Isabelly.Abro os meus olhos com muita dificuldade, eles pensam e eu me sinto muito cansada, minha boca amarga e a garganta está seca, volto a fechar os meus olhos porque não consigo mantê-los abertos por muito tempo, ouço sons de vozes, apenas sussurros, mas não consigo entender o que eles estão dizendo, não consigo identificar quem são. Deus, o que aconteceu? O que está acontecendo comigo? Por que meu corpo não me obedece? Onde estou? Forço a minha cabeça, preciso descobrir o que está acontecendo e flashes da noite passada me acometem, são partículas de coisas que aconteceram. Eu encontrando Michelle, sentada em uma mesa e acompanhada de Francis, o que foi um grande choque para mim. Jonas me entregando um coquetel de frutas. Uma vontade louca de sair dali e deixar todos eles na mesa. Então me lembro que saí da mesa e fui ao banheiro. Ai meu Deus, o banheiro! Lembro-me de que entrei no banheiro para me afastar dele. Francis não parava de me observar e de soltar indiretas. Olhei para
Isabelly — Oh meu Deus! — Mamãe sussurra horrorizada e Daniel xinga baixinho.— Ela está reclamando de dor de cabeça, doutor. — Daniel diz preocupado.— É um dos sintomas após o efeito da droga. O corpo parece cansado, a boca fica amargando e a garganta fica seca. Aconselho que tome bastante líquido e que descanse bastante também. — Eu assinto. — Sinto informá-los, mas é de praxe o hospital informar a polícia quando fatos como esses ocorrem e tem dois policiais lá fora querendo falar com você.— Agora? — Papai inquire. — Mas ela está cansada!— Eu sinto muito!— Tudo bem pra você, Isa? — Daniel pergunta e eu faço sim.— Vamos acabar logo com isso — sibilo. O médico assente.— No mais, não temos muito o que fazer, darei a sua alta para que possa descansar em casa.— Obrigada, doutor! — Minutos depois, os policiais entram no quarto e eu começo a relatar os acontecimentos da noite passada. Eles anotam e fazem perguntas. Os meus pais falam sobre Francis Fox e tudo o que ele tem feito nos
Cristopher Ávila.Ela dormiu, dormiu sobre os meus carinhos. Quando a olhei do alto da escada só lembrei do meu sonho. Tive medo, muito medo. Mamãe parecia abatida, cansada e dodói, muito dodói. Como eu ia para a escola com ela assim e ainda lembrando daquele sonho horrível? Não quero nunca que aconteça com ela o que eu sonhei na noite passada. Não quero perdê-la como perdi a minha primeira mãe. Papai entra no quarto com uma bandeja e um copo de suco nas mãos, ele a olha com devoção e depois olha para mim.— Ela dormiu — falo para ele e o vejo suspirar com um sorriso apagado no rosto que vi brilhar mito esses dias. Ele também a ama como eu a amo e também não quer perdê-la. Ele põe a bandeja sobre o criado mudo e se deita do outro lado da mamãe, colocando a sua mão sobre a minha que está descansando no seu abdômen.— Ela está bem, filho. Ela só precisa descansar um pouco — repete as palavras que usou lá na sala. Eu aceito as suas palavras, mas sinto que tem algo errado também.— Posso
Daniel.Um beijo encantado. Como dizer para o meu garoto que isso só acontece em um conto de fadas, que na vida real tudo é bem mais complicado. Não quero frustrá-lo, porque eu sei que ela só abrirá os seus olhos quando o efeito da droga acabar. Contudo, me permito sonhar também, pois anseio por ouvir a sua voz e por ver a luz dos seus olhos. Então, levanto-me do tapete e a observo esperançoso por alguns segundos. Logo sinto as suas mãozinhas me empurrarem e eu me mexo do meu lugar. Subo devagar na cama e me aproximo da minha linda namorada adormecida. Fito os seus olhos fechados, a boca entreaberta e quando me inclino um pouco, consigo sentir o calor da sua respiração bater suave na minha pele. Meu coração dispara com a possibilidade de finalmente acordá-la, mas a realidade me deixa sem fé. Portanto, deixo um beijo curto e pequeno no cantinho dos seus lábios e como havia previsto, nada acontece.— Assim não, papai! — O menino reclama parando na lateral da cama. — Tem que beijar de ve
Francis Fox.Toda criança tem o seu pai como um herói e a maioria delas almeja ser como ele algum dia. Eduard Fox era o meu herói e sim, eu sempre quis ser como ele. Mas assistir a sua derrota e o suicídio acabou com os meus sonhos de criança e eu cresci aguardando pacientemente o momento em que o vingaria por tudo que lhe fizeram. Ele errou, eu bem sei disso, mas todo ser humano erra e assim como alguns, ele deveria ter a sua segunda chance. O que me deixa puto é saber que todos pagamos julgamento dos outros, pois consequentemente fomos a ruína e a minha mãe, uma mulher linda e cheia de vida da alta sociedade tornou-se uma reles faxineira para me dar estudos. As humilhações que ela passou, as lágrimas que derramou. Eu assisti a tudo isso de camarote sem poder fazer nada... até hoje.Me aproximar da família Albuquerque seria a coisa mais fácil e agradável do mundo. Isabelly Albuquerque apesar além de linda e esperta seria o alvo perfeito para conquistar a confiança deles e enfim por o
Isabelly.Sabe aquela sensação de estar sendo seguida e vigiada o tempo todo? Pois é assim que estou me sentindo, mesmo estando dentro de um carro blindado, com dois seguranças sentados na frente me sinto sendo observada, indefesa, insegura. Mas a vida segue e eu não posso simplesmente me esconder na caverna.— Estou segura — digo para mim mesma a cada segundo. — O que disse senhorita? — James pergunta.— Nada. — Ele assente e olha pra frente. Minutos depois estou na garagem interna da empresa, saio do carro depois que James e Nill fazem uma revista pelo lugar e seguimos para os elevadores. — Não precisa ficar no meu pé, James, você pode por favor ficar no corredor?— Seu pai pediu para não a perder de vista, senhorita Sampaio — bufo audível— Eu sei o que ele pediu e eu acho que tanto ele quanto Daniel estão exagerando. Nada pode acontecer comigo aqui dentro e ainda tem o fato de vocês chamarem a atenção dos meus funcionários.— Senhorita Sampaio, eu sinto muito, mas tenho que segu
Isabelly.— Boa tarde, senhorita Sampaio, eu sou doutor Sandro e coincidentemente também me chamo Sampaio. — O jovem médico me abre um sorriso perfeito e cheios de dentes brancos e bem alinhados. Retribuo o seu sorriso, apertando a sua mão.— Ah, que legal! — Qual o seu parentesco com a senhorita Laura Arruda?— Na verdade, ela é a minha secretária. — Doutor Sandro arqueia as sobrancelhas.— Desculpe, mas eu preciso de um familiar dela aqui.— Eu sei, doutor, mas a Laura vive sozinha aqui no Rio de Janeiro e somos como da mesma família, entende, quase como irmãs, então, eu preciso saber como ela está.— Eu entendo, mas os familiares precisam serem avisados, mesmo que eles estejam do outro lado do mundo.__ Concordo. Contudo, eu preciso de notícias para passar pra eles, não acha? — Ele sorri mais uma vez.— Tem razão. Vamos lá, a sua amiga quase irmã sofreu um acidente muito sério. Ela foi atropelada por um carro que vinha em alta velocidade em uma avenida movimentada. O motorista inf
Isabelly — Uau!— Pois é. Quando vi o seu nome em primeiro lugar de administração na lista do mercado pensei duas vezes. Belly é a única em quem confio para administrar a minha conta. — Sorrio.— Obrigada pela confiança!— Sabe que é mais do que isso. E então, me conta o porquê desses armários ambulantes no seu pé. — Suspiro.— Só se for na sorveteria. Estou louca por uma taça de sorvete de pistache com morangos, alguns grãos de amendoim e uma calda deliciosa de kiwi, recheado de confetes e granulados... huuuummmm! Deu até água na boca! — digo empolgada, enquanto arrasto Shirley em direção a praça de alimentação.— Ecaa! O que houve com o tradicional sorvete de baunilha?— Enjoei.— Desde quando?— Ah... sei lá! Vai controlar os sabores que eu quero tomar agora? — reclamo.— Eu não. Só achei estranho. Você não trocava baunilha por nada nesse mundo! — Sorrio. Uma garçonete se aproxima e fazemos os pedidos e quando ela se afasta, começo a contar para Shirley sobre o Greg que agora é o