Tristan — Preciso pedir um favor, Asterin — falo em um canto reservado quando a reunião se encerra e todos se dissipam da cabana. — O que quiser, Alfa. — Preciso que treine a Hazel. — Treina-la? — Quero que ela esteja forte suficiente para o que virá. — Asterin parece analisar as minhas palavras. — Temos um exército ao nosso dispor, Alfa. Por que acha que a santa precisa se defender? Solto uma respiração consternada. — Eu não sei como isso aconteceu, mas tive uma visão. Ela une as sobrancelhas. — Nunca ouvi falar de um lobo teve alguma visão na vida. — Desde que toquei na santa naquele dia, recebi um pouco do seu poder. — Uau! Eu não sabia. — Nem eu, até a noite passada. — Vai me contar o que viu? — Eu estava na beira de um rio bebendo água na minha forma animal quando a vi. Hazel estava sentada sobre uma rocha alta e cantarolava uma canção para um menino. — Um... menino? — Temo que eles já não podem mais evitar a profecia, Asterin e que Dárius virá atrás do nosso filh
Hazel Os galopes apressados dos cavalos pela estreita estrada de terra no meio de uma mata densa me deixam inquieta. Contudo, não consigo parar de pensar no que vi através da pequena lente do telescópio. Aquela nuvem parecia destruir tudo que encontrava pelo caminho e penso que o mesmo acontecerá com o vilarejo dos lobos se nada for feito a respeito. Mas, o que fazer? Mal sabemos o que ela traz consigo ou quem está por trás de tudo aquilo. Em algum momento ergo os meus olhos para o céu noturno, encontrando a claridade amarelada de uma lua cheia que tenta aparecer por entre as folhagens das árvores e é como se a sua luz me preenchesse. Logo me sinto estranha e agoniada fecho os meus olhos, puxando a respiração algumas vezes. — Hazel, tudo bem? — Sinto o toque suave de Asterin na minha mão e imediatamente abro os olhos para fitá-la. Seu olhar preocupado se torna espantado no mesmo instante. — Hazel, o que está havendo? — Pare a carruagem! — ordeno de repente. — Não podemos... —
Hazel No entanto, logo lhe dou as costas e adentro a pequena caverna dentro de uma imensa rocha, alcançando o seu fundo. Fecho os meus olhos e penso na lua da noite passada. Visualizo o seu brilho e me deixo levar pelas sensações ficando ofegante no processo e curiosamente a minha adaga começa a brilhar. Assustada, seguro a lâmina, apertando o seu e imediatamente os desenhos se acendem para mim. A minha curiosidade me leva a tocar na sua luz e logo uma energia me preenche, tomando o meu corpo e uma janela se abre bem na minha frente, mostrando-me algumas imagens intrigantes.São guerras acontecidas de século em século e todas elas, vejo a adaga em mãos diferentes de guerreiros destemidos, lutando por suas vidas, mas o mais surpreendente são os lycans guerreando ao lado dos guerreiros.Alguns gritos de desespero e de pavor me absorve dessa visão, trazendo-me a vida real e imediatamente olho para trás. Asterin adentra a caverna e me lança um olhar preocupado. — Eles chegaram!Ofego. C
Tristan— Como estão as coisas lá fora? — Ela pergunta quando ainda estou me recuperando de um orgasmo que foi capaz de roubar as minhas forças.— Um verdadeiro caos. — Viro-me para ficar de frente para ela. Então os seus olhos encontram os meus.— Eu não me lembro de muita coisa. — Ela sussurra. — Apenas que sibilei algumas palavras e depois... é como se eu fosse tomada por alguma entidade.— O seu poder transformou os meus lobos em lycans poderosos. Nenhum deles ficou de fora dessa batalha. Antes de você chegar alguns deles foram literalmente massacrados. O que você fez?— Apenas invoquei os deuses. Pedi por sua ajuda e a adaga.— O que tem ela?— Sua lâmina não é qualquer uma e não pertenceu a um guerreiro qualquer. Enfim, não fiz nada sozinha. Você disse que tem feridos.— Muitos.— Onde eles estão?— Decidimos colocá-los em um só lugar. Assim facilitará para os médicos cuidarem deles.— Eu posso ir vê-los?— Tem certeza?— Eu preciso fazer isso, Tristan.— Ok, como alguma coisa e
Tristan — Eu só estava pensando.— No que?— Que precisamos nos casar.Hazel para a dança abruptamente.— Ah... é... eu ouvi direito?— O que? Que precisamos nos casar? — Ela arqueia as sobrancelhas. Parece incrédula. — Eu amo você, Hazel Freyr e quero que seja minha.Ela puxa a respiração e a solta, puxando-a outra vez.— Está me pedido em casamento, Alfa?Abro um sorriso largo.— Sim — sibilo, me ajoelhando aos seus pés e isso chama a atenção de todos, trazendo o silêncio absoluto. — Hazel Freyr, você quer se casar comigo?Em resposta ela sorrir para mim e antes de dizer qualquer palavra morde levemente o seu lábio inferior.— Sim. — A palavra mal sai da sua boca e todos ao nosso redor solta uma salva de gritos festivos. — Eu aceito me casar com você, Tristan Tybalt. — Imediatamente fico de pé e a tomo em um beijo profundo, e demorado. E algumas horas depois, estou dentro do meu quarto, olhando fixamente para a porta fechada do banheiro e quase subindo pelas paredes na minha esper
TristanO dia amanheceu já um bom tempo. Contudo, ainda estou aqui na cama apenas a observando enquanto ela dorme do meu lado. Hazel tem feito maravilhas com o meu povo, mas principalmente, ela tem mudado a minha vida completamente. Meus olhos percorrem atentamente os fios negros dos seus cabelos que estão espalhados pelos travesseiros e depois, pelos cílios negros e longos que tremulam levemente. Sua boca tem um leve tom de vermelho e está entreaberta, mostrando parcialmente seus dentes. Ansioso, passo com suavidade a ponta do meu indicador pela ponta do seu nariz. Ela funga e isso me faz sorrir.- Bom dia! - falo baixinho quando ela abre uma pequena brecha de olho. No entanto, ela respira fundo e os seus olhos têm dificuldades para abrir devido a claridade.- Bom dia!Um som rouco de sono passa pela sua boca, trazendo a vida para o meu corpo e não resisto ao desejo de beijar calidamente o seu rosto, escorregando sorrateiramente para o canto da sua boca, até finalmente tomá-la em um
TristanLogo a cena muda, e a mulher surge dando à luz uma criança a beira de um rio, perto de uma pequena aldeia. Um homem que eu nunca vi antes surge erguendo o menino para o alto, oferecendo-o para uma lua cheia, redonda e amarela em toda a sua glória, em um céu escuro e com poucas estrelas, no topo de uma montanha. Algumas lágrimas preenchem os meus olhos quando o vilarejo é atacado de surpresa e muitos são mortos pela lâmina de uma espada prateada. Mas não a criança. Essa foi salva pelo estranho da montanha e entregue para um casal da alcateia dos lobos amarelos. Os olhos firmes de Alteban encontram os meus, enquanto ele abraça protetoramente um recém-nascido chorando a todos pulmões.Engulo em seco, completamente sem ação.- O rei alfa morreu sem saber sabe da sua existência, Tristan Tybalt. - Solto uma respiração trêmula e pesada quando a tela desaparece assim como ela surgiu. E atordoado, fito os olhos perspicazes do feiticeiro. - E Dárius assumiu um lugar que não o pertence.
Tristan— O que aconteceu, Tristan? — Ela pergunta baixinho e cuidadosa, enquanto desliza uma esponja com uma espuma densa e perfumada, lavando o meu corpo com cuidado como se eu fosse me quebrar a qualquer momento.Essa é uma pergunta que não consigo responder. Não nesse momento.— Eu estava correndo pela mata. — Começo a falar quase sem forças nas palavras. — Corri feito um louco. Queria calar os meus pensamentos. A exaustão não chegava nunca. Eu queria gritar, gritar com eles. Perguntar por que mentiram para mim, mas não tinha como.— Eu sei. — Ela sussurra outra vez.Respiro fundo.— Depois tudo parece se tornar um borrão dentro da minha cabeça.— Como pode ser isso? Você tem arranhões profundos em suas costas. O que quer que tenha feito, não foi nada fácil.Em resposta, me ajeito dentro da banheira e afundo na água até cobrir a minha cabeça. Contudo, mantenho os meus olhos na sua imagem turva e tento forçar a minha memória. Os sons do rugido preenchem os meus ouvidos bloqueados pe