Daniel— Por você, não — diz sério. — Farei por minha amiga. — Concordo com um gesto de cabeça. — De qualquer forma eu o agradeço. — Ele assente e antes de sair da sala diz.— Vou ligar pra ela e combinar — avisa de costas para mim, saindo da sala em seguida. A relação entre Brito e eu nunca foi um mar de rosas, a final, como minha a Isa costumava falar, eu era um ogro e tratava os meus funcionários com punhos de ferro. Reconheço que eu era intolerante, impaciente, incompreensível e a coisa só piorou quando me envolvi com a minha funcionária e isso só confirma o que eu sempre suspeitei, Jonas Brito nutre sim uma paixão por ela. No entanto, preciso que ele esteja por perto só dessa vez, porém, o meu motorista ficará de olhos bem abertos.***Ciumento e possessivo. Esses adjetivos nunca fizeram parte do meu vocabulário, mas devo admitir que deixar Isabelly sair com suas amigas e ainda, acompanhada de um amigo em comum para beber em um barzinho está me inquietando. Juro que estou a um p
DanielEu sei, combinamos de eu ir buscá-la quando me ligasse, mas não aguento esperar nem mais um segundo. Estaciono em frente ao Rota do Odre em menos de vinte e cinco minutos, caminho pela passarela negra que me leva as portas duplas e antes de abri-las para mim, um homem negro, e alto largo feito um guarda-roupa pede um documento de identificação. O mostro e ele me dá passagem. O ambiente é discreto e tem um som ambiente. Observo atentamente o enorme balcão e três bartenders preparando algumas bebidas coloridas. Passeio por entre as pessoas, pois por incrível que pareça o bar está bem movimentado para um dia de semana. Procuro por Jonas e Isa em todos os lugares, inclusive na pista de dança e decido ir até a parte de trás do balcão. Encontro Jonas aos amassos com uma morena. O filho da puta está quase tirando a roupa da garota quando me aproximo.— Onde está a Isabelly? — Ele larga a garota, que envergonhada ajeita o seu vestido e sai a passos largos.— O que está fazendo aqui che
Isabelly.Abro os meus olhos com muita dificuldade, eles pensam e eu me sinto muito cansada, minha boca amarga e a garganta está seca, volto a fechar os meus olhos porque não consigo mantê-los abertos por muito tempo, ouço sons de vozes, apenas sussurros, mas não consigo entender o que eles estão dizendo, não consigo identificar quem são. Deus, o que aconteceu? O que está acontecendo comigo? Por que meu corpo não me obedece? Onde estou? Forço a minha cabeça, preciso descobrir o que está acontecendo e flashes da noite passada me acometem, são partículas de coisas que aconteceram. Eu encontrando Michelle, sentada em uma mesa e acompanhada de Francis, o que foi um grande choque para mim. Jonas me entregando um coquetel de frutas. Uma vontade louca de sair dali e deixar todos eles na mesa. Então me lembro que saí da mesa e fui ao banheiro. Ai meu Deus, o banheiro! Lembro-me de que entrei no banheiro para me afastar dele. Francis não parava de me observar e de soltar indiretas. Olhei para
Isabelly — Oh meu Deus! — Mamãe sussurra horrorizada e Daniel xinga baixinho.— Ela está reclamando de dor de cabeça, doutor. — Daniel diz preocupado.— É um dos sintomas após o efeito da droga. O corpo parece cansado, a boca fica amargando e a garganta fica seca. Aconselho que tome bastante líquido e que descanse bastante também. — Eu assinto. — Sinto informá-los, mas é de praxe o hospital informar a polícia quando fatos como esses ocorrem e tem dois policiais lá fora querendo falar com você.— Agora? — Papai inquire. — Mas ela está cansada!— Eu sinto muito!— Tudo bem pra você, Isa? — Daniel pergunta e eu faço sim.— Vamos acabar logo com isso — sibilo. O médico assente.— No mais, não temos muito o que fazer, darei a sua alta para que possa descansar em casa.— Obrigada, doutor! — Minutos depois, os policiais entram no quarto e eu começo a relatar os acontecimentos da noite passada. Eles anotam e fazem perguntas. Os meus pais falam sobre Francis Fox e tudo o que ele tem feito nos
Cristopher Ávila.Ela dormiu, dormiu sobre os meus carinhos. Quando a olhei do alto da escada só lembrei do meu sonho. Tive medo, muito medo. Mamãe parecia abatida, cansada e dodói, muito dodói. Como eu ia para a escola com ela assim e ainda lembrando daquele sonho horrível? Não quero nunca que aconteça com ela o que eu sonhei na noite passada. Não quero perdê-la como perdi a minha primeira mãe. Papai entra no quarto com uma bandeja e um copo de suco nas mãos, ele a olha com devoção e depois olha para mim.— Ela dormiu — falo para ele e o vejo suspirar com um sorriso apagado no rosto que vi brilhar mito esses dias. Ele também a ama como eu a amo e também não quer perdê-la. Ele põe a bandeja sobre o criado mudo e se deita do outro lado da mamãe, colocando a sua mão sobre a minha que está descansando no seu abdômen.— Ela está bem, filho. Ela só precisa descansar um pouco — repete as palavras que usou lá na sala. Eu aceito as suas palavras, mas sinto que tem algo errado também.— Posso
Daniel.Um beijo encantado. Como dizer para o meu garoto que isso só acontece em um conto de fadas, que na vida real tudo é bem mais complicado. Não quero frustrá-lo, porque eu sei que ela só abrirá os seus olhos quando o efeito da droga acabar. Contudo, me permito sonhar também, pois anseio por ouvir a sua voz e por ver a luz dos seus olhos. Então, levanto-me do tapete e a observo esperançoso por alguns segundos. Logo sinto as suas mãozinhas me empurrarem e eu me mexo do meu lugar. Subo devagar na cama e me aproximo da minha linda namorada adormecida. Fito os seus olhos fechados, a boca entreaberta e quando me inclino um pouco, consigo sentir o calor da sua respiração bater suave na minha pele. Meu coração dispara com a possibilidade de finalmente acordá-la, mas a realidade me deixa sem fé. Portanto, deixo um beijo curto e pequeno no cantinho dos seus lábios e como havia previsto, nada acontece.— Assim não, papai! — O menino reclama parando na lateral da cama. — Tem que beijar de ve
Francis Fox.Toda criança tem o seu pai como um herói e a maioria delas almeja ser como ele algum dia. Eduard Fox era o meu herói e sim, eu sempre quis ser como ele. Mas assistir a sua derrota e o suicídio acabou com os meus sonhos de criança e eu cresci aguardando pacientemente o momento em que o vingaria por tudo que lhe fizeram. Ele errou, eu bem sei disso, mas todo ser humano erra e assim como alguns, ele deveria ter a sua segunda chance. O que me deixa puto é saber que todos pagamos julgamento dos outros, pois consequentemente fomos a ruína e a minha mãe, uma mulher linda e cheia de vida da alta sociedade tornou-se uma reles faxineira para me dar estudos. As humilhações que ela passou, as lágrimas que derramou. Eu assisti a tudo isso de camarote sem poder fazer nada... até hoje.Me aproximar da família Albuquerque seria a coisa mais fácil e agradável do mundo. Isabelly Albuquerque apesar além de linda e esperta seria o alvo perfeito para conquistar a confiança deles e enfim por o
Isabelly.Sabe aquela sensação de estar sendo seguida e vigiada o tempo todo? Pois é assim que estou me sentindo, mesmo estando dentro de um carro blindado, com dois seguranças sentados na frente me sinto sendo observada, indefesa, insegura. Mas a vida segue e eu não posso simplesmente me esconder na caverna.— Estou segura — digo para mim mesma a cada segundo. — O que disse senhorita? — James pergunta.— Nada. — Ele assente e olha pra frente. Minutos depois estou na garagem interna da empresa, saio do carro depois que James e Nill fazem uma revista pelo lugar e seguimos para os elevadores. — Não precisa ficar no meu pé, James, você pode por favor ficar no corredor?— Seu pai pediu para não a perder de vista, senhorita Sampaio — bufo audível— Eu sei o que ele pediu e eu acho que tanto ele quanto Daniel estão exagerando. Nada pode acontecer comigo aqui dentro e ainda tem o fato de vocês chamarem a atenção dos meus funcionários.— Senhorita Sampaio, eu sinto muito, mas tenho que segu