Tristan— O que você está me dizendo? — indago tenso para uma Hazel ofegante e eufórica, olhando-me com extremo espanto.— Que o Tino acordou.— Impossível! — Atlas fala, atraindo o olhar assustado de Hazel para ele. — O humano estava morto.Não digo nada. Apenas saio apressado do escritório para ver com os meus próprios olhos. Atlas tem razão. A raça humana é deveras frágil demais. Uma vez morta, ela não se regenera, não volta a vida. E temo que só exista uma explicação para isso.Vampiros. Há décadas não vejo um aqui na Inglaterra.Pelos deuses, espero estar engando.Mas não estou. Penso adentrando o salão quase vazio se não fosse pelo garoto franzino em pé perto de uma janela admirando a lua nova, escondendo-se parcialmente entre as poucas nuvens densas em um céu escuro. Cauteloso, adentro o cômodo e o observo respirar fundo.— É incrível. — Tino sibila sem ao menos se virar para me olhar. — Eu consigo sentir o seu cheiro canino. — Então ele se vira e me olha nos olhos. — Qual a po
HazelUma vampira. A Luna é a vampira que matou o Tino. Como lido com isso agora? E por que ela estava tão próxima do Tristan daquela maneira? Essas interrogações preenchem a minha cabeça a medida que corro como uma condenada para longe do casarão.Mas, para onde ir? Onde me esconder?Os meus bebês! Penso, agora apavorada e quando estou a um passo de adentrar a mata, paro bruscamente encarando um par de olhos vermelhos._ Será que não vê? _ Luna fala dando um passo ameaçador na minha direção.Engulo em seco, afastando-me dela cautelosamente. Contudo, estou me perguntando..._ Por quê?Luna abre um sorriso Malévolo e seus olhos se erguem para o céu escuro. Ela contempla a lua bem no centro da escuridão. Depois, ela me olha outra vez e com um olhar está bichão me responde:_ Nós vampiros somos um povo de elite, Hazel. Somos supremos e poderosos. E sempre estivemos no topo de tudo. Para nós vampiros nunca foi difícil manter Lobos em seus territórios. Eles não passam de férias. Bestas ir
TristanMeses depois…A maior honra de Alfa é cumprir com a sua palavra. Eu jurei manter o meu povo em segurança e estou cumprindo a minha promessa. A alcateia está feliz e mais unida do que nunca, mesmo com a mistura das raças. Lobos amarelos e cinzentos unidos como um só povo. Em meses não temos uma batalha, ou qualquer desavença. Por onde passamos trilhamos um caminho de paz e de novas amizades, e fazer festas tornou-se um hábito de comemoração.— Senhor Tybalt, o Senhor ainda não está pronto? — Anabela ralha, adentrando o meu quarto e eu a encaro em frente ao espelho. — Vamos, deixe-me ajudá-lo. — Ela pede e eu me viro para ficar de frente para ela. Minha assistente humana imediatamente se aproxima e começa a arrumar a minha gravata borboleta no meu pescoço.— Como ela está? — Procuro saber por que não a vejo a horas.— Eles estão muito bem, Senhor Tybalt, mas o Senhor não me parece nada bem.Bufo em resposta.— Agora só mais um pequeno detalhe. — A mulher resmunga sorridente. — P
TristanAlguns anos depois…— Pense rápido, rapaz! — Atlas fala de repente, jogando uma bola de futebol americano na direção de kael, que inesperadamente dá um salto tão alto, pregando-a no ar, me fazendo sorrir de orgulho. — Trouxe a planilha para verificação do crescimento da sua empresa no mundo dos humanos. — Meu Beta me estende uma pasta com a logo da Tybalt Empreendimentos e eu lanço um rabo de olho para a minha linda esposa, que conversa animada com Asterin e Aleron.— Agora não, Atlas.— Pensei que tivesse urgência, Alfa.— E tenho, mas não na hora do churrasco em família. Hazel pode até ser uma Santa, mas ela vira uma fera quando misturo negócios e família — ralho divertido e ele ri.— Um lobo de sorte. Isso daria um título para um bom livro. — Ele resmunga no mesmo tom. — Vou deixar no seu escritório.— Faça isso e venha participar do nosso almoço.— Certo, Alfa.Enquanto Atlas se afasta para entrar na mansão, eu vou ao encontro da minha garota. E embora o cheiro maravilhoso
TristanQuando se passa a viver dentro de um inferno o seu fogo já não surte o mesmo efeito da dor que se carrega dentro do peito. Portanto, sorrir é algo que já não consegue se fazer e o amor… esse apodreceu em algum lugar dentro do coração. Você não vive realmente, apenas existe. Mas tem um lado bom nisso tudo. A fraqueza jamais te alcançará.Meu nome é Tristan Tybalt, eu sou o Alfa de uma alcateia temida que vive no sul da Inglaterra. Mas para chegar até aqui perdi a pessoa mais valiosa da minha vida. A companheira com quem planejei um futuro sólido, com filhos e muito amor. Desde então, passo a maior parte do meu tempo no meu império instalado em uma cidade entre os humanos. E só regresso para a Maldagam, uma floresta negra onde habitamos desde sempre em casos extremos como o dessa noite.— Alfa!Um lupino fala abaixando os seus olhos em sinal de respeito a minha autoridade, e aproxima-se para me receber. Contudo, não esboço qualquer reação ao seu gesto. Apenas o olho firme de ond
TristanAlgumas horas depois...— Tristan? — Atlas, um dos ômegas mais próximos a mim fala assim que adentra a sala, onde uma mesa farta de café da manhã está exposta. — A quanto tempo, meu amigo? — Ele cantarola com ínfimo prazer, porém, apenas aponto uma cadeira para ele do outro lado da mesa.— O que o traz aqui tão cedo, Atlas? — inquiro, servindo-me uma xícara de café e ele faz o mesmo em seguida.— Eu preciso de um favor, Alfa. — Arqueio as sobrancelhas e aguardo que ele continue. — É sobre o ataque em Maldócia… — fala, referindo-se ao massacre na vila dos feiticeiros.— O que tem Maldócia?— É que, temos uma sobrevivente. — Confesso que essa informação me pegou de surpresa.— E?— Se você pudesse levá-la para a cidade consigo…— Fora de cogitação. — O corto determinado.— Alfa, se o Senhor pudesse protegê-la. — Ele insiste.— E por que eu faria isso? — ralho com desdém.— Hazel não tem mais ninguém, Alfa. Todos que ela amava e confiava morreram. E se ela ficar aqui, com certeza
Hazel— Logo dias negros estarão por vir, criança. — A voz envelhecida de minha avó preenche repentinamente a sala de estar, onde as minhas irmãs discutem animadas sobre o que vestir para as festividades da colheita.Uma noite muito divertida nos aguarda, mas Magdalena Mor está falando sobre escuridão, enquanto fita a noite que começa a cair, através de uma janela retangular de vidros transparentes. Devo dizer que é um contraste muito grande diante da alegria dos moradores de Maldócia, ma pequena cidade que fica ao sul da floresta mais tenebrosa da Inglaterra. Contudo, nunca tivemos problemas com os moradores de lá e esse é mais um motivo para não compreender a visão de uma senhora de cabelos grisalhos no canto da sala.— Uma nuvem negra ameaça a existência dos moradores de Maldócia. — Ela continua.— Vovó, por que não se senta um pouco? — peço, tocando com carinho nos seus ombros, para guiá-la até uma cadeira confortável. Entretanto, ao me afastar dela, sinto o leve aperto dos seus d
HazelOfegante, fito a porta do quarto e corro para fechá-la com chave. Respiro fundo algumas vezes e olho para as paredes de vidro, me perguntando se realmente estou segura nessa casa. Outro grito ecoa e esse parecia refletir uma grande dor. E curiosa, giro a chave lentamente na fechadura, abrindo apenas uma brecha da porta, para bisbilhotar o corredor vazio.— NÃO! — Outro grito surge na porta em frente a minha e me pergunto se devia ir até lá ajudá-lo.Céus, você está na casa dele, Hazel. Ajudá-lo é o mínimo que deveria fazer agora. Minha consciência aconselha-me e trêmula, respiro fundo, saindo do quarto com cautela para ir até a porta do quarto da frente.— Se… Senhor… Tristan? — gaguejo ao chamá-lo.Sim, estou muito nervosa. A verdade, é que Atlas, o lobo que me resgatou falou-me um pouco sobre esse homem. Ele é um Alfa poderoso. É temido por todos, é rígido e intolerante em suas decisões.“Não o olhe nos olhos”. Ele disse. “E não diga nada, deixe que eu mesmo falo com ele”.E a