança um sorriso fraco.— Porque eu sei, eu sinto assim. — Então vejo um brilho diferente nos seus olhos.— O que está aprontando, Isa? — Dá de ombros.— Nada — sibila, mas não sinto firmeza nessa palavra. — Estou com fome, na verdade, estou faminta. Vamos comer? — Olho para o rel
Daniel— Como será que ela é? — pergunto do nada. — Gostaria que fosse igual você. Cabelos negros, olhos cor de mel, pele morena...— E se fosse um pouco de nós dois?— Morena, olhos azuis.— Como vamos chamá-la?— Não pensei nisso ainda.— Que tal Victória?— Victória, significa vencedora. Eu gostei! — Ela diz com um sorriso singular, me contagiando. Sua mão logo descansa sobre a minha em cima da barriga e sinto um chute forte debaixo de minha mão.— Ai meu Deus! — Meu coração pula violentamente de um jeito que parece que vai sair pela boca. — Ela me chutou! — falo empolgado e o som da sua risada se espalhar pelo ar.— Faz alguns dias que ela não se mexia assim. — Isa fala matando a minha alegria. Porra, estou fazendo de novo. Estou negligenciando a nossa bebê, deixando os meus problemas acima de tudo. Respiro fundo.— Vamos fazer uma promessa, Isa, a partir de hoje não vamos deixar nada e nem ninguém macular a nossa felicidade. Não permitiremos que nos afaste, nem mesmo que se meta
Isabelly.Existe um preço a ser pago pelo carinho que se recebe ao ser acordada? Eu acredito que não existe dinheiro no mundo que pague. Penso quando sinto o toque suave das pontas dos seus dedos deslizando pelo meu rosto e no mesmo instante, minúsculos beijos se espalham pelas minhas costas, fazendo uma trilha gostosa, fazendo-me arrepiar inteirinha. Automaticamente eu solto um gemido apreciativo e sorrio languida, me espreguiçando em cima do colchão. Abro uma brecha de olho e a imagem do meu garotinho vai ficando nítida na minha frente. Primeiro, fito os seus olhinhos brilhantes, depois o seu sorriso encantador... e— Cris! — Praticamente grito o seu nome, sentando-me na cama e o puxo para um abraço bem forte, beijando-o várias vezes no rosto. Oh Deus, ele está de volta! Ele me aperta com os seus bracinhos e logo escuto o seu riso infantil, esquecendo-me totalmente do dono dos beijos em minhas costas. Logo sinto os braços fortes de Daniel nos envolver em um abraço coletivo. Agora si
Cristopher ÁvilaOlho o meu pai na janela do seu escritório. Ele parece triste quando entro no carro do vovô Paulo. Logo o carro entra em movimento e no trânsito. O caminho todo é feito em silêncio e o tempo todo encaro as costas do homem que quer me afastar dos meus pais. Eu não o conheço, nunca o vi e nunca nos falamos, a não ser naquele dia que entrou na minha casa. Ele parecia bravo, muito bravo. Não demora muito para o carro estacionar em frente a um condomínio muito bonito. Os portões se abrem e o carro entra. Aqui tem muitas casas bonitas e muito grandes como a minha. Tem jardins floridos e parques infantis, quadras de esportes e algumas crianças estão brincam lá agora. O carro finalmente para em frente a uma casa de três andares. Ele desce primeiro e vem para minha porta, abrindo-a em seguida. Saio do veículo mesmo sem vontade e uma senhora abre a porta da casa elegante. Ela sorri carinhosa assim que me ver, mas chora também. Uma mistura de alegria e de tristeza, eu acho. Ela
Christopher ÁvilaO final de semana passou igual um caracol, se arrastando. O tempo todo me senti entediado, triste e com saudades de casa. Pela janela do quarto, vejo algumas crianças correndo nas calçadas e jardins do condomínio, parecia bem divertido, mas não saí do meu lugar, prefiro ficar aqui escondido. Paulo é um homem ranzinza e está sempre reclamando dos meus modos, do meu jeito de falar, ou do meu choro e pedidos. E quando isso acontece eu penso quanto eu quero voltar para minha casa. Algumas vezes ele fala mal do meu pai, diz que ele não me ama e que vai ter outro filho, e que a minha mãe vai me maltratar quando isso acontecer. E outras vezes ele grita que Isabelly não é a minha mãe. Não gosto dele, o Odeio. Minha mãe me pediu para eu ser forte e eu serei por ela. Com um suspiro baixo, me afasto da janela e me deito na cama. Pego o celular e começo a jogar. Ela tinha razão, dá pra esquecer um pouco que estou sozinho aqui. O barulho de vozes alteradas do lado de fora me faz
Christopher Ávila.Em algum lugar em Orlando - Flórida.Uma vez eu tive um sonho. Isso já faz muito, muito tempo. Eu devia ter uns quatro ou cinco anos. Sonhei que eu e a minha família estávamos fazendo uma viagem encantada. Eu estava feliz, muito feliz, mais do que feliz, o meu nome do meio era felicidade pura. Eu nunca acreditei em encantos ou em magias, isso é coisa de meninas, certo? Achava tudo isso uma grande ilusão... achava, até agora. Porque nesse exato momento estamos dentro de um jatinho da empresa do meu pai e estou sentado em uma das poltronas grande, e confortável, perto de uma janela, olhando para as nuvens brancas feito algodão doce. Na minha frente estão o meu pai e a minha mãe. E eles se olham com carinho, com aqueles olhos brilhando de felicidade. E sabe como eu me sinto com isso? Estou explodindo, porque eu sou o responsável por isso. Sorriso por dentro. Eles se tocam, se beijam e cochicham o tempo todo, deixando-me orgulhoso do meu feito, de tê-los assim, se amand
Isabelly.— O meu garoto está feliz como nunca vi na vida. — Daniel comenta baixinho observando o filho rindo à toa e correndo de um lado para o outro no meio dos primos e primas que o adotaram de coração. É palpável o quanto está feliz mesmo sabendo o que nos esperá-la na frente. Iago se sente o tiozão, ele paparica o menino fazendo todos os gostos possíveis.— Sim, ele está muito feliz. — Concordo com o mesmo tom e ele me beija rapidamente na boca. — Você mudou o nosso quadro, anjo. — Ele sussurra e me envolvendo com seus braços, enquanto andamos pelo parque. Desvio os meus olhos dos seus para o meu fitar a criança sorridente e saltitante destacando-se perto das outras. Definitivamente Christopher Ávila está completamente diferente da criança que conheci. — Para com isso, eu não fiz nada — resmungo com um sussurro, porque no fundo eu sei que tudo o que mudou nessa família, só aconteceu porque eles se permitiram.— Você sabe que fez. Olha para minha mãe e o meu pai. E olha onde eu
Isabelly— Daniel, eu estou gravida — digo o óbvio erguendo as mãos em um gesto desdenhoso. — Quem em sã consciência me olharia com outros olhos?— Você continua tão linda e sexy quanto antes, Isabelly e se brincar até mais do antes, meu anjo. Então eu não vou vacilar com você nem por um instante. — As palavras soam roucas em meus ouvidos, as mãos possessivas apertam a minha cintura e ele cola os nossos corpos, me fazendo sentir o quão está me desejando nesse momento. Estou quase me transformando em uma poça de desejos em suas mãos quando uma voz infantil invade o cômodo, fazendo com que nos afastemos um pouco e eu puxo a respiração para tentar acalmar o meu coração que está batendo como uma escola de samba descompassada— Como estou? — Cris pergunta entrando no quarto e abre os braços, mostrando a camisa social azul clara, o jeans preto. Um par de tênis Adidas e os cabelos penteados para trás.— Nossa, você fez tudo isso sozinho? — indago com tom surpreso. — Não me chamou para nada,