Isabelly — O jantar estava maravilhoso! — falo, deixando os talheres sobre a louça e tomo mais um pouco da bebida.— Fico feliz que tenha gostado, Isa! — Ele puxa a respiração e desvia o olhar. Ok, estou bufando para ele comportamento.— O que está acontecendo, Daniel?— O quê? Nada!— Nada, tem certeza? — Ele balança a cabeça fazendo um sim. — Você está muito calado, estranhamente calado. Parece ansioso, nervoso ou qualquer coisa do tipo. Vai, desembucha! — Ele enche a taça de vinho e bebe de uma só vez, me encarando em seguida e segura a minha mão sobre a mesa.— Comprei um presente pra você. — Deixa a frase solta no ar, deixando-me curiosa, porém, um sorriso esperançoso. — Um presente? Adoro ganhar presentes! O que é? — Ele puxa mais uma respiração e isso me deixa um tanto preocupada.— Primeiro, me promete que não vai surtar? — Oi?! Agora estou intrigada.— E por que eu iria surtar com um presente, Daniel?— Só... me promete Isa? — insiste e dou de ombros.— Ok!— Então diz. — R
Isabelly — Não acredito que vou perder uma das minhas melhores amigas! — ralho chorosa, abraçando-a em seguida.— Você não está me perdendo. Eu estarei bem ali, do outro lado do oceano, mas a internet nos manterá bem próximas. E não pense que não estarei aqui para assistir ao seu casamento.— Aunt, eu te amo, sabia? — Volto a me aconchegar nos seus braços, enquanto ela faz um cafuné gostoso nos meus cabelos. Logo as outras se enfiam entre nós, tornando o nosso abraço coletivo.***Lembra dos dias de glórias? Pois é, desde que Daniel recebeu o prêmio de primeiro lugar na França, a procura pelos meus serviços aqui na Sampaio Consulting tem sido surpreendentemente grande e não posso negar que estou explodindo de orgulho do meu trabalho. Além disso, esse prêmio elevou mais a cinco contas importantes para o meu portfólio. Estou crescendo no mercado e o mais importante, sozinha, sem a ajuda do dinheiro dos meus pais. Ain, o meu bebê está crescendo! — Ah, só para esclarecer, não, eu não est
Daniel.Saio do apartamento da Isa puto da vida. É sério, eu não entendo por que ela luta tanto pra nos manter distantes. Eu sei que ela me ama, quanto a isso não tenho a menor dúvida, mas essa sua relutância me tira do sério. Caramba, nós já dividimos a mesma cama, seja na minha casa ou na casa dela. Então qual a diferença, cacete? A porra toda é que não conseguimos ficar longe um do outro, mas parece que a palavra casamento tem o poder de nos afastar e consequentemente brigamos. Assim que chego na Drink Drives peço para não ser perturbado e me fecho entre as quatro paredes de vidro, entrego-me ao meu trabalho. Definitivamente não quero quebrar a minha cabeça com isso agora. No final da tarde vou para casa, porém garanto que não é esse o meu desejo. Por mim faria uma parada em um bar qualquer e beberia até não aguentar mais, mas dá última vez que fiz isso minha vida ficou de cabeça para baixo e eu quase a perdi. Então resolvo que o aconchego do meu quarto é o melhor lugar para mim no
Daniel Ela assente meio sem graça. Respiro fundo, saio da cama e volto até a janela. Não aguento mais essa merda e penso que fazer uma viagem e deixá-la à vontade seria o ideal nesse momento. Sinto o seu toque nas minhas costas e fecho os meus olhos absorvendo esse gesto de carinho. Só espera acontecer, papai. O conselho do meu filho se repete dentro da minha cabeça. — Eu te dou esse tempo — digo decidido e me viro de frente para ela. Isabelly parece mais aliviada agora. — Se... — Ela me lança um olhar especulativo. — Você se mudar para a minha casa. — Determino. Ela abre e fecha a boca pelo menos duas vezes tentando dizer algo, mas a fecha em seguida e respira fundo, baixando a cabeça, e fica assim por alguns segundos. E quando volta a erguer eu prendo a respiração encarando o rosto sério demais.— Eu aceito! — Porra, esperei ouvir essas palavras sair da sua boca por quase três semanas, três míseras semanas e quando finalmente as escuto eu fico sem palavras.— Aceita? — Pois é, est
Isabelly.Se ansiedade matasse pode acreditar que eu já estaria mortinha. Penso assim que paramos em frente a porta da casa dos meus pais. Quantas vezes sonhei em trazer aqui o homem que se tornaria a minha vida? E quantas vezes esperei ver nos rostos dos meus pais o sorriso orgulhoso e satisfeito ao me ver entrar em casa de mãos dadas com ele? Por meses sonhei com isso e por meses me decepcionei, os decepcionando também. Rio só de lembrar na correria para nos preparar para esse momento e ainda tinha o fato de Cris estar sem babá. E falando em babá, ainda não engoli o fato daquelazinha ter usado as minhas coisas para seduzir o meu homem! Ainda bem que ela foi demitida, porque se não fosse, além de levar uns bons tapas naquela cara lisa, eu mesma a demitiria. A porta se abre e eu me vejo puxar uma respiração profunda, apertando levemente a mão de Daniel que segura a minha com firmeza. Assim que adentramos a sala de visitas a encontro cheia e penso que ela realmente convidou toda a pare
Isabelly O resto do dia o meu namorado ficou esquisito. Ele agia e falava o tempo todo no automático e era possível perceber a sua inquietude. Filhos, com certeza esse assunto deve ter espinhos que o incomoda e com certeza ainda é muito cedo para planejá-los. Enquanto dirigia para casa, ele estava distante e pensativo. Era como se o antigo Daniel estivesse ali e não o homem da minha vida. Nós mal entramos na mansão Ávila e ele vai imediatamente para as escadas, sumindo no corredor em seguida. Senhor Dam faz um gesto de cabeça para mim e eu vou atrás dele. Abro a porta lentamente, entro no quarto, mas ele não está lá. Então escuto o som de água caindo no banheiro, e resolvo me desfazer das minhas roupas. Sigo para a porta do banheiro, mas está fechada de chave. Droga, estou frustrada! Queria muito poder estar lá dentro com ele, sei que não está bem e faço ideia do que está se passando em sua cabeça nesse momento. Respiro fundo e visto um sobretudo de seda, me sento na cama e o aguardo
Isabelly.Acordo com um dia lindo lá fora e o sol radiante brilha através da grande janela. Me espreguiço e passo a mão pelo colchão para senti-lo ao meu lado, mas ele não está aqui. Atordoada, eu me sento no colchão e olho os quatro cantos do quarto, porém, ele não está.— Daniel? — O chamo saindo na cama. — Dani? — Vou até o banheiro e abro a porta, o encontrando vazio também. Resolvo tomar uma ducha rápida e pôr uma roupa leve. Pois em algumas horas combinamos de ir buscar as minhas coisas para me mudar para a mansão Ávila. Olho-me no espelho me achando maravilhosa, embora esteja vestindo uma roupa casual, prendo os cabelos em um rabo de cavalo e calço uma rasteirinha, apreciando a imagem no espelho. Por fim, saio do quarto direto para o térreo. A casa está silenciosa e parece vazia, não encontro um pé de gente pelo casarão, então sigo para a cozinha e encontro os pais do Daniel sentados a mesa tomando café da manhã com o Cris.— Bom dia! — falo abrindo um sorriso espontâneo e me a
Daniel.— Pretendo ter filhos, não hoje e não amanhã, mas pretendo tê-los. — Essa frase está martelando na minha cabeça já tem horas. Porra, estava tudo indo tão bem entre nós, por que tinham que perguntar sobre filho? Por uma parte foi bom, assim sei dos seus planos. Somos um casal em tanto! Ralho sarcástico. Ela com medo de se casar e eu com medo de ter filhos, que merda!— E quer saber, vai ser bom pra você pensar realmente no que quer.— Eu quero você, anjo! — repito a resposta que lhe dei a algumas horas atrás. — O problema é que alguém vai ter que ceder a vontade do outro — rosno e esvazio o meu copo.A noite como imaginei não está sendo fácil. Eu não consigo dormir e nem relaxar. Penso o tempo todo em como ela está. Estou com o telefone na mão já tem algum tempo e protelando pra ela. Preciso ouvir o som da sua voz, mas sou covarde demais pra dar o primeiro passo. Solto uma respiração audível quando percebo que o dia está quase clareando e eu ainda não dormi. Pelo menos está pe