Daniel.Um beijo encantado. Como dizer para o meu garoto que isso só acontece em um conto de fadas, que na vida real tudo é bem mais complicado. Não quero frustrá-lo, porque eu sei que ela só abrirá os seus olhos quando o efeito da droga acabar. Contudo, me permito sonhar também, pois anseio por ouvir a sua voz e por ver a luz dos seus olhos. Então, levanto-me do tapete e a observo esperançoso por alguns segundos. Logo sinto as suas mãozinhas me empurrarem e eu me mexo do meu lugar. Subo devagar na cama e me aproximo da minha linda namorada adormecida. Fito os seus olhos fechados, a boca entreaberta e quando me inclino um pouco, consigo sentir o calor da sua respiração bater suave na minha pele. Meu coração dispara com a possibilidade de finalmente acordá-la, mas a realidade me deixa sem fé. Portanto, deixo um beijo curto e pequeno no cantinho dos seus lábios e como havia previsto, nada acontece.— Assim não, papai! — O menino reclama parando na lateral da cama. — Tem que beijar de ve
Francis Fox.Toda criança tem o seu pai como um herói e a maioria delas almeja ser como ele algum dia. Eduard Fox era o meu herói e sim, eu sempre quis ser como ele. Mas assistir a sua derrota e o suicídio acabou com os meus sonhos de criança e eu cresci aguardando pacientemente o momento em que o vingaria por tudo que lhe fizeram. Ele errou, eu bem sei disso, mas todo ser humano erra e assim como alguns, ele deveria ter a sua segunda chance. O que me deixa puto é saber que todos pagamos julgamento dos outros, pois consequentemente fomos a ruína e a minha mãe, uma mulher linda e cheia de vida da alta sociedade tornou-se uma reles faxineira para me dar estudos. As humilhações que ela passou, as lágrimas que derramou. Eu assisti a tudo isso de camarote sem poder fazer nada... até hoje.Me aproximar da família Albuquerque seria a coisa mais fácil e agradável do mundo. Isabelly Albuquerque apesar além de linda e esperta seria o alvo perfeito para conquistar a confiança deles e enfim por o
Isabelly.Sabe aquela sensação de estar sendo seguida e vigiada o tempo todo? Pois é assim que estou me sentindo, mesmo estando dentro de um carro blindado, com dois seguranças sentados na frente me sinto sendo observada, indefesa, insegura. Mas a vida segue e eu não posso simplesmente me esconder na caverna.— Estou segura — digo para mim mesma a cada segundo. — O que disse senhorita? — James pergunta.— Nada. — Ele assente e olha pra frente. Minutos depois estou na garagem interna da empresa, saio do carro depois que James e Nill fazem uma revista pelo lugar e seguimos para os elevadores. — Não precisa ficar no meu pé, James, você pode por favor ficar no corredor?— Seu pai pediu para não a perder de vista, senhorita Sampaio — bufo audível— Eu sei o que ele pediu e eu acho que tanto ele quanto Daniel estão exagerando. Nada pode acontecer comigo aqui dentro e ainda tem o fato de vocês chamarem a atenção dos meus funcionários.— Senhorita Sampaio, eu sinto muito, mas tenho que segu
Isabelly.— Boa tarde, senhorita Sampaio, eu sou doutor Sandro e coincidentemente também me chamo Sampaio. — O jovem médico me abre um sorriso perfeito e cheios de dentes brancos e bem alinhados. Retribuo o seu sorriso, apertando a sua mão.— Ah, que legal! — Qual o seu parentesco com a senhorita Laura Arruda?— Na verdade, ela é a minha secretária. — Doutor Sandro arqueia as sobrancelhas.— Desculpe, mas eu preciso de um familiar dela aqui.— Eu sei, doutor, mas a Laura vive sozinha aqui no Rio de Janeiro e somos como da mesma família, entende, quase como irmãs, então, eu preciso saber como ela está.— Eu entendo, mas os familiares precisam serem avisados, mesmo que eles estejam do outro lado do mundo.__ Concordo. Contudo, eu preciso de notícias para passar pra eles, não acha? — Ele sorri mais uma vez.— Tem razão. Vamos lá, a sua amiga quase irmã sofreu um acidente muito sério. Ela foi atropelada por um carro que vinha em alta velocidade em uma avenida movimentada. O motorista inf
Isabelly — Uau!— Pois é. Quando vi o seu nome em primeiro lugar de administração na lista do mercado pensei duas vezes. Belly é a única em quem confio para administrar a minha conta. — Sorrio.— Obrigada pela confiança!— Sabe que é mais do que isso. E então, me conta o porquê desses armários ambulantes no seu pé. — Suspiro.— Só se for na sorveteria. Estou louca por uma taça de sorvete de pistache com morangos, alguns grãos de amendoim e uma calda deliciosa de kiwi, recheado de confetes e granulados... huuuummmm! Deu até água na boca! — digo empolgada, enquanto arrasto Shirley em direção a praça de alimentação.— Ecaa! O que houve com o tradicional sorvete de baunilha?— Enjoei.— Desde quando?— Ah... sei lá! Vai controlar os sabores que eu quero tomar agora? — reclamo.— Eu não. Só achei estranho. Você não trocava baunilha por nada nesse mundo! — Sorrio. Uma garçonete se aproxima e fazemos os pedidos e quando ela se afasta, começo a contar para Shirley sobre o Greg que agora é o
Daniel.Isa entra pela porta da sala. Ela está linda vestida no seu habitual conjunto de terninho cinza, porém, parece cansada e por algum motivo está desanimada. Talvez tenha tido um dia difícil na empresa. Agora eu sei que foi uma boa ideia organizar uma surpresa, talvez essa surpresa a anime um pouco. Primeiro, um banho perfumado na banheira, depois, um jantar a dois a luz de velas e faremos amor a noite inteira se assim desejar. Assim que os seus olhos encontram os meus sorrio e caminho em sua direção. Seguro a sua cintura e a puxo para um beijo demorado e apaixonado. — Como foi o seu dia? — pergunto ajudando-a a se livrar do terninho. Dobro a peça com cuidado e o ponho no encosto do sofá.— Bem. — Ela responde evasiva e fico intrigado. A olho nos olhos, porém, ela desvia o seu olhar do meu. — Quer dizer, a Laura sofreu um acidente. Ela está bem, mas vou ter que procurar uma pessoa para assumir o seu lugar. É que ela não vai poder trabalhar por alguns meses — meneio a cabeça em c
Isabelly.Após uma semana sem nenhum sinal de vida, finalmente recebi um e-mail da Drink's Drive para uma reunião, como fazemos todo fim de mês. Uma semana trabalhando no automático. Eu não o procurei e nem ele me procurou. Eu não liguei, não mandei mensagem e tão pouco ele. O primeiro dia foi de choros e mais choros, no segundo eu desabafei, no terceiro levantei a minha cabeça e resolvi que é hora de seguir em frente. Covardia? Orgulho? Talvez você esteja vendo isso em mim, mas não... ele me pediu claramente para deixar a sua casa, a sua vida e por mais que eu insistisse, ele não me deu ouvidos. Covardia? Talvez sim, mas da parte dele... Mesmo dizendo tudo isso para mim constantemente não consigo não ficar nervosa e até ansiosa com essa reunião. Como Daniel vai reagir ao me ver? Será que vai me tratar com a mesma frieza com que me tratou naquela noite? Ou será que ele vai agir como o maldito ogro que sempre foi quando nos conhecemos? Entro no restaurante com o coração quase saindo pe
Isabelly...— Senhorita Sampaio, você está bem? — James perguntou com um tom de preocupação. — Quer que a leve a um hospital?— Me leve a casa dos meus pais, por favor!— Sim senhorita! — O restante do caminho foi feito em silêncio. Quer dizer, exceto pelo barulho dos meus soluços compulsivos. Ao entrar em casa, passo por uma sala movimentada sem falar com ninguém.— Belly? — Ouvi a minha mãe me chamar, porém, corri para as escadas, entrei no meu antigo quarto e me joguei na cama e choro ainda mais e dessa vez sem reservas. Horas se passam até eu me acalmar e minha mãe finalmente entrar no quarto. Ela se sentou na beirada do colchão, ajeitou os meus cabelos e me deu um meio sorriso.— Quer conversar? — faço não com a cabeça. — Tudo bem! O seu pai ficou preocupado com você. A tia Ana e o tio Luís também. — Me sento na cama e encaro a minha mãe.— Não consigo falar sobre isso agora, mãe, mas de início quero que saiba que eu e Daniel... acabou mãe! Acabou! — A voz embargada deu lugar a