HazelAsterin rir brincalhona.— O Gideon? Está brincando comigo, não é? Ele não poderia ser um Skinwalker, Hazel. Esses seres vivem a quilômetros de distância daqui. E o seu habitat é… — Enquanto ela resmunga, eu continuo escrevendo.O bracelete é uma espécie de prisão. Ele me impede de falar com as pessoas sobre o que está acontecendo.Mostro-lhe a nova mensagem, interrompendo-a. Seus olhos se abrem especulativos, então ela fita o bracelete. Volto a escrever.Nada do que você ver nesse lugar é real, Asterin.Fito-a, demonstrando o meu medo. Ela engole em seco e no segundo seguinte me encara aterrorizada.— Mas que merda! — A Beta rosna incrédula e de repente o seu olhar ganhar um teor a mais de terror. Ela ofega com violência, enquanto os seus o
Tristan— Eu preciso perguntar, Senhor Staton. Absorveria o homem que cometeu tal erro? — Minha pergunta soa como um rosnado gélido e áspero, tão próximo do seu rosto que é possível sentir o calor do seu medo. Ah, essa sensação de poder, de torná-lo tão minúsculo quanto frágil. Eu podia engoli-lo apenas com a ferocidade do meu olhar impulsivo e impaciente. Vê-lo encolher-se em cima da cadeira me faz sentir o gostinho amargo da minha glória e esse sabor me faz lembrar que ele é um mero humano cheio de falhas e que eu não sou esse monstro que estou tentando pintar agora.O fato é que desde que ela se foi, não consigo controlar essa raiva dentro de mim e sinto que estou ainda mais destrutivo do que antes.— Aceitaria?! — grito, continuando com a minha tortura sobre o pobre miserável.— Não Senhor.— Ótimo, porque eu também não. Está demitido!E aí está o meu eu cruel, enfiando o punhal na frágil criatura. Logo a porta se fecha e eu respiro fundo me perguntando até quando isso persistir
HazelO som de uma porta se fechando me faz abrir uma brecha de olhos e mesmo com a minha visão um pouco desfoca reconheço bem o lugar onde estou. Assustada, me sento no meio do colchão e fito cada móvel, cada quadro na parede, as janelas e tudo mais. Ainda amedrontada, saio cautelosa da cama e ando pelo cômodo a procura de algo que me diga que isso é verdade. Por tanto, aproximo-me da janela e fito o lado de fora, sentindo uma lágrima de espera escorrer pelo meu rosto.A floresta está lá, assim como todas as rochas e jardins que eu vi por todas as manhãs desde que a minha vida virou esse caos. Extasiada, vou para o banheiro e paro de frente para um espelho retangular acima do balcão. Estranhamente seguro alguns fios dos meus cabelos que agora estão platinados e os sons dos meus gritos preenchem os meus ouvidos.Engulo em seco e saio imediatamente do cômodo.Não, essa é só mais uma ilusão dele para me ludibriar. Penso e saio a procura de algo para me defender, embora eu saiba que
HazelO som da minha respiração extremamente ofegante e alta sobressai à medida corro apressada ao redor do castelo em busca de uma saída. O meu desespero não me deixa pensar direito e a minha esperança começa a definhar quando não encontro uma passagem aberta de dentro desse labirinto. O som da sua risada malévola ecoa como um eco por todos os lados, me fazendo parar e imediatamente e atentos, os meus olhos percorrem ao meu redor.— Você não tem para onde ir, Hazel. Sua voz horrenda preenche os meus ouvidos, causando-me sérios arrepios.— Não importa o quanto corra para longe de mim, eu sempre estarei por perto……— Ah! Acordo com um resfolegar violento e ainda ofegante percebo que tudo não passou de um pesadelo. Imediatamente sinto a minha garganta ficar seca e saio da cama, visto uma capa fina por cima da minha roupa de dormir e saio do quarto, encontrando a quietude da casa dentro de um longo corredor. No ato, fito a porta do seu quarto fechada e hesito em ir até ela, o
HazelNão a espero terminar de falar e saio imediatamente do carro. — Hazel, onde pensa que vai? — Asterin inquire, mas não paro. — Hazel… ah, droga!— O que você está fazendo aqui? — Uma moça pergunta irritadiça, impedindo a minha passagem na cidadela.— Saia da minha frente! — ordeno entre dentes, porém, completamente aturdida com o meu comportamento arredio.— A culpa disso tudo é toda sua! — Ela me acusa com os olhos preenchidos de lágrimas não derramadas. — Se diz a Santa de uma profecia, mas onde está o seu poder, Hazel? — rosna, ficando feroz.— Afaste-se, Lorena! — Asterin ordena. Contudo, seu olhar gladiador continua no meu e eu engulo um nó quando percebo que consigo sentir a sua dor.É ela. Penso. Lorena é a irmã do garoto assassinado e do irmão exilado da alcateia. Constato.— Não, ela deve morrer e tudo isso se acabará de vez! — A garota berra e na sequência as suas garras afiadas surgem entre seus dedos.— Afaste-se, Hazel! — Asterin pede, tentando afastar-m
Hazel— Hazel, não! — Tristan exaspera. — Não chegue perto deles!— Não! Deixe-a, Alfa!Escuto os lobos discutirem atrás de mim. No entanto, é como se as suas vozes estivessem distantes de mim agora, e logo sou tomada por um tipo de transe.— Imamhiae damabiah — falo algumas palavras místicas à medida que sou arrastada para dentro de suas sombras e para longe dali. Logo sinto alguns olhares cheios de crueldade e de fúria ao meu redor e até mesmo consigo escutar os seus pensamentos inquietantes e devastadores, arquitetando contra as vidas de todas as raças e de todas as tribos espalhadas pelo mundo. E no segundo seguinte, começo sufocar quando os sinto mexerem ao meu redor em uma tentativa inútil com sua aproximação horrenda, e antes que eu consiga vê-los realmente percebo o seu toque tornando um ser vivo em pedra. Assustada, solto um grito agudo, chamando a sua atenção imediatamente para mim. — Você está bem? — Logo sinto os braços fortes de Tristan me tirar de dentro das malditas tr
Tristan— Fiquei sabendo de como matou a fera de fumaça apenas com uma simples adaga — falo com fingido desdém, porém, sem esconder o meu orgulho.A verdade, é que Hazel está roubando de mim o que eu tenho de mais precioso. O meu amor que um dia pertenceu a minha companheira e pior, não é um amor sublime como o primeiro, nem é frágil ou carinhoso. É um sentimento forte demais, tão forte que chego a julgá-lo indestrutível. E confesso que sempre fui adepto a mulheres fortes e guerreiras. Não era o caso da Kyra pois ela precisava da minha proteção quase sempre e não era o caso da Hazel também... até agora.Seu sorriso lindo me desperta, atraindo toda a minha concentração apenas para ela.— Me mostre como fez isso? — peço, após prender o meu cavalo a um tronco de uma árvore e ela faz o mesmo com o seu.No centro de uma terra cercada por árvores tão altas e frondosas paro de frente para a minha santa guerreira e espero pelo seu ataque, mas ela não faz.— Você diz aqui e agora? — indaga ach
Tristan Contudo, antes que eu consiga segurar no seu pulso outra vez para desarmá-la ela faz um movimento rápido e passa por mim, enlaçando o meu pescoço com o seu braço e aponta a adaga na minha lateral. Rujo alto, jogando-a por cima do meu ombro e Hazel cai de costas no chão, soltando um gemido dolorido em seguida.— Precisa fazer melhor, santa ou será devorada por eles! — rujo outra vez e antes que eu consiga montá-la, ela volta a se mexer, ficando à espreita de novo. Dessa vez a puxo de encontro ao meu corpo e logo estamos colados um no outro. Nossas respirações extremamente ofegantes se confundem e batem em nossos rostos, aquecendo-nos e os nossos olhos se conectam de um jeito que é impossível desviá-los.Engulo em seco e tento engolir a ânsia de tomá-la para mim aqui mesmo, mas é impossível. Portanto, a puxo para os meus braços e tomo a sua boca arduamente, quando ela envolve a minha cintura com as suas pernas.— Hazel! — gemo áspero e firme em sua boca, aprofundando o nosso be