A Rainha da Máfia com sua Frota de Luxo e Exército Aterrorizante
A Rainha da Máfia com sua Frota de Luxo e Exército Aterrorizante
Por: Frosted Cabbage
Capítulo 1
Era o décimo aniversário de formatura, e lá estava eu, dirigindo meu velho Ford para participar daquele reencontro.

Meus colegas, por outro lado, chegavam em Lamborghinis, Ferraris, Maybachs, e havia até um Bugatti dourado reluzente sob o sol. O meu carro parecia ainda mais simples e deslocado no meio de tanta ostentação.

As conversas deles transbordavam sarcasmo, e só Giovana, a antiga assistente da equipe de líderes de torcida, tentava me consolar, insinuando que, quem sabe, um dia eu também teria um carro de luxo.

Na época do colégio, eu era uma das melhores alunas, com preparo físico impecável, por isso a treinadora me escolheu pessoalmente para fazer parte do grupo. Mas minha personalidade nunca combinou com aquelas garotas fúteis e cheias de intrigas.

Se não fosse pelas mensagens insistentes de Giovana, eu jamais teria vindo a esse encontro. Cheguei a recusar uma reunião importante com investidores estrangeiros só para encaixar aquelas duas horas na minha agenda.

Mas o que me esperava ali não era um reencontro caloroso de velhos amigos, mas sim um ambiente carregado de ostentação vazia e conversas superficiais.

Dentro do salão de festas, o som das risadas altas se misturava ao tilintar das taças de champanhe. Uns falavam dos novos carros que haviam comprado, outros de investimentos milionários. Todos os assuntos giravam em torno de marcas famosas, dinheiro e status social.

Aquela atmosfera me incomodava. Suspirei fundo e, decidida, me virei para ir embora.

Giovana, percebendo meu movimento, se apressou em segurar meu braço.

— Vitória, dirigir esse carro não é motivo de vergonha... Fica mais um pouco, vai. — Ela pediu, com um sorriso gentil.

Eu estava prestes a responder quando aquele mesmo colega que zombara de mim mais cedo lançou um olhar de desprezo e, com tom debochado, disse:

— Ah, claro, faz tempo que a gente não se vê, Vitória. Não quer bater um papo com os velhos amigos?

Ele deu uma pausa curta e completou, com um sorriso cínico:

— Mas, pensando bem, acho que ninguém aqui tá muito a fim de conversar com você, né? Afinal, com esse Ford caindo aos pedaços, você não chega nem perto da gente, os bem-sucedidos.

Assim que terminou, ele caiu na risada, e alguns ao redor riram junto.

Levantei o olhar, encarei ele friamente e respondi, com a voz firme:

— Não precisa, não. Eu só vim hoje por consideração à Giovana. Pode ficar tranquilo, que esse tipo de reunião vazia não precisa me chamar da próxima vez.

Mal terminei de falar, Nilda, que estava cercada como uma estrela no centro da atenção, se levantou de repente.

— Vitória, o que você quis dizer com isso? Tá achando que a gente não é boa o suficiente para se sentar à mesa com você? — Ela disparou, com aquele olhar arrogante e um sorriso de desprezo no canto dos lábios.

Nilda, que fora capitã da equipe de líderes de torcida, continuava deslumbrante e cheia de si. Agora, estava noiva do herdeiro da maior família mafiosa da região, a temida família Laporta, famosa por sua influência e poder inabaláveis. Por isso, todos ao redor orbitavam em torno dela, como satélites em busca de aprovação.

Embora ela tivesse distorcido minhas palavras, todos pareciam prontos a concordar com ela, sem questionar.

— Nossa, só porque dirige um Ford velho, acha que pode olhar os outros de cima? — Alguém comentou, com ironia.

— E eu que pensava que aquela aluna nota dez, a queridinha da treinadora, teria virado alguém importante… Mas, pelo visto, é só mais uma qualquer!

— De que adianta ser inteligente na escola? Agora, depois de formada, virou só mais uma funcionária qualquer na cidade!

"Funcionária qualquer." Pensei. Não estavam totalmente errados. Numa cidade como aquela, não importa o quanto você lute, sempre vai se sentir um estranho, alguém de fora tentando conquistar um espaço que parece nunca chegar.

— Hoje em dia, tanto faz ter boas notas. Lá fora, o que manda mesmo é dinheiro e poder!

Respirei fundo, sentindo o peso da hostilidade sufocante naquele ambiente. Eu não pretendia perder mais nenhum minuto ali.

— Gente, me desculpem, mas hoje eu realmente tenho uma reunião importante daqui a pouco — Falei, com calma e firmeza. — Essa refeição fica por minha conta. Podem pedir o que quiserem, beber o que quiserem. Depois, é só me mandar a nota que eu pago.

Enquanto dizia isso, já me movia para empurrar a porta e sair.

Mas, antes que eu pudesse dar um passo, Nilda se colocou na minha frente, bloqueando a passagem com o braço estendido.

No segundo seguinte, a porta foi aberta com força, e mais de uma dezena de homens altos, fortes, vestidos de preto, entrou em fila indiana. Eles se posicionaram em linha reta, como uma muralha humana, com placas douradas no peito onde se lia claramente: Família Laporta.

Uma das famílias mafiosas mais antigas e poderosas da cidade.

Nilda ergueu o queixo, virou a taça e esvaziou o vinho de uma vez só. Depois, limpou o canto dos lábios com o dorso da mão, o olhar frio e a voz carregada de ameaça:

— Vitória, por acaso eu te dei permissão pra ir embora? — Sua voz cortava o ar, gelada. — Só esse jantar vai passar fácil dos cem mil dólares. Você acha mesmo que o seu salário de funcionária consegue pagar essa conta?

Antes que eu pudesse reagir, um homem, com a camisa aberta no peito, revelando uma tatuagem imensa de águia no tórax, surgiu do nada e me empurrou de volta na cadeira.

Ele segurou meu queixo com força, forçando meu rosto pra cima, e se aproximou tanto que pude sentir sua respiração quente, misturada com o cheiro forte de cigarro e uísque.

— Depois de todos esses anos... — Ele sussurrou, com um sorriso cruel — Você continua com essa cara de pobre coitada.
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