Júlia
Alguns dias depois…
Eu não pensei que me surpreenderia, mas os avanços da restauração da mansão está me deixando cada vez mais fascinada. A estrutura vitoriana em si já é de encher os olhos, embora ela precise de alguns cuidados, e agora que ganhou cores, e alguns detalhes modernos diria que esse lugar ficou ainda mais perfeito. Sim, estamos avançando mais rápido do que supus que seria, pois segundo David, o dono da casa tem pressa em vê-la pronta para a sua amada.
— Senhorita, pode ver agora as paletas de cores? Precisamos finalizar a parede de fundo da sala de estar. — Um operário pergunta, apontando-me uma direção e imediatamente procuro pelo David.
— Onde você está? — inquiro para ninguém em especial.
— Senhorita? — O rapaz insiste e me pego indecisa.
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Júlia— O papai te ama muito!Suspiro.Então ele encosta o seu ouvido na minha barriga e com um ar brincalhão ele me olha e leva um indicador a sua boca, pedindo o meu silêncio.— Acho que consegui acalmá-la.— Você vai ser o melhor pai desse mundo, sabia? — sibilo docemente, completamente maravilhada.— A culpa é sua, Júlia Ricci! — David me acusa com um sussurro quando fica de pé. — Você sempre consegue arrancar o melhor de mim.— Eu te amo! — declaro quando ele me beija. Entretanto, deixo os meus ombros caírem em frustração quando penso que preciso ir.— Também te amo! Loucamente!— Eu… quero te pedir uma coisa. Você pode ficar com o Alex enquanto resolvo uma coisa na empresa?— Pensei que íamos passar o dia juntos?&mda
Bennett— Você só precisa mexer os seus braços e pernas desse jeito, Alex — falo, fazendo uma demonstração para o garoto que me olha atento e empolgado com as aulas de natação.— Assim? — Ele indaga, mexendo-se de maneira desengonçada sobre a água.— Isso, rapazinho! Você é um ótimo aluno, mas se quiser mesmo construir aquele lago nos fundos da nossa casa, terá que fazer melhor que isso.— David, por que a mamãe não pode saber sobre a casa nova? — O garoto me lança um olhar interrogativo, enquanto o seguro para dar algumas braçadas.— Porque é uma surpresa, garotão. Assim como a festa de aniversário dela.— Ah, entendi. — Mais animado, ele começa a mexer os seus braços e pernas, e sorrio ao ver o seu desempenho.— Muito bom, Alex! — O parabenizo quando ele atravessa de uma lateral para a outra da piscina. — Que tal praticar o comprimento dela agora? — O menino analisa a distância das extremidades, porém, ele se sente desafiado.— Eu consigo! — Arqueio as sobrancelhas.— Então manda ve
BennettEu estava cansado de toda aquela droga. Já não aguentava mais ter que viver como um maldito robô, sempre disposto a fazer o que ela queria e como ela queria. Eu quis o divórcio, David. — Papai bate forte contra o seu peito. — Mas queria levá-lo comigo também.De repente sou preenchido por uma raiva incontrolável e fecho as minhas mãos em punho quando o sangue começa a esquentar sobremaneira em minhas veias.— Mas você não me levou! — O corto ríspido e amargo, deixando bem claro meu tom de acusação. — Você me deixou lá sozinho com aquela mulher por três malditos anos, mesmo sabendo quem ela era de fato! — O acuso furioso. — Você não faz ideia do que eu passei dentro daquele inferno. Não sabe dos espinhos que fui obrigado a pisar. Você não sabe quantas vezes eu ti
BennettPor que você não consegue ser um mal filho pelo menos uma vez? Por que você ainda se importa com ela? Por que não pode simplesmente ser um homem cruel e frio com a única pessoa que te quebrou tantas vezes? Essas perguntas estão se repetindo dentro da minha cabeça por várias e várias vezes, enquanto dirijo rápido demais direto para a clínica Serenity Haven.… É que a Senhora Daves não está nada bem.… Senhor Bennett, eu não ligaria se não fosse sério. … A Mara não para de falar no Senhor e ela deseja vê-lo antes de morrer.Um nó sufoca a minha garganta com tanta força que eu mal consigo engolir.A morte. Eu nunca desejei tal coisa para ela e nem para ninguém. Tirar a Mara do meu caminho não vai apagar a c
Bennett— A quem você está enganando, querido? Eu sei que você não tem alguém para te aquecer nas noites frias e sei que você não é muito de fazer amizades próximas. O Álvaro por exemplo, é seu sócio, seu melhor amigo e ainda assim, não é digno de sua confiança. — Determinado, chego ainda mais perto dela e olho dentro dos olhos confiantes.— Você não podia estar mais errada, Mara Daves — resmungo sério e o seu sorriso se desfaz gradualmente. — Você perdeu todo o controle que poderia ter sobre mim. — O seu olhar determinado dá lugar a interrogação. — Minhas emoções. Minha força. Meu coração. Tudo em mim pertence a outra mulher.— Você está mentindo! — Ela rosna baixo, porém, entre dentes.— Eu est
Júlia A introdução da música Just A Dream me faz abrir uma brecha de olhos preguiçosos e imediatamente lembranças de uma noite intensa, e luxuriosa preenche os meus pensamentos. Portanto, sorrio preguiçosamente, esticando o meu braço para senti-lo do meu lado, mas David não está aqui e ansiosa, me sento no colchão. Meus olhos o procuram pelo amplo cômodo, mas ele não está aqui. Preocupada, saio da cama e visto meu babydoll que estava largado no chão, e sem me preocupar em pôr um sobretudo saio do quarto a sua procura. Definitivamente o encontro entre David e Mara foi o extremo da sua desolação. Eu nunca o vi tão frágil e transtornado daquele jeito antes, nem mesmo em um dos seus piores momentos. Contudo, a maneira como me tomou foi ainda mais intensa do que o normal. Uma mistura ardente de suor, gemidos, sofreguidão e amor. Lampejos de luz nos circularam e orgasmos múltiplos, violentos, e desenfreados nos arrebataram quase que a noite inteira, e só apagamos quando já não tínhamos
Júlia — David! — O repreendo quando ele passa uma camada de chocolate na ponta do meu nariz e o som alegre da sua risada preenche todo o cômodo. — Você vai ver, eu vou te sujar inteiro! — O ameaço e tento roubar um pouco da cobertura, mas ele é rápido demais e me puxa para os seus braços, mantendo o bolo acima da sua cabeça. — Ei, assim não vale! — resmungo porque não consigo alcançá-lo. — Não tenho culpa se você é baixinha! — Ele retruca divertido. No entanto, decido derrubá-lo no sofá. Contudo, caio por cima dele e rimos feito dois bobos. Até que essa atmosfera gostosa e feliz muda, e logo estamos ofegantes, desejando um ao outro. David larga o bolo de qualquer jeito e me beija. E não demora para estarmos entregue um ao outro outra vez. *** Horas mais tarde… — Eu passaria o resto da minha vida exatamente assim grudado em você, apenas sentindo essa paz e essa calmaria. — David sibila após um longo tempo em silêncio, apenas brincando com as pontas dos seus dedos em minha pele e n
Júlia — Uhum! — Prontamente lhe estendo o meu pulso e Alex se habilita em colocar a pulseira de minúsculas pedras verdes. — Ah, querida Júlia! — A voz de Lina me envolve quando ergo o meu corpo. — Lina Vitton! — Abro os meus braços para recebê-la. — Meus parabéns, cunhadinha! — Sorrio amplamente. — Meus parabéns, Júlia! — E logo sou rodeada por todos os convidados… ou quase todos, pois eu realmente não contava com a presença de Monique, que se mantem distante e de cara fechada o tempo todo. — Parabéns, amiga! — Parabéns, Júlia! Melissa e Abravanel dizem ao mesmo tempo, porém, antes que cheguem a me abraçar, eles se olham com estranheza. — Ursinho?! — Ursinha?! Eles dizem outra vez em uníssono e dessa vez franzo a testa. — Vocês se conhecem? — inquiro confusa, olhando de um para o outro, porém, ambos me fitam atordoados. Contudo, eles balbuciam e voltando a se encarar. — Então, ele é aquele meu… “casinho”. — Arregalo os olhos. — Quem diria, hein, Ursinho? — David debocha