Daniel Memórias...— Estamos aqui reunidos para nos despedir dessa pessoa maravilhosa, que com certeza fará muita falta em nossas vidas. Susy Ávila, boa filha, boa esposa... — A voz do pastor se faz ouvir ao ar livre no meio do cemitério, mas não escuto o que ele diz, apenas os murmúrios me incomodam. Não tenho como ouvir com uma dor massacrando o meu peito, me arrancando as lágrimas não cessaram. Não tenho mais nada para pôr para fora, estou vazio, completamente oco. Os meus olhos estão o tempo todo fixos no caixão, que está descendo lentamente a sepultura. É a hora da despedida e eu juro que não estou preparado para isso. Respiro fundo algumas vezes, mas o ar não vem. Eu não sou capaz, é como se estivesse indo com ela para aquele maldito buraco. Aperto com força a rosa espinhosa, ela machuca a minha mão, penetra a minha pele, mas a ardência em nada se compara a essa dor que estou sentindo agora. Meu pai dá dois tapinhas em meu ombro e eu desperto para ir ao nosso último encontro. A
Daniel A mansão Albuquerque é imensamente linda como eu imaginava. Em sua decoração predomina alguns quadros abstratos, cores fortes e alegres, estatuetas e móveis modernos. Nick tinha razão, tem uma quantidade considerável de empresários de vários ramos aqui e vejo a possibilidade de fechar bons negócios nesse lugar. Assim que entramos na casa somos recebidos pelo casal de anfitriões Mônica e Marcos Albuquerque, e claro, o homem é um dos sócios majoritários da rede de hotéis de luxo com quem terei todo o prazer de negociar. De onde estou fito o menino inquieto e a babá tentando acalmá-lo. Decido ir até eles, pois não posso perder essa chance por nada desse mundo.— Débora? — A garota ruiva, de olhos castanhos e estatura mediana ergue o seu olhar para mim. — Leve o garoto para brincar com as outras crianças lá fora — peço.— Certo, Daniel. — Daniel? Quem lhe deu essa liberdade? Me pergunto, porém, não contesto. A garota me abre um sorriso travesso antes de me dar as costas, segura a
IsabellyAcordo no dia seguinte com uma puta dor de cabeça. Meu quarto está totalmente inundado pela luz do sol, que me faz gemer dolorosamente. Forço-me a abrir os olhos que estão pesados e as lembranças da noite passada me invade a mente sem piedade alguma....— Para onde você quer ir? — Amanda perguntou enquanto dirigia. Levo o gargalo da garrafa a boca e tomo um gole grande da bebida.— Tanto faz, me leva para qualquer lugar. — Viro a garrafa outra vez e o líquido queimando em minha garganta e meu estômago vazio.— Que tal a orla, podemos nos sentar e conversar um pouco — sugere. Faço não com a cabeça.— Não. Eu quero dançar — digo e ela sorri.— Então vamos dançar! — fala animada e acelera o carro.Em questão de minutos chegamos ao centro da cidade e logo Amanda estacionou o carro em frente a danceteria. Pela fila que tinha do lado de fora, imaginei que a casa estivesse lotada e eu não errei na minha dedução. Assim que entramos eu fui direto para a pista de dança, seguindo o rit
Isabelly Eu sei que vocês devem estar pensando que eu deveria ser mais energética e cobrar mais desse homem, mas no fundo, ele está certo. Eu sempre soube do tipo de homem de negócios que ele é, isso ele nunca escondeu de mim. Começo a pensar se estou me tornando uma mulher carente e obcecada pelo meu noivo. E vamos e convenhamos, não é ele quem deve se adaptar a minha família e sim, eles precisam se adaptar a vida corrida do meu noivo. Devo admitir, é incrível como ele sabe me fazer esquecer que em poucas horas que eu estava na merda, arrasada, me sentido um nada. Greg tem um jeitinho especial de me encantar e a raiva que eu sentia a minutos atrás evaporou como fumaça. Eu o amo e ele é o meu tudo.— Está pensando em que? — Ele pergunta baixinho ao pé do meu ouvido, deixando alguns beijinhos estalados em meu pescoço. Me viro de frente para o meu noivo e ele me olha sério.— Em nós dois, em como podemos melhorar essa distância entre nós.— Será por pouco tempo, amor.— Promete?— Eu p
Isabelly Em meu apartamento Greg está especialmente atencioso, amoroso, romântico o típico homem que eu sempre esperei dele, mal entramos no AP e ele e me agarra e me beija, seu corpo guiando o meu para o quarto, dando um beijo sôfrego e possessivo, suas mãos me reivindicando, ele me deita na cama de vagar, tira as minhas roupas no mesmo ritmo, parece memorizar cada detalhe do meu corpo, cada pedacinho dele, então ele se livra das suas roupas e começa uma sucessão de carícias, de beijos, de sussurros, Greg me penetra sem pressa alguma, absorvendo cada sensação, me olhando nos olhos, ele suga , apalpa, beija parece uma devoção, uma adoração ao meu corpo, seus beijos parecem diferentes, mais exigentes, no quarto não se ouve promessa alguma , nem juras de amor, há apenas os sons dos nossos gemidos.— Eu te amo, Isabelly! — diz em tom de voz baixo e rouco, seus olhos me fitam cheios de lágrimas, é a primeira vez que me diz essas palavras com todas as letras, é a primeira vez que fala com
Daniel.É como um ciclo vicioso que se repete a longos seis anos. É como se eu tivesse acabado de cometer o pior dos pecados, o que não é diferente dessa realidade. Depois de transar com a babá do meu filho no meio da cozinha da minha casa, eu me senti o ser mais desprezível e sujo desse mundo, um nada. Após lhe proporcionar o melhor orgasmo que ela já teve na vida e de ouvi-la chamar o meu nome enquanto gozava ardentemente, eu gozei como um animal irracional, urrando contra a sua pele suada e apertando as suas carnes. Então descartei a camisinha e a joguei na lixeira, e simplesmente a deixei lá sozinha e seminua. Subi as escadas com pressa e entrei no meu quarto, trancado a porta com chave em seguida. Como um menino assustado, eu corri para a minha cama e chorei pedindo o seu perdão. Um traidor, é que sou, um traidor. Eu a traí da pior forma possível. Embora a minha cabeça saiba que ela não está mais aqui, que ela não pode me ver e que não voltará mais, o corpo e o meu coração ainda
Daniel — Iremos conversar enquanto tomamos café da manhã — insisto um tanto autoritário. — Então eu sugiro que coma alguma coisa — digo e levo um pedaço de pão a boca. Ela apenas me olha e mesmo revirando os olhos para mim, ela bebericar o café. Boa menina! Penso sentindo-me satisfeito. — Adorei as ideias do marketing para o novo vinho. Faremos a apresentação sugerida em Lisboa e você virá conosco — aviso e Sampaio se engasga com o café. Levanto-me com pressa da cadeira e começo a massagear as suas costas. Contudo o perfume adocicado da mulher me envolve por inteiro e a vontade que eu tenho é de não sair de perto dela.— Eu já estou bem, senhor Ávila! — avisa impaciente, levando uma mão ao peito e respira profundamente algumas vezes. Contra a minha vontade, eu volto a ocupar a minha cadeira. — Que ideia é essa de me levar para Lisboa? Acredito que o senhor tenha uma equipe preparada para esse tipo de evento lá.— E eu tenho, mas só confio em você.— Senhor Ávila eu não posso...— Eu
Isabelly — Três dias, Amanda! — falo em tom de raiva. —Três malditos dias que ele sumiu do mapa e da minha vida. Evaporou e me deixou apenas um maldito bilhete sobre a cama. Greg não atende os meus telefonemas, não responde as minhas mensagens. E eu... eu não entendo o que aconteceu!— Calma, Belly! — Minha amiga pede com voz doce —Tem certeza de que não aconteceu nada, uma briguinha mesmo que boba?— Não aconteceu nada, estou dizendo. Passamos o domingo de boa, namoramos praticamente o dia todo. Não houve brigas.— É difícil de entender mesmo. Já tentou falar com o irmão dele? — inquire.— Eu nem sei quem é o irmão dele e nem a sua mãe. Na verdade, eu não conheço ninguém da família dele, Amanda. — E de repente me dou conta de que não conheço o próprio Greg.— Vamos ver, você disse que o Greg é conhecido certo?— Certo.— Então está fácil!— Como assim, está fácil?— A resposta está na palma da mão. — Ela me lança um sorriso maroto e me mostra o celular em sua mão.— Cacete, como eu