HazelO som da minha respiração extremamente ofegante e alta sobressai à medida corro apressada ao redor do castelo em busca de uma saída. O meu desespero não me deixa pensar direito e a minha esperança começa a definhar quando não encontro uma passagem aberta de dentro desse labirinto. O som da sua risada malévola ecoa como um eco por todos os lados, me fazendo parar e imediatamente e atentos, os meus olhos percorrem ao meu redor.— Você não tem para onde ir, Hazel. Sua voz horrenda preenche os meus ouvidos, causando-me sérios arrepios.— Não importa o quanto corra para longe de mim, eu sempre estarei por perto……— Ah! Acordo com um resfolegar violento e ainda ofegante percebo que tudo não passou de um pesadelo. Imediatamente sinto a minha garganta ficar seca e saio da cama, visto uma capa fina por cima da minha roupa de dormir e saio do quarto, encontrando a quietude da casa dentro de um longo corredor. No ato, fito a porta do seu quarto fechada e hesito em ir até ela, o
HazelNão a espero terminar de falar e saio imediatamente do carro. — Hazel, onde pensa que vai? — Asterin inquire, mas não paro. — Hazel… ah, droga!— O que você está fazendo aqui? — Uma moça pergunta irritadiça, impedindo a minha passagem na cidadela.— Saia da minha frente! — ordeno entre dentes, porém, completamente aturdida com o meu comportamento arredio.— A culpa disso tudo é toda sua! — Ela me acusa com os olhos preenchidos de lágrimas não derramadas. — Se diz a Santa de uma profecia, mas onde está o seu poder, Hazel? — rosna, ficando feroz.— Afaste-se, Lorena! — Asterin ordena. Contudo, seu olhar gladiador continua no meu e eu engulo um nó quando percebo que consigo sentir a sua dor.É ela. Penso. Lorena é a irmã do garoto assassinado e do irmão exilado da alcateia. Constato.— Não, ela deve morrer e tudo isso se acabará de vez! — A garota berra e na sequência as suas garras afiadas surgem entre seus dedos.— Afaste-se, Hazel! — Asterin pede, tentando afastar-m
Hazel— Hazel, não! — Tristan exaspera. — Não chegue perto deles!— Não! Deixe-a, Alfa!Escuto os lobos discutirem atrás de mim. No entanto, é como se as suas vozes estivessem distantes de mim agora, e logo sou tomada por um tipo de transe.— Imamhiae damabiah — falo algumas palavras místicas à medida que sou arrastada para dentro de suas sombras e para longe dali. Logo sinto alguns olhares cheios de crueldade e de fúria ao meu redor e até mesmo consigo escutar os seus pensamentos inquietantes e devastadores, arquitetando contra as vidas de todas as raças e de todas as tribos espalhadas pelo mundo. E no segundo seguinte, começo sufocar quando os sinto mexerem ao meu redor em uma tentativa inútil com sua aproximação horrenda, e antes que eu consiga vê-los realmente percebo o seu toque tornando um ser vivo em pedra. Assustada, solto um grito agudo, chamando a sua atenção imediatamente para mim. — Você está bem? — Logo sinto os braços fortes de Tristan me tirar de dentro das malditas tr
Tristan— Fiquei sabendo de como matou a fera de fumaça apenas com uma simples adaga — falo com fingido desdém, porém, sem esconder o meu orgulho.A verdade, é que Hazel está roubando de mim o que eu tenho de mais precioso. O meu amor que um dia pertenceu a minha companheira e pior, não é um amor sublime como o primeiro, nem é frágil ou carinhoso. É um sentimento forte demais, tão forte que chego a julgá-lo indestrutível. E confesso que sempre fui adepto a mulheres fortes e guerreiras. Não era o caso da Kyra pois ela precisava da minha proteção quase sempre e não era o caso da Hazel também... até agora.Seu sorriso lindo me desperta, atraindo toda a minha concentração apenas para ela.— Me mostre como fez isso? — peço, após prender o meu cavalo a um tronco de uma árvore e ela faz o mesmo com o seu.No centro de uma terra cercada por árvores tão altas e frondosas paro de frente para a minha santa guerreira e espero pelo seu ataque, mas ela não faz.— Você diz aqui e agora? — indaga ach
Tristan Contudo, antes que eu consiga segurar no seu pulso outra vez para desarmá-la ela faz um movimento rápido e passa por mim, enlaçando o meu pescoço com o seu braço e aponta a adaga na minha lateral. Rujo alto, jogando-a por cima do meu ombro e Hazel cai de costas no chão, soltando um gemido dolorido em seguida.— Precisa fazer melhor, santa ou será devorada por eles! — rujo outra vez e antes que eu consiga montá-la, ela volta a se mexer, ficando à espreita de novo. Dessa vez a puxo de encontro ao meu corpo e logo estamos colados um no outro. Nossas respirações extremamente ofegantes se confundem e batem em nossos rostos, aquecendo-nos e os nossos olhos se conectam de um jeito que é impossível desviá-los.Engulo em seco e tento engolir a ânsia de tomá-la para mim aqui mesmo, mas é impossível. Portanto, a puxo para os meus braços e tomo a sua boca arduamente, quando ela envolve a minha cintura com as suas pernas.— Hazel! — gemo áspero e firme em sua boca, aprofundando o nosso be
Hazel— Hum! — Solto um gemido baixo e apreciativo, abrindo uma pequena brecha de olhos e encontro uma claridade alaranjada. Contudo, não o sinto por perto e atordoada me sento na grama, e fito uma fogueira acesa. — Tristan? — O chamo baixo, enquanto os meus olhos percorrem a semiescuridão da noite ao meu redor a sua procura.Um barulho atrás de alguns matos altos me deixa um tanto assustada e engulo em seco quando um lobo grande e branco aparece na minha frente. Assustada, me ponho de pé e encaro a fera que me lança um olhar amarelo, porém, passivo e mesmo com medo, dou alguns passos hesitantes na sua direção. Contudo, pacificamente ele me dá as costas e caminha para uma direção e por algum motivo sigo a fera silenciosa, até chegar a um rio estreito de águas tranquilas.— Tristan? — Volto a chamá-lo, mas sem tirar os seus olhos de cima do animal e estranhamente uma luz se acende atrás dele, e essa cresce gradualmente ganhando mais brilho, força e forma. — Sekhmet? — sussurro surpresa
Hazel— Hazel? Vamos, Hazel acorde! — Desperto com a voz do Alfa e percebo que acabei de ter outro sonho. — Nós temos que ir, eles devem estar preocupados conosco. — Ele fala, me estendendo a sua mão para ajudar-me a levantar e percebo que já organizou tudo para a nossa partida.Enquanto cavalgamos de volta para Maldagan me perco nas lembranças dos meus sonhos e engulo em seco.— Olha vocês aí! — Asterin fala assim que Tristan me ajuda a descer do cavalo e com cuidado ele me põe no chão.— Precisamos nos reunir! — Ele ralha, voltando ao seu modo Alfa imediatamente, mas com um diferencial. Tristan segura na minha mão diante de todos os olhares curiosos da cidadela. — Me esperem na cabana de reuniões e avisem para os lupinos e guerreiros que todos lá. — Na sequência ele me leva para a sua casa.— Por que não posso participar da reunião? — contesto.— Eu preciso resolver alguns detalhes, Hazel. Não é necessário à sua presença lá. Respiro fundo e paro de andar.— Bom, se vou participar d
Tristan — Preciso pedir um favor, Asterin — falo em um canto reservado quando a reunião se encerra e todos se dissipam da cabana. — O que quiser, Alfa. — Preciso que treine a Hazel. — Treina-la? — Quero que ela esteja forte suficiente para o que virá. — Asterin parece analisar as minhas palavras. — Temos um exército ao nosso dispor, Alfa. Por que acha que a santa precisa se defender? Solto uma respiração consternada. — Eu não sei como isso aconteceu, mas tive uma visão. Ela une as sobrancelhas. — Nunca ouvi falar de um lobo teve alguma visão na vida. — Desde que toquei na santa naquele dia, recebi um pouco do seu poder. — Uau! Eu não sabia. — Nem eu, até a noite passada. — Vai me contar o que viu? — Eu estava na beira de um rio bebendo água na minha forma animal quando a vi. Hazel estava sentada sobre uma rocha alta e cantarolava uma canção para um menino. — Um... menino? — Temo que eles já não podem mais evitar a profecia, Asterin e que Dárius virá atrás do nosso filh