Hazel— Há, Hazel, você veio! — Gideon parece exultante com a minha presença.— Você mandou me chamar — digo o óbvio.— Sim, porque quero que conheça uma das minhas maiores paixões. — Curiosa, volto a fitar as máquinas.— E o que é?— Chama-se telescópio. E ele serve para admirar as estrelas.— Oh! — Ele me estende a sua mão e eu a seguro, aproximando-me da tal máquina.— Veja! — Gideon me induz a colocar um olho em uma lente e logo tenho a linda visão do céu. — A melhor visão é a noite quando as estrelas resolvem aparecer, mas durante o dia você também conseguir visualizar algumas delas.— É realmente fascinante, Gideon! — sibilo sem tirar os meus olhos da lente. Contudo, escuto os sons dos seus passos se afastando de mim.— Você nunca parou para perguntar? — Confusa, o olho nos olhos.— Perguntar o que?— Sobre os céus, as estrelas e os segredos do universo.— Ah, não. Eu nunca parei para pensar nisso. Me desculpe!— Não se desculpe por isso, querida futura esposa. Mas devo lhe dize
HazelEu nunca me senti tão fria e escura na minha vida. Nem mesmo na pior noite da minha vida. É como se a sua escuridão me penetrasse lentamente, contaminando o meu sistema bem devagar, sem qualquer pressa e quisesse me abraçar, apertar-me até me sufocar e assim, guiando-me para dentro do seu lado mais obscuro. E pelos deuses, eu não sei como lutar contra isso. Portanto, a minha única saída está trancada dentro daquele quarto de hóspedes e eu realmente espero conseguir convencê-la dessa minha realidade cruel, escondida dentro desses muros encantados. O fato é que eu não consigo me concentrar com todas essas lamúrias, lamentos e sons de choros doloridos que não param um som só segundo.E eu pensando que não conseguiria me acostumar com tantos sorrisos de alegria. Nunca reclame do lado bom da vida, Hazel.— Oh, você voltou! — Asterin sibila, abrindo o seu sorriso feliz para mim e apavorada, me aproximo dela, seguro firme nos seus ombros e a faço olhar dentro dos meus olhos.Eu preciso
HazelAsterin rir brincalhona.— O Gideon? Está brincando comigo, não é? Ele não poderia ser um Skinwalker, Hazel. Esses seres vivem a quilômetros de distância daqui. E o seu habitat é… — Enquanto ela resmunga, eu continuo escrevendo.O bracelete é uma espécie de prisão. Ele me impede de falar com as pessoas sobre o que está acontecendo.Mostro-lhe a nova mensagem, interrompendo-a. Seus olhos se abrem especulativos, então ela fita o bracelete. Volto a escrever.Nada do que você ver nesse lugar é real, Asterin.Fito-a, demonstrando o meu medo. Ela engole em seco e no segundo seguinte me encara aterrorizada.— Mas que merda! — A Beta rosna incrédula e de repente o seu olhar ganhar um teor a mais de terror. Ela ofega com violência, enquanto os seus o
Tristan— Eu preciso perguntar, Senhor Staton. Absorveria o homem que cometeu tal erro? — Minha pergunta soa como um rosnado gélido e áspero, tão próximo do seu rosto que é possível sentir o calor do seu medo. Ah, essa sensação de poder, de torná-lo tão minúsculo quanto frágil. Eu podia engoli-lo apenas com a ferocidade do meu olhar impulsivo e impaciente. Vê-lo encolher-se em cima da cadeira me faz sentir o gostinho amargo da minha glória e esse sabor me faz lembrar que ele é um mero humano cheio de falhas e que eu não sou esse monstro que estou tentando pintar agora.O fato é que desde que ela se foi, não consigo controlar essa raiva dentro de mim e sinto que estou ainda mais destrutivo do que antes.— Aceitaria?! — grito, continuando com a minha tortura sobre o pobre miserável.— Não Senhor.— Ótimo, porque eu também não. Está demitido!E aí está o meu eu cruel, enfiando o punhal na frágil criatura. Logo a porta se fecha e eu respiro fundo me perguntando até quando isso persistir
HazelO som de uma porta se fechando me faz abrir uma brecha de olhos e mesmo com a minha visão um pouco desfoca reconheço bem o lugar onde estou. Assustada, me sento no meio do colchão e fito cada móvel, cada quadro na parede, as janelas e tudo mais. Ainda amedrontada, saio cautelosa da cama e ando pelo cômodo a procura de algo que me diga que isso é verdade. Por tanto, aproximo-me da janela e fito o lado de fora, sentindo uma lágrima de espera escorrer pelo meu rosto.A floresta está lá, assim como todas as rochas e jardins que eu vi por todas as manhãs desde que a minha vida virou esse caos. Extasiada, vou para o banheiro e paro de frente para um espelho retangular acima do balcão. Estranhamente seguro alguns fios dos meus cabelos que agora estão platinados e os sons dos meus gritos preenchem os meus ouvidos.Engulo em seco e saio imediatamente do cômodo.Não, essa é só mais uma ilusão dele para me ludibriar. Penso e saio a procura de algo para me defender, embora eu saiba que
HazelO som da minha respiração extremamente ofegante e alta sobressai à medida corro apressada ao redor do castelo em busca de uma saída. O meu desespero não me deixa pensar direito e a minha esperança começa a definhar quando não encontro uma passagem aberta de dentro desse labirinto. O som da sua risada malévola ecoa como um eco por todos os lados, me fazendo parar e imediatamente e atentos, os meus olhos percorrem ao meu redor.— Você não tem para onde ir, Hazel. Sua voz horrenda preenche os meus ouvidos, causando-me sérios arrepios.— Não importa o quanto corra para longe de mim, eu sempre estarei por perto……— Ah! Acordo com um resfolegar violento e ainda ofegante percebo que tudo não passou de um pesadelo. Imediatamente sinto a minha garganta ficar seca e saio da cama, visto uma capa fina por cima da minha roupa de dormir e saio do quarto, encontrando a quietude da casa dentro de um longo corredor. No ato, fito a porta do seu quarto fechada e hesito em ir até ela, o
HazelNão a espero terminar de falar e saio imediatamente do carro. — Hazel, onde pensa que vai? — Asterin inquire, mas não paro. — Hazel… ah, droga!— O que você está fazendo aqui? — Uma moça pergunta irritadiça, impedindo a minha passagem na cidadela.— Saia da minha frente! — ordeno entre dentes, porém, completamente aturdida com o meu comportamento arredio.— A culpa disso tudo é toda sua! — Ela me acusa com os olhos preenchidos de lágrimas não derramadas. — Se diz a Santa de uma profecia, mas onde está o seu poder, Hazel? — rosna, ficando feroz.— Afaste-se, Lorena! — Asterin ordena. Contudo, seu olhar gladiador continua no meu e eu engulo um nó quando percebo que consigo sentir a sua dor.É ela. Penso. Lorena é a irmã do garoto assassinado e do irmão exilado da alcateia. Constato.— Não, ela deve morrer e tudo isso se acabará de vez! — A garota berra e na sequência as suas garras afiadas surgem entre seus dedos.— Afaste-se, Hazel! — Asterin pede, tentando afastar-m
Hazel— Hazel, não! — Tristan exaspera. — Não chegue perto deles!— Não! Deixe-a, Alfa!Escuto os lobos discutirem atrás de mim. No entanto, é como se as suas vozes estivessem distantes de mim agora, e logo sou tomada por um tipo de transe.— Imamhiae damabiah — falo algumas palavras místicas à medida que sou arrastada para dentro de suas sombras e para longe dali. Logo sinto alguns olhares cheios de crueldade e de fúria ao meu redor e até mesmo consigo escutar os seus pensamentos inquietantes e devastadores, arquitetando contra as vidas de todas as raças e de todas as tribos espalhadas pelo mundo. E no segundo seguinte, começo sufocar quando os sinto mexerem ao meu redor em uma tentativa inútil com sua aproximação horrenda, e antes que eu consiga vê-los realmente percebo o seu toque tornando um ser vivo em pedra. Assustada, solto um grito agudo, chamando a sua atenção imediatamente para mim. — Você está bem? — Logo sinto os braços fortes de Tristan me tirar de dentro das malditas tr