Isabelly— O que foi? — pergunto como quem não quer nada.— O que está fazendo? — Dou de ombros e mordo a fruta, mastigando bem devagar encarando os seus olhos claros.— Uma macarronada. — Finalmente digo lhe dando as costas e vou para o fogão mexer o molho. Logo sinto suas mãos envolver a minha cintura e o toque quente, e possessivo me faz prender a respiração. — Huum! — Solto um gemido de apreciação quando a sua boca encosta na minha nuca.— Isso está cheirando bem — sibila e morde o lóbulo da minha orelha, e o ato em si me causa arrepios em todo o corpo. — É excitantemente te ver na cozinha fazendo a minha comida — sussurra mais abaixo da orelha.— Bom saber! — digo quase com um miando pra ele. — Vou cozinhar mais pra você. — Ele sorri contra a minha pele. O seu hálito quente a queima e faz um estrago dentro de mim. — O molho vai queimar — aviso sentindo a minha voz se arrastar pela minha garganta.— Que se dane o molho, eu quero você! — rosna, erguendo o meu corpo junto ao seu e m
Daniel.— Ela não é a mãe dele!— Se você não a deixar, eu tomo o menino de você!Há dias essas palavras martelam na minha cabeça e desde então não como e nem durmo direito.— O juiz determinou que o Cris passasse o final de semana com os avós.Porra, estou encurralado! Como eu faço para me livrar disso agora? Não posso deixá-la ir para ter o meu filho e não posso perdê-lo por conta dela. Minha cabeça parece que vai explodir. Olho através da janela do meu escritório o meu filho entrar no carro de Paulo. Meu Deus, ele parece assustado! Sei que está com medo e eu não posso fazer nada quanto a isso. Estou de mãos atadas e ainda tem essa maldita viagem que Isa inventou de última hora. Não quero sair daqui sair de casa e fingir que nada está acontecendo, porque eu sei que está e não vou conseguir pensar em outra coisa que não seja essa maldita situação que o meu ex-sogro me impôs. As batidas leves na porta me sobressaltam, mas não tiro os olhos da janela e assisto o carro sair da proprieda
Daniel.— Não posso viver sem você — confidencio finalmente e Isa ergue a cabeça que até então estava apoiada no meu peito.— O que disse? — Agora olhando sua imensidão azul, vejo que ela também chorou. Isabelly sentiu todo o meu impacto sobre o seu corpo e alma.— Não posso viver sem você — repito.— Também não posso. Nós vamos resolver tudo isso juntos, Dani. Você é o meu leão feroz, que não se abala com nada e tem a força de todas as feras. Vai conseguir vencer, eu sei que vai.— Não me sinto forte agora, Isa. Você é a minha força e mesmo assim estou me sentindo fraco e abalado.— Daniel, olhe pra mim. — Ela pede, e ergo os meus olhos para os dela. — Nós vamos conseguir.— Como tem tanta certeza? — Ela me lança um sorriso fraco.— Porque eu sei, eu sinto assim. — Então vejo um brilho diferente nos seus olhos.— O que está aprontando, Isa? — Dá de ombros.— Nada — sibila, mas não sinto firmeza nessa palavra. — Estou com fome, na verdade, estou faminta. Vamos comer? — Olho para o rel
Daniel— Como será que ela é? — pergunto do nada. — Gostaria que fosse igual você. Cabelos negros, olhos cor de mel, pele morena...— E se fosse um pouco de nós dois?— Morena, olhos azuis.— Como vamos chamá-la?— Não pensei nisso ainda.— Que tal Victória?— Victória, significa vencedora. Eu gostei! — Ela diz com um sorriso singular, me contagiando. Sua mão logo descansa sobre a minha em cima da barriga e sinto um chute forte debaixo de minha mão.— Ai meu Deus! — Meu coração pula violentamente de um jeito que parece que vai sair pela boca. — Ela me chutou! — falo empolgado e o som da sua risada se espalhar pelo ar.— Faz alguns dias que ela não se mexia assim. — Isa fala matando a minha alegria. Porra, estou fazendo de novo. Estou negligenciando a nossa bebê, deixando os meus problemas acima de tudo. Respiro fundo.— Vamos fazer uma promessa, Isa, a partir de hoje não vamos deixar nada e nem ninguém macular a nossa felicidade. Não permitiremos que nos afaste, nem mesmo que se meta
Isabelly.Existe um preço a ser pago pelo carinho que se recebe ao ser acordada? Eu acredito que não existe dinheiro no mundo que pague. Penso quando sinto o toque suave das pontas dos seus dedos deslizando pelo meu rosto e no mesmo instante, minúsculos beijos se espalham pelas minhas costas, fazendo uma trilha gostosa, fazendo-me arrepiar inteirinha. Automaticamente eu solto um gemido apreciativo e sorrio languida, me espreguiçando em cima do colchão. Abro uma brecha de olho e a imagem do meu garotinho vai ficando nítida na minha frente. Primeiro, fito os seus olhinhos brilhantes, depois o seu sorriso encantador... e— Cris! — Praticamente grito o seu nome, sentando-me na cama e o puxo para um abraço bem forte, beijando-o várias vezes no rosto. Oh Deus, ele está de volta! Ele me aperta com os seus bracinhos e logo escuto o seu riso infantil, esquecendo-me totalmente do dono dos beijos em minhas costas. Logo sinto os braços fortes de Daniel nos envolver em um abraço coletivo. Agora si
Cristopher ÁvilaOlho o meu pai na janela do seu escritório. Ele parece triste quando entro no carro do vovô Paulo. Logo o carro entra em movimento e no trânsito. O caminho todo é feito em silêncio e o tempo todo encaro as costas do homem que quer me afastar dos meus pais. Eu não o conheço, nunca o vi e nunca nos falamos, a não ser naquele dia que entrou na minha casa. Ele parecia bravo, muito bravo. Não demora muito para o carro estacionar em frente a um condomínio muito bonito. Os portões se abrem e o carro entra. Aqui tem muitas casas bonitas e muito grandes como a minha. Tem jardins floridos e parques infantis, quadras de esportes e algumas crianças estão brincam lá agora. O carro finalmente para em frente a uma casa de três andares. Ele desce primeiro e vem para minha porta, abrindo-a em seguida. Saio do veículo mesmo sem vontade e uma senhora abre a porta da casa elegante. Ela sorri carinhosa assim que me ver, mas chora também. Uma mistura de alegria e de tristeza, eu acho. Ela
Christopher ÁvilaO final de semana passou igual um caracol, se arrastando. O tempo todo me senti entediado, triste e com saudades de casa. Pela janela do quarto, vejo algumas crianças correndo nas calçadas e jardins do condomínio, parecia bem divertido, mas não saí do meu lugar, prefiro ficar aqui escondido. Paulo é um homem ranzinza e está sempre reclamando dos meus modos, do meu jeito de falar, ou do meu choro e pedidos. E quando isso acontece eu penso quanto eu quero voltar para minha casa. Algumas vezes ele fala mal do meu pai, diz que ele não me ama e que vai ter outro filho, e que a minha mãe vai me maltratar quando isso acontecer. E outras vezes ele grita que Isabelly não é a minha mãe. Não gosto dele, o Odeio. Minha mãe me pediu para eu ser forte e eu serei por ela. Com um suspiro baixo, me afasto da janela e me deito na cama. Pego o celular e começo a jogar. Ela tinha razão, dá pra esquecer um pouco que estou sozinho aqui. O barulho de vozes alteradas do lado de fora me faz
Christopher Ávila.Em algum lugar em Orlando - Flórida.Uma vez eu tive um sonho. Isso já faz muito, muito tempo. Eu devia ter uns quatro ou cinco anos. Sonhei que eu e a minha família estávamos fazendo uma viagem encantada. Eu estava feliz, muito feliz, mais do que feliz, o meu nome do meio era felicidade pura. Eu nunca acreditei em encantos ou em magias, isso é coisa de meninas, certo? Achava tudo isso uma grande ilusão... achava, até agora. Porque nesse exato momento estamos dentro de um jatinho da empresa do meu pai e estou sentado em uma das poltronas grande, e confortável, perto de uma janela, olhando para as nuvens brancas feito algodão doce. Na minha frente estão o meu pai e a minha mãe. E eles se olham com carinho, com aqueles olhos brilhando de felicidade. E sabe como eu me sinto com isso? Estou explodindo, porque eu sou o responsável por isso. Sorriso por dentro. Eles se tocam, se beijam e cochicham o tempo todo, deixando-me orgulhoso do meu feito, de tê-los assim, se amand