Ivy GlassmanUm ano antesNoite do ritual— Você ouviu ele? Violet está viva! – Falo com animação após Logan me ajudar a levantar.— Eu senti o cheiro dela... O mesmo cheiro que ela emitia durante a batalha com o Klaus. – Logan diz observando ao redor.— Então... Ela ainda está daquele jeito? – Perguntei receosa enquanto limpava a neve de meu corpo.— Sim, e ela se aproximando. – Logan volta a puxar minha mão. – Temos que ir embora daqui antes que ela nos encontre.— Eu não posso deixar minha melhor amiga sozinha! E se o Klaus voltar e achar ela? – Pergunto tentando soltar o meu braço.Logan ri sarcástico, e seus passos se tornam apressados.— Você não percebeu, gracinha? Klaus estava fugindo da sua amiga! – Ele diz, olhando por cima do ombro.— Fugindo da Violet? Ele é o Rei Vampiro! – Minha risada incrédula mostra minha descrença com suas palavras.— Parece que você não entendeu a dimensão da situação. Sua amiga é uma Bruxa poderosa e está fora de controle! – Logan olha pra mim nova
Ivy GlassmanUm ano antesManhã Após O RitualOs sons prosseguiram por horas a fio, martelando meus ouvidos incessantemente. Minhas pernas doíam devido à posição agachada no chão, e a náusea começava a se instalar.A névoa finalmente se dissipa o suficiente para eu vislumbrar o céu. Apesar de a floresta permanecer mergulhada em trevas devido à névoa negra, consigo perceber que o céu já clareava, indicando que o amanhecer se aproximava.O tempo se arrasta, minutos parecendo eternidades, até que a névoa se dissipa completamente e os sons cessam. Minhas pernas fraquejam, e meu corpo tomba na neve. Olho para o céu, sentindo meu peito subir e descer em uma respiração descompassada.Permaneço ali, exausta e atordoada, tentando compreender o que aconteceu naquela noite caótica e sombria.Escuto passos se aproximarem rapidamente do meu corpo caído, mas estava exausta ao ponto de não me importar com o meu destino.De repente, olhos negros preocupados surgem em meu campo de visão. Logan se agac
Ivy Glassman Um ano antes Manhã Após O Ritual Corro desesperadamente pela floresta com Violet em minhas costas, meus pés afundando na neve enquanto tento encontrar o caminho para o hospital. No entanto, percebo que estou em uma parte desconhecida da floresta. Cada árvore se assemelha à outra, e a escuridão torna difícil distinguir qualquer ponto de referência. A respiração de Violet continua fraca, e a ansiedade toma conta de mim. Eu só precisava encontrar o caminho, mas a floresta parecia se fechar em volta, tornando-se um labirinto de árvores desconhecidas. Apesar do desespero, mantenho a determinação de salvar Violet. A cada passo, tento recordar qualquer marca, pedra ou indicação que possa me orientar. O tempo parece se esticar, e a preocupação me consome enquanto avanço pela floresta. Paro de correr, respirando pesadamente, e olho ao redor em busca de algum sinal familiar na escuridão da floresta. A ansiedade aperta meu peito, e uma sensação de desamparo se instala ao perceb
As pessoas ao meu redor sempre falaram sobre criaturas sobrenaturais e como andavam entre nós, humanos. Nunca fui uma pessoa apegada ao misticismo e crenças populares; para falar a verdade, sempre fui cética em relação à vida. Não era o tipo que acreditava em religiões, histórias sobrenaturais e até mesmo em alienígenas. Sempre acreditei que esse tipo de história era contada tantas vezes que chegava a causar histeria coletiva, algo que justificava essas visões e encontros com o desconhecido.Na infância, meu sonho era crescer, passar em uma boa faculdade e ter uma desculpa boa o suficiente para sair dessa pequena cidade antiquada e ir para um lugar onde realmente me entendessem. As únicas pessoas que me entendiam nessa cidade eram meus amigos Austin e Pierre. Mesmo minha irmã gêmea sendo a pessoa que melhor me entendia, a única que realmente sentia que todos nessa cidade eram loucos e que tínhamos que sair daqui, não éramos tão próximas e isso só piorou com sua mudança para a casa de n
Violet HathawayResidência HathawayHoras antesHoje é o aniversário da Annabel, minha irmãzinha de 2 anos. Ela se parece muito comigo, todos dizem isso. Annabel é branquinha, com cabelos negros e olhos azuis. Ela é como eu era quando era pequena, exceto pela cor dos olhos, já que os meus são negros. Me chamo Violet e sou a mais velha das gêmeas. Minha gêmea idêntica se chama Sarah, mas ela mora em outra cidade desde que a mamãe descobriu que estava grávida de Anna.Acho que Sarah só queria ter a própria vida, então, com dezesseis anos, o papai permitiu que ela morasse com a vovó no sítio.Felizmente, hoje ela está aqui. Vamos comemorar o aniversário de nossa irmã em família.Ajudo Sarah a levar as decorações da festa para o quintal dos fundos. Diversos balões rosa e branco estão pendurados formando um arco. Atrás do arco, há um painel rosa com alguns de seus personagens favoritos dos desenhos animados. Luzes coloridas enfeitam o quintal, que está cheio de mesas e cadeiras de madeira c
As pessoas riam e conversavam despreocupadamente enquanto eu encarava o celular, sem que percebessem minha crescente apreensão. Olhava fixamente para a foto da pegada, e a imagem do imponente lobo marrom ecoava em minha mente. Contudo, mesmo considerando o tamanho desse lobo, suspeitava que a pata em questão não lhe pertencia. Parecia ser de um animal ainda maior.Caramba, será possível que exista um lobo ainda maior nesta floresta?Logo, as lendas sobre homens que se transformavam em feras e eram exilados para a floresta me ocorreram. Se essas lendas fossem verídicas, então as histórias sobre criaturas demoníacas que se alimentavam de sangue humano também poderiam ser reais.Rio sozinha, achando graça da minha própria imaginação. Isso não pode ser real. Deve haver uma explicação lógica para tudo isso.Decido procurar na internet por informações sobre "lobos gigantes na floresta de Vila Legal".Para minha surpresa, os únicos resultados que encontro são relatos de moradores sobre encont
A festa de aniversário estava animada. As crianças brincaram e muitas estavam quase dormindo na hora dos parabéns. Achava engraçado como as crianças conseguiam gastar sua energia facilmente. Com a ajuda do papai, limpava a bagunça no quintal.— Então, filha. – Sua voz calma chama minha atenção. – Me diga o que aconteceu com você.— Não aconteceu nada. – Falo confusa. – Do que o senhor está falando?— Sei que alguma coisa muito séria deve ter acontecido com você. – Sua voz sai preocupada e ele me olha nos olhos. Sua atitude me causa arrepios. – Você ficou quieta no seu canto, pensei que fosse o cansaço. Mas depois que você saiu do seu quarto, parece que piorou. Ficou mais calada, ficou na mesa o tempo todo. Nem deu atenção a Dália quando ela veio falar com você. Você não é assim, sempre é a alma da festa.Dou um sorriso sem graça com seu comentário. Seu poder de observação era uma das coisas que eu mais gostava. Papai sempre sabia quando eu estava mal ou triste. Ele era uma daquelas pes
Avisto o par de coturnos pretos se aproximando lentamente de mim. Queria me mover, mas o medo me paralisava. Sou puxada pelo cabelo e grito de dor.Olho em direção ao rosto do meu agressor e me assusto ao ver olhos totalmente pretos e um rosto coberto de sangue. Ele não parecia humano; sua pele era extremamente pálida, como se não houvesse sangue em seu corpo.Meu corpo se enche de desespero ao perceber que reconhecia aquele rosto. Era o mesmo homem misterioso da festa. Me debato em seus braços, e ele sorri satisfeito. Sua mão toca meu pescoço, mas rapidamente recua ao tocar a corrente em meu pescoço, como se ela o machucasse. Ele rosna para mim, como se fosse um gato prestes a atacar o outro.Vejo papai se arrastar pelo corredor, seu corpo estava repleto de cortes. Papai enfia no tornozelo da criatura uma de suas facas de caça, e escuto seu grito gutural. – Verme maldito!– ele grita antes de me arremessar escada abaixo. Sinto meu corpo doer ao bater em cada degrau.– Como ousa tentar